Onze meses depois (Agosto)

Estava preparado! Sabia disso! E mesmo que aquilo fosse apenas um treinamento, tinha certeza absoluta que não erraria nada dessa vez. Mas mesmo assim, sentiu o corpo ficar gelado e o coração bombear mais rápido, quando ouviu o grito de dor de Bella. Correu o mais rápido possível até a sala, onde Bella se encontrava fingindo um trabalho de parto.

- Bella o que aconteceu? – perguntou com o coração aos saltos.

- Acho que minha bolsa estourou. Chegou a hora, Edward! – Bella sabia fingir muito bem.

No entanto, mesmo sabendo que aquilo não passava de um fingimento proposital, foi impossível não sentir uma vertigem correr por seu corpo. Balançou a cabeça e respirou fundo. Não iria fraquejar naquele momento, pois quando o dia verdadeiro chegasse não poderia dar vazão ao desespero que com certeza tomaria o seu corpo. Soltou o ar com força e deu continuidade ao seu trabalho.

- Calma meu amor, vou ligar para a médica. – então Edward correu a procura do seu celular que estava no quarto.

- Está doendo tanto! – Bella fez uma careta. – Ahhhhhhhhhhhhhhhhh...!!!

- Bella, precisa disso tudo? – disse quando retornou, Bella parou no mesmo instante de gritar.

- Você acha que vou fazer o quê na hora que essa criança estiver fazendo força para sair? Gargalhar? Conversar amenidades? Lógico que não! Isso pode ser um treinamento, mas temos que pensar que é real, para que nada de errado aconteça na hora certa, ok?

- Mas gritando desse jeito os vizinhos... – Bella lhe lançou um olhar fulminante o fazendo parar na hora. – Ok! Pode voltar a gritar. – e foi isso que Bella fez. – Ok. – fingiu discar um número no celular. Esperou um pouco e voltou a falar. – Blá-blá-blá.

- Edward! – Bella bufou.

- Tá bom! – soltou o ar novamente. - Dra. Carter, Bella está em trabalho de parto e o que eu devo fazer? – esperou um momento pelas supostas explicações da doutora e desligou o celular. – Ela vai nos encontrar na clínica. No Anexo B.

- Certo.

- Vamos!

Então Edward ajudou Bella a se levantar do sofá. Esse momento não foi fingimento por que, em função da grande barriga de quase 30cm, já estava se tornando impossível se locomover como antes. Ele pegou as chaves do carro, da casa, pegou Bella pelo braço e a rebocou de casa.

Lentamente e aos gritos de Bella desceram pelo elevador até a garagem. Encontraram, na saída do elevador, Harry, o porteiro, que entrou em pânico ao ver Bella respirando rapidamente enquanto Edward a segurava pela cintura. Foi difícil convencer o porteiro de que aquilo era apenas um treinamento. Harry disse um até logo com uma expressão descrente.

Voltaram à encenação até o momento que Edward entrou no carro, depois de ajudar Bella a se acomodar no banco traseiro. E foi com um ar de contentamento que Edward virou-se para Bella.

- Fiz tudo certinho não fiz? – Bella soltou uma longa respiração e cruzou as mãos em cima da barriga.

- É... – o sorriso de Edward se alargou. – Só esqueceu as malas. Minha e a do bebê. – o sorriso de Edward murchou.

- Ah, Bella, são só malas.

- Por o acaso você quer que eu e seu filho, ou filha, saiamos nus da clínica? – ela arqueou uma sobrancelha.

- Não. Mas o mais importante não me esqueci dessa vez, você. – sorriu sem graça lembrando-se do trágico dia que Bella inventou o Treinamento Para o Parto, ou TPP, como ela gostava de falar.

Naquele dia, depois de todos os procedimentos pensados e ensinados por Bella, Edward ficou tão sem ação que simplesmente saiu de casa, fingindo falar com a Dra. Carter ao telefone, e esqueceu Bella sentada no vaso sanitário do banheiro do quarto deles. Totalmente descrente Bella esperou pacientemente Edward, cabisbaixo, voltar para casa. No dia seguinte ela sequer lhe deu bom dia.

- Ainda bem...

- E mesmo que eu esqueça na hora, nossos amigos servem para quê mesmo?

- E quem vai lembrá-los isso?

- Alice. – respondeu como se fosse uma resposta óbvia. Bella arqueou uma sobrancelha. - Qual nota ganho?

- Hum... 6.

- 6?! – Perguntou descrente.

- Perde dois pontos por cada mala esquecida.

- Mas Bella...

- Me ajude a sair desse carro. Esta quente aqui dentro. – isso significava que não teria mais conversa e que ele se contentasse com a nota.

Ainda frustrado, Edward tentou argumentar enquanto voltavam para o apartamento, mas de acordo com Bella, era essencial que ele, como pai, devesse lembrar tudo, por que ela, como mãe em trabalho de parto, talvez esquecesse até de seu próprio nome quanto mais se lembrar de malas e outras coisas. Não muito contente Edward entendeu, mas não aceitou.

