PoV Ucker

Nunca fui muito bom em pedir desculpas por isso ia direto à palavra chave. Mas com ela eu senti que precisava me esforçar nas palavras.

_Dulce: Se isso é um pedido de desculpas você tem que treinar mais vezes, queridinho – disse batendo em meu ombro e indo em direção a porta – é melhor você pedir com aquela simples palavra mesmo, acho que fica melhor.

Ela já ia saindo quando a segurei pela cintura virando de frente para mim e a encostando na porta. Com esse movimento acabamos ficando próximos demais.

_Ucker: Desculpa? - pedi enquanto olhava aqueles olhos castanhos que podiam me hipnotizar. Nunca havia visto olhos como aqueles.  Foi quando me peguei beijando aqueles lábios que haviam me deixado louco na noite passada. Agora podia entender porque tinha me descontrolado daquele jeito, minha boca parecia queimar ao tocar a sua, mas ela não me deixou aprofundar aquele beijo.

_Dulce: Só porque te desculpo não quer dizer que possa me beijar - Me empurrou e começou a limpar a boca com uma das mãos. - E só estando mesmo bêbada pra te beijar mais de uma vez, porque sã você não agradou muito não. – abriu a porta e saiu antes que eu pudesse dizer alguma coisa. Eu apenas ri, me encostando na parede enquanto passava as mãos no rosto.

Aquela garota era impossível. Tão pequena e com um gênio tão forte, e o pior que isso me agradava nela, ficava mais bonita quando estava brava.

Parei no instante que me peguei tendo esses pensamentos.

_Ucker: Ai Ucker, meu rei! O que você pensa que ta fazendo? Essa garota é uma pirralha – Disse pra mim mesmo em voz baixa enquanto voltava pra sala para me juntar aos outros.

O restante daquele dia foi normal, Dulce me ignorava sempre que me pegava olhando pra ela, era engraçado ver ela brava e também era a visão do paraíso.

Anahi teve a brilhante ideia de fazer todo mundo ver filme com ela e as meninas. Eu sinceramente estava preparado pra ir embora, já sabia qual filme minha irmã iria fazer todos assistirem.

_Anahi: Gente! Vamos ver Um Amor pra Recordar? – sorriu

_Maite: De novo? – riu enquanto se sentava do lado de Christian no sofá

_Poncho: Que filme é esse?

_Ucker: É um filme onde ambos não se gostam, mais logo se apaixonam, ele descobre que ela tem câncer e no final ela morre – eu ri, sabendo que havia irritado minha irmã

_Anahi: Obrigada por contar todos os Spoilers do filme! – irritada

_Dulce: Nunca vi esse filme – sorriu entrando na sala

_Ucker: Eu sinceramente estou cansado desse filme, prefiro sair por ai – cocei a cabeça

_Anahi: Você é um estraga prazeres mesmo, sabe disso – me deu a língua

_Poncho: Fica ai cara – riu

_Maite: Ucker não gosta de ficar com a gente – fez bico

_Ucker: Não é isso – fiquei sem jeito

_Chris: É um filme romântico, vamos ficar pra aproveitar enquanto elas choram – riu alto.

_Maite: Besta – disse lhe dando um tapa do braço

_Dulce: Pelo pouco que eu conheço, eu notei que você é realmente um chato – sorriu de uma forma provocativa em minha direção.

Menina atrevida, linda e maravilhosa. Pensei

_Christian: Garanto que não tem mais nada pra fazer num domingo a tarde, ao menos que curta assistir esses programas chatos – riu.

_Anahi: Ele adora esses programas – me encarou se segurando pra não rir

_Ucker: E você adora me provocar – falei revirando os olhos

Essa minha irmã é bem atrevida também, caminhei até ela e a abracei com uma força gigantesca, ela odiava isso, ao contrario de mim que adorava.

_Maite: Ucker, solta ela – ria enquanto me via apertando minha irmã

_Anahi: Isso, me solta e vamos ver o filme – falou enquanto me empurrava tentando se soltar

_Ucker: Eu solto, mais vocês vão ter que fazer uma pipoca caprichada, sabe como é. Preciso de algo pra fazer – sorri de uma maneira encantadora pra Maite, eu sabia que ela não resistia a isso.

