Bella PDV

Há tempos eu ansiei por esse momento, no qual eu estaria ao lado da pessoa que eu amo, do meu filho, da minha família e de amigos. Finalmente a turbulência que era a minha vida tinha se acalmado e eu podia respirar aliviada.

Edward e eu estavámos bem e vivíamos aquela fase da vida que nos foi roubada, a parte em que trocavámos olhares apaixonados e sorrisos bobos, que nos beijávamos quando nossos olhares se encontravam com o outro. Que fazia cafuné no outro quando ele dormia em seus braços assistindo um desenho animado que Luke queria ver.

E por falar em Luke, ele não se continha de felicidade de ver os pais finalmente juntos e isso também foi fundamental na recuperação dele e só provava o quanto o destino existia e o quanto a vida era irônica.

–Em que você tanto pensa?. –Edward sussurrou em meu ouvido.

Sorri prequiçosamente. Era tão bom acordar ouvindo sua voz!

–Em como a vida é irônica. –respondi.

Me virei de lado para que pudêssemos ficar cara a cara. Apesar de estarmos juntos, Edward e eu não moravámos no mesmo apartamento, o que também é uma ironia, se contar que somos vizinhos. Mas decidimos que daríamos um passo de cada vez.

–Não vamos pensar nisso ...Não mais.- ele disse.

Edward se aproximou mais de mim e nos abraçamos, enquanto ele acariciava minha bochecha com uma expressão pensativa.

–Agora é sua vez de me falar o que tanto pensa. - falei sorrindo.

Esprei que ele fosse retribuir o sorriso, mas ele não o fez, e isso me deixou tensa.

–Edward?. –perguntei novamente.

Ele suspirou e me fitou com seus olhos verdes.

–Não é nada Bella...É melhor levantarmos. –ele disse.

Edward levantou-se e seguiu para o banheiro me deixando confusa.

–Eu não disse nada de errado, disse?.- me perguntei.

...........

Levantei e segui para o banheiro do corredor. Após um longo banho, segui para a cozinha preparar o café da manhã para os homens da minha vida.

–Xiiii não faça barulho Luke... Vamos dar um susto na mamãe!. –Edward sussurrou.

Nossos olhos se encontraram no reflexo do vidro a minha frente e eu sorri para ele, sendo retribuída com um de seus sorrisos tortos.

–Que indelicadeza tentar assustar uma pobre mãe! – falei sorrindo.

–Ah mamãe... Estragou a brincadeira. –Luke resmungou cruzando os braços.

Virei-me para ficar de frente pra ele e Edward.

–Desfaz esse bico lindo pra dar um beijinho na mamãe aqui. –pedi me abaixando.

Luke sorriu e me abraçou.

–Bom dia mamãe. - Luke disse.

Sorri pra ele e acariciei sua bochecha.

–Bom dia filho. - falei.

–Alice passará aqui que horas?. –Edward perguntou.

Ele sentou-se a mesa comendo uma maçã, e Luke sentou-se ao seu lado, enquanto eu terminava de colocar a torrada, pães, geleias, e suco sobre a mesa.

–Ela já deve esta chegando, e se eu não me engano temos mais meia hora. –respondi me sentando.

Edward e eu combinamos de deixar que Luke passasse um dia da semana todo com Alice e Jasper, como ela havia nos pedido alegando querer repor todos os anos que ela perdeu com ele. E além do mais Luke amava os tios e ainda mais que todos faziam e davam tudo o que ele queria, então ele adorava quando esse dia chegava, e a forma que ele ficava feliz me deixava feliz também.

–Não papai... Você está melecando tudo!. –Luke resmungou me tirando dos pensamentos.

Luke olhava para Edward de um jeito reprovador, enquanto Edward sorria pra ele e “melecava” a torrada com geleia.

–Assim é melhor filho!. –Edward disse sorrindo.

–Não papai, não gosto lambuzado. –Luke disse balançado o rosto em negação.

Edward olhou pra ele franzindo a testa em confusão por um momento e depois a suavizou.

Não me conti e comecei a rir. Era muito engraçado ver o embaraço de Edward ao tentar acertar a forma como Luke queria a torrada, ou o quanto a quantidade de suco era ‘absurdamente grande’ para seu pequeno estômago.

–Bella, do que tanto rir?. –Edward me perguntou.

–Edward... Luke só esta brincando com você. –falei.

