A Festa Do Divórcio escrita por Dri_Volarius


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Não percam seus preciosos tempos lendo isso aqui... =D



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Meia hora depois estavam sentadas na parte de trás de uma limusine preta com teto solar e espaço suficiente para 20 pessoas, esperando por Jéssica. Bella e Rosalie estavam terminando a primeira garrafa de champagne quando Jéssica invadiu a limusine falando um sonoro “uau!” olhando para Bella.

- É! Realmente muito bonita! Mas cadê os go-go-boys? – perguntou Rose.

- Calma Rose. Nós vamos buscá-los. – Jéssica respondeu acomodando-se ao lado de Bella no sofá vermelho da lateral do carro. – Nossa! Nunca pensei que andaria em uma dessas. Boa escolha Bella! – falou olhando ao redor.

- Na verdade a escolha foi minha. – Rosalie prestigiou-se bebendo o último gole de champagne de sua taça.

- Ok.ok. Mas por que vamos ter que buscar os homens, Jéssica? – perguntou Bella. – Deu alguma coisa errada?

- Lógico que não. – Jéssica respondeu com um ar de fingida ofensa enquanto tirava a taça das mãos de Bella. – Mas me diga como eu iria explicar ao Mike um bando de homens bonitos, musculosos e profissionais em minha casa? Desculpa Bella, mas eu tenho vizinhos e eles são fofoqueiros.

- Não acredito que você não contou ao Mike sobre sua ida a festa. – espantou-se Rosalie contendo um riso.

- Pra que? – tomou um gole de bebida. – O que o Mike não vê seu coração não sente! – e riu acompanhada de Rosalie e Bella.

- Meu Deus! Quem são vocês e o que fizeram com as minhas amigas? – Disse Bella em meio a gargalhadas.

- E o papo sobre os vizinhos? – perguntou Rosalie se abanando com um lenço de papel?

- Uma coisa é eu sair de casa acompanhada por um bando de homens e outra, bem diferente é sair em uma limusine chiquérrima que nem essa.

- O que no final acaba dando no mesmo. – Disse Bella pegando outra garrafa de Champagne.

- Pelo menos os vizinhos não terão certeza sobre minha companhia. – Jéssica sorriu confiante.

As três gargalharam, mas foram interrompidas quando o telefone interno da limusine tocou. Rosalie atendeu.

- Pois não? – ela ainda continha o riso.

- Para onde iremos agora senhorita? – perguntou o chofer.

- Um minuto. – disse Rosalie para logo depois perguntar a próxima parada a Jéssica. – Aonde iremos pegar os go-go-boys?

Jéssica procurou por algo em sua bolsa de mão, entregando a Rosalie um pedaço de papel.

- Iremos para o Pub Rox XX. Sabe onde fica?

- Sim, senhorita.

- Ótimo! – e desligou.

- Vamos fazer um brinde? – perguntou Jéssica assim que Rosalie desligou e já abrindo a garrafa de champagne que estava nas mãos de Bella. As outras duas concordaram já esticando as taças para que Jéssica as pudesse encher. Logo em seguida encheu outra para si. Colocou a garrafa em um baldo de alumínio contendo gelo. – Vamos brindar a essa noite! – levantou sua taça.

- Aos homens maravilhosos que nos esperam. – disse Rosalie erguendo a sua.

- Aos belos dias de casada e aos maravilhosos dias de solteira. – disse Bella olhando para cada uma, a energia positiva e esfuziante a preenchendo. – Ao Divórcio! – ergueu sua taça.

*

Estava pela milésima vez de frente para o seu notebook, olhando as várias imagens e reportagens que juntou durante a última semana sobre Festa do Divórcio e a cada vez que via o material menos acreditava que a sua Bella, sua... ex-mulher, estaria planejando a sua própria para aquela noite. Era algo que ele nunca imaginaria que ela fizesse. Era algo que ele ainda não estava preparado para enfrentar. Não a Festa do Divorcio, mas o próprio em si.

Há exatos três anos atrás ele havia jurado na frente de Deus e dos homens o seu amor eterno a mulher que escolhera para ser a sua vida. Havia planejado e sonhado com cada momento ao lado dela até ficarem bem velhinhos fazendo juras de amor eterno, como faziam ainda jovens. Mas parecia que esse tempo havia ficado para trás, pelo menos para ela.

