Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 25
Uma Bombástica Revelação


Notas iniciais do capítulo

Sem palavras, este capítulo deu trabalho! E é um dos melhores de toda a fanfic.



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O exame de DNA havia dado positivo. Uma grande e emocionante notícia para todos. Olívia era realmente a mãe do jovem Nicholas, que voltou a se chamar Guilherme, como era seu nome verdadeiro antes do sequestro. Mãe e filho se abraçaram emocionados. Inúmeras lágrimas escorreram dos olhos de ambos.

Contaram a notícia à Ofélia e Aiyana, que abraçaram os dois e deram as boas vindas ao filho perdido de Olívia. O jovem já amava a mulher como se fosse sua mãe mesmo sem saber do exame, e Olívia também. Gui, que quando ainda era um pequeno bebezinho foi tirado dos braços da mãe e levado para outra família, não havia mais motivos para viver em depressão, pois havia ganhado a melhor mãe que um filho poderia ter.

Alguns meses passaram-se com tamanha rapidez e, Olívia, novamente em uma conversa com sua confidente há anos, Aiyana, concluiu:

– Eu acho melhor contar toda a minha verdade para os dois, Aiyana. Eu estou desesperada, pois tenho sonhos com aquelas pessoas dia-pós-dia, e agora que meu filho está de volta, acho que talvez possa contar com o apoio dele nesse momento. Como eu me arrependo de ter feito tudo aquilo no passado!

– Dona Olívia, a senhora tem que fazer o que acha que está certo. Eu não condeno a senhora pelo que fez no passado, pois seus motivos não devem ser criticados. Acho também que seus filhos, sim, porque Ofélia é praticamente sua filha, vão te apoiar nesse momento. Não acredito que eles sejam tão ingratos por todo o carinho que a senhora deu a eles esse tempo todo. Aconteça o que acontecer, eu sempre serei sua leal amiga. Poderá sempre contar comigo. – respondia Aiyana, abraçando a idosa.

Olívia, no fim deste dia, decidiu revelar toda a verdade ao filho e à sobrinha. Os jovens, após uma noite divertida na sorveteria, chegaram ofegantes em casa, prontos para subirem as escadas e se dirigirem a seus respectivos quartos para uma boa noite de sono, quando foram interrompidos por Aiyana, que os aguardava sentada no topo dos degraus da escada.

– Dona Olívia gostaria de ter uma conversa com os dois. Parece que é coisa séria. – afirmava, fingindo não saber do que se tratava o tal assunto.

Os dois subiram as escadas rapidamente e se dirigiram ao quarto da matriarca, que era o último do longo corredor.

– Meus filhos, o que vou contar para vocês hoje é algo completamente terrível. E eu preciso do apoio de vocês para seguir em frente.

Ofélia e Gui se entreolharam, aflitos. Jamais haviam visto Olívia falar desta maneira com os dois. Algo realmente sério estava por vir.

– Mamãe, a senhora foi muito boa conosco durante esse tempo. Cuidou da Ofélia como se ela fosse sua filha. Deu carinho pra gente. Ensinou o que é amar. Nós iremos ficar a seu lado custe o que custar.

Ofélia assentia, acrescentando:

– Tia, a senhora é uma mãe pra mim, como a minha mamãe Villona que foi embora quando eu ainda era muito pequenininha. A senhora me criou. É claro que nós vamos ficar do seu lado. Agora por favor, não nos deixe mais nessa curiosidade, nesse nervoso. Por favor, conta pra gente o que tá te deixando tão nervosa. – as palavras de Ofélia e Gui por um lado acalmavam a consciência de Olívia, porém, era impossível a mulher não se sentir culpada e aflita por tudo o que havia feito durante sua vida.

E confessou ao filho e à sobrinha que era uma assassina, que por vários motivos, as vezes bobos, havia assassinado muitas pessoas e que os espíritos destes a aterrorizavam dia pós dia. Revelou assassinato por assassinato que havia cometido em todos aqueles anos. Os jovens se chocaram, pois não sequer imaginavam que aquela doce mulher, que os havia ensinado o que era amar, já tinha matado tantas pessoas.

Sem palavras, correram e abraçaram a mulher. Apesar de estarem chocados com os assassinatos que Olívia havia cometido no passado, ela estava arrependida e todos merecem uma segunda chance. E Olívia garantia que não desperdiçaria essa chance.

– Eu vou mudar. Vocês vão ver. E vou começar me entregando pra polícia!

– Não, mamãe. Não precisa tanto. A senhora não vai mais sair de lá se isso acontecer. – o filho tentava de todas as maneiras convencer a mãe não se entregar, pois estavam completamente felizes os três juntos.

– Tia Olívia, por favor. Não faça isso. Vai acabar com a sua vida. – implorava Ofélia, debulhando-se em lágrimas, abraçando a tia mais forte ainda.

