Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 3
A Primeira Vingança


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui postar, capítulo grande como prometido! xD



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- Você, André diMattar, aceita Olívia Muenda como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, ate que a morte os separe?

- Não. – respondia André diMattar, com uma expressão não percebível se estava sério ou sorrindo ironicamente.

Todos os convidados se espantaram. Mexericos corriam por toda a Igreja, até que o padre chamou a atenção das pessoas.

- Silêncio! – bradou, fazendo com que todos se calassem.

- André? Eu não acredito. – lamentava Olívia, deixando que lágrimas escorressem de seus olhos, fitando o noivo, raivosa.

- É... Olívia me perdoe, eu realmente era apaixonado por você, mas esse amor acabou com o tempo. Sentia-me sufocado sabendo que iria casar com quem não amo mais. Estou apaixonado por outra pessoa. – se explicava, secamente, caminhando rapidamente pelo grande tapete, se retirando da Igreja. Os mexericos retornaram.

Creonte, o namorado de Villona, gentilmente, ofereceu seu carro para que Olívia e sua família pudessem voltar para casa. Olívia, chorando, jurava para si mesma. Teve depressão durante muito tempo.

- O André não podia ter feito isso comigo... Não podia... Não podia! Vou me vingar dele. – jurava, todos os dias, imaginando uma trama diabólica para se vingar do ex.

Muitos anos se passaram e Olívia Muenda tornou-se uma das grandes advogadas da cidade, tornando-se fria, calculista, fazendo tudo por dinheiro e tirando todos os obstáculos do seu caminho, custe o que custar, fazendo o que era preciso ser feito. Villona havia iniciado a faculdade e ainda permanecia namorando Creonte, o amigo de André, que estava no segundo ano da faculdade. Já Lerato, melhorava aos poucos da profunda depressão devido ao forte tratamento que a filha mais velha estava pagando.

Olívia, apesar de ter se tornado uma famosa, elegante, com boa situação financeira, ainda permanecia com seus pensamentos diabólicos e vingativos contra aqueles que um dia a fizeram mal.

Na manhã daquele ensolarado dia, o jornal da cidade custava a vir. O entregador havia se atrasado por algum motivo e levou horas até que o diário de notícias de Estranhópolis chegasse. Olívia se localizava na varandinha, sentada sobre um banco, à espera deste.

Logo após o homem chegar e largar as folhas de jornais próximas ao portão, se levantou, o abriu e recolheu o jornal, que estava dentro de uma sacola esverdeada. Com o jornal nas mãos, retornou ao banco e folheou o objeto. Depois de alguns minutos procurando algo que lhe interessasse, pois havia diárias notícias como vagas de emprego e de casas vazias e construídas para venda, Olívia desistiria novamente, porém, no momento em que iria fechar o jornal e lançá-lo na lata de lixo, a tão esperada notícia havia aparecido.

 “Bandido é pego em flagrante, acusado de roubar dez mil reais de um caixa eletrônico:

O ladrão, cujo nome é Severino Zaidi, famoso entre os delinquentes devido ao fato de fabricar bombas caseiras, que são utilizadas no interior dos estabelecimentos públicos. O homem se disfarçava utilizando um traje de mecânico. ”

Olívia, ao terminar a leitura da pequena notícia, havia tido uma ideia, uma brilhante ideia.

- Eu falarei com esse tal de Severino. E vou conseguir tudo que eu quiser graças à esse pobre infeliz.

Dias depois, Olívia se dirigiu à grande prisão masculina de Estranhópolis. Os policiais a conduziram para a cela do tal homem. O corredor onde as celas se situavam era completamente escuro, com algumas fracas luzes que piscavam. O cheiro do local era imensamente desagradável. Ali, jaziam alguns presos que Olívia havia ajudado a condenar, por serem realmente culpados. Estes a encaravam. Depois de muita caminhada, Olívia chegou ao homem.

- Eu gostaria de falar com você... – dizia, calmamente, fitando o homem à sua frente. Tinha poucos cabelos brancos, descuidados, e utilizava um uniforme comum, vestimentas pretas.

- Eu conheço você? – perguntou o homem, surpreso com a visita da elegante mulher, porém Olívia o ignorou, não suportava pessoas desse tipo, mas precisava da ajuda dele, portanto era melhor tratá-lo bem.

