My Problematic Life escrita por Tarver


Capítulo 4
Capítulo 4 – Um beijo por um cartão de memória


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei e tals, mas é porque ainda estou atolada na escola, entende? U_U
EDITADO EM: 15/01/13.
N/a: Uhhhhh, caixa de texto mudou; quem sabe agora aceite as imagens -.-
N/a.1: A música que ela canta é Fences (:



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"...e eu não queria realmente que acabasse."

O que eu tinha na cabeça quando convidei o garoto para assistir ao ensaio? Estava na cara que Tom e Jason não tinham gostado dele, e tinha o fato de que nunca ensaiávamos de verdade – e essa com certeza não seria a primeira vez, já que meu braço estava quebrado.

– Oi, Emily – Tom abriu a porta – Oi... Dean.

– Ele só veio ver o ensaio – eu só queria saber que ensaio.

Passamos por Tom e seguimos até o porão, onde nossas coisas sempre ficaram. Sabe, o barulho é abafado e não atrapalha – não atrapalha muito – quem estiver em cima. Jason estava sentado atrás da bateria, tentando tocar inutilmente. Percebeu nossa presença ali, encarando Dean com vergonha enquanto se livrava das baquetas – as atirando para trás.

– Eu não... toco bateria – tentou se explicar. Se ajeitou em um dos imensos puffs jogados ali e voltou sua atenção para as cordas da guitarra – Isso é com a Emily, mas não acho que vá conseguir vê-la tocando – inclinou a cabeça na direção do meu gesso sorrindo. Era legal ver que pelo menos um dos dois não estava ignorando Dean.

Tom entrou no porão e Dean se jogou outro puff, observando com atenção cada passo nosso. Certo, nós não fazíamos nada. Jason continuou afinando a guitarra, Tom se consentrava no teclado e em nosso caderno de letras – que nunca sairíam dali – e eu mexia no computador.

Dean se aproximou.

– Você canta? – assenti fraco. Eu cantava, mas por necessidade de alguém no vocal, não porque tinha uma voz legal.

– Mas só por falta de alguém melhor.

– Como posso saber se nunca te ouvi? – inclinou uma sobrancelha.

E nem vai ouvir.

Voltei minha atenção novamente para o editor de áudio. Seria legal mexer em qualquer outra coisa, mas com Dean ao meu lado verificando tudo o que eu fazia era praticamente impossível.

– Tom! – o grito vinha do andar de cima, provavelmente de sua irmã mais nova, Luisa.

Tom me encarou, como se quisesse que eu fosse por ele. Já que não estava fazendo nada, dei de ombros e subi as escadas para onde a garota estava. Ela segurava uma boneca sem cabeça em uma das mãos, e a cabeça na outra.

– Caramba, como você fez isso? Nem eu arrancava as cabeças das minhas bonecas – encaixei uma parte na outra.

– Todo mundo sabe que você não brincava de bonecas, Emily – Luisa riu. Pelo jeito andava conversando muito com seu irmão.

Dei de ombros e desci as escadas novamente indo para o porão. Tom, Dean e Jason estavam juntos perto do teclado vendo alguma coisa... no meu celular?!

– O que vocês estão fazendo? – me enfiei entre eles, tentando pegar o aparelho das mãos de Dean. Ele o levantou, fazendo-me pular inutilmente para pegá-lo. Ser baixa é uma droga.

– Se cantar uma música, consegue o celular de volta. Ao contrário – passou um pouco o dedo pelo touchscreen –, eu continuo vendo suas fotos – riu enquanto me mostrava uma antiga, em que eu abraçava minhas irmãs – Como você deixa seu celular sem senha?

Tom riu e Jason m encarou como se perguntasse a mesma coisa. Certo, isso era burrice. Mas, qual é, ninguém pegava meu telefone.

– Não vou cantar – suspirei – Tenho vergonha.

– Olha essa! – arregalou os olhos e me mostrou uma foto – tirada por Tom – em que eu havia abado de acordar.

– Acho melhor cantar – Jason sussurrou, sem dar muita importância ao que acontecia ao redor.

Grunhi e cantei baixinho:

I'm sitting in a room

Made up of only big white walls And in the halls There are people looking through The window in the door Though they know exactly what we're here for Don't look up just let them think There's no place else you'd rather be; You're always on display For everyone to watch and learn from Don't you know by now You can't turn back Because this road is all you'll ever have; It's obvious that you're dying, dying Just living proof that the camera's lying And oh oh open wide 'Cause this is your night so smile 'Cause you'll go out in style You'll go out in style

Jason me encarava sério, Tom acompanhava as notas no teclado e Dean sorria. Ótima situação a minha.

– Você canta bem – Dean afirmou.

– Já disse isso pra ela – Jason concordou, voltando a mexer na guitarra.

– Agora me dá meu celular – estendi a mão aberta para Dean – Preciso ir, fiquei de castigo por ter entrado no shopping de skate – fiz uma careta e Dean tombou a cabeça com desentendimento. Tom riu fraco – Até amanhã, idiotas.

– Vou com você – Dean se aproximou, parando de repente – Se estiver tudo bem.

Dei de ombros e saímos dali, andando em silêncio em direção à escola. Onde quer que o garoto morasse, não poderia ser muito longe.

– Talvez eu tenha ficado com seu cartão de memória.

– Caramba, como você é chato – bufei. Dean riu.

– Só tenho minhas condições. E você gosta de pessoas chatas.

Talvez.

– Já me fez cantar, não pode ser pior.

– Depende do seu ponto de vista.

No meu ponto de vista, o nerd de hoje cedo têm se mostrado bem mais atirado.

– Anda, me dá isso. Preciso chegar em casa logo.

– E você vai. Só precisa... – tombou a cabeça para o lado, como se penssasse, mas era óbvio que já sabia o que queria em troca – não sei, me beijar.

– Pera. Você quer que eu te beije? – arregalei os olhos.

– É. Um beijo pelo cartão de memória.

Que tipo de demente pega um cartão de memória pra ganhar um beijo?! Ele é bonito, pode conseguir isso na escola por muito menos. Muito, muito menos.

– Você pirou, te conheci hoje! – deu de ombros.

– Acredita em amor à primeira vista?

– Não.

– Que pena – Dean sorriu e se aproximou. Me chame de idiota por não me afastar, mas... é.

Levou uma das mãos à minha nuca e se abaixou – muito –, encostando seus lábios levemente nos meus. Aos poucos o beijo se aprofundou e eu não queria realmente que acabasse.

Mas acabou.

E Dean foi embora depois de deixar o cartão em minhas mãos.


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