Olívia: A História escrita por Anonymous, Just Mithaly


Capítulo 23
O OVNI


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Especial com Ilustração para vocês. Espero que gostem.



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Oito anos se passaram com legítima rapidez na cidade de Estranhópolis. Nicholas agora possuía dezoito anos e Ofélia quinze. Novos seres extremamente estranhos, cujas peles eram verdes e oleosas e olhos completamente negros, passaram a habitar na enorme vizinhança. Havia também uma nova família de moradores, os Rosnado, cuja casa parecia mais um quartel general.

Olívia, já idosa, conversava com a sua melhor amiga, empregada e fiel escudeira, Aiyana Dalaran, no elegante sofá da grandiosa sala de estar.

– Aiyana, minha querida sobrinha cresceu rápido, não é? – perguntava Olívia, que nessa altura do campeonato já estava com sessenta e quatro anos. Aiyana, porém, continuava jovem, com seus trinta e cinco.

– Pois é. E nós também crescemos. – comentava a empregada, rindo.

– É uma pena que o Guilherme não esteja aqui hoje pra compartilhar essa alegria conosco. Afinal, uma festa de quinze para uma menina e uma de dezoito para um menino, como nas tradicionais. Passa tão rápido, já estou virando uma velha!

– Não diga isso, Dona Olívia! A senhora ainda tem muito pra viver. E aposto que ainda conseguirá um novo amor.

– Nem pensar, Aiyana! Não quero mais saber de homem nenhum. Sou feliz com minha grande amiga e minha sobrinha. E como me arrependo do que eu fiz no passado...

– Que isso, Dona Olívia! O importante é que a senhora está arrependida.

– Mas do que adianta tanto arrependimento se não posso me entregar à polícia? Preciso esperar minha sobrinha completar a maioridade.

Enquanto a vida de Ofélia se tornava cada vez melhor, a de Nicholas só piorava cada vez mais. Seus pais, devido ao vício na carreira científica, não o tratavam mais da mesma forma e não davam importância aos problemas juvenis do garoto. A vida de Nicholas se desgraçou ainda mais quando Loki e Circe viram no jovem a cobaia perfeita para seus loucos experimentos. O jovem utilizava vestimentas brancas e seu cabelo era em forma de moicano.

– Por favor, mamãe, não me faz entrar nessa máquina de novo, é horrível!

– Cala a boca, muleque, sempre cuidei de você, troquei suas fraudas, e você não vai me atrapalhar justo agora que atingi o auge da minha carreira. Nervoso dos infernos!

A partir dessa época, Nicholas já não era mais conhecido por Nick ou por seu nome. Os pais somente o chamavam de Nervoso, Nervoso e Nervoso. Nervoso, a cobaia da família, já não era mais conhecido como filho, e não era mais tratado como humano, somente em ocasiões quando hóspedes ficavam na mansão.

Em grandioso fato tomou conta de toda a cidade de Estranhópolis: Uma enorme nave espacial, mais conhecida como OVNI, havia decolado para outra cidade muitíssimo longe da vizinhança, cujo nome era Belavista, e em alguns dias, a nave havia caído em um morro próximo à mansão de Circe.

– Ainda bem que não caiu um pouco mais embaixo, teria sido uma desgraça! Mas quem será que está naquela nave?

A nave estava completamente destruída, em pedaços. De dentro dela, mancando, havia saído uma mulher. A mulher utilizava um belo e exuberante vestido tomara-que-caia vermelho, salto e batom da mesma cor, possuía olhos castanhos e longos cabelos pretos cacheados que desciam em forma de cascata até a cintura. Mancando e se esforçando muito, conseguiu descer o morro, chegando à uma estrada vazia.

– Não me lembro de nada... Onde será que eu estou? Que lugar é esse? Não tem nada aqui... – e, após examinar bem o local, avistou uma casa distante. Aproximou-se do local e viu que se tratava de uma mansão, não tão grande quanto às outras, mas uma mansão. – Acho que vou pedir ajuda.

Caminhou até a porta e bateu três vezes. Estava certificada de que não havia ninguém na casa e estava pronta para seguir em frente à procura de outro local, porém, a porta foi aberta.

– Olá, quem é você? Posso ajudar? – perguntava Circe, chamando a atenção da mulher, que virou para trás repentinamente.

