Lílian Evans e Tiago Potter escrita por Isa Finnigan
Eu sabia que eu estava fazendo algo certo em seguir a Lílian. Almofadinhas ficou resmungando na minha cabeça até chegarmos na outra rua e darmos de cara com Lílian e mais dois vagabundos avançando para ela. Senti o sangue fluir á tona para a minha cabeça, senti a adrenalina pulsar dentro de mim. Eu e Almofadinhas corremos atrás dos caras. Quando chegamos lá o menor disse:
- Não vamos dividir ela. Caiam fora.
Disse isto e avançou para Lílian. Não agüentei. Eu pulei em cima dele e comecei a socar cada centímetro do corpo dele. Almofadinhas fez o mesmo com o outro. Senti meu sangue fluir pelo nariz. Droga.
-Por favor- gritava o que Almofadinha batia- Desculpe! Desculpe!
Almofadinhas soltou-o e eu fiz o mesmo. Eles saíram correndo, ambos ensangüentados.
-Isso é o que dá mexer com quem está quieto!- gritou Almofadinhas.
Virei-me para Almofadinhas, ele tinha o lábio ensangüentado, ele olhou para mim e nós começamos a rir como bobos.
-Por que você sempre pega o maior?- perguntei á ele em meio as risadas.
-Sei lá, instinto cara- respondeu ele.
-Obrigada- disse uma vozinha ás minhas costas. Era Lílian. Tinha me esquecido que ela estava ali.
-Tudo bem Evans- respondi.
Ela me olhou bem e depois disse:
-Seu nariz.
Passei a mão pelo meu nariz, sangrava um pouco. Lílian tirou um lencinho rosa do bolso interno do casaco, caminhou até mim e começou a secar o sangue cuidadosamente. Me senti feliz por Lílian estar fazendo isto. Depois entregou o lencinho á mim para que eu continuasse, depois tirou outro lencinho lilás e caminhou até Almofadinhas e fez o mesmo com o lábio dele. Se eu senti ciúmes? Um pouco. Mas o que interessava era que Lílian Evans havia voltado á falar comigo. Voltamos para a festa.
Quando voltamos para casa, eu não conseguia parar de sorrir.
-Quer se controlar?- sibilou Almofadinhas enquanto fazíamos os deveres.
-Você não entende Almofadinhas?
- Não, Pontas, eu não entendo.
- Eu ainda tenho chances com a Lílian.
-Tem certeza?
-Claro. Lembra, ontem ela ajudou a gente, se ela não gostasse de mim ainda ela só teria dito obrigada e ido embora. Mas não, ela nos ajudou. Ela não me odeia.
-Se você diz.
Finalmente o último dia de férias. Finalmente reveria meus amigos e uma pessoa especial, na qual eu amava. Eu e Sirius passamos este dia arrumando o buraco negro que era nossos malões, coisa que nos deixava um pouco estressados.
-Você viu minha luva de quadribol?- perguntei á ele.
-Da última vez estava em um esquilo lá no jardim. Droga, cadê meu pente?
Almofadinhas surtava sempre que eu e os Marotos escondíamos seu pente, rolávamos de tanto rir quando choramingava que não vivia sem seu pente.
- Pontas -disse ele sério- me devolve meu pente!
-Eu não peguei seu pente, seu idiota- disse rindo- está aí na sua mão.
-Ta, finge que eu nunca disse isto ok?
-Tudo bem.
Quando terminamos ás malas já era tarde da noite, fomos dormir. Eu adormeci instantaneamente.
Tive um sonho muito esquisito, no qual uma cadeira morde a minha perna e eu virei um zumbi. Depois a mesa veio tirar satisfação com a cadeira por não estar em seu devido lugar quando a visita, que por acaso era um bolinho, chegou.
Eu acordei com um ronco alto de Almofadinhas. Olhei em sua direção e quase não agüentei: ele estava deitado com a boca aberta e com seu pente engastanhado na cabeleira. Voltei a dormir rindo.
A manhã seguinte foi bem tensa. Um vai e vem constante para pegar tudo e ir para o carro.
-Você primeiro- disse minha mãe para Sirius quando chegamos á plataforma. E ele correu e atravessou a barreira. Quando estava me preparando para ir, meu pai disse:
-Tiago, fique fora de confusão. Certo?
-Tudo bem, pai- disse sarcasticamente- até parece que não me conhecem.
E atravessei a barreira. Eu e Sirius encontramos Remo e Pedro e nos sentamos em uma cabine vaga.
-Como foi de férias Aluado?- perguntei.
-Acho que tomei cinco litros de poção Mata-Cão. Meu pai sempre fica com medo. E vocês? Você parece muito melhor Pontas.
-E estou amigo, estou melhor- disse sorrindo.
-Eu e Tiago nos metemos numa briga de trouxa, para salvar a presciosa Lílian. Ela não está mais brava com ele. E você Rabicho?
-Nada más, mamãe fez bolinhos.
Começamos a conversar e rir, parando somente quando a senhora do carrinho de doces passou e eu fui comprar alguns doces.