Era verdade, ele adorava ver a confusão e o embaraço de Edward para acertar as coisas como ele gostava. Ele queria saber tudo o que Luke não gostava e o que gostava, o que o irritava e o alegrava, cada mínimo detalhe, ele lhe dissera.

–Brincando?. –ele perguntou surpreso.

Edward olhou para Luke que tinha as duas mãozinhas sobre a boca para tentar segurar o riso e a típica carinha de quem tinha sido pego no flagra.

–Mamãe!. –Luke disse. Sorri.

–Oh eu não poderia continuar deixar você brincando com seu pai, olhe para ele. –falei para Luke.

Eu olhava divertida a expressão de Edward. Luke olhou pra ele e também sorriu.

–Seu sapequinha! Esse tempo com a Alice está influenciando você ...Não posso mais deixa-lo perto dela. –Edward disse para Luke enquanto o puxava para seu colo.

Luke riu e colocou as mãozinhas em cada lado do rosto de Edward, fixando seu olhar.

–Papai... Não precisa sempre fazer as coisas do jeito que eu gosto, só por você fazer já tá bom pra mim. Eu já disse pra você, eu gosto de tudo o que você faz. –Luke disse.

Edward olhou pra ele por um tempo antes de se aproximar e beijar a testa de Luke, o apertando em seus braços.

–Eu amo você filho. Sempre amei. –ele disse. Luke sorriu.

Era tão inexplicável o sentimento que me preenchia ao ver essa cena... E antes que eu pudesse dizer algo, a companhia tocou. Levantei-me e segui para a sala deixando Edward e Luke em sua bolha particular, enquanto atendia a porta para Alice.

–Bella! .-ela me cumprimentou com um abraço.

–Olá Alice! Jasper. –os cumprimentei.

–Olá Bella. –ele disse.

–Por favor, entrem. –Me afastei para que eles pudessem passar.

–Onde está aquele imprestável do meu irmão?. –Alice perguntou sorrindo.

–Que forma mais educada de se referir ao seu lindo irmão. –Edward apareceu segurando a mãozinha de Luke.

Alice revirou os olhos.

–Se o seu ego não fosse tão grande e sua modéstia tão pequena eu até poderia concordar com você. –ela respondeu.

Edward sorriu e lhe abraçou.

–Sempre a mesma. –ele disse.

–Felizmente eu não posso dizer o mesmo. – ela sorriu. E Edward retribuiu.

–Como você a aguenta Jasper?. –Edward perguntou e lhe cumprimentou.

–Sacrifícios em nome do amor. –Jasper respondeu sorrindo.

–Homens. –Alice resmungou. - Só o meu príncipe aqui que vale a pena, não é mesmo Luke?.

–Eu sou um príncipe? .- Luke perguntou.

–Oh não te disseram?.- Alice disse lhe abraçando.

Luke me encarou curioso. Pisquei pra ele.

–Eu posso usar uma coroa?. –Luke perguntou.

Alice gargalhou.

–Mas é claro!. –Alice disse.

–Pare de mimar meu filho. –Edward disse.

–Humm, acho que temos alguém como ciúmes aqui Luke. –Alice lhe disse.

Luke virou para seu pai.

–Não precisa papai, eu deixo você ser o rei e a mamãe pode ser a rainha!. –Luke disse feliz.

Sorri.

–Dá um beijo aqui na rainha pequeno príncipe. –falei me abaixando.

Luke veio em minha direção e eu o abracei lhe apertando.

–Se divirta meu amor. –falei e lhe beijei na testa.

Ele assentiu e foi se despedir de Edward, que também lhe beijou e abraçou.

–Vamos que o castelo nos espera. –Jasper disse.

Ele estava com a mochila de Luke nas costas e segurava a mão de Alice que segurava a de Luke. Edward e eu nos despedimos deles e eles partiram. Edward e eu sentamos no sofá.

–Eles crescem tão rápido. –Edward disse.

Olhei para ele.

–Quem?. –perguntei.

–As crianças, você não ver o tempo passar perto delas ...É por isso que algumas pessoas permanecem com a mente eternamente jovem, é uma das melhores fases da vida. –Edward disse pensativo.

Encontrei seu olhar e entendi o que ele queria dizer, o que ele estava sentindo. Me arrastei pelo sofá e sentei em seu colo, colocando uma mão em sua nuca, quando seus braços me rodeavam.

–É uma linda fase. –concordei.