– Meus amores, eu sei que é uma situação difícil. Mas tá decidido. Eu só não me entreguei antes por dois motivos: Queria poder educar Ofélia até a maioridade e encontrar meu filhinho perdido. Tudo que eu precisava fazer já está feito. Eu preciso pagar pelo que eu fiz. Isso foi uma agonia que eu senti por anos e finalmente vou me desfazer dela. É uma decisão minha. A Aiyana vai cuidar de vocês.

Olívia havia separado aquela semana para curti-la ao máximo ao lado dos jovens. Foram à cinemas, teatros, parques, florestas, clubes, shoppings. A semana havia sido a melhor que os jovens tiveram em toda a vida, porém, ao chegar seu fim, lamentavam. Havia chegado a noite do último dia da semana.

– Mamãe, tem certeza? Fará mesmo isso? – perguntava Gui, com esperanças de que a mãe desistisse de tudo.

Olívia, sem pronunciar nenhuma palavra, assentiu, escorrendo uma lágrima de um de seus olhos. Ofélia não tentou impedir a tia, pois sabia que seria em vão. Os três se abraçaram e os jovens acompanharam Olívia até a delegacia.

Os policiais os acompanharam até a sala do delegado, que os esperava após receber o comunicado de que alguém viria se confessar. O homem possuía os poucos cabelos grisalhos penteados e escondidos por um chapéu. Utilizava um terno acinzentado e encarava os três.

– Qual dos três veio se confessar? – perguntava o homem, impaciente. Olívia percebeu logo que não se tratava de uma boa pessoa.

– Eu, senhor.

Então confessou tudo que foi feito durante toda a sua vida ao delegado, que realmente era impaciente e nervoso como parecia. Ofélia e Guilherme choravam, abraçados. O que seria deles sem Olívia? E, pior, o que seria de Olívia sem eles?

Após ter sido terminada a confissão, o delegado acenou levemente para os dois policiais que jaziam no local. Todos os olhos se voltaram para os dois, que caminhavam na direção do delegado.

– Leve-a diretamente para o presídio. – afirmou, fazendo uma concha com as mãos, pondo a cabeça sobre estas.

– Posso ao menos me despedir dos meus filhos? – suplicava Olívia. Guilherme e Ofélia choraram mais ainda, porém, Ofélia foi a que mais chorou. Olívia realmente havia sido sua mãe. Os três se levantaram e se abraçaram fortemente. – Vai tudo dar certo, meus queridos. Vocês vão ver.

Ofélia berrava enquanto os policiais algemavam a mulher e a levavam para fora da delegacia, pondo-a em um dos carros policiais, partindo para o presídio da cidade. Guilherme a abraçou.

– Ofélia, a gente precisa ser forte agora.

Olívia choramingava enquanto, algemada, estava sendo levada para o presídio de Estranhópolis.

– Olívia, você precisa ser forte... Você tem filhos que precisam de você. Tudo vai passar. Tudo vai ficar bem. – pensava a idosa para si mesma, com a esperança de um dia sair daquele lugar e poder viver até seus últimos dias de vida ao lado dos filhos.

Chegando ao local, os homens a empurravam para a entrada.

– Não precisam me empurrar, caramba. Eu sei andar sozinha. – resmungava, fuzilando os homens com seu olhar. Estes a guiaram até a sala da diretora do local, que teve uma conversa rápida com a mulher, que alegou que em breve os filhos trariam sua mala, com seus pertences e fotografias, e chamou uma carcereira, que a entregou as roupas que deveriam ser usadas ali. Uma blusa branca amarrotada e uma calça amarelada. A mulher encaminhou Olívia em direção a um banheiro, onde esta vestiu o uniforme.

– Agora eu vou te levar pra tua cela. – alegou a mulher, seriamente. Apesar de séria, Olívia reparou que a mulher não era má e não tinha vontade de assustar as novas presidiárias.

Olívia foi guiada para a cela de prisão, onde a mulher se despediu desta.

– Você terá uma única companheira nesta cela. E já está na hora de dormir. Boa noite, novata. – afirmava secamente, empinando o nariz, retirando-se. Olívia teria achado graça se a situação não fosse tão terrível. Virou-se para trás e fitou a mulher deitada em uma das duas camas do cubículo. Dormia tranquilamente, sem nem reparar a presença da novata no local. Aparentava ser um pouco mais nova que Olívia, tendo por volta cerca de cinquenta e poucos anos. Os cabelos loiros, que já esbranquiçavam, desciam até a cintura e eram descuidados.

– Que horror. Pobre mulher. – pensou Olívia, se dirigindo à cama, sentando-se nesta. – Que colchão duro... Pelo visto isso não é nem o início do que vou passar aqui. Esse lugar fede muito.

Repentinamente, a mulher despertou e levantou-se da cama. Pisoteou o chão com tanta raiva que assustou Olívia.

– Eu não gosto de ser acordada... Não te falaram que não se deve interromper o sono da Vitória?

– O quê? Seu nome é... VITÓRIA? OH, NÃO!



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Notas finais do capítulo

Gostaram, galera? Expectativas pro próximo capítulo?



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