PoV Ucker

Half Of My Heart – John Mayer

http://www.youtube.com/watch?v=DxqG1BpegD0

I was born in the arms of imaginary friends

(Eu nasci nos braços de amigos imaginários)

Free to roam, made a home out of everywhere I've been

(Livre para andar sem rumo, fiz um lar de todos os lugares onde estive)

Then you come crashing in

(Então você chegou abalando tudo)

Like the realest thing

(Como a coisa mais real do mundo)

Trying my best to understand all that your love can bring

(E eu tentando o melhor que posso para entender tudo o que seu amor pode proporcionar)

Comecei a tocar a musica. Não sei por que, mas senti que era essa que devia cantar. Nos primeiros versos eu cantei olhando pra baixo, de alguma forma ela me fazia pensar na Dulce. Mas me matava ver que não era comigo que ela estava lá na platéia. Quando entramos no refrão o John cantou comigo e eu o olhei sorrindo, achei que ele fosse cantar a segunda estrofe, mas ele me fez um sinal com a cabeça e eu entendi que era pra eu continuar cantando. Quando comecei a segunda parte da musica, levantei meu olhar pra platéia e percorri cada rosto a minha frente até encontrar o de Dulce.  Meus olhos se prenderam aos dela e eu continuei cantando.

I was made to believe I'd never love somebody else

(Eu fui feito para acreditar que nunca amaria ninguém)

I made a plan, stayed the man who can only love himself

(Meu plano era continuar sendo o homem que só consegue amar a si mesmo)

Lonely was the song I sang

(Solitária era a canção que eu cantava)

'Til the day you came

(Até o dia em que você apareceu)

Showing me a another way and all that my love can bring

(Me mostrando outra perspectiva e tudo o que meu amor pode proporcionar)

Dali em diante não consegui mais tirar meus olhos dela. Olhava o violão às vezes, mas quando voltava a olhar pra frente os olhos dela eram os únicos que conseguia enxergar.

Ela também me olhava com um pequeno sorriso no rosto e seus lábios acompanhavam a letra da musica. Sorri ao vê-la cantar e abaixei a cabeça novamente quando cantava os últimos versos. Ao fim da canção todos aplaudiram e gritaram muito.  Agradeci e fui abraçar o John.

_Ucker: Obrigado, Mano! – o abracei dando uns tapinhas nas costas.

_John: De nada, cara! – retribuiu o abraço – Depois me conta quem é a garota pra quem você cantou a musica. – riu.

_Ucker: Não tem garota nenhuma, irmão. – ri sem jeito.

_John: Te conheço, Uckermann – riu alto – Te criei, mano. Eu te criei.

Ri e mais uma vez agradecendo e desci do palco.

Quando passei pelo povo que me assistiu cantar, alguns me cumprimentaram e vi a Annie vir até mim e pular no meu pescoço.

_Anahí: Bebeeee! – disse gritando – Você foi incrível, eu amei a musica e quero saber pra quem foi que você cantou.

_Ucker: Não foi pra ninguém, Annie – ri – tira isso da sua cabeça.

Ela riu piscando o olho pra mim e logo depois me apresentou o carinha que a acompanhava. Cumprimentei o cara e vi a Dulce se aproximar. Sem perceber eu sorri.

_Dulce: Você cantou muito bem, Ucker – sorriu e veio me abraçar.

_Ucker: Obrigado, Dul. Que bom que gostou – retribui o sorriso pra ela.

_Anahí: Cadê o Tyler, Dul? – minha irmã perguntou e eu revirei os olhos.

_Dulce: Foi pegar o Carro, eu vim cumprimentar o Ucker e te perguntar se vai com a gente. Duas musicas depois que desci do palco o show acabou e eu nem havia me dado conta.

_Anahí: Não vou não, Dul! Vou no carro do Michael, você me entende, não é?- riu e piscou para Dulce - Precisamos ficar sozinhas com nossos acompanhantes.

Como assim ela ia deixar a Dulce sozinha com aquele imbecil?

_Ucker: Você não vai pra casa? Não tem aula amanhã, Annie? – a olhei serio.

_Anahí: Tenho só à tarde, maninho. Não se preocupe comigo – riu e me deu um beijo no rosto. – Bom nós já vamos indo. Boa noite pra vocês. – abraçou a Dulce e a beijou no rosto. – Aproveita a noite, Dul. –riu e saiu logo em seguida.

Eu não estava preocupado com ela. Só queria que ela fosse junto com eles no carro. Ela ia mesmo deixar a Dulce sozinha com aquele cara?

_Dulce: Bom, eu também já vou indo. To cansada e tenho aula amanhã. Boa noite, Ucker. – Ela ia saindo quando a segurei pelo braço.

_Ucker: Espera! Não quer que eu te dê uma carona? – ela me olhou sem entender.

