A Festa Do Divórcio escrita por Dri_Volarius


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa noite e olá a todos que ainda acompanham essa história e bem vindo e àqueles que começaram agora!
Estou muito feliz por enfim conseguir terminar de escrever essa história que foi demorada pela minha vida extra fic's.
No mais conversaremos melhor lá em baixo, por que tenho certeza de que vocês não estão nem ai para minha emoção, mas sim super ansiosos para ler o último capitulo da "Festa do Divórcio"



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Nada que falasse fazia com que as duas lhe contassem para onde a estavam levando, até mesmo dizer que era uma mulher extremamente grávida e que poderia dar a luz a qualquer momento. Então, inconformada, cruzou os braços em cima da barriga, fechou a cara e deixou as duas falando somente uma com a outra.

- Ah, Bella, não precisa ficar assim – disse Alice no banco ao lado de Rosalie que dirigia o carro.

Assim que soube que a levariam para algum lugar e teriam que ir de carro, Bella bateu o pé intimando Alice a sentar no banco do carona, pois não confiava nas habilidades suicidas que Alice tinha dirigindo um carro.

- E você quer que eu fique como? – falou em direção a amiga, mesmo não podendo vê-la.

- Menos emburrada para aproveitar o momento? – não era uma pergunta mesmo que tenha soado como uma.

- Estou limitada de minha visão, como você quer que eu aproveite o que não posso ver?

- Por que por hora você não precisa ver nada – disse Rosalie como se fosse o óbvio.

- Por que não podem me contar para onde estão me levando? Nos levando, na verdade – lembrou que Edward estava em outro carro, com Emmett e Jasper, igualmente vendado.

- Por que é uma surpresa? – Alice parecia estar adorando todo aquele momento e Bella não sabia por que.

- Mas não poderiam ter feito essa surpresa outro dia? – Bella perguntou choramingando.

Não havia dormido direito durante a noite. Qualquer posição que procurava não era suficiente para deixá-la confortável com aquela barriga, principalmente com as dores nas costas que começou a sentir no final da tarde do dia anterior. Porém, quando enfim havia encontrado um pouco de sossego corporal na tarde daquele dia, seus amigos invadiram sua casa. Alice e Rosalie intimaram Bella a colocar uma roupa mais decente antes de vendá-la e levá-la calmamente até o carro. Mesmo esperneando e exigindo explicações, por que Bella estava bastante exigente no final da gravidez, fez o que as amigas pediram.

Embora ambas tenham sido gentis com Bella, Emmett e Jasper não o foram com Edward. Bella só pode ouvir o barulho da luta que travaram na sala para conseguir agarrar Edward, que tentava uma fuga desesperadora para o quarto, para que pudesse colocar uma roupa mais adequada para sair de casa, mas os amigos não deram trégua e Edward acabou indo com a calça de moletom e a camisa do U2 que usava para dormir. Pensar no estado do marido a fez rir.

- Já ta curtindo Bella? – perguntou Rosalie. Sua voz tinha um ar de riso.

- Não! – Bella fechou a cara de novo.

- Mas que ranzinza a nossa amiga se tornou! – brincou Alice. Bella apenas soltou o ar. – Ok. Já que você não quer mudar de humor vou deixar a Rosalie te contar o que fez nesse final de semana, mas só se você prometer que vai começar a se comportar melhor. Pode ser?

As antenas que só as mulheres possuem para uma boa fofoca simplesmente começaram a vibrar, fazendo com que Bella mudasse completamente sua postura antes ranzinza, para uma totalmente curiosa.

- Tá! Prometo! O que foi que você fez Rosalie? – perguntou se inclinando para frente o máximo que a barriga permitia.

- Mas é uma interesseira mesmo. – brincou Alice.

- Cala a boca Alice, deixa a Rosalie falar. – Bella esticou o braço de qualquer jeito para bater na poltrona de Alice, mas acabou batendo na amiga.

- Ai! O que foi que eu fiz?

- Ainda ta fazendo. Cala a boca! Fala Rosalie! – Rosalie soltou uma sonora gargalhada.

- Adivinha?! – brincou a amiga loira.

- Se eu fosse adivinha já teria ganhado na loteria três mil vezes.

- Bella! – Alice cantarolou. – Você não ta sendo comportada como prometeu.

- Ãin, Alice! – Bella fez birra. Mas, percebendo que se não se acalmasse as amigas não contariam o que aconteceu, respirou fundo e continuou. – Ok. Já estou me comportando. Você poderia falar o que fez esse final de semana Rosalie?

- Claro!

De repente Bella ouviu um batuque no carro. Era Alice fazendo o som dos tambores. Antes que Rosalie falasse Bella já sabia que ia surtar com a notícia.

- Você ta grávida! – Bella gritou em espanto.

- Casei! – Rosalie respondeu ao mesmo tempo.

Alice caiu na gargalhada.

- Rosalie, que susto! – Bella levou uma mão ao coração, enquanto que a outra ia à testa.

- Deus que me livre Bella. Eu, grávida? Jamais! – Rosalie entoou como uma oração.

- Você dizia a mesma coisa sobre casamentos. – Lembrou Alice.

- Mas casamentos podem ser desfeitos, filhos não.

- Acabou de casar já está pensando em separar? – perguntou Bella horrorizada. – Então por que casou?

- Eu disse alguma coisa sobre isso? – Rosalie não esperou resposta. – Tenho certeza que não. Não coloque palavras em minha boca.

- Mas...

- Rosalie, conta para Bella como foi. – Bella tinha certeza que Alice quicava no assento.

Então Rosalie desatou a contar uma história maluca sobre o final de semana passado. Emmett havia chegado de um congresso, então para recepcioná-lo, Rosalie encomendou um jantar com muitas especiarias do mar e outras coisas exóticas que Bella não sabia que existiam. Assomados pelo calor do jantar afrodisíaco, partiram na madrugada para Las Vegas e se casaram diante um homem vestido de Elvis e, tiveram como testemunhas, uma dançarina de boate, filha do Elvis e o motorista do taxi que usavam.

- Não acredito que vocês fizeram isso – Bella estava consternada.

- Se você pudesse ver repararia na enorme aliança que ela carrega. – disse Alice sorrindo.

- Só pode ser brincadeira.

- Não sei por que Bella. – Rosalie ainda tinha a capacidade de não entender.

- Mas se bem que, vindo de você, acho que não esperaria coisa diferente.

- Olha só, falou agora a garota da Festa do Divórcio! – Rosalie alfinetou. – Se você que é você fez uma Festa do Divórcio, por que eu que sou eu não casaria em Vegas de repente.

- Emmett concordou com isso tranquilamente? – perguntou Bella não acreditando que aquele Go-go-boy de princípios embarcaria nas maluquices de Rosalie.

- Lógico! E você acha que ele perderia a oportunidade de se casar comigo depois do que fez no casamento do Jacob?

- Vendo por esse lado...

- Emmett adorou a ideia e até verificou com um advogado se os papeis que assinamos realmente valem...

- E valem? – perguntou Bella.

- O pior é que valem e ainda dizem que não podemos nos separar pelos próximos seis meses. – Rosalie falava com desanimo. – Pensava que casar em Vegas fosse menos compromissado.

- Lá vem você com a história de se separar. – Bella rolou os olhos. – Depois não diga que estou colocando palavras em sua boca. E casamento é casamento onde quer que se vá.

- Mas estamos falando de Vegas! – Rosalie estava descrente.

- Acho que foram vocês que não deram sorte. – comentou Alice.

Bella sentiu que o carro começava a diminuir a velocidade.

- Quem não deu sorte fui eu. – Rosalie comentou parando o carro. – Por que o meu ursinho ta pulando louco de alegria.

- Ate parece que você tá mesmo arrependida, né Rosalie. – comentou Alice brincando.

- Não mesmo! Só não deixa o Emmett saber disso. – ela riu. – Sabe como é né, faz parte do show.

Com essa até Bella riu.

Realmente haviam parado, por que ainda rindo Bella ouviu as duas saírem do carro e abrirem uma das portas de trás para ajudá-la a sair. Foi meio difícil o processo, pois a barriga de Bella dificultou bem a operação, mas no fim, depois de muita saliva de Bella ao lembrar constantemente às amigas que tinha uma melancia na barriga que pesava uma tonelada, deu certo. Quase que instantaneamente, ouviu um carro parar ao lado e o som de risadas. Parecia que aos tropeços Emmett e Jasper tiraram Edward do carro.

- Meu marido ainda está vivo? – perguntou Bella.

- Vivo e com roupa de dormir. – Alice riu. – Vocês foram maldosos.

- Se fosse ao contrário não teria graça. – Bella ouviu a voz de Jasper a sua frente.

- Edward? – chamou.

- Aqui Bella. – ouviu a voz de Edward, mas não o sentiu ao seu lado.

- Onde você está?

- E lá sei! Estou vendado lembra? – respondeu com a voz de poucos amigos

- Ah! É mesmo. – Bella riu.

- Aqui está seu homem. – Bella ouviu a voz de Alice, para logo em seguida sentir Edward ao seu lado. Tateou o tronco do marido de lado e abraçou sua cintura.

- Como você está? – perguntou baixinho.

- Calma, Bella! Não abusamos do seu marido não. – brincou Emmett, fazendo os outros rirem.

- Não tenho tanta certeza. – Bella ronronou e Edward beijou o topo de sua cabeça.

- Estou bem e você? – perguntou Edward em seu ouvido.

- Melhor agora.

- Caramba! Esses dois não mudam mesmo! Que melação! – Jasper fingiu vomitar.

- Enquanto que com você as coisas mudam rápido, não é Jasper. – Alice reclamou e todos riram.

- Ok! Será que podemos entrar? – pediu Rosalie. – Estão nos esperando.

- Quem está nos esperando? – Edward fez a pergunta que martelou na cabeça de Bella.

- Calminha, vocês já vão descobrir.

Assim que terminou de falar, Bella sentiu Alice envolver um braço ao seu para ajudá-la a andar. Bella contou oito passos quando pararam e ouviu Jasper abrir uma porta. Deram mais três passos e sentiu Edward ao seu lado. Respirando rápido diante a expectativa de saber o que estava acontecendo, Bella sentiu tirarem a sua viseira e quando abriu os olhos tomou um susto com um flash e um estrondo de “Surpresa” que tomou conta do lugar.

Nos primeiros segundos Bella não conseguiu distinguir os muitos rosto que viu ali, mas bastou um pouco mais de atenção para reconhecê-los. Algumas amigas do trabalho, como sua secretária Ângela. Também viu alguns rostos que há muito não via, como suas amigas de universidade que participaram da mesma fraternidade, sua professora e mentora Clarissa Gray, Bella devia muito aquela mulher. Adorou ver tantas pessoas ali, mas parecia que havia deixado o melhor para o final. Olhando para ela com os semblantes mais iluminados que já havia visto, Bella encarou seus pais. Charlie Swan estava com um dos braços passado tranquilamente ao redor da cintura da esposa, Renné Swan. Ambos sorriam como se fosse a primeira vez que a viam, e pensando melhor, realmente aquela era a primeira vez que a viam com uma barriga daquele tamanho.

