Killer escrita por Hugo Campanaro


Capítulo 3
Capítulo Dois - Diversão em forma de Policiais




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A julgar pelo horário que a garota havia chegado em casa, concluí que ela trabalhava a noite. Seria estranho uma garçonete do Manhattan’s Pub trabalhando durante o dia.

Eu não sei vocês, mas eu prefiro beber à noite. Se bem que sair durante o dia não dá muito certo pra mim até que eu recupere meu relógio... Ah deixa pra lá! Vocês nunca vão entender mesmo!

Durante o dia eu dormi. Estava bem protegido ali. O sangue da humana iria cobrir meu cheiro de vampiro e provavelmente, não teríamos companhia tão cedo.

Pela noite, eu levantei do sofá e fui ver a garota no quarto. Ela não parecia nada bem.

Tive de me conter muito para não rir do sofrimento dela. Estava toda descabelada, seu rosto estava suado e seus braços que outrora eram bem claros, estavam vermelhos por conta das cordas.

Agachei-me perto dela e ergui seu rosto para que ela olhasse pra mim.

- Acho que você aprendeu sua lição... – Eu disse tentando soar como a Madre Tereza de Calcutá, mas não funcionou muito bem.

Pobre Madre... Tentou me ajudar a alguns anos atrás.

Soltei os braços da garota e a ajudei levantar do chão. Suas pernas estavam tremulas e ela não estava se agüentando em pé.

- Você tem um tempo para se arrumar e se alimentar antes de irmos para o pub.

- Irmos? – Ela perguntou com uma voz baixa.

- Você não pensou que eu fosse deixá-la ir sozinha, pensou?

- Claro que não – Ela disse Sarcasticamente.

Me arrumei e sentei no sofá onde eu havia dormido, e aguardei até que ela ficasse pronta. Enquanto caminhávamos pela rua onde eu havia seguido ela, eu dava as orientações para que ela continuasse viva.

- Não adianta você tentar pedir ajuda – Eu disse – Se eu ver que você está comentando algo a mais com suas amiguinhas além dos bilhetinhos e pedidos dos clientes... Eu vou acabar com você. E você sabe muito bem que eu posso acabar com você!

Ela parou pouca a minha frente e me encarou. Cara a Cara.

- Escuta só, O que você quer? – Disse ela em tom bravo.

Não sei como, mas eu ainda não estava acostumado com a coragem dela.

Com uma sobrancelha arqueada eu respondi.

- Eu só quero diversão... E não esquenta; matar você não faz parte dessa diversão!

Segurei um sorriso e continuei andando, puxando-a pelo braço.

***

Assim como todos os outros pub’s, de qualquer outro lugar do mundo, a única coisa que víamos ali eram bêbados, sinuca, garçonetes bonitonas e rock n’ roll dos anos 80. No momento em que entramos, tocava Bed of Roses do Bom Jovi.

Soltei a garota logo na porta, e entrei no pub como se não a conhecesse. Me sentei bem próximo ao bar e fiquei observando-a.

Ela agia naturalmente, mas toda vez que me via sentado e observando-a, a cor sumia do seu rosto. Quase como se ela ainda tivesse esperanças de que eu fosse embora e a deixasse em paz, e todas as vezes que ela me olhava eu dava um jeito de provocá-la com uma piscada.

- Hey Garçonete – Eu a chamei – Quero um pouco de Vodka!

Ela me olhou desconfiada, mas percebeu que eu estava falando a verdade.

- Mais alguma coisa?

- Sim... Não esqueça nosso pequeno combinado – Eu sussurrei para ela.

Relutante, ela se virou e saiu andando. Em pouco tempo ela estava de volta com uma garrafa de vodka em uma mão e dois copos na outra.

- Dois copos? – Perguntei – Acho que estou sozinho...

- Acho que posso te fazer companhia – Ela disse enquanto enxia os dois copos.

Sentindo que aquilo seria um desafio, eu aceitei a companhia dela ali.

