Bom se o clima na minha rua já era ruim, imagina agora. Eu e Axl brigados com a piriguete. Ela não punha a cabeça para o lado de fora de casa. E como estávamos de férias, não tinha como ela me acertar lá na escola com a gangue de lideres de torcida dela.

Era maravilhoso olhar para a casa dela e perceber que ela estava na pior, na merda, no fundo do poço. Mas ao mesmo tempo olhar para ela me lembrava como eu fiquei no passado.

Tudo era perfeito há uns anos atrás. Era música, escola e Priscila. Eu me dedicava a horas no piano enquanto Priscila queria ser bailarina. Fomos para uma escola nova e como Priscila era muito bonita ela se socializou rápido e como eu era sua melhor amiga fui socializada também. A popularidade foi uma conseqüência.

Conhecemos umas pessoas não muito recomendáveis de se andar. Essas pessoas nos apresentaram a o rock. Esqueci totalmente o piano. Tudo que importava era o som caótico que uma guitarra produzia. Fomos convidadas a ir a pistas de skate, induzidas a fumas ervas ilegais. Como a Priscila nunca foi muito certinha ela topava tudo.

Entrar nessa vida podre foi fácil, mas eu nunca conseguia entrar totalmente. Eu tinha pais muito bons, amorosos e uma família muito unida. A família da Priscila nunca foi lá muito estável ou normal. Foi um grande choque quando eu descobri que ela dormiu com meu pai. A coisa ficou muito ruim. Minha mãe abandonou o barco, meu pai fingia que eu não existia e Priscila terminou de estragar minha vida. Como eu nunca tinha entrado de fato nesta vida podre não pude me jogar de cabeça.

Nem tive como seguir o lema Drogas, Sexo e Rock N’ Roll da coisa. Nós estávamos andando com gente barra pesada. Não sei como, mas ela se livrou deles e se tornou uma patricinha puta. Eu nunca tinha sido muito relevante lá e então nem sentiram minha falta.

Tudo que pude fazer quando minha vida ficou uma merda foi arquivar a parada toda. Fotos, demos de musica, tampar meu piano (que estava mais abandonado que nunca) e claro que com tudo tive que tentar não me matar.

Vida tava uma merda tive que aprender a me defender sozinha. Só que como não bastasse eu recebi uma surpresa um vizinho esquisitão e muito gostoso. No inicio ele era meu inimigo (namorado da puta), depois ele virou um modo de atingir a Priscila e consegui, com efeito.

 Eu passei o resto da semana pensando que depois da surra pelada que ela levou do Axl ele era um homem muito perigoso. Ele bateu em uma mulher (puta, mas mulher) isso era covardia e ainda bateu nela pelada no meio da rua do motel. Eu tentava arranjar motivos para manda – lo embora e agora eu tinha um. E um motivo dos grandes se ele descobrisse que eu armei para Priscila e magoei ele, eu ia levar muito mais do que uma surra.

Precisava de uma forma de manda – lo embora e dizer que eu não o amava não era uma opção. Primeiramente eu não o amava realmente e ele sabia disso e segundo ele bateu na Priscila e isso se auto explica.

Mas mandar Axl embora estivesse ficando cada vez mais difícil, eu tinha me apegado a ele. Não de uma forma romântica. E sim de uma forma fraternal. Ele era um ótimo amigo apesar do nosso grande envolvimento físico. Era nesses momentos em que a frase pior que tá não fica, virava uma grande mentira.

Estar próximo de Axl tinha gosto de liberdade. Mandar ele embora teria gosto de salvação. Oh! Como eu estou confusa minha mente esta dando incríveis nós.

Que relação bandida nós tínhamos. Eu o odiava, depois o usava e por ultimo gosta... da sua companhia. Que desventura!