–Eu lembro da minha ... Emmett e eu costumávamos brincar no pequeno jardim da nossa casa, correndo, e rindo do meu papai que vinha trás de nós, enquanto mamãe estava sentada em uma cadeira de balanço sobre a árvore segurando uma bebezinha em seus braços chamada Alice. - ele descreveu a cena com os olhos nos meus, mas ele não me via e sim a cena que descrevia.

Acariciei sua nuca e abaixei a cabeça em seu peito, ouvindo a batida do seu coração, sentindo seu peito subir e descer, sentindo seu doce hálito sobre meus cabelos, onde sua cabeça repousou.

–Quando eu a vi pela primeira vez ...Tão pequena e frágil nos braços da minha mãe, eu era tão pequeno também e tinha uma vontade e curiosidade enorme como qualquer outra criança, de segurar o pequeno embrulho em meus braços. Até que um dia mamãe e papai me deixaram pega-la, claro que eles tomaram todos os cuidados para que eu não a derrubasse... Quando eu olhei para seu rosto... Vermelhinho, seu cabelo pretinho , lisinho e ralinho sobre sua cabecinha, uma onda de proteção percorreu meu corpo, e com apenas três anos de idade eu soube que a protegeria, que cuidaria dela e lhe ajudaria sempre que ela precisasse de mim...Afinal, ela era minha irmãzinha, minha amada irmãzinha. –Edward disse.

Eu sabia sobre o que ele falava, eu nunca me esqueceria da sensação de ter um pequeno ser frágil em seus braços, uma coisinha pequena e tão importante na sua vida que você a daria por ela sem pensar. Eu vivi a cena que ele me descreveu... Um bebê em seus braços, branquinho, de pequenos olhos verdes e cabelos loirinhos com o dedinho na boca, enquanto ressonava tranquilamente nos meus braços. Eu passava horas e horas o vendo dormir, chorando e sorrindo enquanto agradecia a Deus este pequeno milagre.

Sem perceber as lágrimas escorriam livremente do meu rosto. Limpei-as rapidamente, mas Edward já me fitava.

–Eu sinto muito...Por ter te privado disso. -falei.

Ele encostou a testa na minha e fechou os olhos.

–Você não tem culpa. –ele disse.

Fechei meus olhos também e funguei.

–Podemos ter outros filhos. - Edward disse.

Abri imediatamente meus olhos e encontrei os dele me fitando.

–Outros filhos?. –perguntei.

–Você não quer?. –ele perguntou.

Pensei ter visto um vislumbre de dor cintilar em seus olhos.

–Eu nunca pensei sobre isso. –respondi.

E era verdade, antes eu nunca tinha cogitado essa hipótese.

– Eu amaria ve-la grávida, acompanhar tudo o que perdi, ir ás consultas, levantar de madrugada para comprar alguma comida nojenta só por que você estava com desejo, ver sua barriga crescer e chorar como um bobo ao descobrir o sexo do bebê. –Edward sorriu bobamente e continuou- Segurar em suas mãos enquanto você dá a luz a mais uma razão de nossas vidas, e chorar novamente ao segura-lo em meus braços, dizendo : “Bem vindo ao mundo filho”.

Foi impossível não chorar de novo. Ouvi-lo dizer tudo isso foi como um baque em mim. Eu pude ver a cena diante dos meus olhos e naquele momento eu desejei com todas as forças que fosse vontade.

–Eu lhe darei outro filho. –falei lhe abraçando.

Sentir Edward estremecer.

–Você está falando sério?. –ele perguntou atônito se livrando do transe.

–Claro. –falei.

Ele sorriu e me abraçou.

–Isso é tudo o que eu quero, você, Luke...Uma família. –falei.

Edward se afastou para que pudesse me olhar.

–Eu te amo Bella. –ele disse e me beijou.

Um beijo com lágrimas, e amor... Muito amor. Uma nova vida estava começando e eu não poderia estar mais feliz, em breve nossa família aumentaria.

..........

–Eu ainda não acredito que você concordou em aumentar nossa família.–Edward disse.

Estávamos ainda no sofá, assistindo um filme de terror e comendo pipoca, com as luzes apagadas. Edward estava sentado e eu deitada com a cabeça em seu colo.

Sorri.

–Está mais que na hora de recomeçarmos ...Do jeito certo, já somos uma família e eu só quero poder te dar aquilo que foi privado de você. –falei olhando pra ele.

Ele abaixou a cabeça para que pudesse me olhar nos olhos.

