Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar escrita por lplaura


Capítulo 5
Quase Sem Querer




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Eu estava saindo da festa com Maria Lúcia.Estávamos no meu carro.Ela estava com o pulso vermelho e parecia a beira das lágrimas,mas tentava parecer forte.Eu a compreendia.Ela passou por muita coisa aquela noite e queria desabar,mas também não queria parecer fraca.Eu me sentia do mesmo modo.Mas de um jeito diferente.Eu me sentia livre.

- Eu me sinto leve.Como se tivesse tirado um peso das minhas costas - eu disse para ela - Eu fui amigo esse tempo todo do Johnny e só agora percebi quanto ele é babaca.

Maria Lúcia não falou nada.No rádio uma músic começou:

"Tenho andado distraído,impaciente e indeciso.E ainda estou confuso só que agora é diferente:Estou tão tranquilo e tão contente.Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém."

- Sinceramente não sei o que você viu no Johnny,Maurício - disse ela - Você é tão mais legal que ele e é jogado pra escanteio.

- Ele não era assim quando a gente era pequeno.Tipo,ele sempre foi mimado mas não cretino.É que os pais do Johnny não ligam pra ele e muito menos pro Eduardo.A verdade é que o exibicionismo do Johnny e a eterna solidão do Eduardo são duas faces da mesma moeda : Ele e Eduardo tentam esquecer que os pais não se importam de verdade com eles de maneiras diferentes.Os pais do Johnny sempre tentaram substituir com dinheiro...

- ...Uma coisa que não pode ser substituída por nada,a não ser o amor. - completou Maria Lúcia.

- Sim, é verdade.

Chegamos na casa dela.Ela se virou e me deu um abraço.

- Muito obrigada Maurício.Não sei como te agradecer.Por tudo.Te adoro.

 

***

 

Eu estava atrás de uma árvore enquanto ouvia meu irmão gritar e ser humilhado por Maurício.Pode ser maldade,mas eu acho que ele realmente mereceu aquilo.Depois de parar de soluçar,Johnny se levantou e saiu da festa.Não sabia pra onde ele tinha ido e,no fundo,não queria saber.

- Que festa chata - disse uma voz do outro lado da árvore.

- Verdade.Até agora não sei porque eu estou aqui. - eu falei sem pensar.

-Né?O Brasil um caos e esse pessoal dando uma festinha totalmente inútil.

-Acho que eles não tem culpa de serem assim.

- Como assim?Claro que eles tem culpa.

- Se você pensar bem, não.As pessoas falam que ser alienado é normal.Que pessoas legais e populares não lutam pelo país.Acham que tudo esta bom assim.Desde que eles tenham dinheiro pra sair,comida e roupa passada,esta tudo bem.Dá muito medo ser diferente.Ir contra a maré.

- É,eu sei...

- Eu sei porque meus pais são assim.

- Puxa eu...sinto muito.

- Por favor,não sinta - eu estava abrindo o meu coração a um estranho? - Acho que tudo tem uma razão.E mesmo que não esteja tudo bem, o importante é acreditar.Como dizem,amanhã é outro dia e outro dia é outra oportunidade de fazer algo novo.

A pessoa não respondeu.Encostei minha cabeça na árvore e absorvi a letra da música que tocava.


" Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo. Já não me preocupo se eu não sei porquê. Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê e eu sei que você sabe quase sem querer que eu vejo o mesmo que você."

Logo pensei em Mônica.Onde será que ela estava agora?Além daqui,dentro de mim?

- Adoro essa música.Quer dançar estranho? - disse a voz que estava falando comigo do outro lado da árvore.

Levantei meus olho e mal pude acreditar no que eles viam.

- Eduardo.

Ela sorriu.

- Mônica.E o prazer é todo meu.

Sorri também.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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