Frostbite Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Para as desavisadas, preparem-se. Só tem Dimitri e Tasha aqui... que jeito né?
Ahhhh
Eu postei hoje a Fic que eu tanto prometi! É só uma One Shot de Dimitri visitando Tasha na cadeia! Procurem no meu perfil e por favor leiam, fiz pensando em todas vcs! Se chama "Um Presentinho para Tasha"
http://www.fanfiction.com.br/historia/175799/One_Shot_-_Um_Presentinho_Para_Tasha
bjs



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Eu deixei Rose no dormitório, com recomendações expressas para que ela seguisse diretamente para seu quarto. Depois fui até Alberta, comunicar que sairia com Tasha. Já era tarde para as atividades da escola, mas eu sabia que ela ainda estaria em serviço. Alberta raramente tinha um momento de descanso. Quando a encontrei em seu escritório, ela estava organizando as escalas dos guardiões para a viagem a estação de sky e pareceu não se importar com a minha saída. Ela apenas assentiu e voltou para sua atividade.

Cheguei ao estacionamento da Academia e Tasha já me aguardava, encostada em seu carro. Assim que me aproximei, ela me jogou as chaves, de forma divertida.

“Você dirige, Dimka. Meu horário está todo trocado. Eu sou capaz de pegar no sono e passar direto na primeira curva.” Ela falou sorrindo.

“Tudo bem, lhe asseguro que você chegará sã e salva.” Respondi descontraído.

Pegamos a estrada e, apesar de sempre bocejar e reclamar do sono, Tasha não deixou de conversar. Nós tínhamos bastante assunto para colocar em dia, mas eu tinha que admitir que, em um dado momento, cansava todas aquelas lembranças de fatos passados e novidades sobre alguém que eu não via há muito tempo. Em um certo ponto, quando ela começou a falar das impressões que teve de Lissa, não resisti e fiz praticamente a mesma pergunta que tinha feito a Rose. Eu realmente queria saber a opinião de Tasha sobre ela.

“O quê você achou de Rose? Ela gostou bastante de você.”

“Ah, Rose? Bem, é uma linda menina. Com certeza será uma mulher belíssima, algum dia. Ela é bastante espontânea e sincera, porém imatura, de certa forma. Parece determinada e forte, será uma grande guardiã também. Ouvi dizer que você tem feito um bom trabalho com ela. Disseram que ela chegou a Academia parecendo um animal selvagem e que hoje está mais sociável.”

“Receio que tenham exagerado um pouco sobre isso. Ela era bastante indisciplinada e rebelde, é verdade, mas longe de ser um animal.” Senti um fio de ofensa em minha voz. “Ela sempre teve um profundo senso de responsabilidade e consciência do seu dever. Foi isso que manteve Lissa segura e viva enquanto elas estiveram fora.”

“Não foi isso que eu quis dizer, só me expressei mal, Dimka, me desculpe. Eu não queria me referir a Rose assim. Eu acredito que ela seja uma boa aluna, mas temos que reconhecer que ela tem ajuda de um excelente mentor, não?” Ela disse sorrindo, me dando uma leve cotovelada. Eu forcei um sorriso e concordei com a cabeça, não querendo parecer mal humorado. Era engraçado que Tasha se referia a Rose como se ela fosse uma criança boba de cinco anos de idade, com muito o quê aprender. Mal sabia ela que a resposta de Rose para uma pergunta semelhante a esta tinha sido muito mais madura e muito mais interessante.

Quando chegamos a Missoula, já passava do meio dia, no horário humano. O shopping estava repleto, como era esperado. As decorações de natal estavam por toda parte e parecia impossível não se envolver naquele clima festivo. Tasha começou uma verdadeira maratona de compras. A família Ozera podia ser rejeitada, mas ainda era da realeza e muito rica. Apesar de ser mulher e de comprar bastante, ela era bem decidida no que queria e sempre ia direto aos lugares certos, evitando entrar e sair de loja em loja. O que tornou tudo mais rápido e objetivo.

Estávamos em uma refinada boutique, de uma grife caríssima, quando Tasha puxou um cabide, com um vestido vermelho de seda, de cortes orientais.

“O quê você acha deste, Dimka?” Ela perguntou, colocando o vestido de frente para o seu corpo. Eu estava sentado em um puff, olhando para o lado de fora da loja, atento ao movimento das pessoas. Eu não entendia nada de roupas femininas, mas tinha que admitir que era um belo vestido.

“Bem, acho que ele é... bonito.”

“Você acha que Rose iria gostar?”

Senti minha mente trabalhar negativamente contra mim. Comecei a imaginar Rose usando aquele vestido. Provavelmente ficaria perfeito nela, como tudo que ela vestia. Rapidamente, tentei afastar aqueles pensamentos, me forçando a manter a naturalidade.

“Acho que sim. Ela, como qualquer garota, adora roupas.”

Tasha mandou embrulhar para presente. Ainda andamos por algum tempo e conforme as horas passavam, sentia o cansaço tomar conta de mim, mas me esforçava para manter a aparência solicita. Definitivamente, as rondas pelo campus da Academia eram menos exaustivas.

“Precisamos escolher algo para você agora.” Tasha falou, parando subitamente. “O quê você gostaria de ganhar?”

“Nada, não se preocupe comigo.”

“De jeito nenhum! Eu lhe comprarei um presente, você escolhendo ou não!”

Sentindo que não teria jeito de me livrar daquilo, concordei em escolher alguns livros. Antes de voltarmos, paramos em um restaurante da praça de alimentação, que imitava um bistrô, para comer algo. Finalmente eu teria a chance que eu estava esperando para conversar seriamente com Tasha.

