Forgetting escrita por Helle, Flôr de Lis no Peito


Capítulo 19
Algo Errado


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu, demorei um bocado, estava viajando e nem pude avisar. Mas sem mais delongas, aqui está o cap. Espero que gostem, vai ter mais rapidinho, se vocês gostarem eu posto ainda hoje! Aproveitem a leitura amores!



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Hermione que estava de costas para o local de aparatação não pensou duas vezes antes de se agarrar a Draco e fechar os olhos com força.

-Hermione?! –Chamou Rony, dessa vez, inseguro.

-Ron...

-Cala a boca Gina! –Vociferou o ruivo em direção a irmã que tentava o acalmar. –Mione? Mione, você... Lembra?

A castanha fez que não com a cabeça enterrada no peito de Draco. Não conseguia nem gritar de tão nervosa que estava.

-Hermione... –Sussurrou Ron derrotado.

-Acho que já chega Weasley. –Se pronunciou Narcissa para o choque de todos.

O ruivo se limitou a lançar um olhar feio para a mulher.

-Hermione, olha pra mim. Olha pra mim, tenta lembrar... –Ele implorou ignorando as feições preocupadas e chocadas de todos os presentes.

-Draco... –Choramingou a castanha se agarrando ainda mais no loiro.

Ignorando a vontade de abraçá-la e dizer que tudo ia ficar bem, Draco fez o que achou que tinha de ser feito e falou no ouvido da garota:

-Porque não fala com ele? Não precisa olhar pra ele, apenas diga algo a ele.

A bruxa ergueu os olhos para o loiro e por um breve momento tudo em que pôde se concentrar foi na boca do rapaz, mas ignorando uma urgência repentina ela desviou o olhar para os olhos que estavam em tempestade a observando.

-Eu estou aqui, não vou deixar nada te acontecer. Acrescentou Draco, afagando as costas da garota.

Não precisaram falar. O olhar de Hermione perguntava claramente: Tem certeza?

E a certeza que ela precisava foi achada em um singelo beijo na testa depositado pelo loiro.

-Hermione... – Chamou Rony em uma voz quebrada. Precisou enterrar as unhas nas mãos diante da demonstração de afeto do “Doninha  Albina” para com a garota.

Depois de duas respirações entrecortadas Hermione disse:

-Eu não vou olhar pra você Sr. Ronald Weasley. Sinto muito, não me lembro de você. –Disse a castanha em voz alta. Trêmula, mas alta o suficiente para ser ouvida e entendida.

As feições do ruivo se contorceram. Ele achou que nada podia ser pior que aquilo. Nem um milhão de Crucios doeriam mais que aquelas palavras pronunciadas pela sua... Não. Não podia mais chamar Hermione de sua. Ela não era mais sua amiga, não lembrava mais dele. Tampouco sua amada... Ronald simplesmente achou que iria desabar ali mesmo. Estava tão acostumado a ter Hermione sempre perto. Ela era como um porto seguro pra ele. Os poucos momentos de sua vida sem a presença da castanha eram sempre vazios, ociosos ou perigosos até. Ele sabia que não era nada sem Hermione. Não estaria vivo sem ela, não teria sido goleiro sem ela, não teria passado de ano durante sete anos, obviamente, sem a ajuda dela... Dependia dela. Estava perdido sem a presença dela em seu cotidiano.

ELA estava sempre lá. O ruivo percebeu com pavor que muito mais do que amava, ele precisava de Hermione.

Reunindo toda a calma que algum dia ele nem sonhou em ter, Rony respirou fundo e ergueu as mãos, como que se rendendo de algo.

- Precisamos conversar Malfoy.

-Ron, já chega. Vamos! –Chamou Gina, que estava da cor dos cabelos de tão nervosa. Todos na “festa” haviam parado e se aproximado da cena e estavam aparentemente muito nervosos também.

-Cala a boca! –Sibilou ele para a irmã. – Não é nada do que você está pensando. É algo que preciso falar com o Malfoy e só com o Malfoy. –Disse o ruivo com uma voz meio quebrada, porém com um olhar decidido, direcionado inteiramente ao loiro abraçado com a sua...

-Não agora Weasley. Prometo falar com você assim que... Puder. –Disse Draco, com bastante calma e displicência, como se falasse do tempo.