– Bom dia, senhora, desculpe o in-incômodo. Eu estava naquela... Naquela nave. – e apontou para mais além do grande morro.

– Ah, entendo... Não fique nervosa, entre. Vamos conversar melhor.

As duas entraram. Circe indicou aonde se situava a cozinha, guiando a misteriosa mulher à mesa. Preparou rapidamente um chocolate quente, levando para esta, sentando-se ao lado.

– Conte-me tudo.

– Senhora, o meu nome é Laura, Laura Caixão.

Laura contava toda a sua história para Circe, que se espantava cada vez mais. Pelo que parecia, a anfitriã não era má, porém, extremamente viciada em sua carreira, fazendo de tudo, sem exceção, para conseguir chegar ao completo auge da carreira. Laura havia sido abduzida por seres de pele oleosa verde e olhos negros, conhecidos como Alienígenas, em sua própria terra, a tal da Belavista, e estava desesperada para retornar para casa, porém, não sabia como.

– Fique tranquila. Durma aqui por uns dias, acho que temos a sua salvação. Temos um quarto de hóspedes. Descanse um pouco, pois mais tarde te apresentarei para a minha família.

Na hora do almoço, Circe acordou Laura.

– Dormiu bastante, hein. Já está na hora do almoço. Desça comigo que eu te apresentarei os outros.

As duas desceram a caminharam para a cozinha, onde estavam Loki e Nicholas.

– Laura, esse aqui é o Loki, meu marido. – apresentou o homem à Laura, que estendeu a mão e o cumprimentou silenciosamente. – E este... o meu filho e cobaia científica da família, Ner-Nicholas.

Laura franziu as sobrancelhas e fitou Nicholas por alguns segundos. Logo após, estendeu a mão para o jovem, que a cumprimentou, sorrindo. Nicholas jamais havia olhado para alguém daquela forma. Os olhos de Laura e Nicholas se encontraram, e o jovem desviou o olhar imediatamente.

– É muito prazer conhecê-los. – afirmou, esboçando um grande sorriso para os três.

– O prazer é nosso! Sente-se, Laura.

A refeição foi extremamente rápida e Loki se despediu dos três e foi ao trabalho. Circe iria depois, pois iria ajudar Laura primeiramente.

– E então, sobre tudo que eu te falei, Circe, tem como me ajudar?

– Tenho sim, me aguarde aqui, irei procurar uma coisa que irá te ajudar! – afirmou a mulher, correndo em direção à sala de estar, subindo rapidamente as escadas, deixando Laura e Nicholas sozinhos no local.

– O que ela disse que você é, uma... cobaia? – perguntava Laura, confusa. Franziu as sobrancelhas novamente, fitando o jovem, que ficou vermelho.

– Bem, sim, é aquela pessoa que é utilizada para... para experimentos científicos. Eles não me obrigam a fazer isso, faço por vontade própria, em retribuição a eles terem me abrigado quando eu não tinha nenhum lugar para morar. – mentiu descaradamente, com a finalidade de proteger os pais adotivos, que o ameaçavam constantemente caso ele dissesse a verdade a alguém. Por mais que fosse maior de idade, tinha verdadeiro medo e respeito daqueles que o criaram.

Naquele momento, o assunto foi interrompido, pois se escutava as batidas dos pés de Circe nos degraus da escada. Aproximava-se cada vez mais, chegando ao cômodo.

– Aqui está, Laura. Siga esse endereço e aqui também tem um telefone. – Circe entregou um cartão à Laura, que, curiosa, tomou rapidamente da mão da mulher, observando-o.

– 9 de Souza Silva, o Alienígena Técnico. Depois de tudo que eu vi naquela nave, esse daí é realmente confiável?

– Pode ter certeza. Esse é um dos nossos, se casou com uma daqui e virou “da família”.

– Muito obrigada, Circe. Nunca esquecerei nenhum de vocês. – despediu-se da mulher com um beijo no rosto e apertou a mão de Nicholas, agradecida.

Correndo para a janela de seu quarto, Nicholas observava Laura partindo.

– Ela se foi... Será que nunca mais irei vê-la?

Nesse mesmo momento, Olívia também fitava através de sua janela um belo casal caminhando pela praça com seu filhinho, que deveria ter uns seis anos.

– Gui, onde você está? Será que está bem?




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se gastaram alguns minutos lendo, podem gastar 1 postando reviews, não é verdade? :/



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