Assim que se descobriu grávida e depois da grande surpresa que preparará para Edward, Bella ligou imediatamente para os pais contando a grande novidade. Ambos não se contentaram com tanta alegria transmitida apenas por telefone, então resolveram visitar a filha e o genro. Passaram uma semana na companhia de Bella e a mimaram o máximo que puderam, no entanto, aquela fora a última vez que os viu. Renné com sua grande quantidade de trabalho não encontrava tempo para visitar a filha e o chefe Swan igualmente compromissado, também, não podia visitá-la, entendendo o comprometimento dos pais, sempre que podia, Bella mandava fotos de sua barriga para que percebessem a evolução do neto, e aquela era a primeira vez que a viam ao vivo e a cores. Sorriu largamente para eles.

Ao lado dos pais, estavam os de Edward. Mesmo que os conhecessem há anos, Bella sempre se surpreendia com a semelhança gritante entre Edward e o Pai, Carlisle. Mesmo com a diferença na cor dos olhos, pois Edward herdara o tom de verde esmeralda da mãe Esme, os dois eram semelhantes até na forma de ficarem parados. Era algo tão impressionante que não permitia que Bella se acostumasse e, sempre que tocavam no assunto sobre o eterno desentendimento de Edward com o pai, ela dizia que isso se dava por que eram tão parecidos um com o outro que não suportavam o espelho.

Eles sorriam assim como os outros, no entanto foi impossível para Bella não perceber o sorriso de Carlisle que sempre fora um homem sério, de poucos sorrisos e muitas cobranças para com o filho único. Aquele sorriso era diferente dos poucos que presenciou, na verdade, Bella nunca havia visto aquele sorriso em Carlisle, era um sorriso de orgulho.

Olhou para Edward e percebeu que ele também encarava o pai, porém totalmente petrificado, como se não esperasse e não quisesse o pai ali, ou então, também estivesse surpreso com o sorrido que Carlisle carregava. Foi mínimo, quase que imperceptível, mas ambos se cumprimentaram com um aceno de cabeça e, pelo sorriso que o sogro carregava, Bella tinha certeza que o que via era de grande agrado aos olhos de Carlisle. Parecia que enfim, o filho tinha feito algo bom aos seus olhos. Aquilo encheu Bella de contentamento.

Os flashes simplesmente não paravam e aquilo já estava incomodando Bella, olhou para o portador daquela desgraça e percebeu que Jasper controlava a máquina. Não iria adiantar que o pedisse para parar, pois parecia que o amigo estava se divertindo com o seu momento paparazzi, então deixou Jasper tirar as suas fotos, seria bom poder rever aquele momento.

Só quando olhou ao redor reparou que estavam no bar do Toddy, Bella torceu o nariz, por que por algum motivo obscuro não gostava daquele lugar, mas parecia que os amigos fizeram algumas mudanças ali, eram visíveis principalmente nos vários banner’s dela grávida espalhadas pelas paredes. Percebeu que a maioria eram as fotos que Vanessa tirou dela quando passaram aquele final de semana na praia. Sentiu vergonha de ver muita de sua pele exposta, mas, olhando criticamente, percebeu que as fotos estavam realmente lindas para serem mostradas. Estava bonita, isso era fato!

- E ai, Bella gostou? – perguntou Rosalie, parando a sua frente.

- Sim! Gostei! – olhou para Edward. – Mas o que é tudo isso? – perguntou com um sorriso sem graça.

- Mas é lerda essa minha amiga heim. Olha para cima, mulher! – Disse Alice depois de dar um tapa no braço de Jasper que não havia parado de tirar fotos.

E então Bella olhou. Em letras garrafais e com vários balões em formato de chupetas ao redor, Bella leu “Parabéns Mamãe e Papai!”.

- Parece que você ganhou um Chá de bebê. – comentou Edward quando o sentiu passar os braços ao redor de si e deixar um beijo no alto de sua cabeça.

- Sim! Lógico que não iríamos deixar isso passar. – brincou Alice tirando a máquina fotográfica das mãos de Jasper. – Mesmo não sabendo o sexo do bebê, decidimos que isso não seria desculpa para não fazermos o seu.

- Mas como vocês decidiram os presentes? – perguntou Bella olhando ao redor até encontrar uma mesa a um canto com vários embrulhos em cima, o estranho era que os formatos eram muito parecidos.

- Bem. – Alice sorriu amplamente como se isso ainda fosse possível. – Foi meio difícil, mas depois pareceu tão óbvio. Rosalie e eu chegamos à conclusão de que há algo que bebês precisam mais que roupas e quase o mesmo que leite materno.

- Algo que gasta muito! – Rosalie fez uma cara de desespero. – Você não tem ideia do quanto até começar a comprar compulsivamente.

- Ah meu Deus! E o que é isso? – perguntou Bella começando a ficar desesperada, pois até o momento, ou o início daquele dia, ela achava que já tinha tudo que precisasse para os primeiros dias de vida do bebê.

- Fraldas! – Rosalie e Alice falaram juntas.

Bella arqueou as sobrancelhas em tom incrédulo, então olhou para a mesa com todos aqueles embrulhos.

- Quantos filhos vocês acham que eu vou ter? – perguntou incrédula.

- Pode parecer muito Bella, mas assim que o bebê começar a usar vai acabar tão rápido que você não vai acreditar que ele possa usar tanto. – quem falou foi Renné se aproximando da filha.

- Sua mãe tem toda razão. E olha que tivemos um filho cada. – brincou Esme fazendo o mesmo que Renné.

- Sério? – Perguntou Edward e quando Bella o fitou, percebeu que ele olhava para a mesa, com as muitas fraldas, espantado. As mulheres riram.

- Crianças fazem apenas quatro coisas até começarem a viver de verdade: comer, dormir, mijar e cagar. – Comentou Jasper também olhando admirado para a mesa. – Se vocês não usarem todas podem emprestar algumas? Ai! – Alice deu um tapa em sua cabeça.

- É por essas que você anda dormindo no sofá! – todos riram.

- Vem Bella, vem cumprimentar as convidadas? – Chamou Rosalie a pegando pela mão. Bella sorriu para Edward e se deixou levar.

Para Edward era engraçado ver Bella se locomover com aquela barriga. Ela que sempre foi uma mulher elegante, principalmente quando estava com saltos altos. O que para Edward parecia ser uma tortura, Bella se saia muito bem. Mas agora, com aquela imensa barriga seu andar estava desengonçado. Nunca diria isso a ela, por dois motivos: o primeiro por não querer aborrecer a mulher e o segundo, o mais importante, por dar grande valor a sua vida.

- Baba menos Edward. – Brincou Jasper.

- E nos, pra onde vamos? – perguntou Jacob olhando ao redor.

- Rosalie separou aquele canto para os homens. – disse Emmett apontando para o canto mais afastado de todo aquele estrogênio soltando murmúrios, risadas e “olha que linda sua barriga!”.

Todos olharam e quase que imediatamente sorriram juntos, afinal haviam ficado com o lado com as mesas de bilhar que pertenciam ao bar.

- Senhores, façam suas apostas! – Disse Jasper esfregando uma mão na outra. – Quem vai ser o primeiro a ter o prazer de perder pro papai aqui?

- Ih! Até parece que você joga grande coisa Jazz. – Jacob comentou já se dirigindo as mesas.

- Qual é cara?

- Não lembro quando foi a última vez que cheguei perto de uma dessas. – Charlie tentou se lembrar, seguindo Jacob.

- Não se preocupe Charlie, qualquer coisa pode perguntar. – Disse Jacob batendo uma mão no ombro do mais velho.

- Certo. Então vocês vão jogando ai que vou em casa trocar de roupa. – Comentou Edward, já dando meio volta.

- É lógico... que não! – Jasper já o segurava pelo ombro.

- É lógico que sim. Não vou ficar parecendo um molambo no Chá de Bebê da minha esposa.

- E desde quando alguém reparou em você? – perguntou Jasper.

- E mesmo assim, Rosalie vai precisar de você daqui a pouco e tenho certeza de que ela não vai gostar de saber que você saiu.

- E desde quando a sua mulher manda em mim? – Edward perguntou aborrecido.

- Desde quando eu organizei essa festa. – Edward ouviu a voz cantarolada de Rosalie atrás de si, sentiu um arrepio percorrer a sua coluna ao imaginar que ela poderia, muito bem, cravar as suas longas unhas vermelhas na sua costa para fazê-lo ficar. – E além do mais, Bella não pode fazer tudo sozinha.

- Como assim? – Edward fitou o sorriso maquiavélico de Rosalie.

Sabe aquelas perguntas que nunca, em hipótese alguma, deveriam ser feitas? Edward acabou de fazer uma delas. Descobriu isso quando foi colado ao lado de Bella que estava sentada confortavelmente e, mais uma vez, vendada. A princípio não entendeu a intenção de estar ali, mas quando Alice começou a falar com uma voz muitíssimo alegre e contagiante, ao menos para as outras pessoas ali, sabia que algo de muito sinistro iria acontecer.

Teve certeza, quando Bella, ao ser questionada sobre o número exato de fraldas que estavam em um pacote, acabou errando por uma, então, aos risos, uma mulher que Edward nunca havia visto na vida, chegou perto de uma caixa e tirou de lá um kit com batons. Ainda sorrido e fazendo as outras rirem igualmente transloucadas, ela escolheu um tom bem vermelho e, mesmo não querendo acreditar no que sua mente insistia em lhe gritar, a mulher passou o batom em sua boca. Estático, Edward mal conseguia acreditar no que acabara de acontecer, mas foi tirado do transe quando as gargalhadas dos seus amigos, ou assim se diziam, encheram ruidosamente o Bar do Toddy.

- Mas... mas que po...

- Olha a boca Edward! – ouviu sua mãe dizer sorrindo.

- Mas o quê que é isso? – perguntou levando uma das mãos a boca.

- Nem pense nisso, Edward! – Rosalie se aproximou rapidamente para o impedir de tirar o batom.

- Eu não vou ficar com essa... porcaria na boca. – brigou.

- Ah, Edward deixa de ser chato e entra na brincadeira. – pediu Alice se aproximando aos saltinhos.

- Que brincadeira?

- A de você ser transformado em mulher toda vez que a Bella errar o número de fraldas. – Os homens soltaram sonoras gargalhadas, a mais alta era de Emmett.

- Como é que é?

- Você pensou que nos iríamos obrigar a Bella fazer qualquer esforço e ainda pagar mico? – Rosalie estava com uma voz fingidamente incrédula. – Lógico que não!

- E porque eu?

- Acho que porque você é o pai? – Alice perguntou o óbvio.

- Você sabia disso? – Edward perguntou se dirigindo a Bella.

- Disso o quê? - perguntou sem graça.

- Do que elas acabaram de falar, Bella. – Edward rolou os olhos.

- É... elas meio que disseram ainda a pouco. – sorriu sem graça.

- E você deixou?

- Achei que não teriam problemas...

- E não tem Bella, porque o Edward vai aceitar tudo numa boa. Não é Edzinho? – Disse Rosalie o pegando pelos ombros para longe de Bella. – Deixa de ser chato Edward e entra na brincadeira. Bella não sabia de nada e até disse que você não iria aceitar e ainda ia fazer um escândalo como esse. Esse é o seu primeiro filho, um pouquinho de mico não vai fazer mal a você! E olha a Bella, ela ta adorando não ter que fazer tudo sozinha.

