Isabella Decide Morrer escrita por PATYPATT


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Pessoal essa é uma fic pequena porque não quis alterar a estoria do autor, apenas adaptar para os personagens da Saga, com mudanças sutis. Então, peço que entendam, minhas amiguchas, por eu não usar de imaginação ou criatividade nesta estoria além do necessário.Beijos e obrigada pelos reviews...São poucos mas, são sinceros! Hehehe...



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ISABELLA DECIDE MORRER – CAP. 3

- Ela está acordando... Você nos deu um susto mocinha! – A voz da enfermeira Rose soou ao lado da cama que estava deitada. Isabella se encolheu abraçando o próprio corpo para conter os soluços que brotavam do seu peito, chorava assustada por tudo que estava acontecendo.

- A gente vai tentar ajustar a dosagem da sua medicação. – A voz desta vez era do Carlisle.

Ela ouviu passos se distanciando e a porta fechando suavemente. Isabella não sabia exatamente quanto tempo havia se passado do momento que despertou até cair a última lágrima, talvez alguns minutos, talvez horas... Ela sabia que se esvaziara de todo sentimento, de toda angústia, mas, o vazio de agora parecia muito pior do que antes.

Saiu do quarto e foi caminhando sem rumo ou direção, quando deu por si estava na varanda do segundo andar. Aproximou-se e ficou encarando a floresta abaixo com dificuldade devido a novas lágrimas que minavam de seus olhos. Poderia resolver com tudo nesse momento, a idéia era sedutora. Subiu na mureta e ficou de joelhos olhando para baixo... Bastava se inclinar um pouco mais e tudo estaria acabado, mas, no último instante ela recuou e desceu correndo as escadas para longe daquela loucura.

Passou pela sala onde estava o piano parou por uns instantes e depois seguiu para a sala onde ficavam todos os “loucos”.

Parou na soleira da porta e seu avaliou com um olhar chocado os distintos comportamentos dos presentes. Uns brincavam com os dedos na frente dos olhos o corpo balançando para frente e para trás, outro ria sozinho as gargalhadas sendo acompanhado por mais dois ou três, Esme estava próxima a janela fitando o jardim e Edward desenhava em num caderno sentado numa poltrona mais afastada dos demais.

Assim que sua presença foi percebida o silencio momentâneo tomou a sala. Um dos “loucos” que ria se aproximou dela apontando o dedo na sua cara e começou a gargalhar.

- Olha a cara de louca dela... kkkkkkkkk....Ela não tem cara de louca? – gritava para todos ouvirem rindo e sendo acompanhado por alguns dos presentes. – Ela é louca varrida! Kkkkkkkkkkk... – Uma tapa em sua face calar a ele e todos que o acompanhavam e novamente o silencio pesou por uns segundos.

– E então... Não vai reagir? – Bella desafiou o louco

- Não. Você não ficará com a gente por muito tempo, pequena. – respondeu ele sério. Incrédula, o encarou. Seus olhos então varreram todos os rostos presentes naquela sala, vendo neles expressões distintas que iam de incredulidade a pena.Dando as costas saiu correndo.

Esme a seguiu e interpelou no meio da escada.

- O bom de estar num hospício é que nada acontece se bate no Mike quando ele fala assim. – disse ela

- Estava procurando você. – Bella encarou Esme indecisa – A Alice me disse que talvez pudesse... – parou indecisa

- Que eu pudesse ajudar você? -  perguntou Esme

- Preciso de comprimidos. Eu quero morrer como eu bem entender. Não quero esperar. Tenho esse direito.-  Esme a encarou por uns minutos, sua expressão era um pouco triste. Então abaixou a cabeça pensativa e depois de alguns minutos encarou Bella que aguardava com expectativa a sua resposta.

- Quando aqueles dois gêmeos, Jane e Alec trocam de turno no fim do dia, na hora do jantar por volta das 19h00, há um momento que não fica ninguém junto aquela porta.

- Eu não entendo – disse Bella confusa sobre o que Esme estava falando

- O armário dos remédios...Fica naquela sala. – disse Esme saindo

Bella foi para o seu quarto e ficou deitada os olhos grudados nos ponteiros do relógio. Encolhida na cama esperou que as horas passassem. Quando faltava cerca de uma hora ela levantou e foi caminhar pelo jardim. Avistou Edward acocorado observando um formigueiro em plena atividade. Aproximou-se dele lentamente e ficou olhando por uns minutos.

- Como consegue ficar neste lugar? – Perguntou a ele quando percebeu que ele se deu conta da sua presença. Edward levantou a cabeça e fitou ao longe sem responder.

