Korean Moon escrita por Lady Sarah
Yunho despediu-se mais à frente pois tinha de ir ter com um dos realizadores do seu novo drama japonês “Ice Feeling”. Eu aproveitei e fui andar nos autocarros turísticos da cidade. Tinha de arranjar um emprego rápido, para deixar de depender da bondade deles.
Premi o botão da língua portuguesa e encostei-me para trás, enquanto a voz mecanizada transmitia em brasileiro a história das estradas e dos monumentos por onde o autocarro passava.
Enquanto estava a tocar uma das músicas populares e o autocarro parara num semáforo, ouvi alguns murmúrios de estrangeiros.
- Mais si je te dis…. – dizia a senhora ao marido, apontando. - Ce groupe là, il y a un garçon qui est en danger! Nous devons sortir and faire quelque chose, tu ne penses pas?
- Nous sommes touristes, chérie. – o marido calou-a com essa pequena frase e eu olhei para a direcção que a senhora tinha estado a apontar. Estava realmente um grupo de mais ou menos à volta de um rapaz e, à vez, espancavam-no. O rapaz já estava no chão e não se mexia, limitando-se a levar com os golpes. Enquanto um dos estrangeiros informava a polícia por telefone, eu desci rapidamente as escadas e disse ao motorista para parar.
O motorista olhou seriamente para mim. – Mas está a brincar comigo, menina? Não posso parar agora!
Eu fiquei a olhar, sem saber como responder. Embora percebesse, não conseguia ainda falar muito bem. – Can you stop? Please? It’s really important, a group is hitting a poor guy.
O motorista não pareceu perceber bem o que tinha dito mas, suspirando, lá abriu as portas. Eu corri para a saída, mas cheguei tarde demais. Os outros já se tinham ido embora e o rapaz estava rodeado de pessoas que ligavam para uma ambulância.
Bem, pensei eu, ainda bem que ele está bem. Agora só tenho de encontrar boleia para…”
Calei-me subitamente, quando vi uma data de raparigas a chorar. – Oppa! Jaejoong Oppa!
Furei rapidamente a multidão para ver o corpo. E era realmente Jae, embora um pouco irreconhecível. Tinha um dos olhos negros, o lábio superior ferido e o peito, que anteriormente tinha roupa, estava cheio de sangue.
As fãs não se continham e tentavam tocá-lo em todo o lado, inclusive na ferida. Eu tive de impedi-las.
- How can you do that? Stop it! He’s injured, you can’t touch him!
Uma delas limpou as lágrimas e falou. – And who are you? Who do you think you are? Are you his fan?
- Yes, yes I am. – disse eu, e não estava a mentir. – Where is the ambulance?
- It’s coming. – disse um dos homens. – Look, here it is!
Assim que a ambulância parou e se preparou para levar Jae para o hospital, eu dirigi-me a eles.
- Ele está com pulsação estável. – disse um dos paramédicos. – Onde está a maca?
Dois deles trouxeram a maca e levaram-no para a ambulância.
- Please, let me go with him.
- Are you family?
- No, but i’m a friend of Yoochun’s wife. He knows me. Please, you have to believe me! You can make a call for him and ask for me, if you want to.
Mostrei-lhes o meu BI, o telemóvel e, por sorte, uma foto que tínhamos tirado há poucas semanas. Lá me deixaram acompanhá-lo, sob o olhar intenso das suas fãs.
Chegámos ao hospital um quarto de hora depois e eu já estava a ficar preocupada pois ele não abria os olhos. Assim que me vi lá fora, liguei para os membros. Nenhum me atendeu, a não ser Junsu que, por sorte, estava com Yoochun.
- Hallo?
- Hi, Junsu. It’s Moon, how are you? No, not this. Look, something horrible just happened.
Assim que o disse, ouvi a voz de Yoochun.
- Desculpa, Moon. – disse Yoochun, num bom inglês. – O Junsu olhou para mim como se precisasse de ajuda, tu sabes que ele não percebe inglês.
- Pois, mas hmm… Yoochun, eu estou aqui no hospital, o Jaejoong foi atacado por uns marginais quaisqueres, eu por acaso encontrei-o quando estava a passear e algumas pessoas chamaram uma ambulância…
Yoochun interrompeu-me. – Diz – me só onde estás. Eu contacto os outros.
Eu disse-lhe o nome do hospital e ele desligou. A seguir, ouvi o telemóvel tocar e já sabia quem era. Era Su, Yoochun já lhe tinha contado tudo… como bom marido, a primeira pessoa a saber teria de ser Su.
Dez minutos depois e já todos estavam presentes. Abraçaram-me e sentaram-se. Quem visse isso, pensaria que eles eram frios e insensíveis perante um amigo ferido. Mas não. As mãos dadas de Su, Yoochun, Changmin, Yunho e Junsu revelavam o quão assustados estavam. Eu sentei-me ao lado de Su, estendi-lhe a mão e pousei a cabeça contra a parede fria. Não sabia o que iria acontecer a partir dali.
Pouco tempo depois, Yunho levantou-se e foi buscar um copo de água. Ao mesmo tempo, apareceu um dos médicos responsáveis. Todos nos levantámos e Yunho perguntou se ele iria ficar bem.
- Nós ainda não sabemos – respondeu o médico -, porque ele ainda não acordou. Tratámos das suas feridas e vimos possíveis consequências mas a verdade é que não sabemos se ele vai ficar bem de «cabeça», percebem-me? Foi muito maltratado e pode apresentar bastantes hematomas.
- Não! Não! – Junsu virou-se para trás e cambaleou. Yoochun rapidamente o agarrou e o abraçou. Changmin voltou a sentar-se, apoiando a cabeça nos joelhos, e Yunho e Su olharam um para o outro, a assimilar tudo. Eu disse que tinha de ir à casa-de-banho e corri para a porta. Mal me vi lá dentro fechada e segura de que ninguém conseguiria ver, desatei a chorar.
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