Killer escrita por Hugo Campanaro


Capítulo 2
Capítulo Um - Um esconderijo não muito solitário




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Nova York sempre fora um dos meus lugares preferidos no mundo. Principalmente no inverno.

Geralmente, os Norte Americanos não são tão hospitaleiros quanto o povo brasileiro, mas não deixam de ser gentil à sua maneira.

De qualquer forma, eu estava de volta após uma longa temporada em Londres, e dessa vez, eu esperava que as coisas fossem um pouco diferentes do que havia sido na última vez.

Antes de começar causar pânico nos americanos, eu precisava de um lugar para ficar.

Enquanto caminhava pelo lado Residencial de Manhattan, percebi um movimento por perto. Calculei que seja lá onde estivesse, era humano, por isso não me amedrontei.

Eu podia sentir cada movimento, cada respiração, pulsação e cada passo.

Corri para uma rua pouco iluminada e paralela à que eu estava. A Iluminação estava muito fraca, portanto, não foi dificil me esconder nas sombras que surgiam ao longo da rua.

Não demorou muito para que eu a avistasse. Caminhava com cautela, mas não foi capaz de perceber que eu a estava seguindo.

Usava um uniforme de garçonete, com as letras MP bordadas em vermelho no bolso da blusa.

Era dificil me controlar, mas eu não podia perder a oportunidade.

Esperei que a garota parasse e, enquanto ela abria a porta de uma casa, eu a rendi.

- Por favor, não faça nada comigo! – Ela implorava.

- Abra a porta – Eu disse pausadamente – E não vai demorar pra eu te matar se você tentar alguma coisa!

A humana estava em desespero já. Suas mãos tremiam e ela mal conseguia colocar a chave na fechadura.

O escuro da casa não me impedia de enxergar perfeitamente ao redor. Entrávamos diretamente na sala, onde havia uma estante enorme, cheia de livros, um jogo de sofá, uma pequena mesa de centro... Havia também uma porta que dava para a cozinha e bem no canto direito da cozinha estava uma porta, que por conclusões obvias, deviam dar para o quintal.

Na sala, havia uma escada que dava para um segundo andar, onde provavelmente havia os quartos e mais alguns comodos.

Uma casa grande e aconchegante. Perfeita para morar.

- Quem mais mora aqui? – Perguntei em tom intimidador.

- Eu moro sozinha – Ela disse quase chorando.

Eu a segurei pelos cabelo e tornei a repetir a pergunta, obtendo uma resposta com mesmo sentido.

- Eu moro sozinha – Disse ela – Me solta!

O medo dos humanos era um dos meus maiores entretenimento. Era divertido ver o quanto eles tinham medo de nós, sem mesmo nos mostrarmos completamente fortes.

A empurrei para o sofá, onde ali ela se encolheu.

A Porta estava trancada, e antes que ela pudesse pular a janela eu iria segurá-la caso ela tentasse fugir.

- Vou precisar fazer algumas adaptações nesse lugar – Eu falei para mim mesmo.

- Olha, se você quer dinheiro... – Disse a garota se levantando, ainda tremendo de medo – eu não guardo dinheiro em casa... É perda de tempo!

Eu a olhei com atenção, certamente admirado pela coragem dela de se pronunciar sem que eu pedisse qualquer opinião da parte dela, e em seguida gritei:

- Cale a boca e sente-se!

Provavelmente ela se assustou com o grito, pois ela deu um pulo e se sentou rapidamente, tremendo de medo.

Dei um sorriso satisfeito de lado e voltei a avaliar a casa.

A Primeira coisa que eu fiz foi destruir todo meio de comunicação existente ali. Tirei o único telefone que havia pendurado na parede entre a cozinha e a sala, e dei um jeito de quebrar o fio que provavelmente era usado para a internet.

Depois passei em todos os cômodos fechando as cortinas, de modo que não penetrasse raios de sol na casa, apenas fosse iluminada.

Voltei para a sala e me sentei satisfeito, colocando as mãos atras da cabeça.

- Agora sim... Perfeito! – Eu disse e olhei para a garota, que se encolhia no sofa, me olhando com medo – Ah garota... Não se sinta assim! Eu apenas preciso de um lugar... Sabe como é... Não podemos ficar rondando por aí normalmente.

Soltei uma gargalhada maléfica e a garota se levantou rapidamente, tentando correr para a janela, como eu havia previsto.

Levantei-me apressado e a segurei pela cintura, puxando-a e empurrando-a contra a parede oposta a que ela estava.

Antes que ela pudesse se dar conta do que estava acontecendo, eu a segurei pelo pescoço, tirando seus pés do chão por alguns centímetros para que ela ficasse da minha altura.

- Eu não tenho muito senso de humor – Disse levemente irritado – E eu vou quebrar o seu pescoço na próxima vez que você tentar fazer isso! Estamos entendidos?

Ela balançou a cabeça positivamente e eu a soltei bruscamente. Ela caiu no chão de joelhos, tossindo e lutando para recuperar o ar.

Mais um movimento daquela garota que me surpreendeu. Havia muito tempo que eu não encontrava humanos tão corajosos como essa. Isso me rendia muito mais diversão que o habitual.

Quando ela finalmente se recuperou, eu a peguei pelo braço – apertando com muita força – e a levei para um dos quartos da casa, onde eu comecei a amarrá-la aos pés da cama.

Ela se debatia e tentava acertar golpes em mim, e alguns até me acertavam, mas aquilo não chegava nem perto de me machuar.

- Você vai ficar ai – eu disse – até aprender não brincar comigo!

Coloquei um pano na boca dela para que ela também não gritasse e me levantei, encarando-a de braços cruzados.

- Não precisa ser sempre assim... Se você se comportar, eu lhe darei toda liberdade merecida – Caminhei até a porta e olhai para tras – Amanhã eu venho te soltar para você ir trabalhar.


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