Jogou o corpo para trás em sua poltrona preta reclinável passando a lembrar do dia em que a havia conhecido.

*~*

O inverno de 2005 estava chegando e já se podia senti-lo, não que em Los Angeles isso realmente pudesse acontecer com a mesma intensidade que os estados do norte, mas ainda sim as mudanças sutis na temperatura, principalmente de noite, poderiam ser sentidas.

Saiu do carro com a esperança de notar o clima um pouco mais denso, mais úmido, mas aquilo não era o norte, era Los Angeles e mesmo que não sentisse tanta falta da terra natal, seria bom aproveitar um tempo mais frio comendo algo quente e possuindo uma boa companhia em baixo das cobertas.

Mas quem ele queria enganar? Aquela era Los Angeles, não iria fazer frio e por isso não teria que comer nada quente e, principalmente, não teria uma boa companhia para aquela noite. Um casal do outro lado do estacionamento riu alto de algo muito engraçado captando a atenção dele. Fechou a expressão por não achar nada engraçado naquele dia, pensou entrando no supermercado e pegando uma cesta logo em seguida.

Já havia rodado quase todas as prateleiras em busca de algo que tivesse esquecido, pois bem sabia que quando chegasse em casa lembraria de algo que deveria comprar e sempre que aquilo acontecia, ou seja, quase todas as vezes que visitava o supermercado, se irritava profundamente. Foi em uma dessas voltas que ele a viu, ela pulava com um dos braços esticados enquanto se apoiava com o outro na prateleira tentando pegar algum produto que estava fora do seu alcance.

Ele sabia que deveria ajudá-la, tinha pela consciência disso, no entanto a visão que tinha a sua frente era impressionante e o congelou no lugar.

Os cabelos castanhos avermelhados da mulher-canguru balançavam-se em suas costas de acordo com os seus movimentos e mais pareciam uma cascata em plena atividade, a bermuda, que bem se via ter sido uma calça por estar cortada na altura dos joelhos, era justa dessa forma delineando as curvas dela, podia-se ver que ela era bem branca pelas partes das pernas a mostras, mas foi a panturrilha e os pequenos pés que receberam um pouco mais de atenção. Eram lindos. Ela usava um moletom cinza desbotado de alguma universidade que o impedia de ver algo mais. O que o deixou meramente frustrado, mas ainda sim ele poderia dizer com todas as letras que aquela era a mulher-canguru mais linda que já havia visto nas últimas semanas. Só não sabia que seu conceito mudaria nas semanas seguintes: era a mulher-canguru da sua vida.

- Ei. Não querendo ser grossa, mas você vai ficar ai me olhando ou vai me ajudar? – ela perguntou o tirando de seus devaneios.

- Ah... me desculpe, eu só estava... – parou no mesmo instante, pois não sabia o que responder.

- Eu já sei o que você estava fazendo: me olhando. Eu sei, sou bonita mesmo, mas, por favor, você poderia me ajudar? – perguntou colocando as mãos na cintura e olhando suplicante para ele. Foi impossível não rir.

- Vou ajudá-la não por que você merece já que me deixou constrangido. – aproximou-se. - Mas por que já estava ficando com medo de você não conseguir mais andar normalmente e virasse um canguru de verdade. – foi a vez dela de rir.

- Obrigada.

- Ainda não fiz nada.

- Mas já deixou de me olhar e veio me ajudar.

- Você que pensa. – ele parou de frente para ela. Os seus olhos eram de um castanho impressionante. – Só me aproximei para poder vê-la melhor. – ela deu uma sonora gargalhada. – Certo. Então o que deseja senhorita...?

- Isabella, ou melhor, Bella. – respondeu estendendo a mão. Ele a segurou fechando os olhos. – O que foi? – perguntou sorrindo.

- Desculpe-me, mas eu sei que provavelmente você já deve ter ouvido isso incontáveis vezes mas... O seu nome é digno de você. - disse abrindo os olhos logo em seguida.

- Já ouvi sim e você não faz idéia de quantas vezes. – respondeu sorrindo.

- Então que dizer que estou diante de uma mulher que já foi cortejada muitas vezes? – perguntou ainda segurando a mão dela.

- E eu estou diante de um homem que corteja uma mulher com freqüência? – perguntou Bella com uma sobrancelha erguida. Foi a vez dele rir.

