Lílian Evans e Tiago Potter escrita por Isa Finnigan


Capítulo 8
O meu pior susto.




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     Eu sabia que eu estava fazendo algo certo em seguir a Lílian. Almofadinhas ficou resmungando na minha cabeça até chegarmos na outra rua e darmos de cara com Lílian e mais dois vagabundos avançando para ela. Senti o sangue fluir á tona para a minha cabeça, senti a adrenalina pulsar dentro de mim. Eu e Almofadinhas corremos atrás dos caras. Quando chegamos lá o menor disse:

- Não vamos dividir ela. Caiam fora.

Disse isto e avançou para Lílian. Não agüentei. Eu pulei em cima dele e comecei a socar cada centímetro do corpo dele. Almofadinhas fez o mesmo com o outro. Senti meu sangue fluir pelo nariz. Droga. 

-Por favor- gritava o que Almofadinha batia- Desculpe! Desculpe!

Almofadinhas soltou-o e eu fiz o mesmo. Eles saíram correndo, ambos ensangüentados.

-Isso é o que dá mexer com quem está quieto!- gritou Almofadinhas.

Virei-me para Almofadinhas, ele tinha o lábio ensangüentado, ele olhou para mim e nós começamos a rir como bobos.

-Por que você sempre pega o maior?- perguntei á ele em meio as risadas.

-Sei lá,  instinto cara- respondeu ele.

-Obrigada- disse uma vozinha ás minhas costas. Era Lílian. Tinha me esquecido que ela estava ali.

-Tudo bem Evans- respondi.

Ela me olhou bem e depois disse:

-Seu nariz.

Passei a mão pelo meu nariz, sangrava um pouco. Lílian tirou um lencinho rosa do bolso interno do casaco, caminhou até mim e começou a secar o sangue cuidadosamente. Me senti feliz por Lílian estar fazendo isto. Depois entregou o lencinho á mim para que eu continuasse, depois tirou outro lencinho lilás e caminhou até Almofadinhas e fez o mesmo com o lábio dele. Se eu senti ciúmes? Um pouco. Mas o que interessava era que Lílian Evans havia voltado á falar comigo. Voltamos para a festa.

Quando voltamos para casa, eu não conseguia parar de sorrir.

-Quer se controlar?- sibilou Almofadinhas enquanto fazíamos os deveres.

-Você não entende Almofadinhas?

- Não, Pontas, eu não entendo.

- Eu ainda tenho chances com a Lílian.

-Tem certeza?

-Claro. Lembra, ontem ela ajudou a gente, se ela não gostasse de mim ainda ela só teria dito obrigada e ido embora. Mas não, ela nos ajudou. Ela não me odeia.

-Se você diz.

Finalmente o último dia de férias. Finalmente reveria meus amigos e uma pessoa especial, na qual eu amava. Eu e Sirius passamos este dia arrumando o buraco negro que era nossos malões, coisa que nos deixava um pouco estressados.

-Você viu minha luva de quadribol?- perguntei á ele.

-Da última vez estava em um esquilo lá no jardim. Droga, cadê meu pente?

Almofadinhas surtava sempre que eu e os Marotos escondíamos seu pente, rolávamos de tanto rir quando choramingava que não vivia sem seu pente.

- Pontas -disse ele sério- me devolve meu pente!

-Eu não peguei seu pente, seu idiota- disse rindo- está aí na sua mão.

-Ta, finge  que eu nunca disse isto ok?

-Tudo bem.

 Quando terminamos ás malas já era tarde da noite, fomos dormir. Eu adormeci instantaneamente.

Tive um sonho muito esquisito, no qual uma cadeira morde a minha perna e eu virei um zumbi. Depois a mesa veio tirar satisfação com a cadeira por não estar em seu devido lugar quando a visita, que por acaso era um bolinho, chegou.

Eu acordei com um ronco alto de Almofadinhas. Olhei em sua direção e quase não agüentei: ele estava deitado com a boca aberta e com seu pente engastanhado na cabeleira. Voltei a dormir rindo.

A manhã seguinte foi bem tensa. Um vai e vem constante para pegar tudo e ir para o carro.

-Você primeiro- disse minha mãe para Sirius quando chegamos á plataforma. E ele correu e atravessou a barreira. Quando estava me preparando para ir, meu pai disse:

-Tiago, fique fora de confusão. Certo?

-Tudo bem, pai- disse sarcasticamente- até parece que não me conhecem.

E atravessei a barreira. Eu e Sirius encontramos Remo e Pedro e nos sentamos em uma cabine vaga.

-Como foi de férias Aluado?- perguntei.

-Acho que tomei cinco litros de poção Mata-Cão. Meu pai sempre fica com medo. E vocês? Você parece muito melhor Pontas.

-E estou amigo, estou melhor- disse sorrindo.

-Eu e Tiago nos metemos numa briga de trouxa, para salvar a presciosa Lílian. Ela não está mais brava com ele. E você Rabicho?

-Nada más, mamãe fez bolinhos.

Começamos a conversar e rir, parando somente quando a senhora do carrinho de doces passou e eu fui comprar alguns doces.