Edward olhou para Bella, que estava sorrindo enquanto conversava com a mãe e Alice. Mesmo não podendo ver os olhos dela, sabia que eles estavam meio fechados por causa do riso. Bella sorria com os olhos. Essa fora uma das primeiras coisas que reparou nela no dia do supermercado, aquele que se conheceram. Mesmo com os cabelos soltos, usava uma tiara preta com bolinhas brancas, para impedir que o cabelo caísse a todo o momento em seu rosto, algo que a estava irritando ultimamente.

Suas mãos estavam sobre o colo, meio esticadas para frente por causa da barriga, uma apertando a outra, sinal de que estava nervosa ou ansiosa com alguma coisa. Edward soltou o ar com relutância, pois sabia que era por causa dele. Lembrando o que a médica de Bella dissera alguns dias antes, quando ele marcou, altamente constrangido, uma consulta para si, soltou o ar de vez. Bella estava no último estágio da gravidez, pronta para dar a luz a qualquer momento e seria de imensa ajuda que ele fosse o mais compreensivo possível, muito mais agora do que antes, principalmente pelo fato de que não saber o sexo do bebê ser uma tormenta constante na cabeça de Bella.

Aquilo foi o suficiente para amolecer o seu ego de macho e não ligar para a encarnação dos amigos. Se aquelas mulheres loucas queriam deixá-lo o mais ridículo dos travestis, então que o deixassem. Se aquilo iria deixar a sua Bella esquecer um pouco da pressão de ter que carregar o filho sozinha, então tudo bem, faria o que fosse preciso.

- Ok, ok. – soltou um suspiro. – Tudo bem.

- Que bom! Se vista de homem! E não se preocupe com aqueles babuínos bobocas balbuciando em bandos...

- O quê? – Edward franziu a testa.

- Esquece. Não se preocupe com os rapazes, principalmente Jasper e Jacob, já que ambos querem ser padrinho, sendo que só pode um, então terão que provar isso.

- Já disse que não gosto desse seu sorriso maquiavélico?

- Nem ligo!

Depois de beijar Bella e dizer em seu ouvido que estava tudo bem, que iria aceitar passar por aquilo e a fazer prometer que não o deixaria quando o visse ridiculamente ridículo, ele puxou uma cadeira para o lado da caixa com os apetrechos femininos e pediu aos céus que ele não morresse de vergonha.

Tudo o que Edward menos queria era um espelho naquele momento, só que era um tanto impossível já que estava sentado ao lado da prateleira de bebidas que possuía o fundo de espelho. Estava tentando o máximo possível não virar o rosto para ver o seu estado deplorável, pois sabia que estava deplorável, por que Bella não acertava uma. E a cada vez que Rosalie ou Alice lhe traziam um novo pacote de fraldas, ele gemia internamente ao notar que os pacotes simplesmente não terminavam. Aquela era a multiplicação das fraldas.

Depois de um tempo, percebeu que já não era mais o centro de atenção dos amigos, ou pelo menos uma parte deles, já que Jasper era o único que ainda estava ali, afirmando que não estava jogando com os outros porque tinha recebido a tarefa de gravar todo o evento para que Bella pudesse ver depois. Edward não foi o único a não acreditar nele, mas foi o único a perceber as aproximações constantes com a câmera que Jasper fazia nele, para logo depois se tremer de tanto rir. Edward não viu nada de engraçado naquilo, mesmo que vez ou outra soltasse uma brincadeira ou algum sorriso. Não via a hora de ver o que Rosalie e Alice tinham preparado para os dois que queriam ser padrinhos.

E a hora havia chegado quando Rosalie falou alguma coisa no ouvido de Vanessa, que logo em seguida saiu a passos largos em direção ao fundo do bar e puxar Jacob por uma mão, o impedindo de jogar. Curiosos com o que estava acontecendo, os outros homens deixaram a mesa e se aproximaram mais uma vez do grupo de mulheres que rodeavam Bella e Edward.

- Jasper passa a câmera pro Emmett. – disse Rosalie assim que Vanessa havia voltado.

- Por quê? – Jasper perguntou focando em Rosalie.

- Por que eu to mandando. – Rosalie olhou para Emmett. – Pega a câmera com ele amorzinho. – ela até fez biquinho para falar. E assim Emmett fez.

- Bem, agora, nos vamos mudar um pouquinho a direção da brincadeira. – começou Alice toda sorrisos. Um sorriso vitorioso surgiu no rosto de Edward. – Eu e Rosalie descobrimos que está acontecendo certa rivalidade entre algumas pessoas por um objetivo único, o de ser padrinho do bebê da Bella com o Edward. Já que a madrinha serei eu. Não é Bella? – Bella começou a rir e apenas confirmou com um aceno de cabeça.

- Ah cala a boca! – Rosalie reclamou.

- Então...

- Fudeu! – Jasper disse antes de correr em direção à porta.

Edward não sabe ao certo o que aconteceu, mas apenas viu quando Emmett jogou a câmera nas mãos de seu pai Carlisle e correu em direção a Jasper que já atravessa a porta do bar, logo em seguida Jacob foi atrás. Aquilo foi o suficiente para Edward desatar em altas gargalhas não conseguindo, dessa forma, contar a Bella o que estava acontecendo quando essa perguntou.

Não demorou muito para que Emmett e Jacob atravessassem a porta do bar, esbaforidos, descabelados, no caso e Jacob, e segurando pelos braços um Jasper que tentava a todo o custo se soltar dos dois homens.

- Jasper você me mata de vergonha. – Alice estava com uma mão no rosto. – Frouxo!

- Ta pensando o quê rapá? Não vou pagar mico sozinho não! – Disse Jacob.

- Jasper, você nem ouviu o que elas tem para falar e já saiu correndo. – brincou Renée.

- Qualquer coisa que venha da mente diabólica dessas duas me causa medo. – comentou olhando furioso de Alice para Rosalie. – Será que dá para me soltar? – olhou para Emmett e Jacob.

- Se correr o bicho pega. – Emmett aconselhou antes de soltar o braço de Jasper, então pegou a câmera das mãos de Carlisle, que ainda estava estático com toda a confusão.

- Se você pudesse ver a cara do meu pai agora. – disse Edward ao ouvido de Bella.

- Por quê?

- Acho que ele não tá acostumado com a baderna que são os nossos amigos juntos – Bella começou a rir.

- Agora que já estão todos aqui novamente - Alice lançou um olhar carrancudo a Jasper que fingiu não ver – vamos dar continuidade à festa. Como eu estava dizendo, e agora ficou bem mais explicito, Jasper e Jacob estão em uma disputa sem noção para tentar ocupar o cargo de padrinho do filho de Bella ao meu lado. – o sorriso feliz brotou novamente no rosto de Alice.

- Estamos é? – perguntou Jacob olhando para Jasper.

- Ok! Jacob pulou fora! Não precisa mais disso tudo, eu sou o padrinho! – Jasper se levantou.

- Quem disse que eu pulei fora? – perguntou Jacob.

- Você?

- Apenas não entendo que aja uma disputa já que, por todos os anos de grande amizade, Bella irá me escolher. Não é Bella?

- Se o caso é amizade, então... – Jasper soltou uma risada debochada. – Edward não tem outro grande super amigo a não ser eu. Não é Edward?

- E quem disse que Edward decide alguma coisa? – Jacob perguntou sorrindo de canto. – Tudo que a Bella manda ele faz.

- Êpá! Pode parar por ai Jacob. – Edward também se levantou. – Não vou aceitar que fiquem me chamando de manso, não. Eu e Bella temos grande companheirismo e...

- Liga para eles não Edward. – Rosalie pousou as mãos em seus ombros. - Todos sabemos que quem diz a última palavra é você. “Claro Bella”. – todos riram.

- Ah, vão à merda! E você ainda rir! – disse para Bella quando se virou e notou que a esposa era uma das que gargalhavam.

- Desculpa. – Bella pediu sorrindo.

– Voltando. – Alice tomou a palavra. - Então, pensando nisso, eu e Rosalie bolamos uma prova de fogo para saber quem tem as melhores condições para ocupar esse cargo.

- Por que essa frase “Prova de Fogo” me fez pensar em um aro coberto de fogo e nos dois tendo que passar por ele? – perguntou Jasper com o cenho franzido.

- Por que você é um sem noção! – exclamou Rosalie.

- Na verdade é por que eu não confio em vocês juntas...

- Jasper, dá para parar e ouvir o que tenho a dizer? Pode ser? – pediu Alice com a voz subindo algumas oitavas.

- Claro, meu bem, é você quem manda. – Jasper lançou uma piscadela para Alice, que somente girou os olhos nas orbitas.

- Obrigada. – respirou fundo, coçando a barriga proeminente. – Voltando pela enésima vez. Eu e Rosalie bolamos uma prova...

- Jasper e Jacob vão ter que trocar fraldas! – Rosalie soltou um gritinho ao final. Alice olhou para ela com uma sobrancelha erguida e a boca curvada. – Alice você demora demais.

- Desisto! – Alice emburrou, então puxou uma cadeira e se sentou.

- Como assim trocar fraldas? – perguntou Jacob com os olhos semicerrados.

- Na verdade vocês vão ter que colocar fraldas em um boneco. Nada muito difícil, mas é o suficiente para nos sabermos quem está mais preparado para assumir o papel de padrinho.

- Por que estou tendo a sensação de que essa ideia foi totalmente da Alice? – perguntou Jasper encarando a esposa.

- Minha? Por quê? – perguntou descrente.

- Por que você sempre ta me testando de todas as formas possíveis por causa do bebê. – Jasper acusou.

- Mas é lógico!

- Desse jeito você me ofende.

- Tenho que ser uma mãe prevenida.

- Tá ficando mais maluca isso sim!

- É isso que você acha da mãe do seu filho?

- Agora o filho é meu? Por que eu lembro direitinho você repetir mil vezes que esse filho é seu. “Meu bebê pra cá”, “Meu bebê pra lá”. Nunca nosso filho.

Depois dessa Alice ficou sem palavras. Apenas se levantou e saiu em direção ao banheiro.

- Acho que você foi meio grosso demais, Jasper. – comentou Bella de cabeça abaixada, já que não podia fitar ninguém nos olhos.

- Posso até ter sido, mas já que ninguém toma a iniciativa de dizer umas verdades pra ela, então... – Jasper passou as mãos pelos cabelos. – E passa esses bonecos pra cá, quero provar pra todo mundo que serei tão bom pai quanto sou... sou... sei lá.

- Então tá. Emmett me ajuda. – pediu Rosalie.

Enquanto Rosalie e Emmett arrumavam duas mesas onde seria postos os bonecos e todos os itens necessários para uma troca simples de fralda, Jasper e Jacob se preparavam como se fossem subir em um Ring de Boxe e se enfrentarem na última luta de suas vidas.

Jacob amarrou os cabelos compridos em um coque no alto da cabeça, olhando de certo ângulo ele se parecia com um samurai. Arregaçou as mangas da camisa, estalou os dedos das mãos e o pescoço, olhou furiosamente para Jasper. Esse por sua vez parecia de verdade um boxeador. Após tirar o blazer, Jasper, também arregaçou as mangas da camisa, desabotoou os primeiros botões e, com um lenço que pegou da Sra. Esme, o amarrou na cabeça. Preparado visualmente, Jasper começou a sua série de preparos físicos de um verdadeiro pugilista, deus pulinhos, socou o ar rapidamente, estalou o pescoço, os dedos das mãos e as costas. Lançando um olhar de desafio a Jacob, apontou para ele e depois fez um movimento de que estava cortando o próprio pescoço, Jacob fingiu não ver. Após a ameaça puxou uma cadeira para se sentar, pegou um lenço de cima da mesa e o colocou ao redor do pescoço.