- Vamos tentar de novo? Prometo não esquecer nada dessa vez. – pediu com carinho e olhos pidões.

- Talvez outro dia. Meus pés estão doendo. – Bella sentou-se com dificuldade no sofá e só a sensação de relaxamento nas pernas foi motivo para soltar um gemido. – Aquela ida ao Wal-mart acabou comigo.

Edward sentou no chão, de frente para Bella, passando a massagear os pés da esposa.

- Hum... isso é tão bom. – Edward riu. – Tão bom, tão bom que quase me faz ter um orgasmo. – Edward gargalhou.

- Só você mesmo.

- Vai trabalhar hoje?

- Você sabe que me dispensei durante dois meses. E antes que pergunte de novo, Jasper está tomando conta de tudo. E antes que questione, de novo, se Alice deixou, você sabe que Jasper e eu fizemos um acordo e que, quando Alice chegar ao oitavo mês, ele também vai ter esse recesso.

- Hum.

- Qual o problema de eu ficar em casa e cuidar de você, minha esposa lindamente grávida?

- Você não está cuidando e sim me deixando maluca com essa super proteção exagerada.

- Todo cuidado é pouco.

- Não estou com uma doença terminal, Edward. – Bella relaxou consideravelmente quando Edward apertou um ponto do seu pé. – Mas eu deixo você continuar com essa massagem. – soltou outro gemido. Edward sorriu.

- Você poderia gemer menos? – ele perguntou fitando o semblante de satisfação de Bella. – E a sua feição também não esta ajudando muito.

- Qual o problema?

- Estamos há quase um mês sem. – ele disse com um sorriso zombeteiro. – Eu não sei você, mas estou me controlando ao máximo para não atacá-la nas últimas noites. – Bella riu.

- Jura? – ele apenas confirmou com um aceno de cabeça. – Um mês? Por que não disse isso antes?

- Achei melhor esperar você tocar no assunto. Não queria fazer pressão em cima de algo que já não pode ser satisfatório para você. Com todo esse peso e cansaço que você carrega...

- Edward, você não existe. – Bella gargalhou.

- Não sei qual a piada. – ele emburrou parando de massagear os pés dela.

- Você e toda essa preocupação comigo.

- Deveria me preocupar menos? – perguntou com o cenho erguido.

- Não. Só não concordo em você se esquecer de você mesmo. – disse pegando as mãos de Edward.

- Prioridades. – ele beijou as mãos de Bella. – Você sempre vem em primeiro. Agora são vocês. – então ele beijou a barriga de Bella, que sorriu carinhosamente.

- Venha cá. – Bella fez com que Edward ficasse de joelhos entre suas pernas e o beijou o mais apaixonadamente que pode.

O beijo, calmo no início, foi se transformando em algo incontrolável quando as línguas, enfim, se encontraram. Foi impossível para Edward não soltar um gemido, afinal ele estava por demais na vontade. Porém, mesmo sentindo seu amigo pulsar de felicidade com o que aquilo poderia significar, ele interrompeu o desejoso beijo, com vários selinhos.

- O que foi? – perguntou Bella sentindo que Edward tentava se distanciar.

- Não está ajudando muito. – ele tentou se levantar, mas ela não deixou o segurando pelo braço.

- Não entendi.

- Não quero que pareça que você só quer fazer por que eu falei.

- Bem. Não que isso seja uma mentira, mas... – Bella mordeu o canto da boca. – Agora eu quero.

- Bella...

- Não estou fazendo isso por você. Aliás, eu nunca fiz. – então ela puxou o rosto de Edward para junto do seu e beijou-lhe com ainda mais fervor.

- Bella... – ele murmurou entre beijos.

- Edward cala a boca. – ela disse languidamente.

- Ainda me sentindo um pedinte.

Bella parou de beijar-lhe o pescoço, passando a beijar a linha do maxilar até chegar ao ouvido de Edward.

- E agora? – perguntou em um sussurro, fazendo uma de suas mãos percorrer o tórax dele e parar em seu membro rijo embaixo da calça. – Continua um pedinte?

- Hum... passou. – Bella sorriu safadamente.

- Para uma mulher grávida você está bem safadinha, heim. – disse ele tirando a blusa de Bella.

- Sempre fui. – ela tirou a dele sorrindo e beijou a base de seu pescoço.

- Esta mais.

- Reclamando?

- Nunca!

- Então?

- Só apreciando... e gostando do que estou vendo. - Só nesse momento, Bella percebeu estar sem a blusa e o sutiã.

- Sério? – Bella a cada dia se achava maior, a barriga enorme, mas se considerava bonita para uma mulher grávida, porém, menos atraente.

- Sempre. Mas agora, com tudo isso – Edward passou as mãos pelos braços, seios e pela barriga de Bella – Fico mais maluco e... totalmente... passo a me considerar um tarado.

Bella gargalhou, mas parou assim que sentiu os lábios de Edward em seus seios.