Na realidade o loiro não estava calmo. Nem um pouco calmo. Mas Hermione tremia tanto em seus braços que a urgência de fazer tudo para acalmá-la, inclusive fingir estar calmo, o atingiu.

Ron assentiu em silêncio. E com um último suspiro disse:

-Tchau Hermione.

A castanha murmurou um “tchau” nervoso, sem nunca virar o rosto. Estava tão seguramente agarrada  a Draco que sentia que caso o loiro a soltasse, ela não teria forças próprias pra ficar de pé. Sem contar nas borboletas loucas que voavam em seu estômago desde que Draco beijara sua testa.

Ao escutar o barulho da desaparatação Hermione finalmente tirou o rosto do peito do loiro e olhou incerta para ele.

-Você foi muito corajosa. –Disse Narcissa afagando as costas da castanha. –Vamos lá dentro tomar um chá.

Draco nem conseguiu ficar surpreso. Havia percebido que sua mãe de certa forma simpatizara muito com Hermione e não seria ele a questionar aquele milagre.

Desenlaçando os braços do rapaz, a castanha colocou uma mão na cabeça, precisava sentir que ela ainda estava lá. “Em cima do pescoço, onde deveria estar.”

-Vamos querida? –Perguntou a mulher ao seu lado.

-Claro.

Draco suspirou ao ver a castanha se encaminhar para dentro da casa com sua mãe. A cena era bizarra. Os sete anos de Hogwarts simplesmente não podiam ser apagados de sua memória, e ele sabia que se não tivesse sido “apagados” da memória de Hermione, nada daquilo estaria acontecendo. E não se referia apenas a todo o transtorno “masculino” e tudo o mais... Referia-se também a sua relação com a garota. Ela jamais confiaria nele, ou o abraçaria, ou nada do tipo. Meses atrás ela só se dirigia a ele pra rebater as provocações que ele lançava o tempo todo.

O loiro olhou para todas as mulheres e garotas que o rodeavam e deixou escapar um gemido baixinho. Pansy, que estava mais perto do rapaz entendeu a situação. Dirigindo-se a todos os presentes, a morena falou:

-Acho que a festa acabou pessoal. Depois disso tudo eu acho que a Hermione vai querer descansar e descer daquele salto. – Falou a morena arrancando sorrisos de todos. -Muito obrigada por vir, aposto que isso ajudou muito na recuperação da Hermione. Vocês teram notícias logo, não se preocupem.

Ao ver Lovegood e depois Johnson, seguida das Patil e até a própria Weasley, desaparatando, Draco agradeceu a Merlin por ter Pansy perto naquela hora. Ele não saberia lidar com aquilo e definitivamente não manteria o humor da morena, que sorria deliberadamente para ele.

-Draquinho, eu acho que devo te parabenizar.

-Pelo fiasco que foi essa festa idiota? –Resmungou o rapaz erguendo uma sobrancelha em desafio.

Pansy sorriu e brincou calmamente com uma mecha de cabelo entre os dedos.

-Eu acho que não restam mais dúvidas depois dessa festa.

Ao ver Draco franzir o cenho, coisa que ele só fazia quando não entendia algo, a morena perdeu um pouco de sua paciência.

- Ou você é cego, ou gay, ou muito mais burro do que eu pensava que era. Ela gosta de você seu estúpido. E eu nem preciso falar por você, preciso?

O loiro revirou os olhos. Depois de todo aquele transtorno Pansy vinha com aquele papo antigo de “ela gosta de você”. Era sempre assim.

-Ela perdeu a memória, Pansy. Preciso ressaltar este fato, ou todo o espetáculo protagonizado pelo Weasel não te mostrou isso?

-Draco, não começa...

-Pansy... Ela precisa de ajuda, eu sou aparentemente o único que pode ajudá-la. Isso não significa nada. Não quer dizer que ela goste de mim ou nada do tipo. Ela tem a mim.

A morena bufou de irritação e bateu o pé entrando na casa.

“Não dá pra discutir com esse cabeça oca”

-O senhor Malfoy quer que Petrus limpe a bagunça senhor?

