Minha Vida No Livro Crepúsculo [REESCREVENDO] escrita por AnaCarolCD


Capítulo 3
Impressão estranha [REESCRITO]


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo..... Espero que gostem, e mandem comentários.



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Nesta manhã, dublada como sempre, levantei-me da cama com a sensação de que algo novo estava chegando. O ar estava gelado e eu precisava me arrumar e ir para o colégio. Troquei minha roupa vagarosamente, ajustei minha gravata, vesti minha calça e peguei minha mochila. Na minha escrivaninha peguei meu livro, bastante surrado, de Crepúsculo e desci para a sala de jantar. Eu não era a primeira a acordar, minha mãe e minha tia estavam sentadas a mesa com seus pratos.

—Bom dia. -Cumprimentei-as sentando em meu lugar de sempre. Ambas me responderam entre sua conversa sobre algum evento.

Tomei meu café da manhã em menos de 15 minutos, e quando levante-me da mesa minha mãe me chamou.

—Não se esqueça, Marjorie. Quando você voltar da sua aula, iremos até Louise. A cartomante. -Ela falava olhando séria para o copo na sua frente. -Já está na hora de você ir comigo…

—Tudo bem, mãe. Algo mais?

—Não. Já pode ir. -E assim eu sabia que estava dispensada. Sem um “boa aula” ou um “se cuide”.

Minha tia nem ao menos virou na minha direção, ou se despediu. Saí da sala de jantar e fui para a saída. Meu motorista já me esperada, juntamente a um dos seguranças. O caminho era de 15 minutos até meu colégio, durante o curto caminho eu estava ouvindo um dos meus álbuns favoritos, da Alessia Cara.

Quando parei no estacionamento do colégio, Margarett, Mag, minha melhor amiga, estava me esperando em um banco, que sempre nos sentávamos comendo um enorme pacote de Doritos.

—Olá, olá sr. Pacote de Doritos. -Me aproximei dela e peguei o pacote de sua mão.

—Marj, irmãzinha, hoje farei uma festa do pijama, com minha irmã, e quero você lá. É hoje… E tenho certeza de que você vai adorar. -Mag me informou animada.

—Tinha que ser hoje? Minha mãe quer me levar a uma cartomante. Ela vai sempre, mas não sei por quê ela resolveu me levar hoje.

—Ela não pode te deixar ir outro dia?

—É a minha mãe. Ela com certeza não deixaria. Mas vou ligar para ela. Quem sabe ela não me libera hoje. -Devolvi o pacote de Doritos para ela e fomos para nossa aula.

Durante o caminho, em uma esquina de corredores esbarrei contra alguém, derrubando meu livro, e meu celular no chão. Abaixei e juntei, olhando para quem estava na minha frente juntando seu próprio livro. Era Samuel. Jogador de lacrosse, incrivelmente sexy e namorado de uma das garotas mais esnobes da escola.

—Desculpe Marjore. Não vi você, e eu estava correndo… Desculpe. -Ele abaixou os olhos, envergonhado. Era normal esse tipo de situação. As pessoas temiam que eu pudesse querer me vingar delas, e sendo da realeza isso podia significar algo bem ruim. Ou ao menos era isso que eles pensavam.

—Tudo bem Samuel. Acontece. Eu também não estava prestando muita atenção. -Sorri tentando não soar estranha.

Samuel saiu da minha frente, sorrindo mais calmo, e logo voltou a sair correndo. Era um sorriso tão perfeito que eu fiquei olhando em sua direção enquanto ele corria para longe.

—Se você ficar babando por ele, vai ficar muito na cara que você gosta dele. Então, sugiro que você tome a iniciativa de ir logo falar para ele o que sente. Que tal? -Mag tinha guardado o pacote dentro da mochila, mas sua boca estava cheia enquanto ela falava. Isso me fez rir.

—Não sinto nada, garota. Ele é só muito bonito. -Revirei os olhos dando um sorriso de canto. -Além do mais, ele tem namorada. E ela é muito bonita.