-O que vai querer, querido?- perguntou bondosamente.

-Ah, um pouco de cada.

Enquanto a mulher pegava os doces, uma garota de cabelos ruivos, olhos verdes e muito bonita vem ao encontro da mulher.

-Um suco de abóbora- disse á mulher e depois se dirigindo á mim -Oi.

-Eaí, Evans- disse pagando a mulher.

-Até mais- disse timidamente e depois saiu. Caminhei devagar de volta á minha cabine, sentando- me ao lado de Aluado.

-Por que está sorrindo assim?- perguntou.

-Ah, deixa que eu respondo, é por causa da Lílian- disse Almofadinhas juntando as mãos e piscando os olhos.

Eu não conseguia tirar os olhos de Lílian Evans, quando nos sentamos na mesa da Grifinória.

Quando consegui devir o olhar dela vi Aluado, Rabicho e Almofadinhas com as cabeças apoiadas nas mãos, olhando para mim e piscando como se fossem garotas.

-Não chateiem- disse á eles e começaram a rir.

Eu admito que estava me sentindo bem melhor, a fome voltou, e a minha cor também. Eu não conseguia dormir, estava morto de fome, mesmo que tenha comido bastante no jantar.

Levantei e fui direto ao meu malão para pegar a minha Capa da Invisibilidade e o Mapa do Maroto. Desci ás escadas do dormitório masculino, passei pelo retrato da Mulher Gorda e rumei direto para ás cozinhas.

No meio do caminho encontrei Pirraça pintando com tinta a parede. Caminhei até ele, verificando se estava bem coberto pela Capa, e quando ele se debruçou para o balde de tinta amarela eu empurrei sua cabeça para dentro do balde. Começou a resmungar e xingar. Acabando de rir por dentro, cheguei ás masmorras e comecei á procurar o quadro da pêra. Fiz cócegas nela e adentrei para a cozinha.

Na primeira semana de aulas os alunos do sexto ano já estavam entulhados de deveres.

-Quantos dias faltam Aluado?- perguntei quando estávamos saindo da aula de Transfiguração.

-Cinco dias.

Então só mais cinco dias para Lua Cheia. Estava com saudade de me transformar em cervo.

-Galera, - disse aos Marotos- acho que vou na biblioteca terminar os meus deveres e depois eu encontro vocês, ok?

-Mas hoje é sexta!- exclamou Rabicho.

-Ele vai terminar o dever chamado "Lílian Evans"- disse Almofadinhas.

-È isso aí- disse e rumei para a biblioteca.

Lílian, Alice e Franco estavam sentados em uma mesa perto da janela. Eu me sentei á uma mesa de distância e comecei a fazer meu dever de Transfiguração.

-Olha quem está ali!- ouvi Alice dizer á Lílian.

Senti que estava sendo observado.

-Eu vou lá- ouvi a voz de Lílian.

Depois a senti ao meu lado.

-Oi- disse ela baixinho.

-Oi- respondi.

-O que está fazendo?

-Os deveres.

-È sério, o que está fazendo?

-Os deveres- repeti rindo.

-Ah, desde quando o bonitão do Tiago Potter faz os deveres?

Meu sorriso se alargou, o bonitão? Ela me achava bonito?

-Você me acha bonito?- perguntei sorrindo para ela.

Lílian corou e arregalou os olhos verdes.

-Bom...- gaguejou ela- Talvez...Quer ajuda com isso?

-Se a senhorita Evans me ajudar... ficarei honrado.

Fiquei abismado, quando descobri o quanto Lílian Evans era inteligente, até mais inteligente que eu. Quando acabamos todos os deveres já era noite.

-Quer companhia para a sala comunal?- perguntei á ela.

-Só não abuse- disse secamente e saímos juntos para a sala comunal.

-Eu estava pensando- disse Aluado no café da manhã-, será que hoje vocês podem me levar para a Floresta Proibida?

Os Marotos se entreolharam.

-Por quê Aluado?- perguntou Rabicho.

-Bom- disse ele- quero ver se me controlo sabem. Ora, vamos, Pontas é só desta vez.

-Tudo bem- disse sorrindo- confio em você Aluado.

E fomos para aula de poções. Depois de poções Transfiguração. Depois de Transfiguração almoço.

-Olha só Pontas- disse Almofadinhas rindo- a Evans está olhando para você.

Eu olhei para a ponta da mesa e lá estava Lílian Evans me olhando. Mas quando meu olhar encontrou com o dela, desviou os olhos corando.

Quando as aulas do dia acabaram fomos direto para a sala comunal.

-Vocês lembram no quinto ano quando eu me transformei em cão na plataforma e uma monte de garotas veio em cima da gente acariciar o cachorrão , que elas achavam que era do Tiago?- disse Almofadinhas.

Ficamos rindo até que bateu no relógio seis horas e descemos para a Floresta Proibida e nos transformamos. Como eu gostava de ser cervo, só para chifrar Almofadinhas. Rabicho subia em cima do meu ombro sempre com medo de Aluado e de se machucar nas lutas entre mim e Almofadinhas.



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