O Espírito Do Dragon Slayer escrita por Hana chan


Capítulo 27
Prisão


Notas iniciais do capítulo

YOOOOH MIINA! Olha a autora mais negligente do Nyah dando as fuça again! *Abaixo das pedradas, pauladas e gás de pimenta* Eu tava com bloqueio criativo e sem note, dá um tempo! Diga-se de passagem, ainda estou sem note e usando o PC da facul, oia a miséria...
Bem, creio que muitos irão me matar com esse cap, mas não vou dar spoilers. Leiam e amem! (ou não, o que é mais provável...)
Nos vemos nas notas finais!

Ps: quase esqueço! Muito obrigada à minha fofíssima Iza-chan que eu adoro de coração pela recomendação! Um beijo minha linda, e aparece mais no twitter, tô com saudades suas! >



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"Todo pesadelo tem um fim, basta que você abra os seus olhos."

Um conselho batido, que toda criança ouvir ao menos uma vez na vida. Uma mentira dolorosa; pesadelos só pioram quando você acorda. Provavelmente era por isso que ele forçava dolorosamente seus olhos a permanecerem fechados.

Sabe qual o pior tipo de pesadelo? Não, não é aquele que se têm quando se é criança, com monstros e fantasmas apavorantes, ou criaturas de um olho só que tentam te matar com suas garras. Esses pesadelos são fichinha, levando em consideração que sempre há um herói para salvar a sua vida no final, seja ele em sonhos ou sorrindo pra você quando você grita seu nome.

Não, o pior tipo de pesadelo é o vazio. O sono sem sonhos. Aquele nada impressionante, sem sombras e nem luz, que chegava a sobressaltar muito mais do que a escuridão; afinal, ela sempre morre diante da luz, não é? E como se combate o nada?

Natsu tremia como uma criança pequena. Era como se cada terminação nervosa de seu corpo estivesse ligada à eletricidade, distribuindo comandos por seu corpo seu e cérebro incessantemente. Ele nunca estivera tão alerta e, ao mesmo tempo, tão morto. Seus sentidos estavam no máximo, mas sua consciência vagava entre camadas de névoa. Não estava cansado, mas queria dormir. Queria dormir pra sempre. Não importava a guilda, ou aquele desertor do Gajeel. Não importava o Happy; ele ficaria bem com os outros. Não importava nem mesmo Igneel, ou aquela busca tola que consumira tanto de sua vida. Tudo parecia idiota agora, e ele queria dormir. Pra sempre

–...tsu...

Tsc, quem era? Porque não o deixavam em paz de uma vez? Não podiam ficar nem um pouco sem ele, incompetentes?

–Natsu...

Tentou resmungar, quem sabe gritar pra que fossem embora. Ele queria ficar sozinho.

–Natsu, acorde.

Uma mão quente tocou em seu ombro. Ele ficou ainda mais irritado.

–Me deixe em paz...

–Sabe que não posso fazer isso. Precisa voltar.

–Pra quê? Encontrar Igneel? Nunca fiz nada tão estúpido antes quanto começar com essa procura, e olha que quem está falando é o cara que fez o Conselho reservar um arquivo inteiro só pra Fairy Tail!

O riso baixo abrandou sua raiva, fazendo com que suspirasse. Passou a mão esquerda displicente pelo rosto, percebendo surpreso que estava com os olhos fechados. E por não ter forças para abri-los.

Suas mãos sempre foram tão pequenas assim? Aliás, ELE era mesmo tão pequeno?

–Natsu...você não se lembra?

Do quê ele deveria se lembrar mesmo? Nunca sentira falta de nada em sua memória. Será que ele estava falando daquilo que Zeref lhe dissera?

–Quem é? - Ele estava frustrado por não conseguir ver ao seu redor. Pior: ele também não era capaz de farejar.

–Não se preocupe com isso agora. Por ora, só desperte...

O calor sumiu, a voz sumiu. E as orbes negras finalmente puderam ser abertas.

–Mas o qu...

O Dragon Slayer ficou chocado. Em meio ao lugar na qual flutuava sem nenhuma explicação plausível, seu corpo irradiava uma luz fraca e alaranjada, suficiente para que ele enxergasse a si mesmo. E, apesar de ele se reconhecer perfeitamente, algo estava terrivelmente errado.

Natsu estava em seu corpo de apenas quatro anos de idade.

Além disso, havia...falhas, nele. Partes que faltavam, como se ele fosse um pedaço de tecido roído pelas traças. Sua pele transparente permitia que ele enxergasse através de suas mãos,. Aquilo disparou um alarme em sua mente; precisava fazer alguma coisa, e depressa.