Era impressionante o nível de concentração dos dois candidatos a padrinho, por que as risadas dos demais convidados somadas as altas gargalhadas soltadas por Emmett não os afetavam em nada. Edward estava a um ponto que não conseguia mais narrar nada do que estava acontecendo a Bella, que por sua vez estava ficando irritada com toda aquela limitação imposta.

- Ah não! Já chega de ficar cega. – então tirou a venda o mais rápido que podia para que ninguém a impedisse.

- Bella! Não! A brincadeira com o Edward ainda não acabou – pediu Rosalie tampando os olhos de Bella com uma das mãos.  – Coloca essa venda de novo!

- A brincadeira já acabou sim. – Bella disse tentando tirar a mão de Rosalie. – Não vou perder por nada o que esses dois estão a fazendo.

- Você pode ver na filmagem...

- Não mesmo.

- Mas você também não pode ver o Edward ainda. – Rosalie tentava argumentar o mais que podia.

- Nem ligo.

- Hei, alguém pode me ajudar aqui?

- Sai Rosalie!

- Você não pod... Ahhhhhhhhhhh... Desgraça! Você mordeu a minha mão!

- Eu disse que era para você sair. – Bella lhe lembrou. – E nem mordi com tanta força assim.

- Por que não foi a sua mão. – Rosalie reclamou choramingando. – Cachorra.

- Não precisava fazer isso, Bella. – Bella ouviu Edward dizer.

- Meu Deus! – Bella levou as mãos à boca. – O que vocês fizeram com o meu marido? Edward você está ridículo!

E Edward realmente estava. Bella se perguntava crentemente se aquele era mesmo o seu marido, já que o homem que estava a sua frente nada lembrava o seu amado Edward, com exceção dos olhos que continuavam tão verdes quanto os de Esme. A peruca ruiva em nada combinada com o excesso de sombra verde limão que também não combinava com a outra sombra, no caso laranjada, que estava próxima a sobrancelha dele. Mesmo que o verde realçasse ainda mais a cor de seus olhos, aquela mistura estava espantada demais, ainda mais com as pedrinhas de strass, os cílios postiços e o delineador que marcava fortemente o formato dos olhos dele. O blush estilo boneca realçava o batom vermelho e um sinal, feito a lápis acima dos lábios, era algo, no mínimo Marilyn Moore.

Com o coração na mão, Bella olhou para baixo esperando ver o marido de vestido e salto alto, talvez ficasse melhor que aquela roupa de dormir que ele saiu de casa, Edward e suas manias de roupa velha, mas o máximo que encontrou foram as unhas das mãos dele que estavam postiças e pintadas de um magenta vibrante. Soltou o ar relaxando o corpo, para no momento seguinte soltar uma estrondosa gargalhada na cara de Edward, que esperava pacientemente pela avaliação da esposa.

- Isso! Ria do palhaço que é o seu marido. – Edward reclamou voltando a posição emburrada do início da brincadeira.

- Oh! Tadinho dele! Judiaram muito de você, meu bem? – perguntou Bella ainda sorrindo, mas acariciando os ombros do marido.

- Você consegue responder essa pergunta. – disse sem olhá-la.

- Meu Amor, desculpa, mas você está engraçado. – Bella soltou uma gargalhada que estava contendo.

- Nunca me senti tão maltratado em toda a minha vida. Nem a sua Festa do Divórcio me fez me sentir tão péssimo.

- Mas que mentiroso! Mas que menino dramático! – Sim. O Assunto “Festa do Divórcio” era algo que não os incomodava mais. – Será que eu posso fazer alguma coisa para mudar isso?

- Poder você não pode, pelo menos não ainda. – Edward lançou um olhar cheio de segundas intenções a Bella.

- Comporte-se. – um tom rosado surgiu nas bochechas de Bella. Edward sorriu.

- Estou comportado, mas quem sabe mais tarde isso mude. – então Edward deu um beijo, seguido de uma lambida e depois uma mordida na orelha de Bella. Notou a pele dela arrepiada.

- Não podemos. Você sabe. – Edward fez de novo. - Você não tem jeito mesmo. – Bella riu.

- Sou incontrolável, insaciável e meio tarado... por você.

- Tenho até medo do que pode acontecer depois da minha quarentena.

- Não se preocupe, não será nada do que você não possa suportar. – riram.

- Amo você até vestido de travesti. – Bella lhe confidenciou sorrindo.

- Amo você até sendo um balão.

- Canalha!

Bella deu um soco leve no braço de Edward que fingiu ter doido como nunca, mas assim que Bella soltou um gemido parou no mesmo momento.

- Está tudo bem? – perguntou alarmado.

- Anham. Só acho que o bebê não tá curtindo muito esse excesso de diversão. – sorriu, mas Edward a olhou desconfiado.

- Certo. Assim que terminar esse jogo vamos embora ok. – Bella apenas acenou com a cabeça. – Ainda vai demorar muito Rosalie? Bella está cansada. – falou alto para que a amiga ouvisse.

- Só estávamos esperando vocês, queridos. – Rosalie comentou com uma jogada de cabelo.

- Então comecem. – Edward pegou uma mão de Bella na sua e a beijou logo em seguida.

- Competidores, posicionem-se. – estão Jasper e Jacob se aproximaram da mesa.

- E precisa de tudo isso? – perguntou Jacob, espantado.

- Lógico seu tapado! – disse Jasper

- Como se você soubesse usar metade dessas coisas.

- Quem viver, verá.

- Já! – gritou Rosalie espantando a todos.

Em seguida os bonecos começaram a se mexer e a chorar, Jacob até jogou o dele na mesa em função do susto que levou.

- Creio em Deus Pai!!! – exclamou Jacob olhando para o boneco.

- Que bruxaria é esse? – perguntou Jasper olhando abismado para o dele.

- E vocês queriam que eles ficassem parados?

- É. – responderam os dois, juntos.

- Lógico que não! Bora que o tempo ta passando. – disse Emmett olhando para o seu relógio.

- E tem tempo? – perguntou Jasper.

- Jasper, Jacob já ta tirando a roupa do dele. – Renée avisou.

- Trapaceiro. – foi a última coisa que Jasper disse antes de todos ouvirem um grito abafado vindo de Bella.

Foi o que todos ouviram, mas somente Edward sentiu o aperto que Bella lhe deu na mão e foi o primeiro a ver um líquido manchar a calça de Bella. Ambos sabiam o que aquilo significava.

- Não acredito nisso! – ouviu Bella comentar em uma arfada.

- Calma, Bella, vamos para a clínica agora. Vou pegar o meu celular, não sai daqui.

- Não demora!

- Não vou.

- Ok.

- Já fiz isso antes, varias vezes, vai dar certo.

- Conto com isso.

- E só não se desesperar não é?

- É.

- Mas se eu ficar, você sabe o que tem que fazer não é?

- Sei.

- E o que é?

- Liga logo pra médica! – Bella gritou com ele.

- Muito bem amor, você tem que gritar mesmo.

- Eu to falando sério! Liga logo!

- Você tem razão.

 Quando Edward se virou percebeu que todos estavam estáticos, olhando para ele, com exceção de Jasper que estava concentrado na troca de fralda do bebê-boneco.

- Bella vai ter o bebê. – foi a única coisa que conseguiu falar antes de sair em busca do seu celular e o alvoroço se formar.

Edward não pensou duas vezes em correr em direção ao carro, mas quando saiu do bar lembrou-se que não estava com o seu carro e que na confusão ao sair de casa deixou o celular em cima da estante de livros de Bella. Amaldiçoou aqueles que o fizeram sair às pressas de casa. Levou a mão ao rosto esquecendo totalmente que estava com maquiagem e assim que sentiu algo escorregadio na mão soltou um sonoro palavrão chamando atenção das poucas pessoas que passavam por ali. Uma menina olhou para ele assustada e começou a chorar, a mãe apavorada encarou Edward como se fosse bater dele com sua bolsa.

- Desculpa. Minha mulher entrou em trabalho de parto e to desesperado. – tentou se explicar.

- E o que ta fazendo aqui? Vai ficar com ela desnaturado!

- Você tem razão! Obrigado! – e entrou no bar correndo.

No interior do bar Edward não conseguia entender o que as pessoas falavam, por que todas resolveram dar palpites e entrar em desespero no mesmo instante. Ficou na ponta dos pés para tentar enxergar Bella em meio à confusão, mas nada viu. O jeito foi pedir licença, empurrando as pessoas nada delicadamente, até chegar onde Bella estava suando muito. Rosalie e Alice, que havia voltado de sua momentânea reclusão, estavam cada uma ao lado de Bella se revezando em abaná-la, enquanto que Renneé segurava os cabelos da filha para cima. Carlisle ocupava o lugar que outrora Edward sentava, segurando uma mão da nora para verificar seus pulsos enquanto olhava para seu relógio. Edward deu Graças a Deus do pai estar presente.

- Meu celular ficou em casa. Não tive como trazê-lo. – disse assim que chegou mais perto.

- Pega o meu. Está na bolsa da Rosalie. – disse Bella respirando fundo.

- Deixa que eu pego. – Disse Emmett pegando as chaves do carro de Alice do bolso de Jasper.

- Não! – Rosalie gritou.

- Que isso, Rosalie? – perguntou Alice espantada.

- Nunca que o Emmett vai mexer na minha bolsa. – jogou os cabelos para o lado.

- Não é momento para isso. – Falou Emmett.

- A bolsa é minha eu que digo quem pode...

- Chega!!! – Bella disse entre dentes apertando a mão de Carlisle. – Meu filho é mais importante que a sua bolsa. Vá buscar esse celular Emmett! – e assim Emmett fez.

- Calma Bella, nos já vamos pra clínica. – Disse Edward se agachando em frente a esposa.

- O que aconteceu com seu rosto? – ela perguntou em meio a sorrisos. Edward também teve que rir.

- Esqueci que tinham passado esse troço no meu rosto.

- Você e suas manias. – sorriu.

- Ta doendo muito? – perguntou Edward.

- Agora não mais. Essa dor vem e vai.

- O intervalo entre as contrações está de entorno oito minutos. Temos tempo até chegar à clínica. É muito longe daqui? – falou Carlisle.

- Na verdade um pouco, mas é domingo, então as ruas vão estar tranquilas. – disse Edward olhando para o pai. – Obrigado por estar aqui. – falou baixo.

- É meu neto. – disse Carlisle dando um meio sorriso. Idêntico aos de Edward.

- Ou neta. – brincou Bella. Sorriram.

- Emmett foi buscar esse celular onde? Na Finlândia? – perguntou Jasper ainda arrumado para a luta e todo branco por causa do talco.

- Ferrou-se! – ouviram Emmett gritar da porta do bar.

- O que aconteceu? – perguntou Jacob saindo do banheiro. Ele havia tentado se limpar, mas o talco ainda deixava seus cabelos grisalhos.

- Arrombaram o carro e levaram sua bolsa, Rosalie!

- O quê? – Rosalie ficou mais branca do que já era.

- Meu carro! – Alice gritou.

- To brincando! – Emmett deu uma gargalhada e mostrou a bolsa de Rosalie que escondia atrás de si.