—Ela pode ser a mulher maravilha, mas é uma nojenta e extremamente insuportável. Sério, a voz dela é muito aguda.

Demos risada, mas nem me dei ao trabalho de responder. Caminhamos até nossa primeira aula e nos acomodamos em nossos lugares, já marcados. Até o intervalo tínhamos aula juntas, mas depois era cada uma em uma turma.

Estava no segundo ano do ensino médio, ainda faltando dois anos até me formar. Isso era agoniante. Era como estar presa a uma pedra enquanto afundava na Fossa das Marianas, a fenda mais profunda do oceano. Eu já estava enjoada daquilo mas sabia que não poderia sair nunca, afinal era minha família.

Durante o intervalo Mag e eu sentamos em uma das mesas mais isoladas do refeitório. Eu já havia sido convidada por outros alunos para sentar-me com eles, mas sempre que isso acontecia o que eles queriam era saber sobre minha família, sobre como poderiam entrar no palácio… Quase ninguém realmente queria a companhia da Marjorie, queriam a companhia da Princesa. Então, quando decidi que não queria mais tentar ser aceita pelas pessoas, eu me excluí. Só que com isso Mag sentiu que era sua obrigação estar comigo mesmo que isso significasse deixar de lado suas outras amigas e amigos. Pessoas com quem ela havia estudado desde a pré-escola em alguns casos.

Em uma das mesas no centro do refeitório Logan olhava atento na direção da minha amiga. Ele era um dos atletas, mas também era extremamente meigo e completamente apaixonado por Mag.

—Acho que o Logan quer sua companhia. -Falei apontando para a mesa do garoto.

—O que? -Mag virou da direção dele, e um sorriso surgiu no rosto dos dois. Ele acenou para que ela fosse até ele. -Será que vou até lá?

—Mas é claro. Aproveita que ele é tão caidinho por você e chama ele pra sair. Ou logo eu vou ter que armar para os dois se encontrarem de uma forma bem cliché.

Mag deu um sorrisinho para mim, e olhou de volta para o garoto.

—Vem comigo. Não voud eixar você sozinha aqui.

—O que? Não. Vou ficar aqui, comer, ler, ouvir minha música… Não vou me intrometer na conversa de vocês.

—Okay, então ligar pra sua mãe.

—Vai lá Julieta.

Ela saiu correndo pelo refeitório e sentou ao lado dele. Os amigos do garoto a cumprimentaram e continuaram a conversar.

Enquanto isso, puxei meu celular da bolsa e disquei o número da minha mãe. Depois de tocar várias vezes ela finalmente me atendeu.

—Aconteceu algo Marjorie? -Ela atendeu.

—Oi mãe. Não aconteceu nada. Só queria pedir-lhe permissão para ir na festa do pijama da Margarett hoje. Foi em cima da hora, eu sei, mas é que é uma festa da irmã mais nova dela.

—Não. Você já tem compromisso hoje, se esqueceu? -Eu conseguia ver o olhar frio da minha mãe enquanto ela falava.

—Eu sei, mas como não é nada público eu imaginei que a senhora poderia me liberar. E eu iria outro dia.

—A vida não funciona quando você quer que aconteça, Marjorie. Aprenda isso agora, ou quando você estiver no meu lugar sua vida será milhares de vezes mais caótica do que já é normalmente. -Não havia nada em sua voz que me dissesse que ela lamentava por isso. Era apenas fria e monótona como sempre que falava comigo.

—Tudo bem. Desculpe incomodá-la.

—Espero que não tenha saído da aula para me ligar por um motivo tão banal.

—É o horário do meu intervalo.

—Ótimo. Agora vou voltar a fazer as coisas importantes, meu trabalho.

—Tudo bem. Tchau. -Falei para um telefone mudo.

Olhei novamente na direção em que minha amiga estava, e sorri ao vê-la rindo com os outros alunos. Enquanto isso, peguei meu livro, abri no capítulo em que havia parado e mergulhei na história enquanto comia.

E novamente fui invadida por aquela sensação que havia sentido mais cedo.


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Notas finais do capítulo

Lá vem a grande hora.