Mas o que fazer quando seu corpo está desaparecendo?

Wendy, Gajeel...Happy. Onde eles estavam? Eles podiam...alguma coisa!

Alguém...

–...tsu...acorde...

–Estou tentando...

A voz agora soava chorosa, infantil. Ele não queria mais lutar. Ele queria colo, um abraço, ser confortado por alguém. Ele queria aqueles braços. Mas ele não conseguia lembrar de quem aqueles braços eram. Só lembrava que precisava deles.

Ele queria viver.

Ele precisava viver. Não por seus companheiros, não por Igneel. Não por mais ninguém além de si mesmo. Natsu queria estav vivo.

–Natsu!

E, usando todas as forças que ele sequer sabia que ainda tinha dentro de si, ele abriu os olhos.

–Natsu!

Os braços magros da pequena maga o apertaram com afinco, roubando-lhe o pouco de ar que ainda restava. Natsu reclamou de leve, ao que ela se afastou constrangida. Mas ainda sorrindo.

–Wendy, eu...espera, Wendy! V-você tá viva!

Foi a vez dele de ficar de pé e abraçá-la, girando-a em seus braços e arrancando risos da pequena Dragon Slayer.

–S-sim, eu estou bem, Natsu.

–Nunca fiquei tão feliz por te ver! Espera, então o...

–Barulhento como sempre, Salamander.

O tom grave do moreno era acentuado pela impressão de desinteresse que ele passava. Gajeel estava sentado no chão, um pouco distante dos dois, em um canto escuro. Apoiava o queixo em uma das mãos e não lhes dirigiu o olhar nenhuma vez. Natsu ficou irritado com isso, mas sua alegria ao ver os dois a salvo era maior do que o desejo de discutir.

–Onde está o Happy? Ele está bem também, não está? E o Lily, e a Charlie?

O sorriso de Wendy se desfez, a boca pequena se contraindo em sinal de descontentamento. Ela tencionou falar umas duas ou três vezes, mas desistiu.

–Nenhum sinal deles. Desapareceram como fumaça.

Agora ele compreendia o descontentamento do nakama. Sentiu a alegria recém-adquirida se esvair por entre seus dedos. Mas ele não desistiria tão fácil.

–E o que estão esperando? Vamos procurá-los!

–Claro, porque ninguém pensou nisso antes? - O tom ácido de Gajeel não deixava brechas para retaliação. Ele estava irritado de verdade.

–Aliás, onde é que a gente tá?

Os olhos vermelhos se fixaram nele pela primeira vez, arregalados.

–Sério que só agora parou pra pensar nisso? Esqueceu seu cérebro na ilha, retardado?

–Gajeel-kun... – Wendy murmurou tristemente.

–Porque está tão irritado? Não desconte a sua frustração em mim! – O rosado rebateu.

Os dois esperavam que Gajeel se alterasse e partisse pra cima de Natsu, mas não foi isso o que aconteceu. O moreno apenas se resignou e deu as costas aos dois.

Aquilo era estranho e, talvez, assustador.

–Wendy.

Ela compreendeu, e apontou para a frente.

–Estamos presos, Natsu.

Este franziu a testa e caminhou alguns passos à frente. Tudo estava tão escuro e úmido que ele tinha dificuldades em se localizar, seus sentidos traindo-lhe o tempo todo. Sons, cheiros, sombras, tudo era inespecífico.

Cerca de seis metros à frente, bateu com a testa em algo sólido e firme. Eram grades.

–Ei. EI! Quem nos prendeu aqui?

–Sabemos tanto quanto você. – O moreno voltara a surgir ao seu lado. O rosto não traía nenhuma emoção sequer.

–Ei, isso não é metal? Gajeel, você podia...

–Não consigo comer qualquer tipo de metal, palerma, só ferro e alguns compostos especiais! – Ele bateu com o nó dos dedos nas grades, o som rebeverando bem diferente do que se espera desse tipo de material. – Isso é adamantium, qualquer mordida nisso aqui poderia quebrar meus dentes.

–Que inútil... – O rosado debochou.

–Não estou te vendo fazer nada de útil, maldito!

Era só o que Natsu queria. Imitou debochadamente o tão conhecido “Gih-hi!” do nakama, antes de correr na direção oposta e inspirar profundamente.

–Karyuu no...

–Natsu, não!

Tarde demais, e em meio segundo a sua esfera de chamas atingia o topo da prisão; ela de dissolveu em dezenas de pequenas chamas e milhares de fagulhas que choveram em cima deles.