- Minha Bolsa! – Rosalie gritou, pulou e mexeu as mãos pedindo a bolsa.

- Isso lá é hora para esse tipo de brincadeira Emmett. – Edward ficou de pé.

- Só tava querendo descontrair.

- Minha mulher em trabalho de parto e você pensando em descontração!

- Calma Edward...

- Vá pedir calma para a pu...

- Liga logo para essa médica, pelo amor de Deus! – pediu Bella.

- Isso foi feio da sua parte, Emmett., muito feio. Tsc, tsc, tsc. – Jasper falou como se fosse para uma criança.

- Ah vá se catar.

- Aqui, Bella. – Rosalie passou para Bella.

- Aqui, Edward. – Bella passou para Edward.

- Aqui, pai. – Edward passou para Carlisle.

- Por que você não liga? – perguntou Bella descrente. – Você disse que ia ligar.

- E importa quem vai ligar? – Perguntou Carlisle.

- Edward disse que ia ligar. – disse Bella em um muxoxo.

- Ah! Deixa que eu ligo! – Alice pegou o celular das mãos de Carlisle. Esperou chamar algumas vezes até que falou. – Oi. Não, não é a Bella, é a Alice. – sorriu. – Tudo bem sim e contigo? – continuou sorrindo. – Posso imaginar. – deu uma risada. – Está tudo bem sim, a barriga ta crescendo e até tenho que marcar uma nova consulta. Já tá no tempo não é? – Alice sentou em uma cadeira. Todos a olhavam extasiados. - Claro que sim. Jura? Até quando? Ah, pode deixar então que vou procurar fazer isso o mais rápido possível...

- ALICE!!!!! – todos gritaram pregando um susto nela.

- Que foi?

- Passa a droga desse celular! – Edward puxou o aparelho das mãos de Alice que deu um sorriso sem graça.

- Dra. Sherlyn, Edward, Bella entrou em trabalho de parto para onde devo levá-la? – esperou alguns segundos. – Ok. – desligou. – Custava fazer isso? – disse para Alice e guardou o aparelho no bolso do moletom.

- Calma Edward. – pediu Jasper colocando uma mão no ombro de Alice.

- Quero ver sua calma quando for sua vez. – brigou. – Vamos Bella. Consegue andar?

- Acho que sim. – disse Bella, logo depois segurou nas mãos de Edward e Carlisle para se levantar. – Mas Jasper tem razão, você precisa ficar com calma.

- Vou ficar quando estivermos na clinica. Lá eu peço desculpas para todo mundo, mas agora não. – falou sério.

- Então você não tem condições de dirigir, Edward. – Carlisle pontuou andando devagar ao lado de Bella.

- Mas você sim. Tá de carro?

- Não.

- Vão no meu. – disse Jasper passando por ele. Parecia que não havia levado o estresse de Edward a sério. – Mas só se você pedir desculpas a Alice. – Edward fechou ainda mais a cara. – To brincando! Vou trazer o carro! – então Jasper correu.

- Aaaaaiiiiiii... – Bella parou de andar e apertou as mãos que seguravam as suas, sentindo mais uma contração.

- Bella, respira. – pediu Carlisle olhando mais uma vez o relógio de pulso. Ele fez uma careta depois. – Não sabia que você tinha tanta força. – brincou.

- É assim que obrigo Edward a fazer as coisas que quero. – disse Bella e sorriu.

Quando chegaram a entrada do bar, Jasper já os esperava com a porta traseira aberta. Enquanto Jasper e Carlisle ajudavam Bella a entrar no carro, Edward delegou as funções que cada um teria naquele momento. Pediu para Emmett e Rosalie irem até seu apartamento pegar as malas de Bella e do bebê, Esme pediu para ir junto. Jacob, Vanessa, Alice e Reneé iriam atrás do carro deles para a maternidade e Charlie teve uma ideia um tanto extravagante.

 - Não interessa que hoje seja domingo, minha filha não vai passar por mais nenhum sufoco. – disse assim que desligou o celular. Segundos depois uma viatura da polícia parava próximo ao bar. Charlie faria a escolta da filha até a clínica, ninguém tentou removê-lo dessa ideia, principalmente quando as luzes e as sirenes foram ligadas chamando a atenção dos que passavam por ali.

Carlisle tomou a direção do carro, com Jasper ao seu lado, Edward e Bella ficaram atrás. Minutos depois Edward não saberia dizer se algum dia, em um futuro próximo, conseguiria mover as mãos normalmente de tanto que Bella as apertava. Mas em nenhum momento comentou qualquer coisa sobre isso, principalmente ao perceber que Jasper havia trazido consigo a câmera.

- Tenho que gravar todos os seus erros para não fazer igual depois. – comentou sem ninguém perguntar nada.

- E você ainda se diz meu amigo.

- Até nos piores momentos. – Jasper piscou.

Em uma trajetória que comumente durava quase quarenta e cinco minutos eles tiraram em vinte e nem foi tão necessário a viatura que Charlie havia conseguido. Apenas serviu para chamar ainda mais a atenção dos transeuntes sobre os três carros apressados em pleno domingo.

Chegando à clínica, um enfermeiro já esperava por Bella com uma cadeira de rodas, ela se sentiu aliviada por não ter que andar mais. Estava cansada e com fome então teria que guardar as energias para o parto que desejava ainda poder ser normal. Não havia comentado com ninguém, muito menos com Edward, pois sabia que o marido estava uma pilha de nervosos, mas tinha medo que a demora pudesse ter interferido em alguma coisa no parto.

Assim que entraram na clínica, a Dra. Sherlyn já os esperava sorrindo, mas quando viu o estado de Edward soltou uma gargalhada.

- Me desculpe, mas o que aconteceu com você? – perguntou para Edward que, pela primeira vez naquele dia, ficou realmente com vergonha.

- Chá de bebê. – foi o que conseguiu responder, principalmente ao perceber que Jasper havia feito um zoom em seu rosto.

- Nossa! Esse chá deve ter sido bem movimentado não? – comentou reparando em Jasper que ainda estava sujo de talco.

- Isso não é nem a metade. – comentou Bella.

- E como você está querida?

- Carlisle, meu sogro, vem acompanhando o tempo das contrações. – Bella apontou para Carlisle que se apresentou formalmente a Doutora.

- As contrações variam de oito a dez minutos. Mas a bolsa já estourou...

- Então temos que ser rápidos. Eu disse que você não poderia perder muito líquido assim Bella, principalmente esse. – a doutora começou a andar.

- Be-Bella e o be-bebê vão ficar be-bem? – perguntou Edward. Bella o olhou espantada.

- Como sabia que já vinham pedi para preparem a sala de ultrassom, temos que saber como esse bebê estar ok. – ela virou-se para Bella. – Você vai trocar de roupa e nos vemos já, já, ok?

- Claro. – ela sorriu ainda olhando para Edward. – Desde quando você é gago?

- A-acho que de-de-desde ago-gora...

- Edward para já com isso. – Bella intimou o olhando de cara feia. Edward ficou sem graça.

- Sr. Cullen? – perguntou uma enfermeira assim que a Dra. Sherlyn saiu, Edward e Carlisle a olharam. – Quem é o pai?

- Eu. – responderam juntos. A enfermeira sorriu.

- Sr. Edward Cullen?

- Eu! – ela não conseguiu conter uma risada.

- Isabella vai subir para trocar de roupa, enquanto isso o Senhor poderia assinar esses papeis?

- Cla-claro. – Edward virou-se para Bella. – Não de-de-demo-moro. – e deu-lhe um beijo.

- Por favor para com isso!!! – Bella choramingou.

- Edward, eu preencho esses papéis e você vá tomar um pouco de água ok. – pediu Carlisle já retirando a prancheta das mãos de Edward que apenas concordou com um aceno de cabeça.

- Essa, senhoras e senhores, é a imagem do desespero. – Disse Jasper atrás de Edward. – Gravem bem esse rosto. – Jasper parou ao lado de Edward que tentava a todo custo tirar um copo descartável do suporte de alumínio pregado na parede. – Essa expressão. – focou no pouco de água que Edward deixou escapar no momento que bebia. – O ser humano no mais alto grau de nervosismo é capaz de coisas que até Deus... Filu-dum’égua! Precisava jogar água em mim?!

- Você não cala a boca...

- Pelo menos isso te deixou melhor? – Jasper virou a câmera filmadora para si. De seu rosto ainda pingava água.

- Com certeza. – Edward riu e bateu em um ombro de Jasper.

- Para isso servem os amigos. – Jasper esperou Edward se afastar um pouco. – Quando for a minha vez, vou trazer minhas luvas de boxe. Vai ser bom espancar alguém. – finalizou com uma risada maquiavélica.

Quando enfim Edward voltou a se encontrar com Bella, ela já estava de volta ao seu quarto e Edward continuava uma pilha de nervos. O resultado da ultrassom foi bom. Os batimentos do bebê estavam um pouco acelerados em função do momento, Bella não havia perdido tanto líquido assim, mas teria que esperar até ter dilatação suficiente para o bebê poder sair.

Apiedadas do ridículo que Edward passava uma enfermeira lhe levou até o banheiro para que pudesse lavar o rosto e tirar a maquiagem, seu rosto estava um verdadeiro abstracionismo medíocre. Apenas no momento que Edward se olhou no espelho percebeu que ainda estava com a peruca ruiva, a tirou e jogou no lixo. Segundos depois percebeu que fez uma burrada, pois tinha certeza absoluta que Rosalie havia dito que a peruca fora confeccionada apenas para a ocasião e que queria muito que Edward a tratasse com carinho, então a pegou do lixo e um papel higiênico veio grudada nela. Com uma cara de nojo, Edward, a deixou onde estava e pediu aos céus que Rosalie não se lembrasse de pedir a peruca de volta, ao menos até o momento que Bella pudesse mandar fazer outra.

Quando ia sair do banheiro, Jasper o invadiu empurrando uma sacola com roupas melhores para Edward vestir. Então fora por isso que Esme pediu para ir junto. Amava sua mãe mais que nunca! A maquiagem não saiu ao todo, mas pelo menos estava com roupas melhores. Encontrou os amigos e familiares no hall de entrada da clínica, Jacob não aparentava mais os cabelos grisalhos e até Jasper já estava bem apresentável.

Recepcionou os amigos e familiares um pouco mais de cinco minutos então teve que subir para encontrar Bella no quarto. Mas perecia que ninguém tinha ouvido, por que foi só virar as costas que o todos correra ao mesmo tempo para o elevador, se amontoando à porta.

- Alice tem prioridade! Ela ta grávida! – disse Jasper protegendo Alice.

- Mas eu também quero ver a Bella. – Disse Rosalie apertando consecutivamente o botão do elevador.

- E eu sou o pai. Tenho que entrar primeiro.

- Vocês estão fazendo barulho demais. – brigou Edward chegando perto. – E quem foi que disse que vocês podem ver a Bella assim.

- Quero ver quem vai me impedir. – Disse Rosalie jogando os cabelos para o lado e colocando as mãos na cintura.

- Eu vou. – olharam para trás e se depararam com uma enfermeira que mais parecia uma lutadora de pesos pesados alemã.

- Você e mais quantas? – Rosalie tomou a frente.

- Rosalie para com isso. – Emmett tentou puxar a mulher pelo braço, sorrindo sem graça para a enfermeira que apenas o olhou. Ele se encolheu.