–E eu não posso estar mais feliz. –ele disse e se abaixou pra me beijar.

Coloquei minha mão em sua nuca o prendendo. Ele sorriu entre meus lábios.

–É melhor assistirmos o filme. –ele disse. Fiz um biquinho e logo sorri, voltando a assistir o filme.

Edward acariciava meu cabelo e com esse simples gesto de carinho meu peito inflou de felicidade.

–Bella?. –Edward disse.

Virei à cabeça para cima, para que eu pudesse olha-lo.

–Eu preciso te pedir uma coisa. –ele disse sem me fitar.

Levantei- me de seu colo e sentei ao seu lado, ele se virou pra mim.

–O que?. –perguntei.

Pela forma séria com que ele me fitava, era algo muito importante. Ele fechou os olhos e passou a mão no cabelo, antes de me olhar. Me aproximei dele e coloquei as mãos em seu rosto.

–Edward?.- perguntei de novo.

Ele segurou minhas mãos que estavam sem seu rosto e as virou para que pudesse beija-las.

–Eu quero que você vá pra Forks comigo. –ele disse.

**********

Rose PDV

Enfim as coisas estavam se encaixando, Bella, Edward e Luke estavam mais que felizes, e poder ver minha prima tão feliz assim... Me dá uma alegria inexplicável. Alice e Jasper estavam cada vez mais rendidos ao encantos do meu afilhado Luke, e aposto que já planejam o primeiro filhos!. Enquanto isso Emmett e eu, estamos aproveitando cada momento da minha gravidez de seis meses e meio e ele vem me mimando cada vez mais...Como se eu achasse ruim! E graças a Deus ele não é um daqueles pais que acham que gravidez é doença e que a mãe tem que passar os nove meses deitada na cama.

–Emmett não me deixe curiosa e fale de uma vez!. –falei.

Estávamos numa pracinha tomando sorvete e Emmett estava me enrolando pra não dizer alguma coisa. O que me deixava extremamente curiosa, frustrada e com raiva.

–Rose amor não se estresse, sim?. –ele pediu com a cara de pau.

Revirei os olhos e respirei fundo, antes de olhar pra ele.

–Emmett, se você continuar me enrolando vou pegar esse sorvete e taca-lo em você.- falei.

Nunca deixe uma mulher curiosa, ainda mais se ela estiver grávida.

–Tudo bem... O Edward vai chamar a Bella pra voltar á Forks. –ele disse.

Toda meu ‘estresse’ e raiva se dissiparam.

–Ele vai o que? Por que?. –perguntei.

Emmett suspirou.

–Ele já vem pensando nisso a um tempo e acha que vai ser bom pra eles. –Emmett disse.

–Como assim vai ser bom pra eles? A Bella não vai aguentar ter que reviver tudo o passou, voltar lá é como se ela estivesse voltando á quatro anos atrás!- exclamei.

Emmett me olhou triste.

–Rose... Eles precisam terminar o que eles não terminaram. Eu estava lá, eu vi tudo e fora eles dois só eu sei como será difícil voltar lá, ate mesmo pra mim. Mas para eles terem um futuro...eles precisam deixar o passado. –ele disse.

Dei um longo suspiro. Eu sabia que tanto Emmett quando Edward estão certos, mas quanto a Bella ... Teria ela coragem de voltar ao lugar que a marcou? E se ela não voltar? Parece que Bella ainda tem uma batalha para enfrentar.

–Eu só espero que ela seja forte o bastante para voltar, por que...Se não for, como ela viverá com o Edward, sendo que ele é o responsável por tudo o que ela quer evitar? Se ela não tem força o suficiente pra voltar naquela faculdade, naquele ginásio...Como conseguirá viver com ele ?.- Emmett disse.

Eu também me fazia a mesma pergunta ...Será que Bella e Edward realmente teriam um fim juntos?.

***********

Bella PDV

–Você quer o que?. –perguntei em choque.

–Vem pra Forks comigo. –ele pediu novamente.

Tirei minhas mãos da sua e me levantei lhe dando as costas.

–Por que está me pedindo isso?. –perguntei.

Edward levantou-se e eu pude sentir sua presença atrás de mim. Ele segurou em meus cotovelos e me virou para que ficasse em sua frente, sem me soltar.

–Bella, eu preciso que volte a Forks comigo... Nós precisamos encerrar o passado. –ele disse.