- Edward!...Edward – uma enfermeira se aproximava chamando por ele. Bella se afastou rapidamente

- Edward. Hora do seu remédio, venha. – disse ela estendendo a mão e prendendo a dele. Edward levantou-se e puxou a mão da dela num leve sinal de resistência. Seu gesto foi percebido pela enfermeira que estranhou sua conduta normalmente sempre apática.

- Vamos, Edward. – insistiu pegando-o pela mão novamente e desta vez ele a seguiu.

Bella se esgueirou pelos cantos até chegar próximo a sala dos remédios.

- Hora do jantar! Venham. - Um funcionário anunciava chamando a todos.

- Hey , Mike, por aqui. – Alec chamando o retardatário. Bella ficou escondida numa sala próxima enquanto todos seguiam para o refeitório. Teria que agir rápido antes que eles dessem falta de sua presença.

Ela passou pelo balcão que travava a porta da sala engatinhando e foi em direção aos armários. Havia vários vidros de remédios e ela procurou os específicos para dormir. Pegou um dos frascos, abriu e, respirando fundo virou todos os comprimidos na boca. Foi em direção a pia para pegar um pouco de água para ajudar a engolir os comprimidos.

- Isabella! Não mexa nesta água! – Ouviu Jane gritar no mesmo instante que sentiu seu maxilar sendo apertado forçando-a a abrir a boca para ela cuspir os comprimidos. – Não. Não! Cuspa isso! Vamos lá, cuspa tudo... – Jane a forçava e, em poucos minutos colocara para fora todos os comprimidos. - Acabou? Acabou? Deixe-me ver... Vamos, olhe pra mim. - insistia enquanto se certificava se não tinha mais nada na boca.

- Vou levá-la até o Dr. Carlisle – disse sendo ajudada pelo irmão Alec.

Na sala do médico, após relatar o ocorrido Jane e Alec saíram deixando Isabella a sós com Carlisle.

- Você achou mesmo que seria fácil roubar alguns comprimidos? – perguntou Carlisle naquela maneira calma de falar.

- Você é um cretino! – cuspiu Bella

- Por que não facilito as coisas para você se matar? – perguntou ainda calmo

- Por que adora brincar com a alma das pessoas! – retrucou Bella. - Odeio você!

- É mesmo? Fale sobre isso. – ele incentivou.

- Tá...Tudo bem! Odeio sua mesa idiota, e odeio seu jeito calmo de falar... Odeio como olha para dentro de mim. Odeio todas as pessoas que estão neste lugar! – Bella gritava. – E odeio os meus pais por gastarem até o último centavo para me manterem nesse zoológico! Meu Deus! Por que eles não podem por um momento viver suas próprias vidas? Foi pra isso que vieram para cá? Para serem iguais a todo mundo? E eu odeio os idiotas do meu escritório que se acham os tais por causa do dinheiro que ganham. E eu odeio acima de tudo os zumbis do metrô que esqueceram os seus sonhos ou o fato de que jamais tiveram um sonho, pra começar! – finalizou arfando

- Eu tenho uma péssima noticia para você – disse Carlisle

- O que pode ser pior do que isso? – Bella perguntou amarga

- Parece que esta se sentindo melhor. Responda com franqueza... Não é melhor se sentir melhor? – Bella balançou a cabeça olhando-o incrédula.

- Já ouviu a estória do rei e do poço envenenado?

- A estória absurda da Alice?

- Você acha que ela inventou?- ele a encarou com seus olhos azuis límpidos e ela sorriu irônica

- Ah...Eu já devia ter imaginado. É a sua brilhante visão da realidade?

- Bom. Realidade é o que a maioria considera que seja. Não necessariamente a melhor ou a mais lógica, mas, a que se adaptou aos desejos da sociedade como um todo. Algumas coisas são guiadas pelo bom senso, outras ficam estáticas até cada vez mais pessoas acreditarem que é como devem ser, como o teclado Qwerty. E você sabe... Sabe por que ele é assim?- perguntou Carlisle.

- Eu não tive muito tempo para pensar nisso!- Bella respondeu azeda.

- Tá...Quando a maquina de escrever foi inventada, as letras eram dispostas em ordem alfabética. Quando uma pessoa teclava rápido demais, as teclas se enroscavam. Então um homem... Sholes inventou o teclado Qwerty onde as pessoas eram obrigadas a teclar mais devagar.- concluiu Bella ficou olhando para ele com a sobrancelha erguida

- E?

- Bom... É uma história verdadeira.

- Você é totalmente pirado, sabia disso? Vende aos pacientes esta visão otimista de que eles não são diferentes das pessoas lá fora por que não são diferentes de você.