_Maite: Já entendi a indireta – riu e saiu pra cozinha.

Observei Dulce se sentar no chão, pegar uma almofada e abraça-la. O jeitinho que ela se sentou era tão encantador, lembrava uma criança meiga e chorona. Só me faltava ela chorar com o filme. – ri sozinho

_Dulce: Alguém falou alguma coisa engraçada aqui? – me provocou

_Ucker: Só porque você é chatinha, vou sentar do seu lado – encarei ela enquanto me sentava no chão. provocá-la estava virando meu passa tempo preferido.

A Mai voltou logo com a pipoca, e então a Annie deu play no Home Theather. A sala estava numa escuridão que eu não conseguia ver um palmo a frente. Me encostei no sofá, onde estava Annie, Mai, Poncho e Christian e vi a Dulce abraçar a almofada com força. Eu poderia apostar que ela iria chorar durante o filme.

Eu estava num tédio ferrado, Annie já havia me feito ver aquele filme várias e várias vezes quando morávamos juntos.

Durante o filme o silêncio tomou conta da sala, Annie estava chorando nos ombros da Mai, eu queria rir daquele fato mais isso só iria provocar ela ainda mais.

Continue comendo minha pipoca e observando a Dulce, eu queria de verdade retirar os olhos dela mais não estava sendo capaz. Ela estava limpando os olhos com a mão, eu sabia! Ela estava chorando, me aproximei dela devagar e sem fazer barulho.

_Ucker: Precisa de um ombro pra chorar? – disse sussurrando em seu ouvido

Com o susto Dulce se virou rapidamente pra me olhar, eu sorri quando encontrei os olhos dela encarando os meus.

_Ucker: Ei – sorri

_Dulce: Não, eu estou bem – se virou novamente

_Ucker: Se quiser, eu não me importo se você molhar meus ombros – insisti novamente

_Dulce: Tem como ver o filme? – me encarou brava

_Ucker: Já falei, ela vai morrer – sorri de lado.

_Dulce: Sério, não tem como ver filme com você. – encostou-se no sofá

_Ucker: Perdão, foi mais forte que eu. E alias, não sei como vocês conseguem ver filme de romance, isso não existe! – voltei a comer minha pipoca.

_Dulce: Não existe? – falou baixinho – Como sabe?

_Ucker: Simplesmente não existe – sorri

_Dulce: Que anti romântico você é – cruzou os braços.

_Ucker: Só falei a verdade – dei de ombros

_Dulce: Um dia, você vai mudar de opinião sobre isso. E eu irei rir de você

_Ucker: Nós veremos – sorri debochado.

_Anahi: Xiiiiiuu! Não da pra vocês assistirem calados? – minha Irmã resmungou – Ta na melhor parte - fungou.

_Poncho: É gente, é agora que a Barbie borra a maquiagem de tanto chorar – Disse debochando. Todos riram quando minha irmã jogou uma almofada no Poncho.

Toda a tarde foi cheia de risadas e provocações, depois do filme ficamos conversando e bebendo umas batidas que as meninas fizeram. Quando anoiteceu eu decidi ir embora e os garotos me acompanharam e então fomos pra casa. Eu precisava organizar umas coisas da faculdade, o foi ver Tv Poncho e o Chris dormir.

PoV Dulce

Depois que os meninos foram embora, ajudei as meninas com a bagunça e então fui pro quarto. Ainda havia muitas coisas fora do lugar e caixas pra esvaziar, passei a noite arrumando tudo e imaginando como seria meu primeiro dia na faculdade. Quando terminei já era meio tarde, então tomei um banho e fui dormir.

_Maite: Dul, acorda!– disse baixinho enquanto abria aquela imensa janela.

O sol veio bem nos meus olhos. Caramba eu tinha que me acostumar com o fuso horário. – pensei. Me levantei rápido, tomei um banho e me vesti com uma roupa básica.

