Ponto de vista do Edward

1 semana depois do acidente da Bella

Eu não sabia o que fazer, já fazia uma semana que Bella estava em coma no hospital. Ela estava mais pálida do que o normal e respirava com a ajuda de maquinas.

Quando vi Emmet saindo do galpão com Bella em seus braços desacordada, senti meu coração perder uma batida. Seu braço estava vermelho e inchado, mostrando que ela tinha sido picada, e isso não era boa coisa.

Desde então, eu não consigo comer direito, meu mau humor está pior do que nunca, mal consigo abrir a boca para falar com alguém, e não consigo dormir bem, sempre tenho algum pesadelo onde Bella morre. Eu me sentia morto. Tanto por dentro quanto por fora. Era nítido que eu havia emagrecido, estava mais pálido, com os cabelos mais bagunçados e sujos do que o normal.

Tânia havia sumido do mapa, nem seus pais sabiam de seu paradeiro, na verdade, acho que eles estão ocultando algo. É obvio que ela disse algo pra eles, mas como pais, vão acobertar a vadia.

Eu mesmo queria ir atras dela e matá-la com minhas próprias mãos. Mas não sairia por nada do lado de Bella. O medico disse que se tivéssemos demorado mais alguns minutos, ela estaria morta. Mas graças a Deus, eles conseguiram ajudá-la e agora, ela não tinha mais nenhuma gota de veneno no organismo.

Eu rezava a cada segundo, pedindo que ela acordasse logo e acabasse com meu sofrimento. Mas de nada adiantava. Ela nem tinha movido um dedo, mexido os labios, ou qualquer coisa que denunciasse que ela acordaria e isso me deixava mais louco do que já estava. Se ela ficasse um mês nesse estado, eu morreria. Só de ficar uma semana sem ver seu sorriso, os brilhos nos seus olhos de chocolate, ou ouvir sua voz de anjo já estava me matando, imagine um mês.

Bati minha cabeça contra a parede do quarto. O relógio marcava 3:45 da manhã. Eu estava sozinho no hospital, já que havia mandado Renee ir descansar em casa e Charlie tinha de trabalhar. Nossos amigos também tinham ido pra casa, afinal, eles estavam cansados também. E como eles, eu estava cansado, ou melhor, esgotado, tinha dormido apenas por 30 minutos até minha mente me pregar mais peças me levando para dentro de mais um pesadelo.

Eu não aguentava mais aquela pressão no peito. Sentia que morreria a qualquer segundo se minha Bella não acordasse.

Me joguei no sofá fechando os olhos e rezando mais uma vez para que ela acordasse, ou que Deus me desse forças para aguentar.

Senti as lagrimas começarem a descer silenciosamente, molhando meu rosto e minha blusa. Mas eu não ligava, molharia o quarto inteiro, o hospital inteiro, só para Bella acordar.

Levantei devagar indo até sua cama e segurei sua mão.

–Por favor Bella, acorda. Eu preciso de você, preciso ver seus sorriso, olhar dentro dos seus olhos, ouvir sua voz, nem que seja para me dar uma dura por não ter lavado o cabelo ou porque não comi direito, preciso ouvir você dizer que me ama, preciso te abraçar, te beijar, sentir você. Eu amo você. Não posso viver em um mundo, onde você não existe.

Abaixei minha cabeça soluçando e chorando mais ainda. Então senti um aperto leve em minha mão que me fez levantar a cabeça rapidamente.

–Bella? Meu amor? Por favor, acorda...

Ouvi um resmungo saindo baixo de sua boca e me levantei sentindo um sorriso aparecer em meu rosto.

–Ed... -Sua voz saiu baixa, como um murmurio.

–Xi... Eu estou aqui meu anjo. Como esta? Esta com dor ou algo assim?

–Não, só com sede.. -Ele disse ainda de olhos fechados.

Fui até a pequena mesinha que estava do lado da cama, colocando agua em um copo e a ajudando a tomar.

–Abra os olhos amor. -Eu disse acariciando seu rosto e vendo aos poucos, ela abrindo seus olhos, fazendo meu coração dar um pulo ao ver seus olhos brilhando pra mim.

–Eu senti tanto a sua falta. -Disse deixando lagrimas escorrerem.

–Não chore. -Ela disse secando meu rosto com uma mão, já que a outra estava com o soro, o que dificultaria pra ela. -Eu estou aqui agora, estou bem. Falando nisso, por quanto tempo fiquei apagada?

–Uma semana. -Respondi lembrando os minutos de desespero.

–Caramba... Não imaginei que fosse isso, pensei que fosse, sei lá, uns dois dias.

–Pois é... A propósito. Como você foi parar naquele galpão?

Ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas e logo depois arregalou os olhos.

–Tânia, vadia dos infernos. -Gritou exaltada.

–Hei, relaxa Bells. Voce não pode ficar nervosa assim. -Disse preocupado ouvindo os bips de seu coração ficaram rápidos na maquina.