Olhei em seus olhos verdes.

–Faz quatro anos Edward ...Eu não sei se eu consigo. –falei.

–Você precisa! E eu sei que você consegue! Por favor Bella, Forks é o lugar onde você cresceu ...Eu não posso me sentir culpado o resto da minha vida por tirar isso de você. –ele disse.

–Por que você quer me levar pra lá Edward? Por que você quer que eu volte aquela faculdade?. –perguntei e me soltei de seus braços.

Será que ele não entendia que seria mil vezes pior voltar onde tudo aconteceu? Onde nossos caminhos se separaram e onde eu vivi a pior experiência da minha vida?

Edward me encarava com dor.

–Por favor Bella...Será que você não entendi?. –ele me perguntou.

Eu já podia sentir as lágrimas surgindo em meus olhos.

–Eu não entendo? É você que não entendi! Como você espera que eu volte lá?. –perguntei nervosa.

Ele passou as mãos nervosamente em seus cabelos e tentou se aproximar de mim, mas me afastei para trás.

–Não me peça isso. –falei fechando os olhos.

–Você ...Nós precisamos nos livrar de toda essa dor e culpa Bella, fingir que nada disso aconteceu não vai mudar nada!. –Edward falou.

Balancei a cabeça negando. Abri os olhos e o fitei me olhando angustiado.

–Eu não posso. –falei baixinho.

Como se para me pregar uma peça, minha mente voa ate Forks naquele fatídico dia ... Eu vejo tudo, cada detalhe, me lembro de cada palavra, acho que nunca vou ser capaz de esquecer, será uma marca que carregarei pro resto da vida.

Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto em suas mãos, prendendo seu olhar ao meu.

–Você pode! Pare de dizer que você não é capaz, por que você é! Como você pode me dizer que quer construir uma família comigo, ter filhos e viver comigo, sendo que você nem consegue nem cogitar voltar pra onde tudo começou? Como consegue olhar no meu rosto se você não consegue voltar naquela faculdade?! Sou eu Bella! Eu que causei todo esse sofrimento em você ...Não importa o lugar e nem onde aconteceu, eu quem fiz isso! Se você não é capaz de voltar lá ...Você não é capaz de viver comigo. –Edward disse.

Ouvir aquelas verdades de Edward foi como um baque, por que ele estava certo ...Sempre esteve.

–Eu só quero fechar essa parte da nossa vida. –ele disse e me abraçou. – Só quero que essa ferida aberta cicatrize, você já enfrentou tantas coisas Bella ...Não pense que é fácil pra mim te pedir isso, por que não é! Não é fácil olhar pra você agora e ver refletido em seu olhar a dor que estou te causando, mas é preciso! Precisamos enfrentar nossos medos para que eles se dissipem...Eu preciso de você. –ele disse.

Me agarro em sua roupa molhando sua blusa. Incapaz de pronunciar qualquer coisa.

–Bella ...

Não sei quanto tempo ficamos abraçados assim. Eu podia ouvir as batidas aceleradas de seu coração e as usava para me acalmar e pensar sobre o que Edward me pediu. “Se você não é capaz de voltar lá ...Você não é capaz de viver comigo” Mas uma vez a verdade de suas palavras me machucaram, eu estava em um dilema indecifrável.

–Eu te amo Edward, essa é a razão pela qual eu quero formar uma família com você, essa é a razão pela qual eu abri mão de tudo o que eu achava que era certo, é a razão pela qual eu enfrentei meus medos, pela qual eu lutei pelo meu filho ...Amor, essa palavra define tudo! E é por isso que eu vou fazer isso, por que o que eu sinto é maior do que meus medos, e ficar sem você é pior do que qualquer coisa. –falei.

Ele me afastou para que pudesse olhar pra mim.

–Bella isso é muito importante. –ele disse.

Limpei as lágrimas do meu rosto e respirei fundo antes de o fitar.

–Eu sei, e por isso eu quero que todas as pessoas que fazem parte da minha vida e que são especiais pra mim, vá também. Se é pra libertar o meu passado, eu preciso que tudo esteja certo. –falei.

Edward sorriu.

–Vai da tudo certo Bella! Esse é o nosso último desafio. –ele disse.

–E vamos estar livres pra seguir em frente... Sem o passado como sombra. –falei.

Ele me beijou e me aninhou em seus braços.

–Eu estou aqui Bella ...Sempre estarei. –ele disse.

“Há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes”.