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Peguei minhas coisas e fui até a sala, encontrei Anahi tomando café sozinha.

_Dulce: Bom Dia – sorri enquanto puxava uma cadeira e me sentava.

_Anahi: Bom Dia, Dul – sorriu meio sem jeito

_Dulce: Tudo bem? – desconfiei que algo estava errado

_Anahi: Dul, você já conhecia o meu irmão? – perguntou enquanto bebia seu suco, seu olhar era direto e claro. Ela havia notado o quão tensos ambos ficamos.

_Dulce: Não – menti

_Anahi: Tem certeza? Eu notei que vocês ficaram um pouco estranhos demais quando se virão. Sério, não precisa mentir, eu não ligo – sorriu

_Dulce: Ahh – ri sem graça – Annie, eu conheci ele ontem na boate em que fomos

_Anahi: Sério? Porque agiram estranhos então? – curiosa

_Dulce: Ah, sei lá. Ficamos sem jeito apenas – dei de ombros tentando acabar com o assunto logo, eu não gostava de mentir, mais também não iria chegar e dizer “Seu irmão quase se aproveitou de mim noite passada” seria muito estranho.

_Maite: Sobre o que estão falando? – sorriu enquanto pegava suco da jarra.

_Anahi: Sabia que a Dul conheceu o Ucker noite passada na boate? – riu

_Maite: Sério? Nossa! Por que não falou pra gente

_Dulce: Por nada, não foi muito interessante – sorri tentando disfarçar

_Anahi: Meu irmão é uma figura, mais fica esperta. Ele sabe ganhar as coisas quando quer – me alertou.

_Maite: Verdade, você viu ontem né, o lance com a pipoca – riu

_Dulce: Sim – ri – Vou ficar esperta – sorri

_Anahi: Bom, eu estou pronta! – começou a retirar as coisas da mesa

_Maite: Eu também – levantou para ajudá-la

_Dulce: Vou pegar as coisas de vocês, já volto – sorri e sai em direção ao quarto. Ao entrar no quarto de Anahi, percebi a quantidade de fotos que eu não havia notado ali. Ou eu era muito desatenta ou era novo.

Passei minha mão sobre os vários porta-retratos onde tinha ela e Ucker juntos, eram várias fotos e vários momentos diferentes. Ambos estavam felizes, Ucker era diferente, tinha o cabelo menor, era mais magro e menos alto. A Annie era linda como sempre, com os cabelos longos e bem cuidados, suas roupas eram lindas.

Observei uma foto onde tinha Ucker, Anahi e um casal junto, peguei o porta retrato  e olhei mais de perto, pelos detalhes nos rostos eu tinha quase certeza que era os pais deles. Eram lindos como os filhos, a mulher era loira e tinha um sorriso no rosto, o pai parecia bem simpático. Sorri com aquela foto.

_Anahi: Aqui está você – disse entrando no quarto. Me assustei quando ouvi sua voz e coloquei a foto rapidamente na cômoda e fiquei super sem jeito.

_Anahi: Relaxa, pode ver – sorriu para mim enquanto pegava sua bolsa

_Dulce: São seus pais? – olhei pra foto novamente

_Anahi: Sim, são lindos né? – se aproximou

_Dulce: Muito – sorri

_Anahi: Nessa época, o Ucker era menos chato – riu

_Dulce: Ele está diferente nessas fotos, faz muito tempo? – eu estava realmente curiosa

_Anahi: Nem tanto, acho que um ou dois anos – deu de ombros – Ele mudou muito, mais ainda o amo. Mesmo sendo um idiota às vezes – riu

_Dulce: Que bom – mordi os lábios

_Maite: Vamos gente! – gritou

_Anahi: Estamos indo – pegou minha mão e saiu me puxando pelo apartamento a fora.

Depois de alguns minutos chegamos à faculdade, sai do carro e observei tudo em minha volta. Era tudo muito grande! Havia vários prédios e um gramado onde tinha bastante gente. Tinha gente deitadas, sentadas, conversando, ouvindo musica e gente caminhando pra todos os lados.  Naquele momento eu fiquei com receio, será que iria me adaptar bem?

