Korean Moon escrita por Lady Sarah


Capítulo 9
Capítulo 9




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Quase que posso dizer que nunca odiei tanto uma pessoa. Palavra. E só a Su podia ser a causa, ela acabava sempre por me arranjar problemas. Agora, o problema era um rapaz tão bonito quanto ignorante, que achava que por pertencer a uma banda era superior aos outros.

- Não, não e não! – exclamei. – Não vou ficar aqui nem mais um segundo! O gajo é um idiota e tu mentiste-me. As amigas não mentem assim, Catarina!

- Ui, para me tratares pelo primeiro nome é porque é sério. – disse Su, sentada nas bancadas da cozinha. – Sabes bem que só fiz isto porque me preocupo contigo! Não é bom estar sozinha tanto tempo, ainda por cima sendo tão gira como tu.

- Gira? Eu!? Goza com outra, Su…

- Oh, lá vai começar de novo… A única que não repara és tu. Supõe que te acontece alguma coisa e não tens ninguém para te proteger?

- Não preciso de ninguém, sei defender-me sozinha.

Catarina olhou para mim e levantou-se.

- Pára com essa atitude feminista, Moon! E quando envelheceres, como ficarás? Velha? Sozinha?

- Oh vá lá! Não sejas dramática!

- Mas é verdade, eu só te quero ajudar.

- Tentando juntar-me com um bronco daqueles? És muito boa amiga, não haja dúvida!

Deixei-a a falar sozinha e voltei para a sala. Já estava na hora de abrir os presentes e Susana estava muito ansiosa, saltando por todo o lado.

- P’endas! P’endas! P’endas! – gritava, enquanto Jae a acompanhava, fazendo barulhos com a boca. Como é que queriam que eu namorasse com alguém assim?

Se bem que fosse giro e tivesse jeito para crianças…

- Ei, tu! Portuguesita! – chamou-me e eu fitei-o, surpreendida. – Dás-me aí um queque? É o pires verde, caso não saibas o que são.

- Eu sei, - resmunguei, ainda em pé. – Mas não to dou. Levanta-te e vai buscar, seu mal –educado!

- Hã? Mas o que é que te deu?

- Jae é mal-educado. – tantareou Susana, batendo palmas. – Jae é mal-educado.

- Susana! – zangou-se Jae, enquanto eu tentava controlar o riso. – Eu juro, se não paras com isso vou devolver os teus presentes ao Pai Natal.

- Ah, vais dar ao pai?

- Hã?

- O meu pai é que é o Pai Natal, sabias? – disse Susana, levantando-se e indo a correr até Yoochun, que tinha voltado da cozinha.

Jae exclamou:

- Não! A sério? Micky, nunca me contaste nada, porquê? Tive sempre o Pai Natal ao meu lado e não o sabia!

- Hã? Porque é que estou com a sensação que tu não estás a brincar? – respondeu Micky, aproximando-se do amigo. Eu aproveitei e sentei-me no sofá, puxando a pequena Susy para o meu colo.

- Não me digas que ainda acreditas no Pai Natal. – escarneci. Tudo isso era demasiado irreal.

- Acreditava! – corrigiu ele, enquanto se voltava a sentar. – Sim, porque agora vocês tiraram-me o sonho!

- Huh? Eles estão a dizer que o Pai Natal não existe? – perguntou-me Susy ao ouvido,

- Não, é claro que existe!

- Ah, então sempre existe! – disse Jae, vitorioso. – Não me tentem enganar que sou mais esperto que vocês! O Pai Natal sempre gostou das minhas bolachas, quem vos manda dar-lhe bolachas de fraca qualidade? Assim é que ele não come, é óbvio! Mas vá, ‘bora abrir os presentes?

- É melhor! – disse eu e depois sussurrei. – Se não ele ainda vai dizer que também acredita em duendes.

- Ah! – ele acrescentou, como se lesse pensamentos. – E devemos agradecer aos duendes do Pai Natal por termos todos estes presentes.

- Ah é? – disse Susy, soltando-se dos meus braços e indo para o colo de Jae. – Ensina-me!

Eu fiquei com uma cara do género “Estás a gozar, certo? Isto só pode ser uma piada!”… Mas não era e, quando eu pensava que não podia acontecer pior, ele e a Susy puseram-se de joelhos e Jae orientou a oração.

- Oh grande Pai Natal, oh misericordiosos duendes do Pólo Norte, salvai-nos! Obrigada pelos presentes que nos dão todos os natais e fazei-nos merecedores deles. Ámen.

Escusado será dizer o estado em que a sala ficou. Começou por um total silêncio, que ele pareceu interpretar como uma espécie de oração interior, para depois explodir em imensas gargalhadas.

Jae ficou tão chateado que fez greve de silêncio durante o resto da noite, nem sequer ficou contente pelas prendas giríssimas que o “Pai Natal” lhe tinha dado. Mas ainda bem que fora assim, pois não estava para o aturar mais.


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