–A prisão é uma gaiola circular completamente feita de adamantium, inclusive o teto! – Wendy gemeu, valsando em uma cômica tentativa de escapar de uma queimadura.

–Me desculpe, Wendy!

–Porque não come essas porcarias de novo, Salamander? – A valsa de Gajeel estava mais para um street dance não ensaiado, já que seu punho de ferro já provara piorar ainda mais a situação.

–Que nojo, você come o seu ferro por acaso? – Natsu jogara a pequena por cima de seu ombro, tentando protegê-la. Não estava dando muito certo.

–Então dá um jeito, merda! – O que certas pessoas não dariam pra ver o orgulhoso dragon slayer saltitando daquele jeito...

–Tenryuu no houkon!

O sopro gelado de Wendy apagou as chamas que ainda caíam, e ela suspirou aliviada. Escorregou do ombro de Natsu e sentou sobre os joelhos.

–O que está havendo aqui?

Os três congelaram, as respirações interrompidas. A voz rouca que os atingira era fina e senil o suficiente para provocar risos, mas tinha algo nela...alguma coisa que quase os forçava a curvar a cabeça em sinal de respeito. Uma força bastante semelhante ao que sentiram na presença de Zeref ou mesmo de Treverd, apenas não tão intensa.

Uma luz cintilou ao longe. Em seguida, outra. Muitas luzes começaram a brilhar em sequência, uma após a outra, e cada vez mais próximas deles. Sempre em duplas, paralelas, como fogo consumindo dois pavios lentamente. No centro, uma sombra caminhava taciturna em sua direção.

–O que...é isso? – Natsu sussurrou, sem nem bem entender o porquê?

–Está formando um caminho...pra ele. – Wendy sentiu que devia estar assustada, mas ela estava fascinada.

–Mas quem, ou o quê, é ele?

De início pensavam ser um humano, mas logo negaram isso. Era uma silhueta grande demais, mas ainda assim caminhava elegantemente sobre suas duas paras traseiras.

–Que falta de modos, filhotes indisciplinados. Quem lhes deu permissão para despertar?

–OI? Como assim, permissão? E desde quando precisamos da sua permissão? Nem sabemos quem é você!

–E ele sempre se foca na parte errada da frase... – As orbes rubras rolaram em suas órbitas. - Ei, velhote! O que quis dizer com "despertar"?

O gemido que se seguiu era de pura consternação. Os metros restantes do solo até as grades foram deixados para trás, e o que surgiu diante deles era uma face dragonesca, de pescoço longo, pontilhada de escamas brancas e uma longa crista verde-claro que percorria desde sua testa chifrada até a ponta da cauda fina. Porém, o mais estranho era o fato de ele estar usando roupas, ainda mais aquelas: uma longa túnica branca com a barra das mangas de cor vemelho sangue, coberta por um manto púrpura e dourado. De pé como um homem, era facilmente meio metro mais alto do que Gajeel.

–Velhote? VELHOTE? Ainda estou considerando se fizemos certo em deixar vivos os filhos dos elementais! Espero que meu meu imperador não se consuma com a culpa...

O réptil pigarreou um pouco, esticando ainda mais o pescoço.

–Meu nome é Eridor, conselheiro do rei e sumo-sacerdote vitalício da corte dos Dragões Supremos. Deviam demonstrar algum respeito!

–Nem faço ideia do que isso significa.

Natsu cutucava desinteressado o ouvido com o mindinho. Foi a gota d'água para o sacerdote.

–AGORA CHEGA! Tive paciência todo esse tempo apenas devido à minha admiração a meu senhor, mas eu estava certo. Filhos de elementais foram o pior erro dos dragões em toda a sua história de glória e queda!

O réptil parecia estar falando mais consigo mesmo do que com os magos, o que os irritou profundamente.

–Hey, aqui! Tira a gente daqui agora! - Gajeel estava irritado. Bom, mais que de costume.

Não houve resposta. Natsu rosnou e atirou uma esfera de fogo em Eridor:

–Maldito!

Este sequer piscou, apenas sacudiu a cabeça levemente, em uma negativa levemente enojada. O fogo se dissipou a dois centímetros de seu corpo.

–Não pode me ferir, criança de Igneel. Agora fique quieto antes que eu resolva puni-lo por decisão própria.

–Igneel? Ele disse Igneel? - Os olhos negros dilataram de excitação. - O que sabe de Igneel? Onde ele está?

–A caminho, provavelmente. Temos apenas um dia antes da reunião fatídica, e a grande maioria dos seniores já está presente. Exceto aqueles cinco, ah, sempre eles...

