Um Toque escrita por Matheus


Capítulo 6
Juntos na fortaleza impenetrável


Notas iniciais do capítulo

Cada vez menos tempo entre um capítulo e outro... Mas amanhã tem aula (hoje na verdade, agora são 00:40h) aí posso demorar um pouco pra postar... Tem que estudar, sabe? ^-^



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Domenick e Asheley corriam pela casa em direção à saída. Ele não deu mais explicações, mas corria como se o diabo estivesse atrás deles... E pelo visto estava os alcançando.

– O que está acontecendo? – Perguntou Asheley, desesperada.

– Não pare! Continue andando!... Vai! Vai! – Gritava Domenick.

– Mas que diabos?! De que estamos fugindo?

Domenick demorou de responder. Eles já estavam no térreo, a única parte da casa que se assemelhava a uma casa.

– Eu não sei. – Respondeu, abrindo a porta.

Eles passaram pela porta, Asheley tomou frente na corrida e quase caiu de costas quando Domenick segurou sua mão impedindo que prosseguisse.

– O que foi? Não era para correr? – Perguntou com raiva e cada vez mais confusa.

Domenick olhava para um homem de moletom e capuz pretos, fitando-os do lado de fora do portão gradeado.

– Quem é aquele?

– Acho que é dele que estamos fugindo.

Domenick passou correndo na frente de Asheley que quase a derrubou e começou a digitar alguns códigos de comando no segurança eletrônico. Ele pôs o dedo e retirou em seguida com uma pequena bolha de sangue e repetiu as mesmas palavras que disse ao entrar, “O arco de Da Vinci no quadro secreto de Íris”, em seguida pegou a mão de Asheley e a guiou para entrar novamente.

– Olhe! – Gritou ela apontando para o rapaz encapuzado.

Domenick olhou por cima do ombro e ficou ainda mais pálido. Mas como?

O rapaz de capuz subia pelo portão e ameaçava pulá-lo. Escalando como um animal, a cerca elétrica não o fez recuar e ele agarrava os cabos energizados como se fossem feitos de madeira.

– Eu acabei de ligar a cerca elétrica. Qualquer um estaria se rebatendo no chão agora. – Disse Domenick paralisado.

– Como isso é possível, Nick? Talvez você tenha...

– Venha! Entre! Vai! Vai!... VAI! – Ele gritava empurrando ela para dentro e fechava a porta atrás de si.

Quando a porta fechou fez-se um silêncio tranqüilizante. Em seguida escuta-se uma batida forte na porta.

– Ele ainda está aí!

Domenick tentava assimilar e juntar as coisas. O desespero não o atrapalhava pensar e sim a vida de Asheley que estava em risco perto dele.

– ATIVAR DEFESAS DA CASA. – Disse em alto e bom tom para as paredes.

As portas e as janelas emitiram um som metálico enquanto os prendia dentro da casa.

Não há fortaleza mais forte. Eu mesmo projetei. – Pensou.

– Estamos seguros agora.

– Seguros de quê? Chame a polícia!

A polícia era a última coisa que Domenick queria ali. Seguros de quê? Era uma boa pergunta. A única pista que tinha era aquele telefonema que recebera minutos atrás. Apenas cinco pessoas tinham aquele número. Era bem provável que uma dessas cinco estava morta a esse ponto.

– Quem era no telefone? – Perguntou indignada. Ela merecia uma resposta.

– Eu tenho minhas dúvidas. Mas seja quem for estava com ele.

– Ele quem? – Interrompeu.

Domenick começou a lembrar das palavras que ouvira no celular:

“Olá, Dom. Você deve ter se perguntado a vida toda por que você é diferente, estou certo? A única resposta que não encontrou. – Dizia uma voz masculina e demoníaca – Eu sou como você, Dom. Não posso fazer as mesmas coisas, mas sou diferente como você. Eu estou indo te matar. É melhor correr, pois já estou chegando... Só haverá um de nós.”

