Minha Vida No Livro Crepúsculo [REESCREVENDO] escrita por AnaCarolCD


Capítulo 4
Cartomante [REESCRITO]


Notas iniciais do capítulo

Que bom que gostaram dos últimos capítulos. Espero que gostem desse também...



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Quando cheguei em casa fui direto para meu quarto trocar meu uniforme por algo mais casual e confortável. Coloquei um jeans, uma camiseta branca e calcei um All Star branco. Sentei na cama e peguei o caderno de cálculo pois tinha dever de casa para fazer. Não demorou mais do que 10 minutos e logo minha mãe estava entrando pela porta e esbravejando.

—Marjorie, por que você está aí ainda? Já deveria ter tomado seu café para irmos até Louise. Estamos em cima da hora!

Eu havia me esquecido completamente disso, já estava tão anestesiada das aulas que havia esquecido que minha mãe queria me levar até uma mulher que dizia ler mãos e cartas de tarô.

—Desculpe mãe. Tenho dever, e acabei me afundando nisso.

—Já está na hora que você aprender a anotar seus compromissos em sua agenda. -Ela continuava séria. Virou as costas e saiu do meu quarto. -O que está esperando? Que alguém te pegue no colo e leve-a até o carro?

Levantei, deixando minhas coisas para trás sem arrumar nada. Segui-a enquanto minha mãe pisava forte até o carro. Ouvi meu pai em seu escritório quando passei por lá, mas não pude parar para dar-lhe “oi”. Ele havia passado alguns dias em um evento patriota na Austrália e eu ainda não havia visto-o desde então.

Dentro do carro minha mãe tagarelava sobre a viagem para Ancara, na Turquia e me explicava os detalhes sobre o evento em que meus pais iam. Sem contar com os minutos gastos em que ela falou sobre o meu baile de debutante. Um baile em minha homenagem no qual eu não poderia convidar minha amiga. Mas vários adolescentes de famílias nobres iriam.

—Precisamos parar no alfaiate, seu vestido está pronto. -Minha mãe falou para nosso motorista, Gerard.

—Não tem alguém para fazer isso por você? -Perguntei tentando não soar rude.

—O Gerard fará. -Ela me olhou séria e parecia realmente irritada

—Desculpe.

Quando em fim chegamos ao casarão saí do carro junto com minha mãe, e os seguranças que vinham conosco nos acompanharam. Quando entramos na casa antiga, um arrepio percorreu meu corpo todo. Era um lugar estranho e escuro.

A sala aonde a mulher atendia era fechada por uma enorme porta marrom escura. E de lá de dentro a voz de uma mulher velha soou chamando pelo nome da minha mãe.

—Elise, entre por favor.

Minha mãe vinha aqui com frequência, então a mulher devia ter autorização para chamá-la pelo primeiro nome. Nunca fui obrigada a vir junto, o que era muito mais interessante do que vir a um lugar tão estranho.

Minha mãe entrou primeiro, e pude ver a senhora sentada em uma mesa. Ela sorriu para mim, mostrando seus vários dentes.

—Entre minha querida. Eu não mordo. -Ela me convidou.

Entrei, sorrindo desconfortavelmente, sentei-me ao lado da minha mãe.

—Louise, esta é minha filha, Marjorie. Marjorie, Louise é minha cartomante a mais de 15 anos. -Minha mãe nos apresentou.

Louise estendeu sua mão, pálida e magra, para mim e estendi a minha, apertando delicadamente sua mão.

Foi minha mãe que foi atendida primeiro. Louise falou sobre os futuros eventos que minha família participaria e sobre seu casamento com meu pai. O que foi bastante desconfortável para mim.

Louise pegou minha mão, desenhou com a unha comprida do indicador se concentrando em algo. Ela soltou em poucos segundos.

—Sua vida irá mudar. N-não entendoo por quê, mas não vejo sua vida. Ela só desaparece… -Ela não continuou a falar. Seu rosto estava assustado e ainda mais pálido. Parecia assustada.

A mulher estava com os olhos marejados. Minha mãe a observava com os olhos arregalados.

—O que mais Louise? -Minha mãe ansiava por respostas.

—Não. Desculpe. Não há mais nada. Não tem o que ver. A vida de Marjorie vai mudar, mas não consigo ver absolutamente nada. -Louise olhava na minha direção mas não chegou mais perto de mim.

Minha mãe pegou o dinheiro e deixou em cima da mesa. Ninguém falou mais nada. Caminhamos até o carro novamente e entramos. Os dois seguranças entraram nos bancos da frente e então Gerard acelerou saindo de perto do casarão assustador.

Gerard parou na alfaiataria e desceu no carro indo buscar meu vestido. Minha mãe estava em silêncio mexendo em seu celular. E eu fiquei olhando pela janela. Será que a mulher viu minha morte? Isso significava que eu morreria?

Eu comecei a passar mal sentindo meu coração acelerar. Resolvi me focar em outra coisa. Pensar no baile era algo que estava me estressando anteriormente, mas agora podia me ajudar a não pirar.

Esse seria meu primeiro baile, pois antes disso eu era proibida de sair do meu quarto e normalmente minha tutora ou babá ficava comigo durante os eventos. Então, como eu já estava prestes a completar 16 anos, eu precisava ser oficialmente apresentada para a sociedade. E o baile era o evento social aonde minha família me mostraria disponível para outras famílias da elite mundial. O que era ridículo, mas fazia parte da nossa cultura.

Gerard voltou com um enorme pacote em que meu vestido estava, guardou no porta-malas, e voltou para seu banco e voltou a dirigir. E logo já estávamos atravessando os portões reais. A ideia de morte atravessou minha mente várias vezes enquanto estávamos no caminho de volta.

Entrei, atravessei o hall mais rápido do que eu faria normalmente, fui até a cozinha e pedi-lhes para que fizessem algo para eu comer no meu quarto. Corri para meu quarto, e sentei em minha cama ainda desarrumada. Joguei meu caderno no chão e peguei meu livro. Mergulhei em sua história novamente, esperando meu jantar. Logo eu terminei o último capítulo e uma das governantas trouxe para mim uma bandeja com ratatouille, mousse de limão e suco de laranja.

Quando terminei de comer, coloquei a bandeja do lado de fora do meu quarto, deitei e dormi em poucos minutos. Sem trocar de roupa, sem tomar banho e sem soltar meu cabelo. Eu apenas desmaiei, sonhando com meu fim.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews... Por favor. E espero que gostem...