_Maite: Não fica assustada! – me abraçou de lado

_Dulce: Estou tentando – ri nervosa

_Anahi: Parece grande, mais logo você vai achar pequeno – riu – Vou indo, estou atrasada. Boa sorte! – saiu andando

_Maite: Quer ajuda?

Eu queria gritar pra ela que lógico que eu precisava de ajuda, mais eu era bastante orgulhosa.

_Dulce: Não, brigada – sorri

_Maite: Ok, qualquer coisa liga! – sorriu e me abraçou

_Dulce: Pode deixar – sorri enquanto observava ela se afastando de mim.

Caramba, onde havia me metido?

_Ucker: Bom Dia! – chegou de fininho

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_Dulce: Que saco! – me virei rapidamente tomando um baita susto – Você – fiz cara de nojo

_Ucker: Que mal educada – riu – Perdida?

_Dulce: Nem um pouco – dei de ombros tentando não parecer perdida

_Ucker: Sei – sorriu – É mais uma das suas qualidades?

_Dulce: Hã?

_Ucker: Ser orgulhosa a ponto de não pedir ajuda a ninguém, é uma das suas qualidades? – me encarou

_Dulce: Não! – me irritei, como ele sabia que eu era orgulhosa? Por que ele não parava de ficar me analisando?

_Ucker: Deixa eu ver qual é sua sala – pegou o papel da minha mão - Que mal educado.

Ele saiu andando e eu o acompanhei, entramos naqueles corredores gigantes lotado de classes.

_Ucker: Chegamos! – me entregou o papel

_Dulce: É aqui?- mordi o lábio

_Ucker: Sim, você realmente acha que eu te levaria pra outro lugar? – riu

_Dulce: Sim, imaginei que estava me levando pro banheiro, já que parece que gosta de levar as meninas pra lá – fingi pensar

_Ucker: Engraçada você – ele ficou com a expressão seria derrepente

_Dulce: Toquei a ferida? – ri alto

_Ucker: Bom está entregue – saiu andando sem ao menos esperar uma resposta.

Entrei pela porta e caminhei até a mesa, eu percebi vários olhares em minha direção, tentei não ficar muito tímida. Sorri pro professor que viu minha matricula e arrumou um lugar pra eu me sentar. Subi as escadas que havia por ali, por onde passava eu percebia alguns olhares. Eu odeio quando me observam, é irritante!

Me sentei na cadeira, ajeitei minhas coisas.

_***: Nova aqui? – alguém se sentou do meu lado e puxou assunto.

Olhei pra cadeira ao lado pra ver quem era vi que um rapaz muito bonito sorria pra mim.

_Dulce: Sim – respondi retribuindo o sorriso

_***: Legal! Prazer, me chamo Tyler. – ele estendeu a mão para me cumprimentar e eu a segurei retribuindo o cumprimento.

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_Dulce: Dulce Maria – novamente sorri para ele e fiquei em silencio – O que eu tava fazendo? Só sabia dizer palavras monossilábicas e sorrir? Se eu bater palmas e pular ele me da uma banana e me chama de macaca. Diga alguma coisa inteligente, Dulce Maria!

_Dulce: Você é daqui? – ele virou pra me olhar novamente quando me ouviu – Que ótima pergunta, ein?! Não, ele deve ser de marte. AFF.

_Tyler: Aah .. eu moro aqui a algum tempo mas na verdade sou de Houston, Texas. – sorriu – Conhece?

_Dulce: Não, mas já ouvi falar. Não é lá que nasceram o George Bush e o Chuck Norris? – ri ao ver que ele ria também - Nossa ele é muito gato.

_Tyler: É sim. Não eram da minha cidade, então não os conheci se tiver pensando isso- riu – Mas a Hilary Duff morou na minha rua.

_Dulce: UAUUUU .. Serio? – fiz uma cara de surpresa e contentamento

_Tyler: Não, não é serio – gargalhou.

_Dulce: AAAh! – revirei os olhos e ri junto com ele.  