Alguém igual a mim? O que eu sou? Seja quem for tem respostas. Eu quero ver ele tanto quanto ele quer me matar... Só preciso tirar Asheley daqui. – Pensou.

– Eu não sei quem é. Mais ele me conhece e quer me matar.

– Te matar? Pelo amor de Deus, chame a polícia então!

– Você... Você não entende... – Disse preocupado com ela. Dava pra ver em seu rosto. – Estamos seguros aqui. Ele não pode entrar.

– E nem nós sair, estou certa? – Disse ela quase chorando.

– Eu irei te proteger. Não precisa chorar; calma... Eu juro que ninguém fará mal a você.

– Nick, eu só quero que fique tudo bem com a gente.

– Eu também. E eu não teria trago você aqui dentro se não soubesse que estaria segura. Tem que confiar em mim, e não podemos chamar a polícia.

– Ok. Eu confio em você Nick. Agora só preciso me acalmar.

– Certo, não tenha medo, ele não pode entrar aqui, venha comigo.

Asheley o seguiu sem fazer perguntas. A resposta poderia ser mais confusa que a falta de resposta.

No corredor do segundo piso, eles entraram na porta à esquerda. A outra porta do corredor.

– Talvez vendo isso você ficará mais calma. – Eles entraram na sala.

– O que é... Tudo isso?

Estavam em uma sala, comparada com a outra, pequena. Havia computadores que ligavam de um canto a outro da parede, monitores que mostravam a planta da casa em três dimensões e fazia uma leitura como um radar de submarino, deduziu Asheley. Era o Q.G. da casa.

– Daqui eu tenho uma visão completa da casa. – Disse ligando os monitores.

Nos monitores, imagens de toda a casa começaram a aparecer. Na planta em 3D começou a piscar alguns pontos, em geral nos cantos das paredes e uma frase surgiu a baixo no monitor: CÂMERAS LIGADAS PARA VISUALIZAÇÃO EM TEMPO REAL.

Era possível ver o homem de capuz tentando entrar pela janela dos fundos que ficava a seis metros do chão. Ele é persistente.

– As janelas...

– Sim. Elas também estão trancadas e são a prova de impactos. A casa toda é uma fortaleza impenetrável. Eu mesmo projetei e já tentei invadir.

– Espero que seja.

– A casa é protegida por um sonar, que mostra exatamente onde estão todos e detecta movimentos. – Explicava Domenick para acalmá-la – Há câmeras sem pontos cegos. Todas as portas e janelas são reforçadas para resistirem como chumbo. As paredes são de chumbo. Há uma cerca elétrica que roda toda a casa. E se ele entrar, o que é improvável, eu posso prendê-lo em qualquer cômodo da casa apenas com meu comando de voz e há gases adormecestes nos dutos de ventilação que são liberados a meu comando que apagam o intruso... E para todo caso, eu tenho uma arma.

– Você sabe usar uma arma?

Domenick havia absorvido as experiências de diretores e agentes de campo do FBI, SWAT, ‘Rangers’ e ‘Delta Force’ – Nos Estados Unidos –, SAS – Do Reino Unido –, KSK – Da Alemanha – e ‘1° Batalhão de Forças Especiais’ e ‘Brigada de Operações Especiais’ – Do Brasil –. Tudo absorvido numa reunião de membros das forças armadas. Se isso não servisse, ele tinha experiência também em diversas artes marciais, como os “dôs”: judô, aiquidô, quendô, quiudô e taekwondo. As ocidentais: boxe, MMA, luta livre, capoeira, esgrima e kickboxing. E outras, mundo a fora: muay thai, jiu-jitsu, tai chi chuan, wushu – No Brasil chamado de Kung Fu –, kenpō e karatê.

Sou um assassino perfeito. Posso matar ou paralisar o adversário com apenas um golpe ou fazê-lo morrer lentamente se assim eu preferir. – Pensou.

– Fiz um curso básico para ter uma arma em casa, sabe? Essa coisa de armar, mirar e atirar. – Mentiu descaradamente.

