My Problematic Life escrita por Tarver


Capítulo 8
Capítulo 8 – Novo, inocente; pense como quiser


Notas iniciais do capítulo

Recebi poucos reviews no capítulo anterior :/ Se ficou ruim, sl, avisem nos reviews. Caralho, a caixinha ali embaixo não serve só pra elogios U__U
EDITADO EM 27/01/13



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"- Você escolheu a segunda opção."

Encarei Tom a nossa frente. Maravilha.

Como se já não bastasse eu estar beijando um deles, o outro tinha que aparecer cantando Playgrond's Song.

- E aí, cara – Jason acenou e sorriu fraco.

- Meu Deus, eu não vi isso.

Tom ria, mas de nervosismo. E talvez porque ver seus dois melhores amigos se pegando chegasse a ser engraçado.

- Nunca pensei que vocês dois ficassem – Mia se pronunciou ao lado de Tom, que concordou.

- Vai dizer que nunca beijou uma garota que não estivesse namorando? – Jason girou os olhos – Porque, se for, você só beijou a Mia e a Emily a vida toda.

Mia encarou Tom com um olhar curioso, e depois se voltou para mim. Ele nem te conhecia quando aconteceu, garota.

- Não... Já fiquei com algumas garotas.

Jason assentiu. Ele sabia que sim.

- E por quê não posso ficar com a Emily? – arqueou uma sobrancelha. Jason fazendo isso era irritante, pelo menos para mim.

- Vocês são amigos, caralho – Tom suspirou.

Dei de ombros e me levantei, levando Jason comigo. Seguimos para o ginásio, para a pista de dança – e não me pergunte o porquê.


 

Eu bebi, e é só disso que me lembro. Sério. Ah, e eu dançei. Por isso sei que bebi, e demais.

Já bebi algumas vezes, mas sempre foram coisas como coquetéis de casamento ou festas particulares de amigos do meu pai. O que estavam servindo naquela festa devia ser proibido.

Afofei o travesseiro abaixo da minha cabeça, estranhando a fronha não ser a mesma da noite passada. Merda. Minha mãe sempre usava fronhas roxas – ou rosas, ela ainda tem esperanças – em meus travesseiros. Me virei, vendo Jason deitado ao meu lado. Automaticamente levantei o edredom, verificando minhas roupas, e suspirei aliviada quando vi que ainda estava com o vestido preto de ontem à noite.

- Jason? – cutuquei-o – Jason!

Se levantou assustado, fazendo-me rir fraco.

- Caralho, Emily – bufou e se deitou novamente – Por que fez isso?

- Por que eu estou na sua cama?

- Ah – girou os olhos – Tava tarde pra te deixar em casa, sabe, acordar seus pais, essas coisas.

E meu pai deve ter dormido na sala me esperando. Como se o castigo de três semanas já não bastasse.

- Eu fiquei bêbada? – riu balançando a cabeça negativamente.

- Você bebeu, mas não ficou bêbada. Estava quase dormindo quando viemos.

- E sua mãe? – a mãe dele era legal. Do tipo que te deixa sair sempre que quiser, e voltar quando quiser também. Mas eu não sabia se isso incluía garotas.

- Ela confia em mim.

- É sério.

Enfiou a mão embaixo do travesseiro e olhou as horas no visor do celular.

- Trabalhando – sorriu sinicamente – Você até falou com ela, Emily.

- Falei o quê? – arregalei os olhos, fazendo-o rir.

- "Boa noite, tia". Pensei que tivesse parado com isso. Da última vez que a chamou assim, tinha doze anos.

É, eu a chamava de tia, há muito tempo, quando ainda dormíamos um na casa do outro toda semana. Isso parou quando fizemos quatorze.

Jason empurrou o edredom rapidamente e passou sobre mim de joelhos, saindo da cama. Observei seu corpo enquanto caminhava para a porta. Desde quando ele tinha esse corpo? E desde quando ele dormia só de cueca?

- Jason?

- Hm? – se virou no meio do caminho, esperando-me terminar de falar. Parecia não perceber que o encarava, como se aquilo fosse normal.

Eu tinha amigos homens, não mania de dormir com eles de cueca.

- Desde quando você dorme assim? – indiquei seu corpo com o queixo.

- Acho que da última vez em que dormiu aqui eu ainda era meio... novo, inocente; pense como quiser – sorriu e saiu do quarto.

Olhei para todos os lados procurando meus sapatos idiotas – porque, sim, saltos são idiotas –, encontrando-os perto de seu guarda-roupas. Pulei da cama e fui até lá, saindo do quarto e calçando-os ao mesmo tempo. Desci as escadas ajeitando o cabelo e fui até a cozinha, onde Jason abria os armários.