O dragão lhes deu as costas, murmurando consigo mesmo como um velho ranzinza. Ignorando. Desinteressado.

–Ano...o senhor pode responder apenas uma pergunta?

Wendy até o momento não se pronunciara. Natsu e Gajeel a olharam de uma forma esquisita, mas ela prosseguiu educadamente, a mãozinha levantada procurando permissão.

–Hmmn, filha de Grandine... - Eridor a observou cuidadoso. A expressão grave suavizou. - Realmente, a semelhança é notável. O que quer saber?

Wendy ficou curiosa pra saber o que ele quis dizer com aquilo, mas tinha perguntas mais importantes no momento:

–O senhor viu a Charl...os nossos exceeds?

–Perdão?

–Os nossos gatos. O que fez com eles? - Gajeel reprimiu a voz grave.

Eridor parecia genuinamente confuso.

–Não sei nada sobre isso. Foram trazidos até aqui sozinhos.

Natsu ia gritar alguma coisa, mas Wendy tomou a vez:

–E...quem nos trouxe aqui?

–Isso não diz respeito a vocês. Tornarei a vê-los no julgamento.

Julgamento? Ele disse julgamento?

–Mas que julg...

Era tarde. Ele já estava longe. Natsu socou as grades defrustração.

E só então notou. Ele não sentia dor. Quer dizer, até sentia o nó dos dedos gritando pela violência sofrida, mas nenhuma além desta. Seu corpo estava firme, ileso e sem ferimentos. Aquilo era estranho.

–Hey, Wendy. - Ela se virou pra ele. - Você me curou enquanto eu dormia?

A pequena azulada negou com a cabeça.

–Me perdoe Natsu-san, mas eu esqueci completamente! - Se aproximou dele rápida e desajeitadamente. - O-onde dói? O que posso fazer pra ajudar.

–Hey, se acalme! - Passou as mãos por seus fios. - Eu tô bem. Aliás, bem demais, e é esse o problema!

Ela pareceu confusa.

–Vocês dois, ainda estão feridos?

Estas palavras fizeram os dois lembrarem de seus próprios corpos, orbes rubras e chocolate arregaladas ante a constatação: estavam íntegros e limpos. Nem sequer um arranhão, muito menos as dores e machucados adquiridos na ilha Tenrou há...quanto tempo mesmo?

Droga! Sempre surgiam mais perguntas do que respostas! Que inferno era aquele que nunca terminava?

–Vou acabar enlouquecendo assim.. - Natsu mergulhava as mãos no cabelo, um sinal claro de instabilidade. Que saudades de sua vida anterior, de sua guilda...de seus nakamas.

Happy. Onde estava seu companheiro? Lily, Charlie...Espero que estejam bem.

Wendy se aproximou dele, na intenção de consolá-lo ou obter consolo. Quem sabe as duas coisas. Mas uma nova onda de passos, desta vez mais leves, chegou a seus afiados ouvidos.

–Não estou feliz que as coisas tenham terminado assim, de verdade...ainda temos tanto a fazer, e chegar a esse ponto...

A voz era grave, imperiosa, mas tinha um quê de diversão escondida. Novamente as colunas de chamas se acenderam, iluminando o caminho no meio do nada e seu visitante que se aproximava. Desta vez, era apenas um ser humano jovem, na casa dos 30 anos. Um homem alto e forte, com cabelo vermelho e rebelde apontando em todas as direções. Seus olhos eram de um negro profundo, e vestia apenas um colete fechado que mostrava cada detalhe de seus braços musculosos e uma calça comprida branca, com desenhos dourados abstratos em toda a sua extensão.

Mas uma caracteristica em seu rosto fino era mais chocante do que qualquer outra coisa, algo que fez os três pararem de respirar por um segundo e esquecer do quão absurda era aquela presença. Ele era absurdamente parecido com Natsu.

–E aí, garoto? - Seus olhos se encheram de ternura ao olhar o rosado. - Arrumando confusão como sempre, né?

O sorriso cheio de dentes e caninos afiados não deixava dúvidas: era quase o Natsu.

–I...Igneel...?

Natsu tinha certeza: se ele não se firmasse bem em seus próprios pés, tornaria a desmaiar.


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Notas finais do capítulo

SIIIMMM, ELA QUEBRA JUSTO AÍ!
E até eu tenho consciência de que trouxe mais perguntas do que respostas (como sempre, né? ¬¬ ) Mas olhaí, ao menos eu trouxe o papai pra falar com vocês!
Bom, deixa eu correr pra minha aula marota aquê, que ainda tenho muito o que fazer...

Bye, miina, té a próxima!



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