Enrolações de um Hyuuga ( Parte 1 )

Por Detrás do Livro.

Neji Pov

Era possível uma garota tão tímida e doce quanto Hinata mudar de uma hora para outra justamente por causa de um idiota?

– Não me faça rir, prima. – Dei um leve sorriso irônico. – Vai lutar comigo agora?

– Se for preciso. – Estreitei os olhos. Ela estava protegendo ele de mim?

– Não será. – Murmurei. – Pare com isso, Hinata. Eu sou como um responsável para você, sabe disso. Se estou dizendo que namorar este moleque é ruim, é porque é muito ruim mesmo.

– Escute, Neji. – Retrucou com a voz firme – Se estou com Naruto o problema é meu e somente meu. Não pedi sua opinião em qualquer momento. Então... Então pare de bancar o ciúmento.

– Quero apenas o melhor para você. – Relaxei meus braços e os cruzei frente ao peito.

– O melhor para mim é Naruto! – Exclamou com as bochechas rosadas.

– Ele quer... – Rangi os dentes – Tirar sua virgindade! Entende o que isso significa? Que ele é um cachorro, vagabundo, imprestável...

– Eu ainda estou aqui, ouvindo tudo. – O loiro se pronunciou com a mão na bochecha, massageando devagar.

– Neji! Pelo amor de Deus, eu sou uma mulher não uma vadia! – Arregalei os olhos. – Sabe mais do que qualquer um neste mundo que eu jamais... Ja-jamais faria aquilo. – Agora que a tímidez volta?

– Pelo menos, não agora. – Completou o traste com um sorriso malicioso.

Preparei o punho automáticamente. Parece que um certo alguém ainda não aprendeu uma certa lição de um outro certo alguém.

– Naruto! Feche bem a boca e deixe que eu explico tudo. Já não aguento mais tanta confusão na cabeça por sua causa. – Enquanto eu dava um pequeno sorriso, o tal Naruto fazia um bico.

– Mas Hinata...!

– Mas nada! Vá até a cozinha e coloque gelo nesse machucado, agora! – Ambos engolimos em seco. A morena estava... Assustadora.

Sem pestanejar, o rapaz levantou-se e de cabeça baixa sumiu daquele cômodo.

– Bem... – Suspirei fundo. – Estou mais calmo sem ele aqui. – Sentei preguiçosamente na poltrona de Hiashi.

– Percebo. – Murmurou ainda de pé. – Neji... Vamos exclarecer tudo de uma vez, sim? – Assenti com a cabeça. – Naruto e eu estamos juntos. Ele é... Ele é... Perfeito pra mim.

– Não entendo, Hinata. Sempre te imaginei com um rapaz da sua altura. Este Naruto é seu oposto.

– Sim, ele é! Mas... Ele me completa. É tudo o que não sou, e tudo o que eu preciso.

Fiquei em silêncio por alguns segundos.

– Como se conheceram, mesmo? – Vi a expressão de Hinata mudar de serena para constrangedora.

– Na escola...

– E como começaram a ficar juntos?

– Eu pedi para ela. – Encaramos a voz do rapaz que havia surgido misteriosamente.

– Naruto... Eu te disse para...

– Relaxe, Hinata. – Sorriu – Viu só? Minha bochecha não está mais inchada e muito menos dolorida. – Era óbvio que estava mentindo. Meu soco deixaria qualquer um zonzo ao extremo.

– Tem certeza? – Indagou minha prima preocupada.

– Claro, claro. – Se sentou no sofá. – Eu pedi para ela, Neji. – Repetiu, desta vez me encarando sériamente, sem brincadeiras, sem apelidos rídiculos.

Que pena, era divertido xingá-lo.

Espere... Tem algo errado.

– De repente, teve a idéia de pedir para ficar com ela?

– Sim. Mas não foi de repente. Hinata me encantou desde a primeira vez que a vi.

– E você aceitou? – Me redirecionei para ela.

– Si-Sim.

– Na primeira tentativa?

– Não me faça de pouca coisa, Neji. Eu tenho os meus dotes. – Sorriu animado o loiro.

– Lógico. – Murmurei irônico. – Mas foram arrancados de ti quando nasceu.

– Meninos, parem por favor.

– E você que nasceu sem eles?

– Meninos...

– Não me faça rir sua coisa loira não identificada, eu tenho mais qualidades na ponta do dedão do pé do que você tem pelo corpo inteiro.

– Por favor, meninos, eu...

– Olha como fala comigo, sua cabeluda cegueta.

– PAREM, PELO AMOR DE DEUS, PAREM! – Hinata gritou irritada. Estava diferente, sem sombra de dúvidas. Aposto que era este idiota que estava mudando-a.

– É, Neji. Chega! – Fechou os olhos e respirou fundo. – Por que não consegue acreditar que Hinata namora? Por acaso acha que ela não conseguiria achar alguém na vida?

– ... Naruto tem razão, primo. Por que é tão díficil aceitar que estou namorando? – Arqueou a sobrancelha e pousou as mãos na cintura, como se pedisse uma boa explicação.

– Não é nada disso, Hina. – Engoli em seco – Só acho que...

– Que...? – Repetiu, querendo uma resposta sensata.

Mordi o lábio inferior, irritado. Esse rapaz estava querendo colocar a minha prima contra mim, isso era óbvio, claro e estampado bem na minha cara.

– Você, Hinata. – Comecei – É a garota mais incrível do mundo. É doce, amiga, conselheira, inteligente e linda. Por isso que no meu ponto de vista, não existe nenhum homem que chegue aos seus pés. – Terminei sorrindo de canto.

Observei rapidamente Naruto ficar vermelho, provavelmente de ciúmes. E Hinata não ficou para trás. Estava vermelha de vergonha.

– O-Obrigada, Neji.

– Você... – Encaramos ao mesmo tempo o rapaz louro – Você gosta da Hinata... Cabeludo?

Neste momento tudo ficou em silêncio.

– Claro. – Confirmei.

– Eu quis dizer... Você gosta mesmo da Hinata? De homem pra mulher? – Perguntou fechando os punhos e rangindo os dentes.

Deus. Em que confusão o senhor foi me meter?

– E se gostasse? O que você faria? – Provoquei. Era lógico que Hinata era APENAS minha prima, e meus sentimentos estavam claros desse fato.

Ficar com ela seria como ficar... Comigo mesmo.

– Eu te mataria. – Murmurou estralando os dedos.

– Ah, é? – Incentivei ainda mais, aproveitando para me colocar em posição de luta.

Quando ele iria falar alguma outra coisa, ouvimos um estrondo do lado de fora da casa, mas não era um barulho fraco, era forte e parecia algo se quebrando.

Nossos olhos se voltaram para a porta. Acho que cada um de nós estavamos esperando alguma coisa acontecer.

E não é que aconteceu? Um grito, quase como um choro, foi ouvido em seguida.

Desta vez, Hinata correu até a maçaneta, girando-a e saindo correndo para fora.

Bufei e de braços cruzados - minha marca registrada - percorri o mesmo trajeto da morena, vendo Naruto me seguir até o quintal.

Assim que cheguei, encontrei a coisa mais absurda que poderia ocorrer nesse momento.

Quem era aquela pessoa caída no chão?