- Com fome? – perguntou tirando alguns potes da bancada. Neguei.

- Quantas horas?

Me sentei em um dos bancos acolchoados e peguei o pacote de biscoitos que estendia para mim. Eu não me sentia com fome, até colocá-lo na boca.

- Duas – duas horas da tarde?!

- Eu preciso ir embora, minha mãe vai me matar – sem falar do meu pai.

- Peguei seu telefone e mandei uma mensagem pra ela – sorriu – Disse que está com a Mia, que foram embora com o pai dela e que estava tarde, por isso dormiu lá.

- Falou como se fosse eu? – assentiu.

- É. E parece que deu certo, já que seu telefone não tocou até agora.

Suspirei.

- De qualquer jeito, preciso voltar pra casa – se inclinou sobre a bancada e me deu um selinho, se afastando logo em seguida – Te vejo depois.


 

- Sabe quem beija muito bem? – perguntei enquanto pegava uma lata de refrigerante na geladeira. Ajeitei o celular entre o ombro e o ouvido para abrí-la.

- Eu, obviamente – Tom afirmou.

Ri fraco.

- Não sei agora, mas aos doze anos eu não diria isso.

- Certo, quem pode beijar melhor que eu?

- O Jason, imbecil – girei os olhos.

- Não acredito que está conversando comigo sobre como o Jason beija. Na boa, Emily, você precisa de uma amiga, sabe, do sexo feminino.

- Idiota.

- Ah, Emily? – sussurrei um "hm?" – Me desculpa por ontem, por ter cantando aquela música – riu e o acompanhei.


 

Peguei meu telefone, vendo os contatos abertos. Jason havia modificado os nomes. Dean estava como Dean x.x, Mãe como Mamãe, Pai como Pai (?), Tom como Thomas e Jason como Jason . Acredite ou não, eram meus únicos contatos.

Estava alterando os nomes de novo quando Jason ligou, e um coração apareceu ao lado de seu nome no visor.

- Já estava tirando esse coraçãozinho idiota do seu nome.

- Ahn? – ouvi a voz de Tom do outro lado da linha – Me dá isso – agora era o Jason – Não faça isso, ficou até fofo.

- É. Tão fofo quanto a carinha no nome do Dean.

- Você nem devia ter ele nos seus contatos.

Bufei.

- Você vai jogar videogame com a gente – ouvi Tom dizer.

- Perguntaram se eu queria?

- Não interessa, você vai.

- E se eu não quiser?

- A gente vai te buscar. Fechado?

- Não.

- Nos vemos daqui a pouco, Emily.

Me joguei no sofá e peguei o pacote de salgadinhos na mesinha de centro. De acordo com o bilhete na geladeira, minha mãe e as gêmeas tinham ido ao mercado comprar algumas coisas para o almoço de domingo. Família normal? Não mesmo. Mas minha mãe gostava desse tipo de coisa, de juntar a família – vulgo eu, ela, meu pai e as gêmeas – na mesa e comer algo especial. Grande porcaria.

Salgadinhos de queijo sempre foram sinônimo de bagunça, principalmente comigo. E desta vez não seria diferente. O sofá e o chão estavam cheios de farelo, sem falar do meu rosto. Mas era salgadinho de queijo, a bagunça não importava.

Até porquê, minha mãe não estava em casa.

- Oi, Emily – Tom apareceu na sala.

- Oi, garota que disse que eu beijo bem – Jason fechou a porta e veio até mim, pegando o pacote de salgadinhos.

- O quê? – me virei para Tom – Não acredito que contou isso pra ele!

Me levantei, dando tapas e socos nele.

- Pára, Emily! Eu disse por falar, caramba!

- Então era verdade? – parei de bater em Tom e encarei Jason – Pensei que ele estivesse inventando, sei lá. Você também beija bem, Emily – piscou.

Idiota.

- Vai por livre e espontânea vontade, ou por livre e espontânea pressão? – Tom perguntou.

Bati com o indicador no queixo, como se pensasse.

- Número dois – Jason sorriu e deixou o pacote no sofá, se aproximando. Me puxou pelo braço, levantando meu corpo e me colocando em seu ombro.

- Me solta, Jason!

Riu fraco e me ajeitou. Sério, eu parecia um saco de batatas.

- Você escolheu a segunda opção.


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Notas finais do capítulo

Enquanto fazia esse cap., eu meio que entrei em uma coisa The Vampire Diaries, e teria ficado uma bosta. Me agradeçam por ter desistido, sério.
Espero que neste eu receba meus comentários, porque né ¬¬'