Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly
Notas iniciais do capítulo
Finalmente consegui postar, capítulo grande como prometido! xD
- Você, André diMattar, aceita Olívia Muenda como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, ate que a morte os separe?
- Não. – respondia André diMattar, com uma expressão não percebível se estava sério ou sorrindo ironicamente.
Todos os convidados se espantaram. Mexericos corriam por toda a Igreja, até que o padre chamou a atenção das pessoas.
- Silêncio! – bradou, fazendo com que todos se calassem.
- André? Eu não acredito. – lamentava Olívia, deixando que lágrimas escorressem de seus olhos, fitando o noivo, raivosa.
- É... Olívia me perdoe, eu realmente era apaixonado por você, mas esse amor acabou com o tempo. Sentia-me sufocado sabendo que iria casar com quem não amo mais. Estou apaixonado por outra pessoa. – se explicava, secamente, caminhando rapidamente pelo grande tapete, se retirando da Igreja. Os mexericos retornaram.
Creonte, o namorado de Villona, gentilmente, ofereceu seu carro para que Olívia e sua família pudessem voltar para casa. Olívia, chorando, jurava para si mesma. Teve depressão durante muito tempo.
- O André não podia ter feito isso comigo... Não podia... Não podia! Vou me vingar dele. – jurava, todos os dias, imaginando uma trama diabólica para se vingar do ex.
∞
Muitos anos se passaram e Olívia Muenda tornou-se uma das grandes advogadas da cidade, tornando-se fria, calculista, fazendo tudo por dinheiro e tirando todos os obstáculos do seu caminho, custe o que custar, fazendo o que era preciso ser feito. Villona havia iniciado a faculdade e ainda permanecia namorando Creonte, o amigo de André, que estava no segundo ano da faculdade. Já Lerato, melhorava aos poucos da profunda depressão devido ao forte tratamento que a filha mais velha estava pagando.
Olívia, apesar de ter se tornado uma famosa, elegante, com boa situação financeira, ainda permanecia com seus pensamentos diabólicos e vingativos contra aqueles que um dia a fizeram mal.
Na manhã daquele ensolarado dia, o jornal da cidade custava a vir. O entregador havia se atrasado por algum motivo e levou horas até que o diário de notícias de Estranhópolis chegasse. Olívia se localizava na varandinha, sentada sobre um banco, à espera deste.
Logo após o homem chegar e largar as folhas de jornais próximas ao portão, se levantou, o abriu e recolheu o jornal, que estava dentro de uma sacola esverdeada. Com o jornal nas mãos, retornou ao banco e folheou o objeto. Depois de alguns minutos procurando algo que lhe interessasse, pois havia diárias notícias como vagas de emprego e de casas vazias e construídas para venda, Olívia desistiria novamente, porém, no momento em que iria fechar o jornal e lançá-lo na lata de lixo, a tão esperada notícia havia aparecido.
“Bandido é pego em flagrante, acusado de roubar dez mil reais de um caixa eletrônico:
O ladrão, cujo nome é Severino Zaidi, famoso entre os delinquentes devido ao fato de fabricar bombas caseiras, que são utilizadas no interior dos estabelecimentos públicos. O homem se disfarçava utilizando um traje de mecânico. ”
Olívia, ao terminar a leitura da pequena notícia, havia tido uma ideia, uma brilhante ideia.
- Eu falarei com esse tal de Severino. E vou conseguir tudo que eu quiser graças à esse pobre infeliz.
∞
Dias depois, Olívia se dirigiu à grande prisão masculina de Estranhópolis. Os policiais a conduziram para a cela do tal homem. O corredor onde as celas se situavam era completamente escuro, com algumas fracas luzes que piscavam. O cheiro do local era imensamente desagradável. Ali, jaziam alguns presos que Olívia havia ajudado a condenar, por serem realmente culpados. Estes a encaravam. Depois de muita caminhada, Olívia chegou ao homem.
- Eu gostaria de falar com você... – dizia, calmamente, fitando o homem à sua frente. Tinha poucos cabelos brancos, descuidados, e utilizava um uniforme comum, vestimentas pretas.
- Eu conheço você? – perguntou o homem, surpreso com a visita da elegante mulher, porém Olívia o ignorou, não suportava pessoas desse tipo, mas precisava da ajuda dele, portanto era melhor tratá-lo bem.