-O que vai querer, querido?- perguntou bondosamente.
-Ah, um pouco de cada.
Enquanto a mulher pegava os doces, uma garota de cabelos ruivos, olhos verdes e muito bonita vem ao encontro da mulher.
-Um suco de abóbora- disse á mulher e depois se dirigindo á mim -Oi.
-Eaí, Evans- disse pagando a mulher.
-Até mais- disse timidamente e depois saiu. Caminhei devagar de volta á minha cabine, sentando- me ao lado de Aluado.
-Por que está sorrindo assim?- perguntou.
-Ah, deixa que eu respondo, é por causa da Lílian- disse Almofadinhas juntando as mãos e piscando os olhos.
Eu não conseguia tirar os olhos de Lílian Evans, quando nos sentamos na mesa da Grifinória.
Quando consegui devir o olhar dela vi Aluado, Rabicho e Almofadinhas com as cabeças apoiadas nas mãos, olhando para mim e piscando como se fossem garotas.
-Não chateiem- disse á eles e começaram a rir.
Eu admito que estava me sentindo bem melhor, a fome voltou, e a minha cor também. Eu não conseguia dormir, estava morto de fome, mesmo que tenha comido bastante no jantar.
Levantei e fui direto ao meu malão para pegar a minha Capa da Invisibilidade e o Mapa do Maroto. Desci ás escadas do dormitório masculino, passei pelo retrato da Mulher Gorda e rumei direto para ás cozinhas.
No meio do caminho encontrei Pirraça pintando com tinta a parede. Caminhei até ele, verificando se estava bem coberto pela Capa, e quando ele se debruçou para o balde de tinta amarela eu empurrei sua cabeça para dentro do balde. Começou a resmungar e xingar. Acabando de rir por dentro, cheguei ás masmorras e comecei á procurar o quadro da pêra. Fiz cócegas nela e adentrei para a cozinha.
Na primeira semana de aulas os alunos do sexto ano já estavam entulhados de deveres.
-Quantos dias faltam Aluado?- perguntei quando estávamos saindo da aula de Transfiguração.
-Cinco dias.
Então só mais cinco dias para Lua Cheia. Estava com saudade de me transformar em cervo.
-Galera, - disse aos Marotos- acho que vou na biblioteca terminar os meus deveres e depois eu encontro vocês, ok?
-Mas hoje é sexta!- exclamou Rabicho.
-Ele vai terminar o dever chamado "Lílian Evans"- disse Almofadinhas.
-È isso aí- disse e rumei para a biblioteca.
Lílian, Alice e Franco estavam sentados em uma mesa perto da janela. Eu me sentei á uma mesa de distância e comecei a fazer meu dever de Transfiguração.
-Olha quem está ali!- ouvi Alice dizer á Lílian.
Senti que estava sendo observado.
-Eu vou lá- ouvi a voz de Lílian.
Depois a senti ao meu lado.
-Oi- disse ela baixinho.
-Oi- respondi.
-O que está fazendo?
-Os deveres.
-È sério, o que está fazendo?
-Os deveres- repeti rindo.
-Ah, desde quando o bonitão do Tiago Potter faz os deveres?
Meu sorriso se alargou, o bonitão? Ela me achava bonito?
-Você me acha bonito?- perguntei sorrindo para ela.
Lílian corou e arregalou os olhos verdes.
-Bom...- gaguejou ela- Talvez...Quer ajuda com isso?
-Se a senhorita Evans me ajudar... ficarei honrado.
Fiquei abismado, quando descobri o quanto Lílian Evans era inteligente, até mais inteligente que eu. Quando acabamos todos os deveres já era noite.
-Quer companhia para a sala comunal?- perguntei á ela.
-Só não abuse- disse secamente e saímos juntos para a sala comunal.
-Eu estava pensando- disse Aluado no café da manhã-, será que hoje vocês podem me levar para a Floresta Proibida?
Os Marotos se entreolharam.
-Por quê Aluado?- perguntou Rabicho.
-Bom- disse ele- quero ver se me controlo sabem. Ora, vamos, Pontas é só desta vez.
-Tudo bem- disse sorrindo- confio em você Aluado.
E fomos para aula de poções. Depois de poções Transfiguração. Depois de Transfiguração almoço.
-Olha só Pontas- disse Almofadinhas rindo- a Evans está olhando para você.
Eu olhei para a ponta da mesa e lá estava Lílian Evans me olhando. Mas quando meu olhar encontrou com o dela, desviou os olhos corando.
Quando as aulas do dia acabaram fomos direto para a sala comunal.
-Vocês lembram no quinto ano quando eu me transformei em cão na plataforma e uma monte de garotas veio em cima da gente acariciar o cachorrão , que elas achavam que era do Tiago?- disse Almofadinhas.
Ficamos rindo até que bateu no relógio seis horas e descemos para a Floresta Proibida e nos transformamos. Como eu gostava de ser cervo, só para chifrar Almofadinhas. Rabicho subia em cima do meu ombro sempre com medo de Aluado e de se machucar nas lutas entre mim e Almofadinhas.
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