- Meu ursinho aqui dá cabo de você rapidinho. – Rosalie deu tapinhas no braço de Emmett.

- Escuta ela não senhora. Sabe como é né? Amiga tento filho, todo mundo fica exaltado. – ele sorriu, mas a alemã de dois metros não moveu um músculo.

Percebendo a distração, Edward entrou no elevador que acabara de chegar. Soltou um suspiro quando as portas se fecharam. Aquela seria uma noite longa.

Chegando ao andar onde Bella estava, uma recepcionista lhe informou que teria que colocar uma bata, touca e uma proteção para os sapatos, ela lhe passou tudo isso e indicou um banheiro. Logo depois entrou no quarto onde Bella estava e percebeu a esposa deitada de lado, segurando a barra de proteção da maca, gemendo.

- Bella?! – correu até ela.

- Sai daqui! – falou entre dentes.

- Mas...

- Cala a boca! – ela apertava a barra com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. – Que dor!

Edward tentou chegar perto, mas ela o impediu com um aceno de mão. A única coisa que pode fazer foi esperar passar aquela contração. Mortificado pela dor que a esposa sentia andou de um lado para o outro passando as mãos freneticamente pela cabeça, assim não percebendo quando a Dra. Sherlyn entrou no quarto.

- Como estamos indo? – perguntou olhando para Edward. – Você precisa se controlar Edward, você é o ponto seguro de Bella nesse quarto.

- Não queria que ela sentisse nenhuma dor.

- Vocês pais sempre dizem isso, mas nunca dizem que preferiram sentir por ela. – ela sorriu.

- É possível? – perguntou.

- Claro que não. – ela sorriu ainda mais.

- Ainda vai demorar muito? – perguntou Bella. – Eu to morrendo de fome! – choramingou.

Edward mais rápido que nunca quase correu para ficar a lado de Bella.

- Como você está?

- Desse jeito. – ela apontou para si. Ele riu.

- Comer você não pode como eu já disse e água apenas para molhar a boca. – disse a Dra. Sherlyn. – Sabia que está acontecendo uma baderna na recepção lá de baixo? – perguntou ela sorrindo.

- Como é? – Bella não sabia.

- Estão querendo colocara clínica a baixo para poder ver você.

- Ai! Não acredito! Que vergonha! – Bella levou as mãos ao rosto.

- São todos da família? – ela perguntou enquanto fazia com que Bella dobrasse as pernas e sentava na ponta da cama.

- Amigos e nossos pais. – respondeu Edward olhando espantado para a doutora que colocou uma luva em uma das mãos e a passou por baixo das cobertas.

- Certo. – a doutora tirou as luvas e a jogou no cesto. – A sua dilatação está quase a correta Bella, vou pedir para prepararem o centro obstétrico, ok?

Mas antes que Bella pudesse responder um barulho de discussão vindo do lado de fora tomou conta do andar. A Dra. Sherlyn apressou-se para sair e ver o que estava acontecendo.

- Mas o que é isso? Quem deixou vocês subirem?

- Eu disse que ninguém iria me impedir de ver a Bella. – ouviram a voz determinada de Rosalie.

- Não acredito... – Bella estava desacreditada. – Eles são loucos.

- E você ainda tinha dúvidas disso? – Edward perguntou se aproximando da porta.

- Edward! A Bella ta ai? – era Alice

- O que deu em vocês? – perguntou Edward visivelmente espantado.

- Queremos ver a Bella. – disse Vanessa.

- Não tive como contê-los. – a voz de Carlisle estava totalmente contrariada.

- Bem, já que estão todos aqui e não sei como isso aconteceu...

- Você está falando com Rosalie Hale querida.

- Certo. – disse a Dra. Sherlyn. – Então vamos fazer o seguinte. Vocês vão poder ver a Bella. – todos comemoraram. – Mas serão de dois em dois. Daqui a pouco ela vai para o centro obstétrico, então, por favor, não demorem. Não deveria estar fazendo isso, é contra as normas da clínica, mas sinto que se não o fizer vocês a colocaram a baixo.

- Coloco mesmo! – disse Rosalie.

Edward preferiu voltar para o quarto, totalmente descrente do que acabará de presenciar.

- Você fala de mim, mas até você não acreditava que eles são tão loucos assim. – Bella riu.

- Onde foi que nos metemos?

- Me pergunto isso desde que conheci Alice. – riram.

Os primeiros a entrar foram os pais de Bella, era mais do que justo. Reneé levou Bella às lágrimas quando leu uma carta que ela havia escrito quando estava grávida de Bella. Mas a emoção durou o tempo de ler a carta, pois logo uma contração a tomou e dessa vez ela deixou que Edward chegasse perto. Dessa vez ele pode fazer careta por que Jasper não estava ali para gravar tudo. Charlie aguentou o tempo de passar a contração e antes de sair do quarto depositou um beijo nos cabelos de Bella.

Logo em seguida, foram os pais de Edward que entraram. Esme estava toda chorosa pela chegada do primeiro neto e contou como foi o parto difícil de Edward. Bella já sabia da história e até poderia contá-la igual como a sogra fazia, mas ouvi-la naquele momento não sentia ser um bom presságio. Percebendo isso, Carlisle foi rápido em cortar a esposa explicando como seria o procedimento e que havia pedido permissão para acompanhar o parto de perto. Edward percebeu a intenção do pai e mais uma vez naquele dia lhe agradeceu por estar ali.

Alice e Jasper foram os próximos a entrar, direito reservado aos padrinhos. Sim, Jasper havia conseguido o cargo, talvez não por suas habilidades em colocar fralda, pois o seu bebê ficou com talco por toda a parte do corpo, mas principalmente por Jacob ter deixado a prova de lado assim que ouviu sobre Bella estar entrando em trabalho de parto. Jasper se justificou afirmando que não parou a prova também, por que sabia que havia pessoas suficientes para amparar Bella e Edward. Jacob que ficou desesperado.

Não havia passado nem quatro minutos quando Rosalie colocou a cabeça para dentro do quarto afirmando que o tempo deles havia acabado, Alice até tentou discutir com Rosalie, mas Jasper a rebocou do quarto quando Bella soltou um palavrão por estar sentindo uma nova contração. Rosalie e Emmett foram os próximos, mas Emmett não ficou por muito tempo admitindo que não queria ver Bella sofrendo por gostar muito dela. Bella considerou aquilo muito fofo de sua parte, mas riu ao ouvir Rosalie afirmar que ele havia saído por não aguentar emoções fortes.

Jacob e Vanessa foram as companhias mais agradáveis. Estavam calmos e diziam palavras de conforto para Edward e Bella. Foi Jacob quem segurou a mão de Bella quando ela sentiu mais uma contração e apenas brincou com a força extra da amiga de infância. Olhando aquele momento, os olhos de Vanessa se encheram de lágrimas e ela confidenciou que achava estar grávida, Jacob quase teve um colapso nervoso, mas assim que a ficha caiu foi á lagrimas. Edward e Bella ouviram quando ele disse em alto e bom som a notícia. Riram.

Segundos se passaram quando a Dra. Sherlyn voltou ao quarto de Bella acompanhada de um casal de enfermeiros. Ajudaram Bella a mudar de maca e assim que ela saiu do quarto os amigos e familiares a ovacionaram do corredor. De algum lugar Alice arranjou balões coloridos e os empurrou na mão de Bella que riu da atitude da amiga. Apesar de toda a confusão estava feliz por eles estarem lá, sabia que seria nada sem aqueles malucos que eram seus amigos e as preciosidades que eram seus pais e sogros. Todos estavam felizes pelo seu momento e foi com a imagem deles sorrindo, brandindo e aplaudindo que Bella entrou no centro cirúrgico.

Edward esperou até Bella entrar no centro, para se apoiar na parede. Estava mais branco que papel e em sua camisa havia manchas de suor. Deu graças por Jasper ter ficado do lado de fora, ninguém veria sua fraqueza naquele momento. Achava estar sozinho até que sentiu uma mão em seu ombro, levantou a cabeça e viu Carlisle lhe olhando com uma expressão chateada.

- Estou fazendo tudo errado não estou?

- Por incrível que pareça – Edward não deixou de notar a conotação dessas palavras – você está se saindo muito bem. Não está demonstrando fraqueza na frente de Bella e isso é muito importante.

- Parece que sim.

- Posso lhe pedir um favor, Edward? – pediu Carlisle e Edward, não acreditando no que acabara de ouvir, apenas meneou a cabeça. Sua mãe nunca acreditaria que seu pai, Carlisle Cullen, havia pedido um favor se lhe contasse. – Posso presenciar o nascimento do meu neto? – Edward não entendeu nada, já que o pai já havia informado que entraria no centro cirúrgico, mas confirmou com um aceno de cabeça. – Não pude assistir ao seu. Na verdade eu não quis assistir. Foi complicado e eu estava com medo.

- Também estou com medo.

- Eu sei. – Carlisle puxou o filho para um abraço, meio desengonçado sim, mas era um braço.



- Vai Bella, empurra! – pediu mais uma vez a Dra. Sherlyn.

- Arrgggg... – Bella fez força.

Além da Força que Bella fazia, ela também apertava as mãos de Edward. Definitivamente ele nunca mais as usaria como antes. Estava mais nervoso que nunca, mas nos momentos que Bella apertava sua mão, ela lhe trazia para a terra e o nervosismo e agonia passavam, pelo menos momentaneamente.

No centro obstétrico, ainda tiveram que esperar por quase uma hora até Bella ter dilatação suficiente para a passagem do bebê e desde então ela ainda não tinha parado de fazer forças. Carlisle estava a um canto com a câmera filmadora que outrora Jasper empunhava. Como ele havia conseguido licença para entrar no centro para filmar todo o parto ninguém sabia dizer, mas Edward deu graças a Deus quando o amigo saiu do centro, amparado por uma enfermeira. Edward sabia que ele não estava nervoso com o parto de Bella, mas sim com o que o esperava futuramente com Alice, aquilo o fez sorrir.

- Tá sorrindo por quê? – perguntou Bella respirando rápido.

- Jasper. – Bella sorriu. – Ele não vai aguentar.

- E você ta aguentando? – perguntou.

- Por vocês sim. – deu um beijo em Bella e depois olhou para Carlisle que sorriu.

- Vamos lá Bella mais uma vez. Força. – foi o que Bella fez. – Continua Bella, você está indo bem! Excelente! Respira.

- To cansada...

- Mas você vai ter que aguentar. Acho que vai ser dessa vez. – disse a Dra. Sherlyn a olhando por cima do lençol. – Mais uma vez. Força!

- Arrgggg... – dessa vez o grito de Bella foi maior e mais longo.

- Isso garota! Você ta indo bem! To sentindo a cabeça. Vamos lá Bella.

- Nosso bebê ta vindo, amor, vamos lá você consegue! – disse Edward. Já não sabia se estava suando ou se estava lagrimando. Foi nessa hora que lhe veio à mente que enfim saberia o sexo do bebê. Seu coração bateu muito mais rápido se isso era possível.

A única coisa que ainda fazia Bella ter forças era o seu bebê, pois já estava exausta de tanto que já fora obrigada a fazer. Aguentaria o que fosse necessário, mas sabia que uma hora ela teria que parar. Pediu a Deus, mais uma vez, que seu bebê viesse logo ao mesmo tempo em que ouviu a voz da Dra. Sherlyn a pedindo para empurrar.