Os dois foram guiados até a sala de visitas. Olívia pediu sigilo aos carcereiros para que pudesse conversar com o detento sobre seus desejos.

- Eu posso até te ajudar a reduzir essa tua pena. – Olívia, pronunciando friamente as palavras, interrompia o silêncio que esvoaçava na horripilante sala de visitas.

- Não tenho dinheiro para nada. – respondia o idoso, fitando curiosamente Olívia.

- E quem foi que falou em dinheiro? Vou te ajudar a reduzir a pena ao máximo. Porém, você precisará fazer um pequeno favorzinho...

- O que for preciso, Senhora.

- Senhorita, por favor. O que eu quero é o seguinte...

Meses haviam se passado passaram. O namoro de Villona e Creonte estava se intensificando cada vez mais. Lerato Muenda estava quase se recuperando da depressão. A pena de prisão de Severino havia chegado ao fim. O restante deste castigo seria prestado em liberdade.

O tão esperado dia de Olívia havia chegado. Os dois adentraram o novo carro de Olívia e foram em direção a casa dos irmãos diMattar. Olívia utilizava o seu novo vestido preto e os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Severino se sentia empolgado ao estar utilizando seu macacão de mecânico. Ele, que dirigia o grande veículo, ao chegar, saiu rapidamente do carro e se dirigiu à porta da madame, abrindo-a, para que Olívia saísse.

- Obrigada. Severino, eu fico aqui, você vai pelos fundos. Faça tudo conforme o combinado. Certo? – perguntava, forçando um sorriso para o idoso.

- Certo. –

Os dois se despediram e Olívia bateu a porta da casa do ex-noivo. A casa se situava em uma absurdamente gigante rua sem nome completamente deserta, contida apenas a própria casa. Quem havia aberto a porta foi o próprio André.

- Oi, Olívia. Quanto tempo! Tudo bem? – perguntou ele, demonstrando indiferença em relação ao que havia feito com a mulher há alguns anos.

- Posso entrar, ou vai me deixar plantada aqui? – perguntou friamente.

André, impaciente, deixou a ex-noiva entrar. Josué, seu irmão mais velho, estava deitado no sofá, assistindo televisão.

- Olívia, o que você quer afinal? Nosso romance acabou. – perguntou André, sem compreender o real motivo da mulher estar ali o incomodando.

- Você não tem o direito de falar assim comigo! Não tem! – berrou a mulher, deixando escorrer uma lágrima de um de seus olhos.

Após o berro, Josué levantou-se. Os três iniciaram uma longa discussão, e Olívia foi expulsa da casa de André. Severino, escondido, observou a cena inteira. Assim que os irmãos voltaram novamente para o interior da casa, ele se aproximou de Olívia.

- E aí? – perguntava a mulher, ansiosa.

- Tudo certo. Vai tudo ocorrer conforme o planejado. – constatou, esboçando um sorriso.

Olívia guiou o idoso para sua casa e retornou exausta para a sua, pois o caminho era muitíssimo longo.

Os irmãos diMattar abandonaram Olívia na porta de sua casa, e voltaram para o interior desta. Josué, novamente, deitou-se no sofá, esticando-se, pronto para tirar um sono.

- Que merda, mano! Que diabos ela queria com isso? Se a minha noiva tivesse aqui agora, isso não ia dar nada bem. – reclamou André, sentando-se na poltrona.

- Ainda bem que não estava... – comentava Josué, indiferente com toda a situação. Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos.

- Tô com fome, vou lá na cozinha e já volto. – André interrompia o silêncio, levantando-se do enorme sofá, que era grande o suficiente para três pessoas deitarem neste.

- Tá.

André caminhou pelo longo corredor da casa e chegou à cozinha. Estava escura, pois as janelas estavam fechadas. Josué havia se levantado e ido atrás do irmão, pois logo em seguida também havia sentido fome. Após pressionar o interruptor, a expressão impaciente do irmão mais novo alterou-se completamente. André agora estava aflito, nervoso, amedrontado, aterrorizado. Os corpos de André e de Josué diMattar voaram devido ao grande impacto das repentinas chamas. E o grande plano de Olívia finalmente havia dado certo.

Olívia havia dormido muitíssimo bem naquelas duas noites, como não havia dormido faz tempo, pois sem dúvida alguma teria conseguido completar sua vingança contra André. Levantou-se alegre e caminhou em direção à varanda, para recolher mais um exemplar do jornal, que vinha de dois em dois dias. Enquanto a advogada descia as escadas lentamente, Villona aprontava-se para ir à escola e Lerato ainda cochilava em seu quarto.