- Eu considero que isso seja um fato. Só alguém realmente louco chamaria isso de tranqüilizar ou otimista. Além do mais, não é você que acusa a sociedade de impor valores patológicos e desumanos no mundo?– rebateu ele tranquilamente

- Eu devia estar chapada quando disse isso. – falou sem graça

- Quer dizer que não foi por causa disso que tentou se matar – brincou ele

- Eu tinha razão – admitiu a contra gosto

- Você quase riu! – observou ele - Outro sinal de melhora.

- Vai pro inferno! – disse Bella levantando-se a abandonando a sala do médico.

Bella saiu furiosa da sala e se dirigiu a sala onde estava o piano. Fechou a porta e se aproximou do piano lentamente. Tirou o pano que o cobria, sentou-se no banco e começou a fazer barulho, sem tocar nada específico, apenas extravasando toda a sua frustração e fúria naquelas teclas.

O barulho chamou a atenção de Edward que estava em seu quarto desenhando. Ele se levantou e se aproximou da porta que estava fechada. Neste momento uma linda e melancolia melodia começou a soar na sala. Curioso Edward saiu indiferente a forte chuva que caia, deu a volta ficando de frente para a janela da sala de piano. Ficou observando Bella tocar com todo sentimento a emocionante música.

Em determinado momento Bella levantou a vista encontrando a figura encharcada de Edward a observá-la. Ela parou de teclar por uns segundos retomando a música de onde tinha parado e tocou até o fim. Quando olhou para Edward novamente ele estava sorrindo, em seguida ele saiu e, ela não conseguiu segurar um sorriso também.

Na sala de Carlisle, Esme conversava com o amigo sobre Isabella.

- Ela começa sentir a realidade da morte como algo que foge do seu controle. – disse ele.

- Ed a notou. – alertou Esme

- Em se tratando de Ed...

- Ficou tão ligado a culpa pelas dificuldades com ele que não se imagina vivendo sem ela? –

questionou Esme

- Por estar tão perto de sair quer construir um final feliz pro Ed para se igualar ao seu? – Carlisle a sondou

- Não acredito que Edward se interessar por uma suicida com pouco tempo de vida seja um final feliz. – rebateu Esme

- Talvez esteja com uma certa inveja...

- Esta falando em contra transferência? – Esme riu debochada

- Não deixa de ser verdade só por ser clichê.

- Hum... Seja como for, quem disse que estou pronta para sair?- Esme questionou. Carlisle soltou o ar forte ignorando essa última pergunta.

- Pra perder alguém é preciso sentir primeiro uma ligação autêntica. Se o Edward recuperasse o afeto normal a ponto de sentir uma perda genuína, esse seria meu melhor momento como médico. – Esme ficou olhando Carlisle tentando decifrar o que havia por trás das suas enigmáticas palavras.

No jardim, em cima da árvore Edward pensava nas coisas que estava sentindo. Era como se estivesse despertando de um sono profundo e começasse a sentir urgência em retomar a sua vida. Pensava em Bella e se preocupava com ela... Pela primeira vez em muitos anos, se importava com alguém.

Bella saiu da sala de medicação após tomar sua injeção. Estava circulando por uma área que nunca tinha estado quando viu Alice, de mãos dadas com uma das enfermeiras seguindo por um corredor.

- Ele está vindo. O meu príncipe esta chegando para me levar. - Alice murmurava sem parar.

- Esta bem Alice, mas, fique calma. Você não quer que o seu príncipe a encontre neste estado não é mesmo? Venha, vamos tomar a sua medicação. – disse a enfermeira. Bella seguiu-as de longe.

- Ela está pronta para decolar – uma voz masculina debochava. Bella olhou através do vidro da porta e viu a companheira de quarto imobilizada enquanto uma enfermeira aplicava a medicação nela.

- Vou apagar você Alice – informou a enfermeira.

- Tudo pronto, 12 po 8. Os batimentos também estão bons. – falou o enfermeiro.

- Muito bem. Pronto – a voz da enfermeira soou novamente.

Alice virou a cabeça e sorriu para ela enquanto balbuciava um “adeus!”

- 10 por 6 – o enfermeiro anunciava

Foi uma cena no mínimo chocante porque ela convulsionou antes de fechar os olhos e apagar... Como se tivesse morrido.

- Ela está pronta. Vamos ao procedimento – disse a mulher. Bella se agachou respirando forte.

- Afastar. – alertou a voz masculina e um barulho de descarga elétrica se ouviu. Ela não ficou para ouvir mais e saiu correndo desembalada.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem as suas opiniões. É muito importante pra mim amiguchas,isso me norteia para saber do que vocês gostam ou não. Eu quero acreditar que as minhas leitoras NÃO GOSTAM SÓ DE FIC COM SACANAGEM...Rsrs...Beijos e até o próximo capitulo.



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