Korean Moon escrita por Lady Sarah
- Então, não dizem nada? – disse Su, a olhar para ambos. Jae estava debruçado sob as costas do sofá, a olhar para Moon com o sobrolho franzido, enquanto Moon olhava para ele, sem poder acreditar no homem que via. Era ainda mais belo que João Pedro e tinha um porte elegante, apesar do ar um pouco arrogante.
- Hum… - Moon clareou a garganta. – Olá?
Ele semicerrou os olhos e, levantando-se, estendeu a mão – Olá, sou o Jae… Que bonita! És a amiga espanhola da Su?
Catarina pousou as mãos nos bolsos enquanto corava, envergonhada. Ainda sentia o calor da sua mão quente na dela e não sabia o porquê de tal sensação.
- Espanhola? – interrogou-o com o olhar. – Eu não sou espanhola, sou portuguesa! Ou também és daqueles que acham que Portugal é uma província de Espanha?
- Ah não é!? – exclamou Jae. – Pensava que era uma colónia espanhola, ou assim… a língua até é parecida…
Moon começou a ficar irritada. Ela não gostava nada desse tipo de pessoas ignorantes.
- Mas não é. – corrigiu ela. – É um país como outro qualquer, dentro da União Europeia.
Jae sentou-se novamente e voltou a sua atenção para a televisão.
– Assim já não tem graça. – sussurra.
Su olha fixamente para Yoochun como quem diz “isto não vai correr nada bem…”. E de facto tinha razão.
- Não tem graça? Desculpa, miúdo? – Moon pôs-se à frente do televisor. – As pessoas são alguns bichos, para tu os tratares assim? São? Lá por eu não ser espanhola isso não quer dizer que não seja importante, já pensaste nisso?
- Miúdo? – Jae levantou-se. – Aqui a miúda és tu, tens muito menos idade que eu!
- Nove anos a menos, grande coisa. – disse ela. – Além de que a tua mentalidade não é própria de gente grande, por amor de Deus!
- Cala-te! – disse Jae, agarrando-a pelo braço. Moon retirou-o, sentindo ainda um súbdito calor a percorrer-lhe o corpo.
- Cala-te tu, quem pensas que és para me fazer calar? Hã? Achas que por seres vocalista de uma bandazeca podes fazer o que queres? A tua sorte é que ninguém viu ainda o idiota que és.
- Controla aquilo que dizes, não admito que me falem assim. – avisou-a Jae. Yoochun e Su saíram calmamente da sala, encostando a porta. – Não tenho culpa que o teu país seja tão fora do mapa que ninguém se dá conta dele.
- Não me interessa aquilo que admites ou não! – Moon olhou-o, friamente. – E, para que conste, vão para lá imensos turistas por ano, não é assim tão “fora do mapa”.
- Nada comparado à Ásia, claro.
- O quê??! A maioria das pessoas nem distingue os chineses dos japoneses, quanto mais! E a Coreia, sabes de alguém que se interesse pela Coreia?
- Ora, muita gente! Tu não?
Moon cruzou os braços e afastou-se mais um pouco, pois estavam muito juntos. Ele voltou a aproximar-se.
- Eu perguntei: tu não? Não?
- Sim, eu interesso-me pela Coreia, sim. – ela suspirou, meio derrotada. – Mas isso é só porque gosto da cultura, até porque quando eu dizia isso a alguém as pessoas perguntavam-me sempre onde ficava a Coreia e o que tinha de especial.
- Logo, vocês é que são ignorantes. A Coreia ainda é maior que o vosso país, sabiam dessa?
- E daí? – Moon olhou-o nos olhos. – Ao menos nós não pensamos que é uma província do Japão!
- Ei, meninos… - Su tentou refrear os ânimos, ao voltar para a sala com uma pequena ceia. – Vamos comer qualquer coisa, antes de abrir os presentes. O Yoochun está a arranjar a Susana para vir para baixo, por isso acalmem-se. Não quero que ela oiça este tipo de discussões.
- Foi ele que começou! – disse Moon.
- Não fui, foi ela.
Moon voltou-se novamente para ele. – Não, foste tu! Cabeça oca e ignorante!
- Cabeça quê? Eu não bato em miúdas, mas em ti posso fazer uma excepção.
- Sorte, sorte é eu não ter aprendido o vocabulário de asneiras em inglês, senão… - ela sussurrou e depois calou-se. – Então, podes trazer a minha afilhada. Prometo que não lhe mordo.
Jae olhou-a de lado. – Eu cá não teria tanta certeza…
- Cala-te! – Moon vociferou e a seguir correu para Yoochun, que tinha Susana ao colo. – Vocês não tinham de ir ao hospital?
- Hã? Hospital? – perguntou Yoochun, enquanto Su lhe fazia gestos desesperados para não falar mais. – Que hospital?
- Ah, hum… - Moon calou-se, percebendo o esquema. – Nada, nada… É a Su, que vai precisar urgentemente de um hospital, daqui a pouco.
- Ah é? Porquê?
- Por nada, ela está a brincar. – disse Su, com o olhar a faiscar. – Vamos à cozinha que precisamos de ter uma conversa, seu idiota.
- Uhuh, problemas no paraíso! – disse Susana, levantando os braços a Jae. Jae pegou-lhe ao colo e levou-a até ao sofá.
- Muito bem, Susana! Andas a aprender com o Tio?
Moon resfolegou. – De certeza que contigo a única coisa que aprendeu foi a dizer parvoíces.
- Cala-te, sua marmota irritante.
- Irritante. – repetiu Susana, sorridente. – Moon é irritante!
- Isso mesmo. – Jae sorriu e olhou Moon pelo canto do olho. – Que bom que até as crianças o percebem… Livram-se de sarilhos assim muito rapidamente.
- Shut up! – disse Moon, por entre dentes. Não queria que Susana ouvisse mais asneiras, por isso roubou uma azevia da travessa rosa e comeu.
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