Mesmo com o som do seu grito e os murmúrios de confiança que Edward a passava, Bella ouviu quando o seu bebê chorou. Enfim ele havia nascido. Na verdade ela. Era uma menina. Viu assim que a Dra. Sherlyn a colocou em seu colo. Ouviu o choro de felicidade de Edward em seu ouvido ao mesmo em tempo que sentia beijos em sua cabeça. Ouvia o choro de vida de sua filha, como se ela estivesse reclamando do mundo por terem a tirado de um lugar ótimo, mas Bella a mostraria que o melhor lugar era aquele em que estavam. Mas mesmo assim, nada a impedia de ficar naquela bolha que se transformou a sua volta. Enfim estava com sua filha em seus braços e Edward com sua família nos seus.

- Enfim descobrimos! – brincou a Dra. Sherlyn. – É uma menina! Então, como vão chamá-la?

- Jullie. – disse Bella

- Anne. – Edward ao mesmo tempo com a voz embargada.

Sorriram e fizeram todos rirem na sala, mas logo em seguida disseram juntos:

- Jullie Anne.


Enquanto Bella dormia exausta em um quarto do andar superior, o grupo rodeava Edward e teriam atravessado o vidro do berçário se pudessem, mas infelizmente aquele vidro estava ali. Infelizmente para eles, mas felizmente para a saúde de Jullie Anne e todos os outros seis bebês que a faziam companhia no berçário.

A filha era um embrulho cor de rosa. Manta comprada exclusivamente para a ocasião de acordo com o que Alice tinha falado. E isso era uma coisa que Alice não tinha parado de fazer, falar. Por vezes dizia coisas inteligíveis, em outras Edward conseguia discernir palavras como “fofura”, “lindeza da dinda”, “vou morder todinha”, “quero uma menina”, “amigas igual a mim e Bella”. Edward apenas sorria, e não saberia dizer quando conseguiria tirar aquele sorriso da mais pura satisfação do rosto.

Sua Bella havia sido incrível! Tinha absoluta certeza de que ele próprio nunca faria nada igual e nem nunca iria fazer, então o jeito seria trabalhar igual a um condenado para dar sempre do bom e do melhor para seus amores. Seu sorrio aumentou.

Quando descobriu que Bella estava grávida parecia ter entrado em estado de inércia, para depois a euforia tomar conta de todo o seu corpo. Amaram-se naquela noite como nunca havia acontecido, pelo menos era assim que Bella descrevia. Mas para ele era como se estivesse saltando de um penhasco, sem qualquer proteção que o impedisse de se esborrachar no chão, para nunca parar. Sentia-se livre enquanto que a adrenalina possuía todas as partes do seu corpo.

Acompanhou como o mais dedicado dos maridos todos os estágios da gravidez de Bella. Fez todos os desejos dela, até comeu uma porção de banana com cerveja só para satisfazer a mulher. Era bem verdade que vomitou todo o jantar daquele dia, mas a recompensa de uma Bella nada sóbria, nua e descabelada em sua cama compensou. Tirou fotos dela. Comprou roupas ridículas para bebê, ele sabia que era péssimo para essas coisas, mas não se conteve quando viu no mostruário de uma loja aquele vestido amarelo de bolinhas roxas. Talvez houvesse sentido naquele momento que Bella esperava uma menina. Ele havia gostado e sua filha iria usar, nem que tivesse que sequestrar sua linda garotinha para um parquinho próximo e trocasse a roupinha ali mesmo.

Passou por cada coisa nos primeiros meses de Bella que acreditou que não aguentaria mais um mês. Mas Deus é pai e com isso as loucuras de Bella passaram, então assim puderam curtir melhor a gravidez, pelo menos o máximo que o desconhecimento do sexo do bebê os permitisse. Mas ainda sim foi magnífico ver sua mulher engordar um pouco, dormir um montão e a barriga crescer como um balão. Que Bella nunca o escute, mas ela ficou engraçada quando grávida. A cintura fina sumiu, os seios cresceram, os pés incharam, os cabelos ficaram mais volumosos que a deixavam com um quase aspecto de leão das montanhas de manhã cedo. E o andar? Edward os assemelhava com os dos pinguins. Que Bella nunca o ouvisse!

Não se lembrava de ter conhecido mulheres grávidas, muito menos se as via pela rua, mas a sua grávida havia sido a melhor delas. A mais bonita e magnífica das grávidas! Seria bom vê-la assim outra vez. Nem havia colocado um filho no mundo já estava pensando em outro! Mas haviam combinado isso, sua agora Jullie Annie não seria filha única como seus pais foram. Ela teria irmãos. Quantos? Não saberia dizer, pensaria nisso outro dia, outra semana, outro mês ou outro ano. Agora só o que importava eram seus amores.

Amava Bella, talvez desde os primórdios dos tempos, nunca pensou que passaria a amar outra mulher como ama a sua, mas vendo aquele rolinho primavera rosa, com todos os dez dedinhos dos pés e das mãos, ficou em dúvida. Mas de uma coisa tinha certeza, eram sentimentos diferente que se mesclavam em um só. Será que aguentaria? Seria forte o suficiente para conter todo esse amor e felicidades que transbordava de si? Ficou com medo de explodir, não da explosão em si, mas de Bella ao saber que ele estava pirando.

- Edward! – pegou um susto com o sacolejo que Jasper lhe deu. – Acorda cara!

- Jasper, porque você faz isso!? Já disse para parar de assustar as pessoas, principalmente eu!

- Então fica ai babando a Julline e perde a oportunidade de carregar ela no colo pela primeira vez. – disse Jasper com a voz chateada, mas ela parava por ai, pois estava com um sorriso cínico no rosto. – Não vai deixar a menina cair! To filmando! – riu.

- Eu consigo! – conseguiria mesmo? De repente seu corpo começou a tremer.

Olhou para a enfermeira que segurava Jullie no colo e sorriu para ele. Engoliu em seco.

Mas se Bella tinha conseguido, ele também conseguiria. Nunca tinha carregado um bebê assim como Bella nunca tinha posto um no mundo. Era uma comparação desfavorável para Bella, mas ele sentiu que era a mesma coisa.

Atravessou a porta de acesso restrito para funcionários do berçário, colocou uma proteção para os sapatos e uma toca. Lavou bem as mãos, três vezes só para garantir. Atravessou mais uma porta e viu-se cara a cara com sua princesa. Engoliu em seco. Pediu a Deus que Jullei não chorasse e nem fizesse movimentos bruscos.

- Com cuidado papai. – disse a enfermeira.

- Jullie, por favor, minha filha, continua quietinha. – pediu olhando o rostinho corado de Julie. Ela só mexeu a boca. – Muito bem. Como faço?

Então a enfermeira lhe ensinou como e onde segurar. O coração de Edward passou a bater rápido e quase teve uma arritmia cardíaca quando a enfermeira tirou seus braços de debaixo de Jullie. Agora era com ele.

Prendeu a respiração esperando pelo choro estrondoso da filha, mas ele não veio então foi se acalmando e se familiarizando com a pequena em seus braços. A sensação foi magnífica! Jullie apenas mexia a boquinha, como se estivesse mastigando alguma coisa. Não era tão pesada e, pelo o que podia perceber, seria pequena igual à mãe.

Sentindo que o terreno estava firme olhou para os amigos que o assistiam da janela de vidro, seu sorriso era enorme. Sua mãe, sua sogra e, inacreditavelmente Rosalie, estavam chorando emocionadas. Alice quicava no chão batendo palminhas. Vanessa o olhava com uma expressão sonhadora, talvez imaginando Jacob naquela situação. Então se lembrou dos amigos e assim que os viu percebeu que eles trocavam olhares, não gostou daquilo.

Então de repente, os três começaram a pular abraçados, de frente para Edward, falando alguma coisa que Edward demorou a entender, mas assim que conseguiu virou de costas para eles, com a cara emburrada. Eles o estavam chamando de “fornecedor” e Bella nem estava ali para defendê-lo.


Com três dias Bella havia saído da clínica. Em função do parto normal estava bem disposta para uma mãe de primeira viagem. Aquela primeira semana poderia ter sido um pouco conturbada se não fosse a presença de Esme no apartamento. A mãe de Edward se disponibilizou a ficar com o casal nos primeiros dias de Jullie Anne no apartamento, já que Renné não poderia em função do seu trabalho, mas assim que fosse possível também se juntaria ao casal para ajudar no que pudesse. A princípio Edward não gostou muito da ideia de ter que dividir suas mulheres com outras pessoas, mas ao se ver diante da realidade em que Bella não estando presente ele que deveria, por obrigação de pai, cuidar de Jullie agradeceu veemente a mãe quando Jullie começou a chorar escandalosamente e Bella estava no banho. Amava sua mãe!

Edward se ausentou da empresa por sete dias, tempo considerado adequado para resolver tudo que fosse possível para o conforto de Jullie e Bella, estava se esforçando, mas não parecia estar conseguindo ser o melhor pai do mundo como fora melhor marido de mulher grávida. Sempre ficava nervoso quando tinha que carregar a filha no colo, ficava apreensivo quando via Bella dando banho no Bebê e acabava falando o que não devia, até que Bella no auge de sua irritação falou entre dentes:

- Se você acha que estou fazendo errado, então faça você mesmo. – então esticou um pouco os braços com a filha toda molhada e chorando.

- Ta bom, ta bom! Pode terminar! Você esta sendo ótima! Perfeita! Só cuidado, muito cuidado...

- Edward, sai daqui!

E Edward saiu.

Mas ele não tinha culpa! Era pai de primeira viagem. Por que ninguém pensava nisso? Até Jasper que poderia estar passando por situação semelhante à dele não parava de dizer que ele estava exagerando. A mãe foi a única que lhe disse para relaxar um pouco e curtir o momento, aqueles dias iam passar rápido e quando parasse para pensar sua filha já estaria indo para a escola e depois apresentando o primeiro namorado, aquilo não o ajudou em nada.

Alice sempre aparecia munida de um presente novo para a afilhada, roupas que Edward não fazia ideia de quando sua filha poderia usar, até Alice ter a ideia de fazer um book para a pequena. Depois de muito conversarem Alice acabou concordando que o excesso de flash poderia fazer mal para Jullie, por isso que ela deu a ideia de fazerem ao ar livre, não teria necessidade de luz artificial. Então não havia possibilidade de tirarem aquela ideia da cabeça de Alice a não ser concordarem em adiar aquele acontecimento por pelo menos dois meses.

Alice era uma força da natureza, mas tinha as suas qualidades, principalmente aquela de perceber aquilo que ninguém havia feito. Foi ela, no primeiro dia que visitou Bella em casa, que os fez lembrar um fato curioso, Jullie Anne havia nascido há exatamente um ano após a Festa do Divórcio de Bella. Aquele fato havia passado despercebido por eles até aquele momento, cheia de sorrisos, Alice contou que no mesmo dia havia confidenciado a coincidência com Rosalie, mas pediu, ou melhor, intimou Rosalie a nada falar sobre o assunto para ver se o casal iria lembrar isso, mas pelo o que parecia poderia passar um ano que a coincidência não seria notada. Bella achou um exagero de Alice, mas Edward sabia que ela estava certa, pelo menos no caso dele. Então aquela era uma data a mais para ser comemorada. O dia de sua volta com a mulher da sua vida e o dia do nascimento de sua vida. Não poderia pedir mais, talvez gêmeos...

