E, mesmo quando a luz brilha fortemente, uma sombra pode surgir

–No que está pensando? Está com o olhar tão perdido...

–Nada de importante...

–Tem certeza? Você está mesmo bem?

–Eu... estou me sentindo sozinha...

Sempre há uma nova jornada, sempre há uma nova aventura

–Sabe o que significa um novo Chronicler? Significa que uma nova era começou. Significa que uma nova guerra pode começar a qualquer momento!

E, então, a mínima brecha pode ser suficiente para desencadear uma nova guerra

–Eu... Eu consigo sentir... A escuridão, de repente, ficou mais forte. E está ameaçando os mundos novamente.

Novos aliados

–Eka aí fricai un Shurtgal!

Antigos parceiros

–Pensei que o comunicador que dei a vocês seria esquecido.

Laços inquebráveis

–Nós temos algum tipo de ligação.

–O que quer dizer?

–Caso não tenha percebido, eu não falei isso. Eu pensei.

A 5-year-old winterheart
In a place called home
Sailing the waves of past…¹

Uma garoa fina caía, dando um aspecto triste àquela noite. A garota abraçou-se, tentando espantar o frio que se originava da água em sua roupa e da brisa gélida, que parecia não cessar. Caminhava por um lugar desconhecido, e que parecia não ter fim. Seguia em frente, sem mais o que fazer.

Em dado momento, ouviu um choro. Angustiado, cheio de soluços entrecortando-o, e claramente infantil. Apressou o passo, com o intuito de alcançar e tentar ajudar quem quer que fosse que estivesse chorando. Logo alcançou uma garota, que aparentava ter doze anos. Estava abraçada aos seus joelhos, longos cabelos de tom escuro chegando ao chão, e os soluços a sacudindo, o único sinal de que podia se mover.

–Você está bem? – perguntou, querendo ajudar

–Estou tão sozinha... – respondeu, com uma voz que lhe era familiar – Todos me abandonaram... Ninguém gosta de mim, ninguém me ouve... Eu sou uma fraca que deixaram para trás...

–Não é verdade. – a primeira rebateu – Eu estou aqui, e estou te ouvindo. Posso te ajudar se quiser.

De repente, a garoa aumentou, tornando-se uma tempestade, e a temperatura caiu drasticamente, tanto que a respiração podia ser vista como uma fumaça.

–Mentira... – a garota falou, em tom de acusação, levantando-se – Ninguém me quer por perto. Eu sou só uma coitada que foi deixada para trás.

Quando ela terminou a ação, parecia ter crescido, agora aparentando ter seus dezoito, dezenove anos. Ergueu o rosto, que até agora tinha mantido escondido em uma sombra, deixando a mostra seus olhos reluzindo em amarelo. Uma risada sombria escapou de seus lábios, sua expressão, estranhamente familiar para a garota que tentara a ajudar, estava tomada pela raiva e pela insanidade. As gotas de chuva agora tinham congelado, formando pequenas e perigosas lâminas.

–Mas agora todos verão que eu não sou fraca. – continuou ela – E, então, ninguém mais me ignorará. Seja por bem... Ou por mal.

Dito isso, a morena ergueu as mãos, fazendo a chuva ficar mais forte, e as lâminas mais perigosas. Uma risada sinistra ecoou, juntamente com um potente rugido.