Dont Leave Me escrita por prettysemileek


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eu sei que deveria ignorá-lo, não falar com ele e pronto, mas não foi o que eu fiz. Eu estava me sentindo tão pra baixo que permiti que ele se sentasse ao meu lado e me abraçasse. De ínicio não trocamos uma palavra; apenas fiquei em seu ombro e chorei como nunca antes. Ele não questionou nada; já deveria saber como eu me sentia e ciente de que parte daquilo era culpa dele.

-Você já sabe? – perguntei a ele assim que conseguir me controlar um pouco. Pela reação dele a resposta era sim.

-Sim. – sussurrou. – Corri para cá assim que fiquei sabendo. Sinto muito que isso tenha acontecido. Ela era tudo para você. Mas me diga...como você está?

-Eu já estive melhor. – respondi com a voz rouca e dando um risinho irônico. – E ela ainda é tudo para mim. Mas não só ela. Eu tenho você  e...

Não agüentei e comecei a chorar de novo.

-Eu fui a ultima pessoa a vê-la viva. A ultima. Talvez tenha a exceção de quem a matou, mas eu fui a última pessoa a vê-la viva e nem tive a oportunidade de falar pra ela o quanto ela é importante para mim...- olhei para a cama ao lado e reparei que já haviam retirado o corpo dela dali, até porque não iriam deixá-lo ali para sempre. – Eu briguei com ela, Thor. Eu briguei com ela e agora ela está morta! – gritei aos prantos. Vários médicos e enfermeiros pararam de fazer seus afazeres e vieram até mim, injetando uma injeção com algo que eu sabia que era para me fazer dormir. – Por favor, só avise aos meus pais e faça com que a Emily tenha um enterro justo. É o mínimo que podemos fazer agora que ela se foi. – falei antes de meus olhos se fecharem e eu finalmente apagar.

De uma coisa eu estava certa: eu estava sonhando. Era um lugar lindo e agradável para se viver e principalmente relaxar: um parque totalmente florido e aberto. Havia uma casa de madeira e duas crianças brincavam em frente á esta, sentadas em uma toalha de piquenique que estava com duas cestas e várias bonecas espalhadas por esta. Uma das garotas era com a pele um pouco bronzeada, cheia de sardas e cabelo e olhos castanhos. Vestia uma bermuda jeans e camiseta vermelha.  A outra era albina, olhos azuis como o mar e cabelos pretos como carvão. Vestia um belo vestido preto e sorria de orelha a orelha. Seu cabelo, na época longo, estava solto e com apenas uma trancinha. Preciso nem pensar direito para saber que essas duas garotas são eu e Emily, quando mais novas. Eu a havia convidado para passar um final de semana na casa de férias da minha família que ficava em frente ao parque no qual eu me refiro.  Também me recordo bem de cada detalhe daquele dia. Foi a primeira e única vez na qual brigamos seriamente. Na verdade, não chegou a ser uma briga, mas ainda assim. Eu queria brincar com a boneca mais bonita que tínhamos e ela também. Ela choramingou e nisso minha mãe veio e disse para acabarmos de vez com aquela confusão medíocre. No final, eu entreguei a ela a boneca e fim de papo. O que mudou no sonho foi que os olhos da boneca sangrava e os de Emily também, que ainda estava mantendo aquele sorriso enorme e assustador e quase acreditei que a boneca também fazia isso. Eu gritava  e mandava que ela parasse de vez com aquilo, mas não obtive resultado algum. Comecei a correr e logo vi que eu estava me aproximando do lago. Parei de correr para evitar que eu caísse ali, mas meus esforços não foram suficientes. Caí e meu corpo afundou naquelas águas gélidas. A última coisa que ouvi foram os risos de Emily e os gritos da minha mãe clamando pelo meu nome. A última coisa que senti foi alguém me tirando das águas, e eu não sabia muito bem quem era. E então eu acordei, de volta a triste e cruel realidade que insiste em me assombrar.  Eu estava gritando e me debatendo feito uma louca, embora eu gritasse que não era muito bem isso que estava acontecendo.

Os médicos ignoraram meus pedidos e injetaram novamente em mim, o que imediatamente me fez adormecer e então o sonho recomeçou,só que de uma outra forma. Eu já havia sido retirada das águas e estava desacordada, várias pessoas tentando me reanimarem mas sem sucesso algum. E nisso Emily, sem dó e piedade alguma, pega o que deveria ser uma faca muito grande e a usa para me cortar, até a morte. Eu, a que sonhava e acompanhava tudo de longe, gritava para que ela parasse de vez com aquilo,mas não consegui.

Novamente, eu acordei gritando e suando, mas dessa vez não injetaram nada em mim. Talvez eu só estivesse entorpecida demais para ser drogada mais um pouco. Thor ainda estava ao meu lado e eu me assustei em vê-lo ali, mas logo fui me acostumando. Ele estava brincando com uma mecha de meu cabelo e eu nem me importei com isso. Pelo seu rosto, percebi que ele não havia durmido ainda.

-Que horas são? - pergunto, bocejando.

-Dez da noite. - ele responde. - Você durmiu o dia inteiro.

-O dia inteiro?? - exclamo. Ele assenti que sim.

-Mas não se preocupe. Cuidei de tudo pra você. O enterro da Emily será amanhã de manhã, logo depois que o corpo dela for liberado.

-Tudo bem. Contanto que eu vá.

-Eu não estou certo quanto à isso. - ele afirma - Você não está em condições de sair daqui. E não depende de mim. Só se os médicos te liberarem...

-Por favor. - implorei, quase chorando novamente. - Faça isso por mim.É a minha última chance de vê-la...

-Eu vou tentar. - ele diz, por fim. Se levantou, mas antes se certificou que eu estivesse bem posicionada na cama. - Mas tente ficar calma,ok? Eu volto daqui a pouco.


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Notas finais do capítulo

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