O último dia de sua folga chegou e achava que ficaria feliz com ele, mas ao pensar em deixar Bella e Jullie sozinhas se viu cheio de preocupações, mesmo sabendo que sua mãe estaria ali para ajudar em tudo que Bella precisasse. Havia se acostumado com a rotina de assim que acordassem acompanhar o bebê em tudo que fizesse, mesmo que ajudasse em pouquíssimas coisas como pegar a toalha, fralda, talco, avisar que o bebê estava chorando, como se fosse necessário já que sua filha chorava como se estivesse em um concerto do mais puro rock metaleiro, apenas fazendo as notas mais agudas. Edward não sabia de onde a menina tirava tanto ar e força, mas ainda sim avisava que ela havia acordado e antes mesmo que Bella ou sua mãe pudessem chegar perto, ele já estava ao lado de Jullie, passando a mãe na barriguinha da filha que, por milagre da natureza, sempre se acalmava com o toque e a voz do pai. Pelo menos era isso que Bella dizia e ele gostava de acreditar nisso, pois era a certeza de que era bom em alguma coisa.

Depois de acordar atrasado, pois tinha se permitido ficar com a filha assim que Bella a alimentou ficou admirando a esposa dormir serenamente. Bella estava com os cabelos soltos e espalhados no travesseiro branco, deitada de lado, as duas mãos formavam uma concha próxima ao seu rosto e os pés pequenos e lindos enlaçavam o lençol. Era linda até dormindo e Edward poderia ficar horas admirando a esposa, mas tinha que admirar outra pessoa.

A porta do quarto da filha estava aberta como ele havia deixado no meio da noite. A decoração continuava a mesma que ele, Jasper e Jacob haviam feito, sendo que o berço estava bem no meio do quarto. Tentando fazer o menos de barulho possível, Edward chegou até a filha e um sorriso enorme inundou seu rosto, Jullie dormia na mesma posição que Bella, faltava apenas os cabelos castanhos avermelhados serem bem mais compridos para a semelhança ser ainda maior. Puxou um banco que estava próximo a janela e sentou-se no lado que pudesse ver o rosto corado da filha.

Os formatos dos olhos eram grandes, o nariz pequeno e a boca em forma de coração. O queixo era algo pontiagudo que Edward sempre tinha vontade de morder quando o via, mas deixaria para matar essa vontade quando ficasse mais seguro ao carregar a filha. Com as pernas encolhidas Jullie era menos de três palmos seus e constatando isso Edward sorriu. Passou um das mãos pela penugem cheia e castanha, com um leve tom de ruivo, da filha. Esperava que os cabelos dela ficassem ondulados como o de Bella, bem, esperava que ela fosse uma Bella todinha, sem tirar nem por.

Ao perceber que a filha estava mexendo a boca, Edward parou o carinho no mesmo momento e já ia se levantar, para que não dissessem que foi ele quem a acordou, quando um longo bocejo da filha o fez estancar, ela ainda piscou lentamente algumas vezes até fitar os olhos verdes no rosto do pai. Mesmo que dissessem que criança naquela idade apenas enxergavam vultos, Edward tinha certeza que a filha o estava vendo, principalmente quando o ensaio de um sorriso banguela surgiu no rosto de Jullie, Edward sorriu de volta. Afinal a filha não era uma Bella todinha, ele também havia deixado sua marca ali.


Ao chegar à empresa foi recebido com festa. Balões coloridos estavam espalhados pelo lugar e um faixa de “Super Pai” ornamentava a estrada da sua sala. Aplausos e palavras de cumprimento o recepcionaram até a porta de sua sala, onde parou e saudou a todos, no final disse que até poderia estar de coração mole, mas isso não seria suficiente para impedi-lo de demitir alguém, todos riram. Quando entrou em sua sala, os mesmos balões coloridos estavam ali e um bolo no formato do “S” do Superman estava em cima de sua mesa.

- Isso sim vai me impedir de demitir quem quer que seja. – disse voltando para a sala dos funcionários. Todos aplaudiram de novo.

Edward mal havia fechado a porta quando Jasper passou por ela todo feliz, afinal de contas Edward havia voltado e o trabalho diminuiria.

- Como está o papai do ano? – Perguntou Jasper sentando-se no lugar de Edward, atrás da mesa.

- Cheio de preguiça. Sai daí! – Edward o empurrou e sentou.

- Essa foi minha cadeira nas últimas semanas. Já estava acostumado. – Jasper riu sem graça.

- Eu não lhe dei autorização para ficar em minha sala na minha ausência. – Edward o lembrou, ligando o computador logo em seguida.

- Também sou dono dessa espelunca. – Jasper sentou-se de frente para Edward.

- Minoritário.

- Isso é apenas um detalhe.

- Além do mais você tem uma sala igual, com poltrona parecia, com a mesma vista e ainda ao lado dessa. Por que ficar na minha sala?

- Pelo poder que ela exala.

- Vá à merda Jasper. – Jasper gargalhou e Edward acabou fazendo o mesmo, afinal de contas estava com saudade do amigo.

- Como estão suas mulheres?

- Bem. Na verdade não sei quem está melhor, acho que Jullie por não ter que fazer muito esforço a não ser chorar. – Edward sorriu.

- Eles choram muito?

- Caro amigo, mas do que imaginamos que possam.

- Isso porque é sua filha com Bella, agora imagina uma filha de Alice!

- Mas há suas compensações. – Edward lembrou o meio sorriso da filha.

- Desculpe, mas não consigo enxergá-las.

- Por que você é dramático e exagerado. – Edward arrumou alguns papeis em sua mesa. – Mas vou ter dar alguns exemplos para te tirar do lado negro da força.

- Manda.

- Por exemplo, hoje pela manhã...

O telefone da sala de Edward tocou estridentemente o fazendo lembrar a filha. - Diga Lucy. – Foi Jasper quem atendeu. Edward encarou o amigo descrente. – Me acostumei. – Edward apenas balançou a cabeça negativamente. – Como é? Hum! Ok. Espera um instante. – Jasper apertou um botão no suporte do telefone e se dirigiu a Edward. – Você conhece algum Erick MacGuinnes?

- Não, por quê? – Edward perguntou sem tirar os olhos da tela do computador.

- Esse cara ta ai fora querendo falar com o Sr. Cullen algo importante e de grande interesse a você.

- O que vocês aprontaram nesse tempo que fiquei fora?

- Sinceramente? Nada. – Edward o olhou de lado. – Juro por Deus!

- Você não acredita em Deus, Jasper. – Edward balançou a cabeça descrente.

- Mas ele acredita em mim. – Jasper lançou um sorriso travesso para Edward.

- Mas eu não... Tá! Manda esse cara entrar. – Edward sorriu mesmo não querendo.

Jasper soltou o botão e permitiu a entrada do tal Erick MacGuinnes. Assim que desligou o telefone, Jasper se levantou para ficar ao lado de Edward, coisa que sempre acontecia quando Edward recebia alguém sem sua sala que não fosse funcionário. Segundos depois, a atual secretária de Edward e Jasper abriu a porta para a entrada de um homem com no máximo quarenta anos, usava cavanhaque, um óculos de lente rocha e transparente. Trajava calça de linho escura que combinava com a camisa de botão verde musgo. Uma bolsa de lado de couro marrom o deixava com ar sofisticado da moda atual.

- Bom dia! Meu nome é Erick MacGuinnes, sou representante da Summit Entertainment e é um prazer enorme conhecê-lo Sr. Cullen. – o homem colocou a bolsa em cima de uma das cadeiras e estendeu uma mão para Edward que a pegou sem antes olhar discretamente para Jasper que estava com o cenho franzido.

- Esse é Jasper Whitlock, meu sócio e braço direito. – Edward apresentou.

- Claro! É um prazer também conhecê-lo Sr. Whitlock! – Jasper apenas meneou a cabeça, um pouco desconfiado com a empolgação do homem.

- Em que posso ajudá-lo? – perguntou Edward indicando a outra cadeira. Apenas quando o homem se sentou Edward o fez.

- É algo muito simples e acredito que no final das contas será de grande interesse seu. – o tal Erick MacGuinnes era só sorrisos e aquilo, para Edward, significava apenas uma coisa, o cara estava querendo vender e faria de tudo para que ele comprasse.

- Por favor, prossiga.

- Sr. Cullen, irei direto ao assunto. – o homem sorriu olhando de Edward para Jasper e voltando para o primeiro. – A empresa que represento está interessa em algo que aconteceu há quase um ano atrás, na verdade em tudo que aconteceu naquela noite da “Festa do Divórcio.



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Notas finais do capítulo

E ai galera!? O que acharam?!
Esse foi o sub-capítulo mais longo dessa divisão do cap real que eu fiz. Eu poderia ter deixado mais coisas nos outros, mas tiraria a emoção de escrever esse.
*
O último capítulo!!!
*
Espero de verdade que tenham gostado muito desse final... Ele já havia sido planejado a meses, assim como outras ideias fixas que estavam em minha cabeça e que deveriam fazer parte dessa história.
*
Como sei que poucas são as pessoas que leem essas notas, vou tentar ser o mais breve possível na finalização dos meus comentários.
*
Primeiramente gostaria de agradecer a tudo e a todos que me fizeram gostar de ler e principalmente escrever... Sou viciada! Digo mesmo!!
*
Segundamente não há como não citar o nome daquelas que me fizeram escrever cada vez mais essa história: lezinha_24, julliana swan salvatore, maykamimura, Carolmaeve, janys, vau, Páh Cullen, MahhCullen, Erica, Dani Melo, Alana Colorada, Loreta D, mikeli, Lu Nandes, Kayna, juhpatty,little_love, muriit, Ise Cullen, Charlize, vtrapani, mclean, ELYSBAHIA, aninharocha, Claudinha, DiCullen
*
Meninas, muito obrigada do coração pela paciência e comentários brilhantes de vocês. Apenas aqueles que escrevem sabem o quanto que é importante receber os comentários, seja de qual tipo for. Essa é uma força imprescindível para todo autor então, por favor, sempre comentem todas as histórias que leem, pode até não serem todos os capítulos, mas sempre que possível façam isso é importantíssimo e extremamente gratificante! Obrigada mais uma vez...
*
Agora, como eu havia prometido, algumas curiosidades sobre a fic... (pelo menos as que eu lembrei! haihiauha)
A ideia de criar A Festa do divórcio partiu de uma reportagem que vi e assim que ela terminou eu pensei Eu posso escrever algo com esse tema! E então surgiu!
*
A Boate Louvre existe e é uma das mais sofisticadas da minha cidade. Nunca entrei lá, não por falta de oportunidades (desculpa tá! hahaha), mas todas as vezes que era de grátis não consegui ir, mas quando tinha que pagar eu não tinha dimdim!!!
*
A minha inspiração para criar Samantha Whitlock foi a Samantha Jones da série Sex and the City. Se alguém já viu alguma temporada ou até mesmo os filmes vão saber de quem estou falando.
*
Querem saber mais alguma coisa, pode perguntar, eu respondo!!!
*
Então é isso, me despeço de vocês na "Festa do Divórcio", mas o nosso reencontro vai acontecer mais breve do que imaginam, ou seja, já estou planejando uma nova história que vai exigir muita paciência, principalmente minha.
Até logo!!! =******* Muito obrigada mais uma vez.



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