[/Casa dos Kaulitz...

- Bill, você pegou o telefone dela?   ̶   Perguntou Tom, enquanto vestia a camiseta.

- De quem?   ̶   Perguntei confuso.

- Da tal Yan, ou por acaso ela é garoto, bem que eu sabia, aquilo não é nome de mulher!   ̶   Tom exclamou com um sorriso idiota no rosto.

- Dã, ela é garota sim, é irmã de um cara que toca no Cinema Bizarre.   ̶   Falei enquanto arrumava o cabelo.

- Hum, interessante, e você só descobriu isso sobre ela?   ̶   Tom sentou em uma cadeira e passou a me encarar.

- Por que? Se interessou nela? Você não muda mesmo!   ̶   Olhei para Tom e comecei a rir.

- Acha que vou me interessar por ela? Uma garota com nome de homem? Tsc! Até parece.   ̶   Tom levantou da cadeira e deu uns tapinhas em minhas costas.

- Sei, pra você tanto faz o nome, o importante é que ela tenha uma....   

- Tudo bem, já entendi, agora se arruma de uma vez, esse cabelo não pára em pé sozinho.   ̶   Tom pegou o casaco que estava sobre a cama e saiu do quarto.

[/Casa da Yan...

Acordei tarde naquele dia, já deveriam ser umas 3 da tarde, e a festa seria às 5, vesti uma roupa qualquer e fui até a cozinha para comer alguma coisa.

- Bom dia dorminhoca, como foi de noite?   ̶   Perguntou Yu, me entregando um envelope branco.

- O que é isso?   ̶   Peguei o envelope e passei a fitá-lo, procurando pelo nome do remetente.

- Deixaram isso no correio pra você, será que é do seu novo namorado?   ̶   Yu apertou minha bochecha esquerda e começou a rir.

- Namorado?   ̶   Será que o Yu estaria louco? Só pode estar bêbado.

- O Kaulitz, fiquei sabendo que o conheceu.   ̶   Yu arqueou a sobrancelha e riu discretamente.

- Até parece, eu apenas me perdi e ele me ajudou.   ̶   Sentei-me à mesa e larguei o envelope perto do prato de sanduíches, depois servi um copo de suco e tomei um gole, junto com meu comprimido diário.

- Bom dia gente, dormiram bem?   ̶   Strify sentou-se ao meu lado na mesa e pegou um sanduíche, ele estava com um sorriso enorme no rosto e seus olhos estavam transbordando de alegria.

- Strify, está bem?   ̶   Segurei sua mão e olhei fixamente para ele.

- Claro que estou, não podia estar melhor, o dia está tão bom, e depois vai ter a festa, estou muito ansioso.   ̶   Strify deu uma mordida no sanduíche e logo levantou da mesa.

- Desculpem a pressa, mas eu tenho que ir num lugar, até daqui a pouco.   ̶   Assim como chegou, logo ele foi embora.

- Sabe por que o Strify está tão feliz?   ̶  Yu pergunta, fazendo uma cara de intrometido, tipo aqueles vizinhos chatos que cuidam da sua vida por você sabe...

- Não aconteceu nada, eu juro!   ̶  Me surpreendi com a pergunta, por que raios ele acha que eu saiba o motivo de alegria do Strify?!

- Ah, é que vocês ficaram sozinhos aqui ontem, e eu pensei que talvez...   ̶  Yu interrompeu e fez uma cara cínica, me olhando fixamente.

- Não! Não fizemos nada! A gente só....

- Calma! Fica calma, só estou brincando, eu sei por que ele está assim.   ̶  Yu começou a rir da minha reação apavorada.

- E por que ele está assim?    ̶   Questionei.

- Você vai saber, agora arruma a mesa e vai se vestir, a festa começa em duas horas.   ̶  Yu deu um beijo em minha bochecha e saiu da cozinha.

Agora tinha ficado curiosa, que surpresinha o Strify estava reservando para nós?

Mas fiquei mais curiosa ainda ao ver que o envelope que estava sobre a mesa, havia sumido, como eu não dei falta dele antes?

[/Algum tempo depois, na casa do Shin...