_Tyler: Diz se você já não ia me pedir o e-mail e telefone dela? – o olhei apertando os olhos e ele riu novamente. E você, de onde é?

_Dulce: Cidade do México, México. E não, eu não conheço o Chávez nem trouxe tequila na bolsa. -ri

_Tyler: AAAh, serio que não trouxe tequila? – fez uma cara de triste e depois riu.

Ele ia dizer mais alguma coisa, mas o professor o interrompeu ao começar a aula.

A primeira aula foi de Historia da Musica Americana com o professor Patrick Henrie. Ele era um cara legal e a matéria interessante. Durante 50 minutos o Tyler permaneceu em silêncio, as únicas vezes que o ouvi foram quando ele ria das piadas antigas do professor ou quando pegou minha caneta que havia caído. Quando a aula acabou, arrumei minhas coisas e ia saindo quando o Tyler se aproximou.

_Tyler: Bom eu vou indo pra minha próxima aula – ele sorriu caminhando ao meu lado – a gente se vê por ai.

Ele já ia saindo de perto de mim quando o chamei de volta.

_Dulce: Éerr .. sua próxima aula não é a mesma que a minha? – ele sorriu sem jeito e voltou a se aproximar.

_Tyler: Na verdade, não. Eu perdi em algumas matérias por enrolar demais há uns semestres atrás e por isso pego aulas com os calouros – sorriu mexendo no meu cabelo.

_Dulce: Hmm .. Então será que você poderia me ajudar a chegar à minha próxima aula? – sorri sem jeito – Eu me perco com facilidade. - ele riu- Na verdade eu poderia me virar sozinha, mas não podia perder essa oportunidade de confraternizar com um veterano.

_Tyler: Claro! – pegou o papel da minha mão – De acordo com isso aqui sua próxima aula é de Piano Básico I, não é muito longe daqui. - disse começando a caminhar e eu o segui.

Fomos conversando sobre o que comer ou não no intervalo até chegarmos à porta da sala.

_Dulce: Nossa muito obrigada. Esses corredores são tão cheios que vou demorar um pouco pra me acostumar – ri olhando em volta e ele riu comigo.

_Tyler: De nada. Foi um prazer ser seu guia – ele lançou um sorriso de canto – Nossa, como ele é gato.

_Dulce: Valeu, você foi um ótimo guia – retribui o sorriso – O que eu to fazendo, flertando? Ainda se usa essa palavra, flertando?

_Tyler: Bom, eu preciso ir. Não posso mais enrolar esse semestre – riu se aproximando mais de mim e me deu um beijo no rosto.

Quando senti os lábios dele tocarem meu rosto, ouvi uma voz atrás de nós que me irritava ao menos som que fizesse.

_Ucker: Olha só se não é o reprovado – disse caminhando até nós – Vejo que você conheceu a doce Dulce – parou do meu lado. – Cuidado, Dulce esse cara não é boa companhia.

_Dulce: Como se você fosse – o fuzilei com o olhar.

_Tyler: E ae, Franguinho! Andou perdendo mais alguma coisa pra mim? – ele lançou um sorriso irônico pro Ucker que fez sua expressão mudar. Ele agora tinha raiva dos olhos e um sorriso forçado.

_Tyler: Vou indo, caloura – me deu outro beijo no rosto e me entregou o papel com meus horários. – A gente se vê por ai. – ele lançou um ultimo olhar serio pro Ucker e saiu na direção que viemos.

Me virei pra vê-lo ir quando senti o peso do braço do Ucker sobre meus ombros.

_Ucker: Não me diga que ta afim desse otário – disse rindo.

_Dulce: Eu não to afim de ninguém. E isso também não é da sua conta – tirei seu braço do meu ombro o olhando séria – E o que você ta fazendo aqui? Não tem aula não?

_Ucker: Tenho sim! E estou indo pra ela agora – Disse entrando na sala atrás de nós.

_Dulce: Não posso acreditar que vou ter que te aturar até aqui – revirei os olhos sem paciência. – Pelo visto foi reprovado também. E ainda falou do Tyler. – fui andando até um piano.