Alguns copos depois ela disse:

- Vamos abrir o jogo! O que você quer comigo?

- Ah... Qual é? Você não está se divertindo, querida?

- Não! – Ela quase gritou –Não é legal passar uma noite inteira e um dia amarrada aos pés da cama. Não é legal ter a companhia de um estranho dizendo que pode me matar a qualquer momento!

- Não fiz nada além do que você merecia... E não disse nada além da verdade!

Eu a encarei, fitando-a atentamente. Por um instante, ela hesitou, mas em seguida ela se levantou e saiu andando.

A noite continuou tranquilamente, até o fim do expediente da garota.

Ela se arrumou e nós saímos do bar. Andamos por alguns quilômetros até entrarmos em uma rua traquila.

- Charlotte Gates? – Chamou alguém e automaticamente nós dois nos viramos.

Era um policial dentro de uma viatura com pelo menos mais quatro policiais. Atras daquela viatura, havia mais uma tão cheia quanto a primeira.

- Sim – Disse ela confiante.

Ela deu um passo a frente mas eu a segurei pelo braço, puxando- para trás de mim.

- Nós sabemos dos seus planos, Sr! – Disse o policial – Sabemos que o Sr invadiu a casa da Srta Gates. Solte ela e nós poderemos negociar.

- Vocês? – Eu disse em tom de Deboche – Acham mesmo que eu vou cair nessa?

- Ninguém precisa se machucar aqui – Agora todos os policiais estavam fora de suas viaturas e com armas em punho apontando para mim.

- E ninguém vai se machucar... Se vocês derem meia volta e fingirem que não me viram!

- Solte a garota! – Disse um dos policiais dando um passo a frente.

Eu me aproximei dele e com um movimento rápido, tomei a arma das mãos dele.

Ainda na mesma energia, eu o puxei para o meu lado e apontei a arma na cabeça dele.

- Caso vocês não façam o que eu disse, quem vai morrer será ele! – Ameacei.

Foi dificil negociar com os policiais. Na verdade, foi impossível.

Tive de quebrar o pescoço do policial que estava comigo, para mostrar a eles que eu estava falando sério.

Olhei para o lado e a garçonete – Que agora eu sabia que se chamava Charlotte – estava assustada. Chorava e tentava se manter longe de mim.

A puxei para mais perto e segurei-a pelo pescoço.

- Se afastem! – Eu disse ferozmente – Ou então quem vai morrer é ela!

- Calma Sr! – O Policial disse se afastando com todos os outros – Qual o seu nome?

- Vai pro inferno! – Respondi.

Irritado, o policial atirou contra mim, mas eu puxei Charlotte para Frente, de modo que ela serviu como escudo humano.

Olhei incrédulo para o policial e comecei avançar. Todos eles atiraram contra mim, mas as balas penetravam e logo em seguida caiam, fazendo com que meu corpo se regenerasse rapidamente.

Avancei contra os policiais, matando um por um, e por último, me alimentei do policial que pouco tempo atrás ditava as ordens.

Quando terminei de me alimentar, Charlotte Gates já estava quase no final da rua.

Ela corria com dificuldade, deixando um rastro de sangue por onde passava.

O Tiro havia acertado o abdomen dela, e ela estava com as mãos naquela região.

Comecei seguí-la lentamente, sentindo o cheiro delicioso do sangue dela.

Quando a brincadeira estava começando a ficar entediante, eu a segurei pelos cabelos, evitando que ela continuasse andando.

- Por favor! – Dizia ela, fraca – Não me mata por favor!

A olhei e se eu fosse humano, teria sentido pena. Mas como eu não era, soltei uma gargalhada.

Coloquei minhas presas pra fora e mordi meu pulso. Coloquei o pulso na boca dela e ela bebeu do meu sangue. Em pouco tempo, a bala que a havia atingido no abdomen pulou para fora e a ferida cicatrizou.

Mesmo sem perder sangue, Charlotte continuava fraca.

Peguei-a nos braços e comecei andar de volta para casa.


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