–Desculpe.

–Esta tudo bem. Eu vou atras dela e ela vai pagar pelo que fez.

–Eu sei que vai.

–Eu te amo, você nunca mais vai sair do meu lado.

–Eu também te amo. E eu ouvi...

–O que?

–Sua declaração, ou seja lá o que foi aquilo. Mas eu ouvi cada palavra, ou melhor, meu inconsciente ouviu, e acho que foi isso que me fez acordar. Saber que eu estava causando um mal tão grande a você. Eu não suportaria saber que você estava aqui sofrendo por mim.

Sorri e beijei seus lábios em um selinho longo.

–Tudo que eu falei é a pura verdade. Você é tudo pra mim.

–E você pra mim. Que horas são?

4 horas da manhã.

Nossa! Só você esta aqui?

Sim. Mandei todos irem descansar em casa, inclusive sua mãe.

Ela riu balançando a cabeça negativamente.

Como consegiu? Ela é tão cabeça dura, odeia ordens.

Foi meu charme.

Sei sei, agora não comer e não tomar banho é charme?

Arregalei os olhos e sorri nervoso.

Acha que eu sou boba, Cullen? Eu te conheço melhor do que ninguém. Sei que você esta mais magro, dá pra perceber isso pelo seu rosto, seu cabelo esta estranho e você também não esta cheiroso como sempre. Alem de que eu tenho certeza que você mal dormiu essa semana, essas olheiras enormes denunciam.

O que queria que eu fizesse?

Agisse como um adulto! Tomasse banho, se alimentasse direito e dormisse. Agora, com você cansado, fraco e fedido... quem vai cuidar de mim?

Na mesma hora me levantei da cama, me sentindo o cara mais idiota do mundo. Ela tinha razão. Eu tinha que ter me cuidado mais, pra quando ela acordasse eu cuidasse dela.

Eu vou tomar banho agora! -Disse, fazendo-a rir alto. -Mas antes, avisar pra algum medico que você acordou.

Ta bem.

Sai do quarto e no fim do corredor vi o medico que cuidou da Bella a semana toda. Eu não consegui correr, estava cansado e mole demais pra isso. Então o chamei o mais alto que pude, o que não foi alto o bastante. Caralho, porque eu não comi direito?

–Doutor! -Disse quando estava mais perto dele e graças a Deus, ele me ouviu.

Edward? Aconteceu algo?

Sim, a Bella acordou!

Ah, isso é otimo!Como ela esta?

Ela disse que esta bem e sem dores.

Perfeito. Só vou entregar essa ficha para um enfermeiro e já vou vê-la.

Ok. Obrigado.

Voltei ao quarto e vi Bella sentada mexendo em meu celular.

O que esta fazendo?

Jogando. -Respondeu simplesmente.

Ligou pra sua mãe?

Não, vou deixá-la descansar. Já você mocinho, pode ir ligando... Ligando o chuveiro.

Gargalhei e fui até o armário. Minha mãe havia levado uma pequena mala com algumas roupas, peguei uma calça Jeans e uma blusa qualquer cinza e fui tomar banho.

PONTO DE VISTA DA BELLA

Assim que Edward entrou no banheiro, a porta do quarto se abriu e um medico entrou por ela.

–Boa noite Bella. Sou o Dr. Facinelli, cuidei de você. -Ele disse. Sua voz era rouca e calma. E devo dizer, que médico lindo é esse... Achar alguém bonito não é errado, certo?

–Ah, obrigada Dr. -Disse sorrindo.

–Sem problemas, como esta se sentindo?

–Bem.

–Não esta com dores?

–Nenhuma.

–Isso é otimo. Deve estar morrendo de fome. -Ele disse rindo.

–Estou sim. -Disse e logo senti minha barriga roncar.

–Vou pedir para trazerem algo pra você.

–Obrigada.

Logo ele saiu do quarto me deixando sozinha novamente. Eu ouvia o chuveiro ligado e a voz baixa de Edward cantarolando alguma musica me fazendo sorrir.

Edward com certeza era o melhor namorado do mundo, cuidava de mim e sempre me salvava. Acho que nunca serei grata o bastante por ele ter me salvado em Paris. Quando as pessoas dizem que seus pais são seus super heróis, é em um sentido totalmente literário. Já no meu caso, Edward é mesmo meu super herói. Bom, pensando bem, Emmet também seria meu super heroi, já que foi ele que me salvou das aranhas.. Senti meu corpo todo se arrepiar. Odiava lembrar do desespero que eu passei naquele lugar, só de lembrar... Mas de uma coisa eu tinha certeza.. Eu faria tudo, até mesmo pactos com algum demônio, só pra ver a Tânia quebrar a cara. Eu nunca desejei a morte de ninguém, mal desejava o mal para os outros. Mas ela, ah, ela eu não desejo nada mais do que a morte.