Alice não entendeu bem o porque do irmão insistir em conhecer sua amiga , sua desconfiança se tornou uma curiosidade sem tamanho. Ela queria entender seus motivos , queria ajudá-lo , e mesmo sem poder saber , só o fato de ela ajudar o irmão , e o fazer sorrir , seria um grande presente.

— Quer o número do telefone também ? — perguntou olhando o irmão , que estendeu ainda mais o sorriso.

— Seria ótimo — ele falou , sem disfarçar a felicidade que lhe transbordava.

Eles comeram , conversaram , riram , mas ele evitou falar sobre a garota - Isabella - com a irmã , queria guardar isso pra si , pelo menos por enquanto.Ao se despedir da irmã Edward logo entrou em seu carro , mas não o ligou , ficou com o carro parado pensando nela , Isabella , agora ele sabia o nome dela , e era lindo , como ela , tinha seu endereço e seu número , agora só esperaria ela voltar para descobrir o segredo que guardava em seu coração.

Os dias se passaram arrastados para Edward , não dormia direito de tanta anciedade , mal falava com as pessoas , só em alguns momentos que ligava para Alice , a viagem de Isabella se prolongou para dez dias , e com isso Edward ficou numa anciedade que parecia não acabar jamais.

Angústia , solidão , voltou a ser como antes , faltavam três dias , mas para ele era uma eternidade , ele estava aflito , confuso , e aquela tristeza que o dominava antes de sonhar com a garota se fez presente , ele precisava dela , mesmo sem conhecê-la , sentia falta dela , deduziu que talvez estivesse nutrindo sentimentos por uma pessoa que nunca viu pessoalmente , nunca ouviu sua voz , espere , sua voz ... teve uma ideia .

Pegou rapidamente o papel onde a irmã havia anotado o número dela , apertou o papel contra seu peito , pegou o celular e encarou o número por alguns instantes , pensou que poderia assustá-la , não poderia ligar e dizer " Oi , sonhei com você , depois achei uma foto sua e comecei uma procura por você , espera , acho que gosto de você ! " , não poderia dizer isso , a assustaria . 

Colocou o celular no número restrito e ligou para a garota do sonho .
Estava chamando ... e seu coração pareceu não suportar aquele minímo espaço dentro de seu peito , ele queria sair , batia rapidamente , como se fosse sair pela sua boca em qualquer momento . Chamando ... suas mãos suavam ele estava suando por inteiro .

 — Alô ? — escutou sua voz , ele escutou sua voz ! — Alô ? — ela repetiu.

Mas não teve coragem de lhe responder , seu instinto lhe fez desligar o telefone .

Sua voz era doce e suave , ao mesmo tempo grave e , perfeita , pensou . Ele tinha que ouvir mais , não devia ter desligado , mas não teve coragem de ligar de novo , pensou que talvez morresse se tentasse , pois seu coração chegou a um ponto extremo , quase explodiu em seu peito com a emoção.

Três dias se passaram e finalmente chegara o dia em que ela voltaria , Edward ficou desde manhãzinha do outro lado da rua da casa da garota , esperando o momento em que ela chegasse , ficou até quase o fim da tarde, quando um carro preto parou em frente a casa. Seria ela ?

Um homem moreno desceu do lado do motorista e seguiu com um sorriso até a porta do passageiro , ele abriu a porta como um gentil cavalheiro e Edward viu a figura da mulher saindo do carro , ela usava uma calça jeans escura , camisa xadrez - verde e preto- , jaqueta azul escura e allstar.

Ela estava com os cabelos soltos . " Ela é linda " - Pensou .

Ela sorriu para o moreno , muitas coisas passaram por sua cabeça , ele pensou em ir embora e deixar o casal em paz , mas uma força não o deixou ir, uma força que veio de dentro. - " Tenho que falar com ela " - pensou consigo.

Isabella deu um beijo no rosto do moreno e ele seguiu para o carro , ela acenou e o carro se foi pelas ruas . Edward ficou aliviado.
Ela entrou em sua casa , e depois de algum tempo Edward tomou coragem de tocar a campainha .

Suas mãos estavam trêmulas , mas com muito esforço conseguiu o fazer .

Alguns segundos depois ela abriu o portão da casa , seus olhos castanhos os encararam por um instante .

— Sim ? — falou sem graça.

— Você é Isabella ? — perguntou já sabendo a resposta , mas aquela foi a única coisa que lhe veio a cabeça.