Os dois foram guiados até a sala de visitas. Olívia pediu sigilo aos carcereiros para que pudesse conversar com o detento sobre seus desejos.
- Eu posso até te ajudar a reduzir essa tua pena. – Olívia, pronunciando friamente as palavras, interrompia o silêncio que esvoaçava na horripilante sala de visitas.
- Não tenho dinheiro para nada. – respondia o idoso, fitando curiosamente Olívia.
- E quem foi que falou em dinheiro? Vou te ajudar a reduzir a pena ao máximo. Porém, você precisará fazer um pequeno favorzinho...
- O que for preciso, Senhora.
- Senhorita, por favor. O que eu quero é o seguinte...
∞
Meses haviam se passado passaram. O namoro de Villona e Creonte estava se intensificando cada vez mais. Lerato Muenda estava quase se recuperando da depressão. A pena de prisão de Severino havia chegado ao fim. O restante deste castigo seria prestado em liberdade.
O tão esperado dia de Olívia havia chegado. Os dois adentraram o novo carro de Olívia e foram em direção a casa dos irmãos diMattar. Olívia utilizava o seu novo vestido preto e os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Severino se sentia empolgado ao estar utilizando seu macacão de mecânico. Ele, que dirigia o grande veículo, ao chegar, saiu rapidamente do carro e se dirigiu à porta da madame, abrindo-a, para que Olívia saísse.
- Obrigada. Severino, eu fico aqui, você vai pelos fundos. Faça tudo conforme o combinado. Certo? – perguntava, forçando um sorriso para o idoso.
- Certo. –
Os dois se despediram e Olívia bateu a porta da casa do ex-noivo. A casa se situava em uma absurdamente gigante rua sem nome completamente deserta, contida apenas a própria casa. Quem havia aberto a porta foi o próprio André.
- Oi, Olívia. Quanto tempo! Tudo bem? – perguntou ele, demonstrando indiferença em relação ao que havia feito com a mulher há alguns anos.
- Posso entrar, ou vai me deixar plantada aqui? – perguntou friamente.
André, impaciente, deixou a ex-noiva entrar. Josué, seu irmão mais velho, estava deitado no sofá, assistindo televisão.
- Olívia, o que você quer afinal? Nosso romance acabou. – perguntou André, sem compreender o real motivo da mulher estar ali o incomodando.
- Você não tem o direito de falar assim comigo! Não tem! – berrou a mulher, deixando escorrer uma lágrima de um de seus olhos.
Após o berro, Josué levantou-se. Os três iniciaram uma longa discussão, e Olívia foi expulsa da casa de André. Severino, escondido, observou a cena inteira. Assim que os irmãos voltaram novamente para o interior da casa, ele se aproximou de Olívia.
- E aí? – perguntava a mulher, ansiosa.
- Tudo certo. Vai tudo ocorrer conforme o planejado. – constatou, esboçando um sorriso.
Olívia guiou o idoso para sua casa e retornou exausta para a sua, pois o caminho era muitíssimo longo.
∞
Os irmãos diMattar abandonaram Olívia na porta de sua casa, e voltaram para o interior desta. Josué, novamente, deitou-se no sofá, esticando-se, pronto para tirar um sono.
- Que merda, mano! Que diabos ela queria com isso? Se a minha noiva tivesse aqui agora, isso não ia dar nada bem. – reclamou André, sentando-se na poltrona.
- Ainda bem que não estava... – comentava Josué, indiferente com toda a situação. Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos.
- Tô com fome, vou lá na cozinha e já volto. – André interrompia o silêncio, levantando-se do enorme sofá, que era grande o suficiente para três pessoas deitarem neste.
- Tá.
André caminhou pelo longo corredor da casa e chegou à cozinha. Estava escura, pois as janelas estavam fechadas. Josué havia se levantado e ido atrás do irmão, pois logo em seguida também havia sentido fome. Após pressionar o interruptor, a expressão impaciente do irmão mais novo alterou-se completamente. André agora estava aflito, nervoso, amedrontado, aterrorizado. Os corpos de André e de Josué diMattar voaram devido ao grande impacto das repentinas chamas. E o grande plano de Olívia finalmente havia dado certo.