- Espero que meu plano tenha dado certo...

Ao chegar à varanda, o exemplar já estava no portão. Olívia caminhou lentamente até ele, e o recolheu. Folheou página por página, ansiosamente, por algo que comprovasse a concretização do seu plano maquiavélico. Em uma das últimas páginas do jornal, se situava uma pequena notícia:

“Explosão em casa situada em rua deserta de Estranhópolis deixa dois mortos:

Uma explosão em uma casa na cidade de Estranhópolis deixou duas pessoas mortas. Acredita-se que a explosão foi provocada por um vazamento de gás. Os corpos foram identificados. De acordo com os exames, pertencem a André e Josué diMattar. Nenhum vizinho sofreu com o atentado devido a casa ser a única a estar situada em uma rua deserta.”

- Perfeito! – sussurrou a mulher para si mesma. – Mais tarde irei lá, me oferecer para mais uma coisinha.

E assim ocorreu. Olívia, mais tarde, ofereceu-se para enterrar os restos dos corpos de André e Josué diMattar no cemitério da família, devido ao fato de amá-lo muito apesar de tudo, e querer dar um final digno aos dois.

A primeira pessoa que resolveram investigar foi a própria Olívia, porém, Villona e Lerato se deixaram confundir pela filha e acabaram comprovando o álibi desta, afirmando que a mulher não havia saído de casa naquele dia.

Um mês se passou e a investigação não havia chegado a lugar algum. Naquela noite, Olívia se distraía lendo um de seus novos livros de terror, quando alguém bateu a porta.

- Quem deve ser a esta hora? – perguntou, curiosa, caminhando rapidamente em direção à porta. – Você?

- Sim... Posso entrar? Tenho umas coisas importantes para falar com a senhorita.

- Entra. – resmungou Olívia.

Os dois sentaram-se no sofá da grande sala de estar da casa.

- Diga-me, o que você deseja?

- Uma pequena doação. Quero dinheiro. Ninguém me viu naquele lugar, ninguém vai desconfiar de mim. Já você... Você tinha motivos passionais, não é verdade, senhorita Muenda? – sorria debochadamente Severino Zaidi, confiante de que conseguiria sair rico daquele lugar.

- Aonde quer chegar? – Olívia se enfurecia com o cúmplice.

- Como qualquer pessoa rica, sei que você guarda uma boa quantia em algum canto dessa casa. Quero tudo pro meu nome. Agora. Para que eu possa fugir da cidade e assim deixa-la em paz.

Olívia engoliu em seco as palavras do idoso.

- Siga-me. – dizia ela, subindo as escadas.

Adentrou seu quarto, vestiu duas luvas, recolheu uma grande quantia de simoleons e entregou ao homem. O homem assentiu, saindo do quarto. Olívia saiu de fininho atrás dele. No momento em que o homem se preparava para descer as escadas, Olívia cutucou-o. Ele se virou, enquanto ela gritava:

- Morra desgraçado! – gritou a mulher, empurrando-o escada abaixo.

Severino tentou segurar-se no corrimão, porém, foi em vão. O homem estava morto.

Ainda naquela noite, Olívia utilizou as luvas para por o corpo do homem em seu carro. Sabia o endereço da casa deste, levou-o até lá, jogou o corpo do homem no simples tapete da sala de estar, retirou um punhal dourado (que possuía um símbolo de leão caracterizando-o) do interior de sua bolsa e cravou-o no peito do homem. Tomou os devidos cuidados para não haver impressões digitais em lugar nenhum, levou o punhal consigo e recolheu o dinheiro que havia dado ao homem. Ao voltar para casa, limpou completamente o carro, lavou o punhal, e guardou-o na gaveta, onde se situavam suas roupas. Depositou novamente o dinheiro no cofre, de onde não deveria ter saído.

Poucos dias depois, espalhou-se por toda a Estranhópolis que o homem havia morrido esfaqueado e através de uma autópsia, conseguiram encontrar um símbolo de leão no corpo. Todos os moradores de Estranhópolis descobriram a fatalidade e passaram a desconfiar uns dos outros.

E Olívia mais uma vez escapou da prisão.



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Notas finais do capítulo

Reviews não matam e não mordem. (=