_Dulce: Não precisa, eu vou com o Tyler. Ele já deve ta me esperando lá fora.

_Ucker: Não, eu te levo! A minha casa fica no caminho da sua e fica mais fácil. – insisti mais um pouco. –

_Dulce: E o que eu digo pro Tyler? – me olhou

_Ucker: Diz a ele que você não quer dar trabalho e que ele pode ir descansar. – ela pensou um instante e eu sorri ao ver que ela parecia ter aceitado a idéia.

_***: Bebeeeeeee! – ouvi aquela voz e logo em seguida alguém pulou no meu pescoço e me deu um beijo derrepente.

Empurrei a garota e logo pude ver que era a Megan. Não posso acreditar que ela apareceu logo agora. Olhei para Dulce e ela nos observava paralisada.

_Megan: Amor, eu amei a musica que você cantou pra mim – disse me dando outro selinho e em seguida encarou a Dulce. – Quem é você?- fiquei sem reação, não sabia o que dizer pra Dulce.

_Dulce: Sou só uma colega de faculdade – sorriu forçado. – Me chamo Dulce Maria! – acenou para a Megan.

_Megan: Oi, Dulce Maria! – a olhou com desdém – Nome estranho – riu. – Você viu a musica que ele cantou pra mim? – disse me abraçando novamente.

_Dulce: Ele cantou pra você? – me olhou confuso e sorriu novamente – parabéns,é muito linda.

_Ucker: Dulc...!  Eu ia dizer algo, mas fui interrompido.

_Tyler: Vamos, gatinha? – ele colocou um braço em volta do pescoço dela. Eu não podia acreditar naquilo.

_Dulce: Vamos sim! – sorriu e me olhou mais uma vez. – Tchau! – A vi se virar e ir embora de mãos dadas com aquele idiota.

_Megan: Não gostei de te ver com essa garotinha. Mas ia ser pior se eu não visse que ela ta com o Tyler – me deu um beijo e me abraçou.

_Ucker: Quem disse que ela ta com ele? Não diz besteira, Megan. E o que você ta fazendo aqui? Já não disse que quando eu quiser, eu te procuro? – falei bravo.

_Megan: Ain, amor! Eu tava com saudades. Não quer ir lá pra casa pra eu fazer aquilo que você gosta? – sorriu pra mim com cara de safada.

Minha vontade foi de deixá-la falando sozinha e ir atrás da Dulce, mas não ia adiantar. Passei as mãos no rosto sem paciência e olhei a Megan que fazia bico pra que eu fosse com ela.

_Ucker: Ok, vamos! - Disse começando a andar. - E a Megan sorriu e grudou no meu braço começando a caminhar comigo.

Fui até a saída pegar meu carro e dirigi até a casa da Megan. Ao parar ela desceu do carro e me esperou descer mas eu não me mexi.

_Megan: Você não vem, amor? – me olhou confusa

_Ucker: Não, gatinha. Eu lembrei que tenho aula cedo e não da pra dormir ai hoje. A gente se vê no fim de semana, ta? – dei a partida no carro e nem esperei que ela me respondesse algo.

Fui pra casa e ao chegar entrei em silêncio pra não acordar os garotos. Entrei no meu quarto e comecei a tirar a roupa pra dormir. Mas eu não conseguia parar de imaginar o que a Dulce tava fazendo com o Tyler.

_Ucker: Será, que... ? Não, não pode ser. – procurei meu celular e disquei o numero da Mai.

O telefone tocou algumas vezes e eu ouvi uma voz sonolenta do outro lado da linha.

_Maite: Alô? – ela atendeu meio irritada

_Ucker: Mai? Desculpa te acordar – disse caminhando pelo quarto.

_Maite: Ucker? Quem morreu pra você ta me ligando a essa hora?

_Ucker: Ninguém, Mai. – ri – Só liguei pra saber se a minha irmã já chegou em casa. É que ela saiu com um carinha que não conheço e não fui com a cara dele – dei a primeira desculpa que me veio à cabeça.

_Maite: Você ta preocupado com a Annie? – riu ao perguntar – Eu sei que você é protetor e tal, mas se preocupar com os caras que ela sai é novo pra mim. E não, ela ainda não chegou.

_Ucker: Tem certeza? – insisti – E a Dulce, ela já chegou? Será que elas não chegaram juntas?

_Maite: Não Uckerzinho! Se ela tivesse chegado teria vindo me acordar pra contar como foi o encontro e isso ainda não aconteceu. – riu – E a Dulce eu não vi, mas acho que ela deve ta curtindo com o Tyler. A Annie ia deixá-los sozinhos e a Dulce não voltou então isso quer dizer que eles ainda estão juntos sabe Deus fazendo o que. – riu.

_Ucker: Hum... ta certo, Mai. – disse desanimado. – Desculpa te acordar. – desliguei o telefone e o joguei na cama.