Seis meses depois... (Março)

Depois de quando souberam que Bella estava grávida, foram só maravilhas, bem, até aquele mês.

Bella já estava em seu terceiro mês de gravidez e a cada dia ficava mais ansiosa com o nascimento do seu bebê. Ainda não havia modificações visíveis em seu corpo, o que a deixava de certa forma incomodada. Há uns dias atrás se reuniu com as garotas para fazerem compras, não é preciso dizer que Alice foi a que mais se empolgou com o convite. Afinal, Bella não gostava de bater perna em shoppings, muito menos para comprar roupas, mas ela considerava que já estava na hora de renovar um pouco o seu closet, não com roupas normais, mas sim com roupas de mulher grávida. Mas o seu corpo não havia modificado ainda para poder usá-las e isso a estava incomodando.

Era bem verdade que ela havia ganhado um pouquinho mais de peso, mas isso não era o suficiente para as pessoas notarem que ela estava grávida. Seu corpo não demonstrava isso, mas seu temperamento sim.

As náuseas continuavam, mas para acompanhá-la, dores de cabeça e idas freqüentes ao banheiro também apareceram. As azias também se tornaram freqüentes e o cansaço era algo que ela teria que se acostumar. Passou a encerrar a rotina de trabalho do dia mais cedo e quando chegava em casa a única coisa que queria era poder se jogar em sua cama e dormir direto até o outro dia.

Ela e Edward passaram a negar convites para várias coisas, principalmente para eventos noturnos. O que deixavam os amigos um pouco chateados, já que tanto Edward quanto Bella eram ótimas companhias, mas todos entendiam o que estavam passando. O que Edward duvidava, por que só ele sabia o que estava acontecendo naquele terceiro mês de gravidez.

Pensou que não resistiria àquela décima semana da gravidez de Bella, pois as mudanças de humor da mulher se tornaram constantes. Era algo parecido com a TPM, só parecido, por que na realidade era algo bem pior. Em um momento Bella estava risonha e conversando, mas de repente se tornava ranzinza e fechava a cara como se o mundo estivesse conspirando contra ela. E quem sofria com isso direta e indiretamente? Claro que era o nosso amigo Edward! Mesmo assim ele ficou ao lado dela em todos os momentos. Segurou os cabelos dela quando vomitava. Ouvia as reclamações calado, mas descobriu isso a duras penas. Fez amor com Bella depois de uma discussão acalorada por ele ter deixado o paletó no sofá da sala, coisa que sempre fazia, mas naquele mês era algo insuportável para Bella.

Enfim a décima semana se foi, mas logo a décima primeira estava a espreita. Edward imaginou que a tendência seria piorar, mas isso não aconteceu. As dores de cabeça continuavam a atormentar Bella que também adquiriu o hábito de cuspir o tempo todo. No começo ele achou aquilo estranho, mas depois de descobrir em um site na internet que era normal, passou a achar bonito Bella cuspir, afinal isso queria dizer que o pequeno Cullen estava indo de vento em polpa em seu desenvolvimento.

Foi também naquela semana que eles puderam ouvir pela primeira vez o batimento cardíaco do bebê. Haviam marcado para a semana anterior, mas em função de uma viagem de última hora que Edward tivera que fazer, remarcaram para essa. Edward pensou que a partir do momento que contasse para Bella sobre a vigem iria dormir fora de casa, mas ela foi receptiva demais o que o deixou de certa forma desconfiado. Não dormiu fora de casa, mas no sofá pequeno da sala.

Edward havia marcado para se encontrar com Bella logo após o almoço, para irem juntos a clínica fazer mais uma ultrassonografia. Essa seria diferente, pois iriam poder ouvir os batimentos cardíacos do bebê, mas em função de um problema no trabalho não almoçaram juntos, porém ele garantiu que estaria na clínica na hora certa.

Como se fosse um teste de nervos, Edward encontrou no meio do caminho um congestionamento que parecia não ter fim. Um rompimento na tubulação de água daquele bairro havia acarretado um desvio para uma rua em que todos os carros se encontravam, enfim, aquilo estava uma loucura. De minuto em minuto Edward acompanhou o tempo passar no relógio quase tendo um infarto e foi com o maior desanimo que contou a Bella o motivo do seu atraso quando ela ligou dizendo que seria a próxima a se consultar. Mesmo ela não querendo deixou transparecer a tristeza em sua voz.

O desanimo o havia atingindo de cheio o fazendo praguejar em alto e bom som a sua irritação. Contudo, quando o carro enfim andou alguns metros, ele reparou que havia uma rua transversal que parecia estar fora da loucura do congestionamento. Sem pensar duas vezes girou o volante do carro e entrou na rua. Saiu, batendo a porta com força e apertou o alarme para, logo em seguida, disparar correndo para a clínica que ficava a em torno de sete quarteirões dali. Não iria perder aquele momento por nada nesse mundo, jurou.

Os sete quarteirões que Edward imaginava, na verdade se transformaram em doze. Enquanto corria ele ligou para Bella implorando que ela esperasse, vacilou um pouco no compasso quando ela disse que já estava se encaminhando para a sala da ultrasonografia, mas aquilo não o abalou totalmente, na verdade só o fez colocar mais força e rapidez nas pernas longas.

Chegou a clínica esbaforido, quase não conseguiu dizer o nome todo de Bella para a recepcionista que o olhava espantada. Depois de consultar rapidamente com a médica de Bella onde elas estavam, explicou para Edward que saiu em disparada de novo.

Não esperou o elevador chegar e subiu em disparada pela a escada. Agradeceu aos céus o fato do andar que elas estavam ser o primeiro. Tinha a certeza de que não agüentaria ter que subir mais algum. Diminuiu um pouco o passo virando a cabeça de um lado para o outro em busca da sala de espera da ultrasonografia. Quando dobrou no final do corredor aquela palavra pareceu brilhar para ele. Com um sorriso enorme no rosto Edward se aproximou e quando a recepcionista o viu ali, ela indicou uma porta bege claro.

Tentando controlar a respiração, Edward entrou na sala no momento em que a médica de Bella ajustava um botão e o som dos batimentos cardíacos do seu filho inundou a pequena sala. Por um momento, ele imaginou que fossem o som de se próprio batimento reverberando dentro si, mas foi só por um momento. Fechou a porta sem perceber, andou devagar até onde Bella estava deitada, limpando as lágrimas, ela parecia não ter notado a sua chegada, mas quando ele lhe beijou a testa e disse um “muito obrigado” em seu ouvido, ela o olhou. Bella percebeu que, além do sorriso enorme que o marido não conseguia conter, lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto.

Naquela noite, dormiram ao som dos batimentos cardíacos do pequeno Cullen.