Korean Moon escrita por Lady Sarah


Capítulo 10
Capítulo 10




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Eu já estava mais habituada à vida no Japão. Acordava de manhã, fazia as tarefas domésticas que Su deixava sempre por fazer e ainda tinha tempo para dar uma volta.

Nunca mais vira o amigo irritante de Yoochun. Contudo, os seus outros amigos da banda vinham visitar-nos frequentemente. E, como se me tivesse lido o pensamento, a campainha tocou. Era Changmin e Yunho que, estando a passar por ali, tinham decidido convidar-me para almoçar.

- Está bem. – disse eu, ainda utilizando um inglês reles. – Vou só vestir um casaco, hoje está frio.

Quando voltei, fomos ao restaurante “Pan-cake”, um restaurante juvenil. Só se viam estudantes com uniformes, e isso fez-me lembrar as minhas horas de almoço enquanto estudante, no café em frente à escola.

- Ei! – Yunho fez-me sinal. – Arranjámos mesa. Queres comer o quê?

- Ramen.

- Quê?

- Sempre quis experimentar ramen. – respondi. Quando Changmin, que tinha ido comprar um cd à loja do lado, voltou, a mesa animou-se.

Changmin tinha uma mente interessante e a sua história de vida também. Quando a sua avó adoeceu e o seu trabalho como cantor ainda não dera frutos suficientes para pagar os medicamentos, Changmin envolvera-se num gangue e daí a começar a roubar fora apenas um pequeno passo. Mas finalmente livrara-se disso com a ajuda dos amigos e estava mais feliz que nunca.

- Vais tornar-te num monstro do ramen. – riu-se Yun. – Mas bem que é melhor comer aqui do que nas máquinas.

- Máquinas? – arqueei as sobrancelhas. Máquinas de rámen?

- Sim, nós temos de tudo. – acrescentou Changmin. – Máquinas de tabaco, ramen, bebidas, fast-food… é uma loucura! E muitas delas encontramos nos sítios mais estranhos… Lembro-me quando fui a Nagoya, e decidi ir à casa-de-banho…

- Pois, ele assustou-se a valer! - riu-se Yun, com os olhos a brilharem. – Estava a sair do pequeno cubículo quando, a seu lado, estava uma máquina de tabaco!

Eu não pude deixar de rir. – ‘Tás a gozar!? Na casa-de-banho?

- Sim… E o irónico é que ninguém pode fumar em locais públicos.

Cruzei as pernas e tentei evitar rir-me demais. Estava ali há quase dez minutos a rir-me com Yunho que não vira em como Changmin ficara envergonhado. – Ei, minnie!

- Oh, não, outra? C’mon! – ele queixou-se.

- Não ficaste chateado, certo?

- Huh? Porquê?

Ele pôs o cabelo meio comprido para trás da orelha e olhou de frente para mim. – Ah, é que baixaste o olhar de repente…

Yun deu-me uma palmada amigável nas costas. – Não é culpa tua, Moon. É que a Ahn Jung Choi acabou de entrar e, bem, digamos que ela não se dá muito bem com ele… Ups, minnie, ela vem para cá…

Changmin lançou um olhar furioso a Yunho antes de se virar para a enfrentar.

- Tenta não te rir. – Yun segredou-me e eu franzi os lábios com força.

A rapariga de cabelos pretos adornados com duas tranças bem penteadas em cada lado correu para Changmin e abraçou-o. Embora ela ainda fosse uma estudante e devesse estar no 9º ano, mais ou menos, devido ao seu uniforme e à sua altura, não parecia alguém que fosse objecto de temor por parte de um rapaz que tinha estado num gangue. Olhei para Yunho mas ele disse-me para continuar a observar.

- Chagmin oppa! Changmin, seu idiota! Há imenso tempo que não nos vimos, oppa! – disse ela e puxou uma cadeira. – Olá, Yunho oppa.

- Olá, Ahn. Tudo bem? – ela não respondeu, guiando o seu olhar para mim e depois olhou para Changmin e fez um trejeito de ombros em direcção a mim. – Quem é essa?

Quem é essa… Quem é essa!? Eu realmente não estava a acreditar. Que desplante, chegar aqui e tratar-me como se fosse um novo brinquedo. Yunho pareceu compreender os meus pensamentos e apertou-me suavemente a mão.

- Uma amiga. – disse Changmin. – O que estás a fazer aqui? – ele virou-se para a recém-chegada.

- Ah, vim visitar o meu primo favorito, a minha estrela lunar. – Primos. Então já percebia a familiaridade… mas algo nos olhos não batia certo, ela não o olhava com olhos de primos. Era algo mais… profundo. Admiração, paixão ou tudo junto. – Bem, oh não, a minha mãe acabou de ligar. Tenho de ir.

Ela levantou-se à pressa e deu um beijo na cara de Changmin de forma atrevida e ele fechou os punhos. – Adeus, Ahn.

- Vemo-nos para a semana no festival, não é?

Changmin não respondeu e ela foi-se embora sem resposta. Changmin olhou-me demoradamente e começou a explicar-se.

- Ah, não precisas de fazer isso, Changmin. É a tua vida, eu não tenho nada a ver com isso…

- Não faz mal, Moon. Eu quero fazê-lo. A Ahn não é minha prima a sério, a sua mãe e a minha foram muito amigas na adolescência e depois separaram-se devido a uma zanga qualquer, daquelas típicas da adolescência sobre namoros e amizades.

A minha mãe sofreu muito por causa disso mas seguiu em frente e foi esquecendo. Quando me tornei famoso, a mãe dela, Woo Jung, decidiu aparecer de surpresa em nossa casa e fingir-se de muito amiga da minha mãe. A minha mãe sofreu um choque muito grande mas, ao ver que Woo Jung estava com problemas já que estava sozinha com uma filha menor de idade, deu-lhe apoio e até a suportou financeiramente.

Apesar de essa ajuda agora não ser necessária, a Ahn parece sentir alguma coisa por mim e eu não sei o que mais posso fazer.

- Porque é que não falas com ela e lhe explicas?

- Isso não é fácil. – disse Yunho, pesaroso.

Eu virei-me para ele. – Mas porquê?

- Ela é uma das nossas fãs número um – disse Changmin, suspirando. – Uma das nossas mais antigas Cassies e já o era mesmo antes de nos termos reencontrado. Isso foi esperto da parte dela, reuniu uma quantidade boa de fãs e foi ao edifício da SM torcer por nós… A partir daí, foi como que catapultada para a televisão e nós não podemos fazer nada. Estamos presos, porque qualquer coisa que a incomode pode desiludir as nossas fãs.

Eu não acreditava bem nisso. – Oh vá lá, isso não pode ser. Quer dizer, as vossas fãs gostam de vocês, elas não vão acreditar nessas coisas, vão compreender. Eu pelo menos compreendo.

- Mas tu estás a ouvir a versão real, não a fictícia. A partir do momento em que ela fale e a nossa agência lhe dê destaque, nós não temos força para a contradizer. E além disso seria mais uma bomba para as antis.

- Ah, sim. Pois. Percebo. Bem, que complicação. – disse eu, mas sorri. – Não te preocupes, Changmin, que tudo se vai resolver. Acredita em mim.

Ele olhou para mim e retribuiu o sorriso. – Eu acredito, mas será que o resto o fará?


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