Asheley soltou o ar que estava preso em seu peito.

Agora ela se sente mais confortável. – Deduziu Domenick.

– Caso tudo dê errado, a SWAT é acionada imediatamente. Tranquila agora?

– Um pouco. – Disse. Como assim, caso tudo dê errado?

– Venha. Vamos comer alguma coisa até ele desistir e ir embora.

Ela concordou e os dois foram juntos para a cozinha no térreo.

– Então? O que achou do meu chá? – Perguntou Domenick, servindo-a outra xícara.

– Tem alguma coisa que você não saiba fazer? – Perguntou, sorrindo.

Domenick sorriu sem responder.

A arte de fazer chá, Chanoyu, era também considerada artes marciais pelos samurais, pois treinava a mente e as mãos. Ele não procurou, veio junto com o jiu-jitsu e o judô. Mas foi muito bem vindo.

O chá pode ser anticancerígeno, aumentar o metabolismo, ajudar o sistema imunológico, reduzir o mau-hálito, diminui o stress e tem efeitos sobre o HIV. Uma ótima bebida que também acalma, e era isso que Domenick precisava para Asheley.

– Está calma agora?

Ela desviou o olhar. Parecia refletir sobre algo distante.

– Nick?

– Hum?

– Você ainda me ama? – Disse com uma voz fraca – Eu sei que faz tempo, mas eu nunca te esqueci e fiquei muito feliz quando te vi hoje de manhã. Foi aí que eu vi que eu ainda sinto algo por você, algo que não apagou com o tempo. E esse algo foi crescendo a cada minuto que passei com você hoje.

– Eu também não te esqueci, em nenhum dia depois que eu fui embora. Você mudou minha vida de mais formas que possa compreender.  – Disse se aproximando dela – Você sempre foi especial para mim, Asheley.

– Você também, Nick. – Disse ela apoiando a mão direita na nuca dele e aproximando seu rosto ao dele.

Eles se beijaram. Um beijo que esperou dezesseis anos para acontecer de novo. Um beijo que quebrou barreiras como da última vez. Um beijo que acendeu, agora mais do que nunca, o amor fervente que estava pacato por muitos anos, e agora ardia como larva de um vulcão bem ativo.

Ele nos braços dela e ela nos braços dele, se amassavam ferozmente como se estivessem pondo em dia cada minuto perdido em dezesseis anos. Aos poucos, cada um ficava com menos roupas, primeiro ela tirou a camisa dele, depois ele tirou a dela e se agarraram por mais um tempo.

– Tem certeza que quer isso? – Perguntou.

– Neste momento? Mais do que tudo na vida.

Pareceu convincente para Domenick, o suficiente para ele apanhar ela nos braços e levá-la para seu quarto onde havia camisinhas e uma cama onde passariam seus melhores momentos juntos.

O amor é a única coisa que pode fazer um gênio parecer um idiota e unir duas pessoas de forma que nem a máquina mais poderosa ou a ciência mais avançada possa separá-los. E assim estava acontecendo com Domenick e Asheley.

Após algum tempo, estavam os dois deitados na cama um olhando para o outro.

O homem de minha vida. – Pensou Asheley.

A mulher de minha vida. – Pensou Domenick.

Eles se beijaram, o beijo não durou muito, fora interrompido por um toque de celular. O celular de Domenick.

– Qual a chance de uma das poucas pessoas que tem seu número te ligarem agora? – Perguntou Asheley, assustada.

– Sinceramente: poucas.

Ele levantou da cama e pegou seu celular no bolso da calça que estava no chão.

– Ninguém que eu conheça.

– Será que é ele de novo?

– Só tem um jeito de descobrir. – Ele atendeu – Alô?

Alguns segundos depois ele desligou e refletiu por mais alguns segundos. Asheley cada vez mais assustada de quem poderia ser.

– Vista sua roupa, temos que sair daqui agora.


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Notas finais do capítulo

Mande reviews!!! Sério, please!!! =D