Antes de ele me responder o professor entrou apressado mandando todos procurarem um piano e se sentarem em frente a ele. O Ucker se sentou no piano que havia de frente para todos os outros, onde eu pensei que fosse o do professor.

_***: Bom dia turma. Eu sou o seu professor de Piano Básico I, o Prof. Michel Block – disse escrevendo seu nome na lousa. – fiquei em silencio o observando. – Quando ele ia dar uma bronca no Ucker por ta sentado no piano dele? – esperei.

_Prof. Michel: Nossas aulas serão todas praticas. E esse semestre vou ter a ajuda de um aluno veterano, o Sr. Christopher Uckermann. – o Ucker se levantou e acenou com uma das mãos. E todos aplaudiram inclusive as meninas bobinhas da minha turma. Eu aplaudi sem muito animo.

O Sr. Uckermann é um aluno prodígio da musica e vai ser meu monitor durante esse período – Continuou o professor – Ele vai poder ajudar se vocês tiverem alguma dificuldade. – ouvi alguns risinhos e comentários esperançosos de algumas meninas.

_Prof. Michel: Bom, vamos começar a aula de hoje. – se virou para o Ucker e comentou algo que não dava pra ouvir, também não quis prestar atenção. Comecei a ajeitar o piano resmungando em voz baixa.

_***: Não parece muito animada com o nosso monitor – ouvi alguém falar comigo e me virei pra ver quem era.

Era uma garota de cabelo castanho escuro e de comprimento médio, pele clara e rosto delicado. Ela me olhou com um sorriso no rosto e uma expressão meio confusa por me ver resmungar. A Olhei lhe devolvendo um sorriso sem graça.

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_Dulce: Digamos que não tive uma boa primeira impressão dele – ri – Prazer, meu nome é Dulce Maria, mas pode me chamar de Dulce.  – estendi a mão para cumprimentá-la.

_***: Entendo – riu comigo e estendeu a mão retribuindo meu cumprimento – Olá, Dulce! Sou Angelique Boyer, mas pode me chamar de Angel.

_Dulce: Oi, Angel! Nome legal – sorri – Não é americana, né?

_Angel: Na verdade nasci na França, mas moro aqui desde pequena. E meu nome é um pouco maior que isso, mas não vem ao caso – riu envergonhada e eu ri com ela.

_Angel: Então, qual o problema com o monitor? – me olhou curiosa. – O que ia dizer pra ela? Tipo, ‘ aaah, ele me deu álcool e tentou me pegar a força no banheiro de uma boate’ .. Não essa é uma versão um pouco detalhada demais. – Então só sorri e dei a única versão cabível.

_Dulce: Ele é irmão de uma colega de republica e um idiota de marca maior – ri – longa historia. – ela também riu e então resolvi mudar de assunto. – a gente vai ter que tocar piano? – perguntei torcendo pra resposta ser não.

_Angel: Sim! – me olhou confusa – não gosta e piano?

_Dulce: Não nada contra. Eles que parecem não gostarem muito de mim, nunca consigo fazer isso direito tenho problemas em tocar e cantar ao mesmo tempo e principalmente tocar sem olhar. Não sei fazer as duas coisas, ou toco e me concentro nas notas ou canto e me concentro na letra. – ri coçando a cabeça. – Bom vou ficar aqui quieta fingindo não ter problemas, talvez ninguém perceba. – Angel riu.

_Angel: Não sei se você vai consegui passar pela matéria sem tocar, mas boa sorte – ela riu e se virou pro seu piano. 

Me virei pro meu e olhei pra frente e percebi que o Ucker já estava tocando. Ele tocava algumas notas ou um trecho de alguma musica quando o professor mandava. Ao olhá-lo ele me pareceu bem concentrado. Seria até bonito se ele não fosse um estúpido. 