- Acha que ela vai gostar?   ̶  Perguntei para Kiro, que sorriu e respondeu.

- Ela vai amar, quem melhor para fazer isso do que você Strify?   ̶  Kiro levantou-se do sofá e fitou o anel dentro da caixinha.

- Mas tem certeza que precisa dar um anel? Afinal, vocês não vão noivar, é apenas....   ̶  Shin dizia, mas foi interrompido pelo som do meu celular tocando, era a Yan.

- Oi Yan, como está?   ̶  Perguntei, enquanto colocava a caixinha com a jóia dentro do bolso.

- Eu estou bem, sabe, eu queria falar com você.   ̶  Ela respondeu, com uma voz um tanto receosa.

- Pode dizer meu anjo, o que é?   ̶  Perguntei, preocupado com o tom de voz dela, parecia preocupada, um tanto triste.

- Tem problema se eu for mais cedo para a festa? Não estou me sentindo bem em casa, e o Yu está indo na casa do Shin para encontrar vocês.

- Tudo bem, quer que eu vá com você?   ̶  Perguntei, mais preocupado ainda, afinal, Yan sempre ia aos lugares comigo e com Yu, por que havia ficado sozinha?!

- Obrigado, vejo vocês logo.   ̶  Ela respondeu e em seguida desligou o telefone.

[/Algum tempo depois, no salão de comemorações da Universal Music.

Quando cheguei no salão, ainda não havia ninguém, a não ser aquela figura sentada em uma mesa, ao fundo do lugar, com uma taça na mão e um cigarro na outra.

- Bill? Chegou cedo.   ̶  Sentei-me à mesa e o acordei de um tipo de transe em que ele se encontrava.

- Oi, nem te vi, chegou cedo também, por que?   ̶  Bill largou o cigarro no cinzeiro e sorriu.

- Não estava me sentindo bem em casa, então resolvi vir mais cedo. 

- Hum, bem eu também não quis ficar em casa, tem muito barulho lá hoje, o Tom conheceu uma garota e ....

- Eu sei, conheço a fama dos Kaulitz.   ̶  Interrompi Bill e desviei o olhar, o que fez com que ele ficasse encabulado e confuso.

- DOS Kaulitz?   ̶  Perguntou Bill, colocando ênfase em dos.

- Sim, mas bem, como andam as namoradas?   ̶  Perguntei, afinal aquilo era um assunto normal para ele, aposto que em seu tempo livre, ele gosta de falar sobre as garotas com quem ficou, típico de homens.

- Com as pernas, bem, se eu tivesse algumas, não consigo nem ao menos uma!   ̶  Ele exclamou e começou a rir.

- Ah, como assim? Quer dizer que não tem tanta sorte assim?   ̶  Perguntei, admito que comecei a achar que estava um pouco mal informada.

- Na verdade, o mais namorador de nós é o meu irmão.   ̶  Bill responde, um pouco tímido.

- Hum, entendo, bem, no Cinema Bizarre, acho que o mais namorador é o meu irmão, o Yu.   ̶  Comecei a rir, lembrando-me das namoradas que Yu havia me apresentado.

- Vocês são mesmo irmãos? Afinal, você tem olhos escuros e ele não, se bem que o cabelo é parecido.   ̶  Disse Bill, passando os dedos por entre as mechas que estavam perto do meu rosto.

- Não somos irmãos de verdade, somos primos, minha mãe faleceu quando eu nasci, e a mãe do Yu, que é minha tia, cuida de mim desde criança.   ̶  Respondi, um pouco triste com a situação.

- Ah, desculpe, eu não quis fazê-la...

- Tudo bem, não se preocupe, eu nem a conheci, então não tenho muito para lamentar.   ̶  Me encolhi na cadeira e passei a fitar o chão, cabisbaixa e triste.

- Sabe, você é muito legal, espero que nos tornemos amigos.   ̶  Bill segurou minha mão que estava sobre a mesa e sorriu.

- Bill, você é muito legal também, gostei de ter te conhecido!   ̶  Retribui o sorriso e coloquei minha outra mão por sobre a dele.