Draco direcionou seu olhar ao elfo que parecia a beira de um colapso nervoso tamanho era o nervosismo estampado em seus grandes olhos.

-Não é preciso. Vou chamar os elfos que contratei. Pode descansar, você trabalhou muito hoje.

A criatura assentiu várias vezes e aparatou de sua forma.

-Querida, você foi bastante corajosa hoje. Não me surpreendo com o fato de Draco ser louco por você.

A castanha engoliu o chá como se engolisse uma pedra.

-Que?

Narcissa olhou para Hermione de forma incrédula.

-Você não sabe?

-Não sei do que? –Rebateu a garota sem pestanejar. Mas depois, percebendo que soava mal, emendou-se: -Não sei do que a senhora está falando, desculpa.

-Oh querida, não se desculpe. Draco odeia desculpas... E falando em Draco, ele te adora. Ele gosta muito de você, ele... Você não percebeu?

Vendo que sua inteligência estava prestes a ser insultada a castanha adotou um ar altivo.

-Também gosto muitíssimo de Draco, mas isso não quer dizer nada. Não vejo aonde a senhora quer chegar.

Narcissa sorriu. A garota tinha a mesma reação defensiva do filho.

-Bem... Não sou eu quem vou falar nada. Depois o meu filho esclarecerá as coisas.

“De um jeito ou de outro” –Completou a bruxa mais velha em pensamentos.

-Mas me conte... O que você sente ao ver homens. Porque não quis falar com seu amigo hoje?

Hermione colocou a xícara em cima do pires e retorceu nervosamente os dedos antes de falar:

-Eu... Eu não sei senhora. Eu não sei ao certo.

-Me diga, o que houve para que você ficasse assim.

-Eu não sei. –Respondeu Hermione angustiada.

-Como não sabe? Não lembra absolutamente nada?

A castanha negou com a cabeça.

-E o seu amigo? Como pode não se lembrar dele? Eu mesma lembro-me dele. É impossível esquecer aqueles cabelos ruivos e aquelas sardas... Ele vivia com você e aquele outro...

-Pare! –Gritou Hermione.

Vendo que havia sido absolutamente rude a castanha abaixou a cabeça e a apoiou entre as mãos.

-Me desculpe... Eu.. Desculpe, mas eu não lembro.

Sorrindo de forma compreensiva Narcissa assentiu.

-Não se preocupe querida. Está tudo bem. Você não precisa lembrar de nada. Draco está com você agora, não há o que temer.

Hermione assentiu em silêncio. Lágrimas borravam sua visão, mas ela era forte o suficiente pra segurá-las.

-Não precisa lembrar. –Repetiu a mulher.

Havia algo errado. Pansy chegou a essa conclusão assim que viu aquele sorrisinho estúpido estampado nas feições de uma das mulheres que menos sorriam na face da terra. Depois de escutar a conversa de Hermione e sua detestável quase-ex-sogra, Parkinson negou com a cabeça para si mesma. Algo ali não se encaixava e ela iria descobrir. Narcissa não era a megera que todos pensavam, mas não era tão boa ao ponto de tomar chá com uma sangue-ruim sem um propósito. A guerra acabara, Voldemort se fora, Narcissa nunca fora fiel ao lorde, mas uma coisa era certa: Ela ainda era uma sonserina, esposa e mãe de ex-comensais da morte e todos sabiam que sonserinos não faziam sacrifícios sem objetivos.

Conjecturando possibilidades Pansy saiu da casa pela porta da frente, sem ser notada. Ela iria chegar a alguma conclusão depois, sua prioridade agora era o Weasley.

-Tem lugar pra mais dois nesse chá? –Perguntou Draco tentando soar calmo e tranquilo ao entrar na cozinha.

Hermione virou-se e saltou da banqueta com uma exclamação de surpresa.

-Feliz aniversário! –Falou o jovem entregando o gato gordo e laranja a castanha que parecia maravilhada.

Lançando um olhar dividido Hermione questionou Draco.

-Presente do Potter.  –Disse ele dando de ombros. –Depois te explico.


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Notas finais do capítulo

E aí? Não é tão grande pois não posso revelar muito nesse cap. Assim que vocês quiserem tem mais! Quero críticas, sugestões, elogios, etc... Vocês já sabem! ♥