- Casa comigo? Seu senso de humor e suas tiradas são emocionantes.-

- Caso sim, mas só se você pegar aquele pacote de papel higiênico para mim. – disse Bella apontando para cima da estante.

Mal sabiam eles que aquilo realmente iria acontecer.

- Sim! Claro! Que cabeça a minha. – disse batendo com uma mão na cabeça. – Eu vim lhe socorrer e não dar em cima de você, não necessariamente nessa ordem, mas... – ele olhou para cima da estante onde tinham varias marcas, preços e cores de papel higiênico. – Nossa! Nunca vi tanta opção de papel higiênico. – admirou-se. – Qual deles?

- O rosa com ursinho. – ela disse sem incomodo. Ele a olhou com o cenho franzido. – O que foi? Gosto do cheiro. – respondeu e ele riu balançando a cabeça para os lados.

- Aqui. – entregou-lhe um pacote.

- Pode pegar mais um? – ele confirmou pegando outro pacote e lhe entregando. – Você é abusável?

- Como? – perguntou sem entender.

- Se você é abusável? Se eu posso abusar de você? – perguntou sorrindo.

- Ah... isso. Com toda a certeza e de todas as formas. – sorriu matreiro.

- Você poderia pegar aquele pacote de papel toalha laranja? – os olhos de Bella piscaram com o pedido o fazendo rir, enquanto apontava para outra fileira de produtos.

- É todo seu. – entregou-lhe.

- Muito obrigada. Você não tem idéia de quanto tempo eu já estava tentando pegar isso e provavelmente a sua teoria de eu sair pulando daqui iria acontecer. – sorriu.

- Não há de que. Senão fossem os seus saltos, provavelmente, eu não teria parado e muito menos prestado atenção em você. – disse sincero passando a cesta para a outra mão. Bella percebeu.

- Ah! Desculpe-me, acho que acabei por atrapalhar as suas compras. – disse com visível constrangimento.

- Na verdade não. – começou a falar antes que o rosto de Bella passasse por todos os tons da escala de vermelho. – Eu estava rodando em busca de alguma coisa que sabia que queria, só não lembrava o que era. Pelo menos não até agora.

- E agora já sabe? – perguntou com interesse.

- Sim. – ele respondeu aproximando-se um pouco mais dela.

- E o que é? – Bella não moveu um único passo, parecia gostar da aproximação.

Segundos se passaram enquanto os dois se encaravam até que ele abaixou os braços e colocou algo entre os dois.

- Papel higiênico. – respondeu e os dois explodiram em gargalhadas.

*~*

Mesmo que já fizesse um bom tempo era impossível não rir com aquela lembrança. Ele nunca acreditaria que conheceria alguém tão especial quanto ela em um supermercado, pulando e falando sobre papel higiênico. Se alguém o tivesse dito algo sobre isso anos antes ele teria achado cômico e sem sentido, o que na verdade, acabou sendo.

No entanto, lá estava ele vivendo mais um momento sem sentido em sua vida. Era bem verdade que os cinco anos de relacionamento com Bella não tenham sido algo de comum, a relação deles era algo fora disso e era isso que tornava tudo tão interessante. Cada dia e cada ano.

Mesmo com as novas responsabilidades que adquiriram quando se viram casados nunca deixaram de respeitar as vontades das loucuras de jovens apaixonados, era como se cada dia fosse o dia em que haviam se conhecido. Bella era espetacular em proporcionar momentos únicos de entretenimento e surpresas para eles. Lembrava como se fosse ontem as botas de alpinismo que ganhara dela no primeiro aniversário de casamento deles. O problema era que ele nunca havia praticado o esporte antes, mas as sábias palavras de Bella o fizeram, os dois na verdade, entrarem para um grupo de treinamento. “Nunca é tarde para aprender, acreditar e recomeçar”.

Como se tivesse se lembrado de algo muito importante Edward ficou de pé em um salto, as pernas bateram na poltrona com rodinhas a fazendo correr e bater na estante dos seus livros de publicidade fazendo um baque surdo. Com seu coração a mil passou a andar de um lado para o outro no pequeno escritório, vários pensamentos e idéias corriam a mil por hora em sua cabeça o fazendo ter uma leve tontura, mas não se deixou incomodar por pequenos detalhes. Como não havia pensado nisso antes? Passara tanto tempo planejando coisas bonitas e declarações profundas de seu amor por sua quase ex-esposa que não pensou em absolutamente nada de extravagante e nem exagerado a se fazer para salvar o próprio casamento.

