Dont Leave Me escrita por prettysemileek


Capítulo 3
Capítulo 3




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Eu acordei, sem a minima ideia de onde eu estava e do que havia acontecido. Abri os olhos e a claridade me obrigou a fechá-los. Precisei de alguns segundos para finalmente acostumar a minha visão à claridade daquele lugar estranho e desconhecido. Vasculhei o lugar e descobri que eu estava em uma maca de um hospital. Eu quis gritar, mas as palavras me abandonaram. Tudo o que eu fiz foi arquejar e perguntar baixinho: “onde estou?”

-Você está em um hospital. – um médico que estava logo ao meu lado respondeu, o que já era algo que eu havia percebido.

-Emily? - perguntei com a voz embargada e meus olhos transbordando em lágrimas. Tentei me lembrar do que havia acontecido antes de eu estar ali, mas não consegui. Estava tudo tão vago, tão...sem sentido. Eu só gostaria de poder encontrar todas as respostas para as minhas perguntas, mas sei que nunca encontrarei. A única certeza que tenho é que tudo termina em morte...E se isso não acontecer de verdade?

-A sua amiga? – o médico perguntou. – Esse é um assunto delicado. Melhor não te contar de nada agora. Você sofreu um acidente e machucou-se muito. Mesmo que os ferimentos em seus braços tenham sido leves, você quebrou a perna e bateu a cabeça com muita força e está em estado de choque.

-Me conte agora. – ordenei, com rispidez. Eu já havia notado que minha perna estava no gesso e que minha cabeça doía como nunca antes e que meus braços estavam com alguns arranhões e cortes mais graves. Mas nenhuma dor física se comparava ao que eu estava sentindo por dentro. Meus instintos me diziam que algo de ruim havia acontecido e eu temia que isso fosse verdade. Como aquele senhor de idade notou que eu parecia fragilidade, tentei parecer um pouco gentil para,quem sabe, ele responderia a minha pergunta de uma vez. – Por favor, diga-me. O que aconteceu com Emily? Ela está bem? Se machucou muito? O que aconteceu com ela? Por favor, me conte de uma vez. Eu agüento qualquer coisa menos esse silêncio.

Ele se distanciou, indo consultar outro paciente. E então eu olhei para a cama ao meu lado e comecei a chorar de vez, reconhecendo muito bem quem era. O corpo estava todo coberto (se bem que nem era para ele estar ali) por um lençol, mas consegui reconhecer bem de quem era aquele pé pequeno, com uma tatuagem de um crucifixo perto do dedo mindinho e as unhas pintadas na cor preta. E mesmo assim eu tinha esperanças de que não fosse o que parecia ser de fato.

-Ela...- comecei a dizer, mas a frase parou no ar. Por favor, isso não.

-Ela está morta. – depois de tanto hesitar ele respondeu e cada palavra sua foi como uma facada para mim. Dessa vez, não relutei; chorei como nunca antes. Isso não poderia ser verdade. Por favor, isso não. Eu não posso perdê-la. Ela é tudo o que eu tenho, tudo o que eu sou. Mas por favor me diga que nada disso está acontecendo.Me diga que tudo isso é um sonho, que quando eu acordar tudo isso irá acabar e eu encontrarei a minha melhor amiga neurótica de volta pra mim. Eu não me importaria de vê-la mais uma vez. Só sei que se ela morreu, eu irei junto. – Encontraram ela hoje de manhã no lago Ness e lhe digo que a sua situação física não era uma das melhores. O corpo estava totalmente mutilado, havia uma estaca de madeira em seu coração e ela estava enforcada...sem falar de outros detalhes que guardo para não piorar sua situação emocional no momento. Aliás, foi difícil de reconhecer o corpo e por isso não comunicamos a ninguém sobre o ocorrido. O que você sabe sobre essa Emily?

E então era isso: eu mal poderia digerir o fato de que ela se foi e já tenho que sair por ai dando informações sobre minha melhor amiga. Muito engraçado. Nem o sofrimento dos outros as pessoas podem respeitar hoje em dia.

-Sei que você não deve estar nada bem, mas tenho que passar o máximo possível de informações para a polícia e família. – ele acrescentou, já com um caderninho em mãos. -  Está em condições de falar? Se não estiver, avise. Qualquer coisa você escreve, se puder.

-Não, tudo bem. – digo com a voz falhando e enquanto limpo o meu rosto. – Ela é Emily Death  e iria fazer dezessete anos daqui a uma semana. Nunca conheci os seus pais mas sei que eles são problemáticos e sua mãe se chama Lena. Isso é tudo o que eu posso contar

-Está bem,agora tente se acalmar. – ele disse, ficando de pé. – Qual o seu nome? Preciso comunicar a sua família de onde está.

-Sarah Sweet-Heart . – respondo, afundando de vez no lençol e fecho os meus olhos. – Só que você terá  sorte se conseguir falar com algum familiar meu. E não vai fazer diferença para eles. Então melhor nem tentar.

-Para mim irá fazer. – Thor diz, entrando no meu quarto e vindo em minha direção, oferecendo seus braços para mim. O médico olha para ele, se perguntando quem seria aquele garoto e ele percebe isso. – Eu sou o namorado dela, não precisa se preocupar com nada agora.


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