Estava tocando de frente pra turma e obedecia quando o prof. Michel me mandava tocar alguma nota, mas estava com a cabeça meio longe de lá. Quando tocava qualquer instrumento era como se sentisse cada nota, era quase como uma meditação para mim. Quando levantei a cabeça e vi a Dulce conversando com outra garota, elas riam e nem prestavam atenção. Sorri negando com a cabeça e imaginei como ela era boa em fazer amizades. Voltei a abaixar o olhar pro piano e então me lembrei de quando a vi com o Tyler, pelo visto ela realmente faz amizade com qualquer um. Aquele idiota não é boa amizade e a Dulce me parece tão pequena e frágil.

Enquanto pensava levantei novamente o olhar e vi que ela me observava. Quando nossos olhares se encontraram percebi que ela ficou meio desconcertada e passou a olhar o piano. Ela o olhava meio perdida e não me parecia saber o que estava fazendo.

_Prof. Michel: Bom agora que já sabem as notas vou pedir que o Sr. Uckermann realize mais uma vez e quero que cada um repita o que ele fizer na ordem que eu determinar. – assenti com a cabeça pro professor e voltei a olhar pra frente e vi uma expressão de preocupada no rosto da Dulce. – Por que ela estava assim?

O Professor então apontou pra um aluno e eu executei as notas e quando parei, ele a repetiu. Foi assim com toda a turma, inclusive a garota com quem a Dulce conversava, e ela tocou muito bem. Então chegou à vez da Dulce e eu executei as notas mais uma vez. Quando parei e a olhei e vi que ela mordeu os lábios meio nervosa e começou a repetir o que eu havia feito. Ela até que estava indo bem quando no meio errou varias notas. Ao errar ela xingou e parou de tocar.

_Dulce: Droga! – disse baixo, mas pude ler seus lábios. Eu ri ao vê-la nervosa.

_Prof. Michel: Senhorita... Qual é mesmo o seu nome? – perguntou apontando pra ela.

_Dulce: Dulce María Espinoza Saviñón – ela disse nervosa e mordeu o lábio novamente.

_Prof. Michel: Srta. Saviñón, você errou algumas notas simples da primeira aula. – a olhou meio sem acreditar- lhe darei mais uma chance para fazer corretamente. – e então ele acenou com a cabeça para mim e eu entendi que era para tocar mais uma vez.

Toquei mais uma vez e voltei a olhar para Dulce. Ela começou a tocar e foi bem até as ultimas duas notas. O que ela tinha que não conseguia tocar isso?

_Prof. Michel: Não, não, não, Srta. Saviñón. A senhorita quase conseguiu – a olhou – Eu vejo que a senhorita tem dificuldades com o piano.

_Dulce: Me desculpa, professor. Eu não tenho muita pratica e me perco facilmente. – disse envergonhada. – ela me lançou um olhar serio, parecia envergonhada por admitir isso na minha frente.

_Prof. Michel: Entendo! – disse parecendo meio pensativo. – então vamos ter que trabalhar isso. Não posso permitir que fique para trás na minha turma. – ele caminhou até mim e eu percebi o que ele estava pensando. – Então tenho certeza de que o Sr. Uckermann terá o prazer de lhe ajudar nisso. Não tenho tempo de te dar atenção especial e ele está aqui para isso. Sem querer lancei um sorriso de lado e vi que ela não gostou muito da idéia.

_Dulce: Professor, eu posso me juntar com a Angel e ela pode me ajudar – tentou convencê-lo.

_Prof. Michel: Não senhorita, sua colega perderia tempo te ajudando em vez de aprender. O Sr. Uckermann fará isso sem problemas não é? – me olhou ao perguntar.

_Ucker: Sim senhor, sem problema nenhum. Posso até ajudá-la depois das aulas pra ter um resultado mais rápido. – sugeri e o professor parece gostar da idéia.

_Prof. Michel: Ótimo! Se reúna com a Srta. Saviñón após a aula para combinar os horários. – ele disse e então se virou para continuar a aula. Olhei para a Dulce com um sorriso no rosto e vi que ela não parecia ter gostado da idéia. Me olhou furiosa e cruzou os braços como uma menina birrenta. Ri ao ver aquilo e voltei a me concentrar na aula.