Como pode? Era inaceitável! Mas ele não podia se martirizar naquele momento, sendo que deveria agir, talvez ainda tivesse tempo de bolar alguma loucura e colocar a prova. Já tinha tentando de tudo mesmo, então o jeito seria apelar.

Olhou para o computador, mas especificamente nas horas, eram 21:35. Não tão tarde. Abriu uma gaveta tirando de lá um envelope preto e vermelho destinado a ele, olhou atentamente o conteúdo em suas mãos, não estava aberto, mas sim amassado, no entanto por algum motivo ele não o havia jogado fora, talvez o motivo tenha sido justamente para ser aberto naquele momento. Mesmo sem ter visto o conteúdo daquela punhalada sabia muito bem a que se referia. Jasper o havia preparado para isso. E sem pestanejar abriu e procurou o que queria: o horário do evento e do local. Arregalou os olhos ao ver onde seria a loucura de Bella, a boate mais cara e luxuosa da capital. Aquilo era sacanagem mesmo, mas não deixou que a onda de irritação o invadisse e olhou para o horário, a festa começaria dali a vinte e cinco minutos. Era pouco tempo, disso ele tinha certeza, contudo o plano já estava todo bolado em sua mente e faria tudo sozinho.

A campainha do apartamento tocou pregando-lhe um pequeno susto. Mas quem seria àquela hora? Ele não queria receber ninguém, já havia comentado em alto e bom som que passaria aquela noite sozinho, não precisava e não queria companhia e além do mais alguém agora poderia colocar todos os seus planos a perder e isso ele não queria, ninguém iria demove-lo de fazer a sua última tentativa.

O barulho da campainha tornou a encher o apartamento ele sequer se mexeu, talvez a pessoa desistisse por pensar que ele não estaria em casa e enfim iria embora. A campainha tocou de novo, no entanto o barulho de batidas na porta fez companhia.

- Edward? – chamou uma voz masculina.

Ele ficou calado sem saber o quê aquela pessoa estava fazendo ali, mas não foi preciso muito raciocínio para adivinhar o motivo de Jasper estar apertando a campainha, batendo em sua porta e chamando por seu nome, Alice era o motivo.

- Edward? Cara eu sei que você está ai, então, por favor, queira abrir a porta? - pediu mais uma vez esmurrando a porta.

Edward soltou um urro sabendo que o amigo não desistiria por realmente saber que ele estava em casa, afinal ele mesmo havia contado, por uma rede social da internet, que passaria a noite em casa resmungando feito um velho e que tomaria remédios para dormir caso as bebidas que havia comprado justo para aquela noite não fizesse efeito.

- Edward? Abre a porta cara senão vou arrombar essa merda!

E ele seria bem capaz mesmo! Pensou, rindo em seguida. Mas o divertimento assim que veio passou ao ouvir o amigo começar uma contagem, bufou e fechou o envelope que ainda estava em mãos, marchando a passos firmes em direção a porta.

- Se você derrubar a porta da minha casa eu te mato, oh Jet Li! – falou antes de abrir a porta. – O que é? Veio ver se eu me suicidei? Não. Está satisfeito? Mas digo que essa idéia passou pela minha cabeça.

- Não fala bobagens cara. Não tem necessidade disso. – disse passando pela porta.

- Sim? Ficou mal educado desde quando? Você pelo menos perguntou se poderia entrar na minha casa? – mesmo com a irritação a flor da pele Edward fechou a porta. Quando se voltou para Jasper o amigo já estava se acomodando na poltrona de frente para a TV. Bufou.

- Ouvi dizer que alguns jogos da última temporada da NBA vão reprisar e estou louco para rever o Chicago Bulls triturando o New Jersey Nets de novo. – falou pegando o controle remoto e ligando a TV, passou a procurar pelo canal correto sem se incomodar com a expressão mortífera que Edward exibia.

- Quer fazer o favor de me dizer o que você está querendo fazer? – falou entre dentes, pegando sem cerimônia o controle da mão de Jasper e desligando a TV.

- Querendo ver o jogo, mas se você quiser ver outra coisa, sem problemas, cara. – falou pegando novamente o controle da mão de Edward. – E ai o que vai ser? Futebol? Futebol americano? Baseboll? Golfe? Boxe? Luta livre? Eu acho que o MM...