“Tasha, eu fui comunicado pelo Conselho dos Guardiões da sua solicitação. Você me requisitou mesmo para ser seu guardião?” Falei, sem rodeios, enquanto esperávamos pela comida. Aquela era mais uma afirmação do que uma pergunta.

Tasha me olhou, um pouco desconcertada. “Bem, Dimka, não era algo que eu queria conversar com você assim, estava procurando um momento propício. Eu sei que não devia ter feito isso sem lhe consultar antes, mas eu quis aproveitar o momento que estávamos vivendo, todos apavorados com aquele terrível massacre aos Badicas, ninguém teria coragem de me negar um guardião.”

“Eu entendo, você tem todo direito de pedir proteção. Mas você requisitou especificamente a mim. Por que isso? Era do seu conhecimento que eu já tinha uma protegida.”

“Claro que eu sabia. Todos souberam quando você foi designado para Lissa. Mas eu pensei que ela como uma Princesa Moroi não teria dificuldades em conseguir outro guardião tão bom como você. Mas eu... eu duvido que alguém venha para mim de bom grado-“

“Não se trata disso, Tasha, você sabe muito bem.” Eu a interrompi soando um pouco ríspido, pois percebi que ela estava levando a situação para o lado oposto, se fazendo de vítima. “Além do mais, eu tenho outras atividades na Academia, não me sentiria bem em deixar um trabalho pela metade.”

Tasha suspirou fundo, parecendo desapontada. Eu realmente não me sentia bem em causar tristeza a ela, mas não podia ficar evitando esse assunto por mais tempo.

“Você fala do treinamento com Rose, não é? Você não precisaria vir imediatamente, teria um tempo para deixar tudo encaminhado, a Academia tem muitos instrutores bons.” Ela fez uma pausa e me olhou profundamente nos olhos. “Eu vou ser honesta com você. Não tem porque não ser. Eu não preciso de um guardião. Todos sabem disso. Eu vivi até aqui sem nenhum... Eu dediquei minha juventude para tomar conta de Christian e agora, em menos de seis meses, ele estará se formando e irá para alguma universidade. Eu sinto que meu dever com ele está praticamente cumprido e agora... agora eu posso me dedicar mais a mim, a minha própria vida. Posso pensar em construir minha própria família, você sabe, ter meus próprios filhos para cuidar.”

Eu já podia imaginar onde aquela conversa ia chegar, mesmo assim não a interrompi. Antes, dediquei toda minha atenção ao que ela falava. Tasha olhou para baixo por um momento, provavelmente escolhendo as palavras, enquanto seus dedos brincavam nervosamente com um guardanapo.

“E eu não posso fazer isso com qualquer um. Não quando eu ainda penso tanto em você. Nós não pudemos ficar juntos no passado, por causa do seu compromisso com Ivan. Vocês eram muito amigos, quase como irmãos, eu entendi perfeitamente que você não podia deixá-lo. Mas agora, ele está morto e eu não acredito que você já tenha desenvolvido uma relação tão profunda com Lissa como tinha com ele. Você pode vir comigo, oficialmente como um guardião, mas não na prática... o que nós tivemos no passado foi uma coisa boa, difícil de ser esquecida. Podemos tentar novamente. Retomar tudo.”

Senti meu estômago revirar com aquela proposta. Eu e Tasha tivemos um breve relacionamento há muito tempo atrás. Um relacionamento que jamais poderia ir adiante diante do compromisso que eu tinha em proteger Ivan. Realmente agora, sem ele, não havia os impedimentos que eu tive naquela época. Eu jamais esperaria que ela guardasse esses sentimentos por tanto tempo. Mas agora, eu sentia que retomar aquele romance tinha se tornado impossível. Eu não sentia nada por Tasha a não ser uma boa amizade. A mera sugestão de deixar a Academia e me afastar de Rose soava quase como soou a morte de Ivan para mim. Era como se minha vida perdesse o foco, o sentido.

“Tasha, eu não sei o quê dizer. Não é uma decisão que eu possa tomar assim. Isso envolve mais do que uma partida, mais do que a minha carreira de guardião. Envolve sentimentos. Os seus e os meus. Eu e você, ambos, somos diferentes hoje do que éramos. Muita coisa mudou. Alguns valores, alguns objetivos. Eu preciso realmente pensar sobre isso.” Eu busquei as palavras mais leves que pude para não que não a magoasse. Eu tinha vontade de dizer imediatamente que não podia aceitar aquilo, mas eu gostava muito de Tasha para lhe decepcionar assim. Achei melhor realmente ponderar sobre isso, embora eu já soubesse a minha resposta. Se ela não conseguia se imaginar construindo uma família com outra pessoa que não fosse eu, eu também não conseguia imaginar um futuro distante de Rose.

“Dimka. Dimitri. Você não precisa me responder nada agora. Como eu disse, temos tempo. Para tudo. Nós vamos para essa viagem a Idaho, vamos sair da nossa rotina. É uma boa ocasião para pensar em tudo. Além do mais, essa é a época do ano que geralmente fazemos um balanço do que temos feito da vida e planejamos o ano novo. Será bom para você, ter uma nova possibilidade.” Ela falou sorrindo, tentando soar simpática, mas eu pude sentir um tom de medo em sua voz.

“Eu me sinto lisonjeado. De verdade. Confesso que me assustei, a princípio. Mas é uma grande honra para mim.” Senti minha voz sair em tom de negócios. Tasha parecendo perceber isso, tentou mudar de assunto, comentando alguns outros fatos, mantendo o seu humor alegre de sempre. Nós terminamos de jantar e seguimos de volta a Academia. Ela se acomodou no banco  do carro e dormiu praticamente a viagem toda. Eu tentei manter minha atenção na estrada mas minha mente não parava de pensar em tudo aquilo que tínhamos conversado.


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