∞
Olívia havia dormido muitíssimo bem naquelas duas noites, como não havia dormido faz tempo, pois sem dúvida alguma teria conseguido completar sua vingança contra André. Levantou-se alegre e caminhou em direção à varanda, para recolher mais um exemplar do jornal, que vinha de dois em dois dias. Enquanto a advogada descia as escadas lentamente, Villona aprontava-se para ir à escola e Lerato ainda cochilava em seu quarto.
- Espero que meu plano tenha dado certo...
Ao chegar à varanda, o exemplar já estava no portão. Olívia caminhou lentamente até ele, e o recolheu. Folheou página por página, ansiosamente, por algo que comprovasse a concretização do seu plano maquiavélico. Em uma das últimas páginas do jornal, se situava uma pequena notícia:
“Explosão em casa situada em rua deserta de Estranhópolis deixa dois mortos:
Uma explosão em uma casa na cidade de Estranhópolis deixou duas pessoas mortas. Acredita-se que a explosão foi provocada por um vazamento de gás. Os corpos foram identificados. De acordo com os exames, pertencem a André e Josué diMattar. Nenhum vizinho sofreu com o atentado devido a casa ser a única a estar situada em uma rua deserta.”
- Perfeito! – sussurrou a mulher para si mesma. – Mais tarde irei lá, me oferecer para mais uma coisinha.
E assim ocorreu. Olívia, mais tarde, ofereceu-se para enterrar os restos dos corpos de André e Josué diMattar no cemitério da família, devido ao fato de amá-lo muito apesar de tudo, e querer dar um final digno aos dois.
A primeira pessoa que resolveram investigar foi a própria Olívia, porém, Villona e Lerato se deixaram confundir pela filha e acabaram comprovando o álibi desta, afirmando que a mulher não havia saído de casa naquele dia.
∞
Um mês se passou e a investigação não havia chegado a lugar algum. Naquela noite, Olívia se distraía lendo um de seus novos livros de terror, quando alguém bateu a porta.
- Quem deve ser a esta hora? – perguntou, curiosa, caminhando rapidamente em direção à porta. – Você?
- Sim... Posso entrar? Tenho umas coisas importantes para falar com a senhorita.
- Entra. – resmungou Olívia.
Os dois sentaram-se no sofá da grande sala de estar da casa.
- Diga-me, o que você deseja?
- Uma pequena doação. Quero dinheiro. Ninguém me viu naquele lugar, ninguém vai desconfiar de mim. Já você... Você tinha motivos passionais, não é verdade, senhorita Muenda? – sorria debochadamente Severino Zaidi, confiante de que conseguiria sair rico daquele lugar.
- Aonde quer chegar? – Olívia se enfurecia com o cúmplice.
- Como qualquer pessoa rica, sei que você guarda uma boa quantia em algum canto dessa casa. Quero tudo pro meu nome. Agora. Para que eu possa fugir da cidade e assim deixa-la em paz.
Olívia engoliu em seco as palavras do idoso.
- Siga-me. – dizia ela, subindo as escadas.
Adentrou seu quarto, vestiu duas luvas, recolheu uma grande quantia de simoleons e entregou ao homem. O homem assentiu, saindo do quarto. Olívia saiu de fininho atrás dele. No momento em que o homem se preparava para descer as escadas, Olívia cutucou-o. Ele se virou, enquanto ela gritava:
- Morra desgraçado! – gritou a mulher, empurrando-o escada abaixo.
Severino tentou segurar-se no corrimão, porém, foi em vão. O homem estava morto.
Ainda naquela noite, Olívia utilizou as luvas para por o corpo do homem em seu carro. Sabia o endereço da casa deste, levou-o até lá, jogou o corpo do homem no simples tapete da sala de estar, retirou um punhal dourado (que possuía um símbolo de leão caracterizando-o) do interior de sua bolsa e cravou-o no peito do homem. Tomou os devidos cuidados para não haver impressões digitais em lugar nenhum, levou o punhal consigo e recolheu o dinheiro que havia dado ao homem. Ao voltar para casa, limpou completamente o carro, lavou o punhal, e guardou-o na gaveta, onde se situavam suas roupas. Depositou novamente o dinheiro no cofre, de onde não deveria ter saído.
Poucos dias depois, espalhou-se por toda a Estranhópolis que o homem havia morrido esfaqueado e através de uma autópsia, conseguiram encontrar um símbolo de leão no corpo. Todos os moradores de Estranhópolis descobriram a fatalidade e passaram a desconfiar uns dos outros.
E Olívia mais uma vez escapou da prisão.
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