- Cala a boca! – gritou Edward voltando a tirar o controle da mão de Jasper e o jogando no outro sofá. – Será que a Alice ta a fim de ficar viúva uma semana depois do casamento? Ou será que vocês dois não tem nada melhor para fazer, como por exemplo, continuar em Lua de mel, ao invés de me encher a paciência? – dizia dando alguns passos até ficar praticamente em cima de Jasper que se encolhia todo na poltrona.

- Calma Edward. Nos só estamos querendo ajudar. – disse se retirando ainda encolhido da poltrona. – Cara, você ta mal mesmo, nunca te vi tão irritado. – Jasper limpou um pouco de suor da testa. Edward soltou mais um bufo exasperado.

- Querem me ajudar? Então me deixem em paz. – Edward sentou-se em outra poltrona. – Qual foi parte do “eu quero ficar sozinho” que vocês não entenderam?

- Você sabe como a Alice é, na verdade eu nem queria vim, mas ela começou com um melodrama de amigos que servem pra isso, para aquilo, momentos bons, ruis e sei lá mais o quê. Na verdade eu só vim por que já estava ficando irritado. – Jasper disse sentando na mesma poltrona de antes.

- Alice exagera às vezes.

- Ela só está preocupada.

- Eu sei. – Edward concordou, pois bem sabia que a amiga tinha um coração enorme e que estava sofrendo tanto quanto ele pelas loucuras de Bella, afinal as duas eram grandes amigas. – Mas eu sinto muito cara, você não vai poder ficar aqui.

- O quê? Como? Mas por quê? Se eu voltar para casa agora a Alice vai fazer outro drama e será capaz de não me deixar entrar. – falou surpreso.

- Sinto muito, mas aqui não.

- E por quê? Se for pelo fato de que você não querer companhia eu fico bem quietinho e prometo que não vou lhe impedir de fazer qualquer coisa, menos se matar lógico. Combinado?

- Jasper... é... Não! Eu acho melhor não! – Edward começou a enrolar, o problema era que ele não era muito bom em dar voltar para esconder qualquer coisa. – Não vai ser a mesma coisa por que eu vou saber que você ta aqui... e... sei lá. Vai embora vai. Procura algum bar, fica algumas horas e...

- Fala logo o quê você ta pretendendo fazer. Desembucha!  - Disse Jasper se acomodando melhor na poltrona.

- Nada. Ora o quê? Não tem nada. – Edward tentou disfarçar, mas foi impossível. Até tentou assoviar, mas acabou tossindo na hora. Jasper continuava a lhe olhar inquisidor. Os ombros de Edward cederam diante a pressão do olhar do amigo. – Ok. Não pretendo fazer nada demais, so estava pensando em...

- Espero que não seja se matar.

- É lógico que não. Pelo menos preciso tentar algo antes.

- O quê, por exemplo?

- A festa ainda não começou...

- O quê? Ficou maluco? É lógico que não vou deixar você ir lá. É se submeter demais! – Jasper se levantou em um salto, visivelmente irritado.

- Até parece que forte como você é conseguiria me fazer ficar aqui se eu pretendesse ir à festa. – disse Edward debochando. – Te enxergar Jasper! – riu.

- Êh! Também não humilha. Eu sou forte quando eu quero. – dizendo isso Jasper estufou o peito.

- Tá Rambo! – Edward riu mais um pouco. – Mas deixa de conversa e me deixa terminar. – Edward esperou Jasper voltar a sentar-se para continuar. – A festa começa em poucos minutos e talvez eu tenha tempo suficiente para fazer o que quero.

- E o quê pretende?

- Pretendo fazer Bella me ouvir mais uma vez.

- De novo, cara? – disse Jasper sem força. Ele mesmo já estava cansado de ouvir todas as tentativas frustradas do amigo.

- Ainda tenho tempo.

- Você sabe que ela precisa entregar os papéis do divórcio até segunda-feira para que corra tudo calmamente ao invés de vocês terem que ir até um tribunal e tornar tudo ainda mais desagradável?

- Tenho plena consciência disso.

- Então meu amigo? O que o faz acreditar que ela vai ouvir você dessa vez? Que vocês vão reatar?

- Sinceramente eu não sei, mas ainda sim eu quero tentar. Eu tenho que tentar. – Edward se levantou e caminhou até a janela da sala passando a olhar a rua lá em baixo. – Essa pode ser a ultima vez... na verdade essa vai ser a minha ultima tentativa, se depois dessa noite Bella ainda estiver firme em sua decisão eu prometo a mim mesmo que vou deixá-la em paz para viver a sua vida e volto para o norte.

- Não precisa ir embora Edward.

- Vai ser impossível para mim continuar nessa cidade, nessa casa, sabendo que a mulher da minha vida optou por viver sozinha que ao meu lado. Será demais ter que encontrá-la nos lugares que gostávamos de freqüentar quando ainda éramos casados e felizes. Vai ser impossível viver aqui Jasper.

- Você pode continuar com a sua vida aqui mesmo, não precisa ter que deixar tudo por causa dela. Você tem seus amigos...

- Que são praticamente os mesmo dela. – Edward virou-se para Jasper. – Não. Eu vou ter que ir embora.

- Mas...

- O que faria se fosse entre você e Alice? Você acha que agüentaria viver nos mesmo lugares que ela? Sem poder abraçá-la, beijá-la, trocar caricias? Sem ter ela em seus braços, na sua cama?

Edward já havia pensado nessas coisas durante todo o tempo em Bella lhe falara de divorcio, mas ainda sim era muito doloroso saber que aquilo já estava acontecendo há mais de três meses. E sabia que aquele sofrimento aumentaria quando ouvisse que estariam enfim divorciados. Seria insuportável demais. Só de imaginar a possibilidade de não ter nunca mais Bella em seus braços a dor se tornava excruciante.

Enquanto Edward tentava controlar a emoção daquela realidade Jasper ficou sem palavras, vendo por aquela perspectiva ele entendia os motivos de Edward. Há muito tempo namorava Alice, há muito tempo tinha certeza de que queria aquela mulher para sempre em sua vida e esperou o momento dela para que isso acontecesse e enfim haviam se casado na semana passada. Uma cerimônia simples, sem muita pompa, mesmo sendo um casamento de Alice O’Donnel, uma pequena pessoa essencialmente exagerada, mas ainda sim havia sido tudo muito bem organizado e escolhido, um momento que ficaria guardado em sua memória para todo o sempre. Viver sem ela seria o mesmo que tirarem o seu coração do peito. Ele entendia muito bem o que Edward queria dizer.

- Seria insuportável.

- Para eu está sendo. – disse voltando a sentar-se na poltrona.

- Então... vamos fazer o quê? – perguntou esfregando uma mão na outra.

- Como é que é? – perguntou Edward alarmado.

- Quero saber qual o plano. O que nos vamos fazer?

- Não. Não. Não. Jasper eu acho que...

- Para de onda Edward! Alice me mandou aqui para ajudar e se isso significar que teremos que raptar Bella para você poder falar com ela é isso que vamos fazer. – disse sorrindo ao final.

Edward o acompanhou, mas no seu sorriso tinha algo de diferente, era um sorriso malicioso. Aos poucos o sorriso de Jasper foi mudando para um rosto levemente assustado.

- O quê? Você não está pretendendo...

- Eu não disse nada.

- Edward você não...

- Eu não disse nada. – o sorriso de Edward cresceu. – Se no final das contas der errado eu digo que a idéia foi sua.

Jasper escondeu o rosto nas mãos enquanto que Edward recitava em sua mente o ditado que Bella inventara: “Nunca é tarde para aprender, acreditar e recomeçar”.


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Notas finais do capítulo

Olá!
Que bom que pelo menos dois comentários eu recebi, mesmo sabendo que poderiam ser mais (Isso! Essa é para você que tem preguiça de comentar as histórias dos outros... huhuhuh)
Capitulo 2 demorou nada, né? É como já havia dito galera, a fic já está toda pronta, só falta terminar o final, então vou demorar no máximo 3 dias para postar os capítulos, tempo suficiente para que outras pessoas leiam e que escrevam coments super's para eu... huhuhuhuh
Obrigada a jujuswancullen e lezinha_24 pelos coments e espero vê-las nos próximos caps por aqui, ok?! Isso não foi um pedido, não, foi uma ameaça mesmo! haiuhaihaiuah
Brincadeirinhas a parte... agradeço de coração...
=*** e até a próxima.



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