–Vai me buscar em casa todo dia? – perguntei a Jason quando saí de casa e o vi encostado em uma árvore.

–É.

Não que eu não queira, quero. Mas, sei lá, ele poderia estar indo de skate, e está indo comigo.

–Ou quer que eu pare?

–Não, eu acho legal.

Segurei sua mão e fomos andando.

~*~

–Porque não voltou pra terminarmos o trabalho? – perguntou Dean sentando-se à mesa ao lado da minha.

–Não quis.

–Vai perder nota?

–Melhor do que ficar te beijando, sabendo que você ta com a Helen e eu com o Jason.

–Por isso? Você sabe que eu não estou com a Helen, e eu não vou deixar de gostar de você porque está com o Jason.

–Não precisa, contando que não me beije enquanto estiver namorando com ele. A gente brigou, sabia?

Ok, eu estava mentindo. Mas era bom ele se tocar de que não pode sair por aí me beijando, por mais que eu queira.

–Desculpa, de verdade. Prometo que não faço mais isso, se você terminar de fazer o trabalho com a gente.

–Tudo bem, eu vou.

Sorriu mostrando as covinhas.

(n/a: sim, eu quero deixar vocês apaixonadas pela beleza do Dean, porque garotos de cabelo grande e covinhas são muito secsys u_u)

–Bom dia classe, como vão os trabalhos? – perguntou a professora entrando em sala.

–Bom dia.

Alguns responderam “Legal”, outros “Uma merda”, e Jane respondeu “Romântico”.

–Romântico? – perguntei a Dean.

–Tem a cena do beijo, e a da morte – sorriu.

–Então você vai beijar um travesseiro.

–Ou a Jane.

–A Jane vai ser a Julieta? – engoli em seco.

–Se você não quiser me beijar, sim.

–Legal, vou ser a empregada.

~*~

–Vai pra casa do Dean? – perguntou Jason vendo que Dean me esperava a alguns metros de distancia.

–Vou. Agora eu sou a empregada – fiz uma dançinha e girei, o fazendo rir.

–Só o trabalho, ok?

Sorri.

–Ok.

Se abaixou e me beijou, segurando minha cintura.

–Trato é trato – apontou para Dean, que fazia um tipo de careta – Quando sair de lá, passa na minha casa que tenho que te entregar uma coisa, tudo bem?

–Tudo bem – me inclinei e lhe dei um selinho.

Saiu andando e fui até Dean.

–Quanto amor. Só sabem se beijar.

–Ele é meu namorado. Melhor que você que beija a Helen sem ter nada com ela.

–Não me entenda mal, mas você ta com ciúmes de mim e da Helen? – riu leve.

–Não me entenda mal, mas você ta com ciúmes de mim e do Jason?

–Sim – deu de ombros – Sabe que eu gosto de você.

–Não vou continuar com o jogo de repetições. E não, eu não estou com ciúmes.

–Jura?

–Não vou mentir duas vezes.

Sorriu abertamente.

–O namoro de vocês é falso, não é?

–Talvez – Emily, o que você ta fazendo?! Cala a boca, vai sair merda, cala a boca.

–E porque se beijam?

–Ele beija bem – dei de ombros – E me ajudou a...

–Me deixar com ciúmes?

–É – abaixei a cabeça.

–Funcionou – olhou para cima.

Nós três fomos andando em silêncio até a casa de Dean.

–Aqui, essas são suas falas – disse Jane me entregando um bloco de papeis.

–Mas são muitas, pensei que você fosse ser a Julieta.

–O Dean não estava falando sério.

–Ah, vou ter mesmo que beijá-lo?

–Ele também não estava falando sério sobre isso – riu – Vão estar de costas para o palco. Ninguém vai ver que é falso, não precisa se preocupar com isso.

Dean voltou com seu exemplar de Romeu e Julieta – muito másculo – e ensaiamos algumas cenas.

–Vou comer alguma, querem? – perguntou Dean jogando seu “roteiro” no sofá e se dirigindo a cozinha.

O seguimos.

Colocou uma garrafa de refrigerante na mesa e duas latas de Pringles.

–Você só come isso, não é? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

–Não, eu também como brigadeiro e Ruffles – sorriu – Não, eu não como só isso. Minha mãe me faz comer outras coisas, só estou comendo porque ela ta viajando.

–Queria que minha mãe deixasse o armário cheio de Pringles quando viajasse, ao invés disso me deixar como babá das gêmeas.

Abriu os potes e derramou o conteúdo em uma vasilha, colocou refrigerante em três copos e nos sentamos à mesa do lado de fora da casa.

–O que você faz aqui? – perguntou Jane.

–Nado – soltei um riso fraco – Que foi?

–Nada, continua.

–Nado – repetiu – Fico no escritório, no meu quarto e converso com os empregados, porque não tem muita gente aqui.

–Você não sabe aproveitar o que tem! Eu faço mais coisas na minha casa, que não é nem o primeiro andar da sua – disse e me olhou estranho – Desculpa se sei o que fazer em uma casa desse jeito – dei de ombros.

Sorriu.

–E você, faz o que? – perguntou a Jane.

–Fora da escola eu fico com meus irmãos, jogo vôlei e estudo, porque meus pais não me dão trégua. E você, Emily?

–Eu durmo – riram – “Brinco” com minhas irmãs, vejo TV, como, fico com os garotos, e agora estou fazendo esse trabalho chato – sorri.

–Sua agenda é cheia – disse Dean.

–Não tem noção de como – ri de leve.

Peguei duas batatas e me levantei.

–Tenho que ir. Daqui a pouco vai chover e o Jason quer falar comigo – olhei para o céu nublado.

Sorri para os dois e saí de lá.

~*~

–Oi Emily – disse Jason abrindo a porta – Entra.

Peguei seu copo de Coca, tomei um gole e disse:

–Oi. Porque me chamou?

(n/a: isso ficou muito Sam – icarly – véi, nem assisto e sei, é)

–Vou te entregar uma coisa. Vem comigo.

Subimos as escadas até seu quarto.

–Diz logo – bufei.

–Calma.

Foi até a lateral de seu guarda roupa e tirou de lá um skate. Quase igual ao meu antigo.

–Caralho! – o abracei – Eu te amo, sabia?

–Cala a boca e não piora a situação – riu.

–Onde conseguiu um tão parecido? – perguntei ainda agarrada a seu pescoço.

–As rodinhas são as suas, peguei aquele dia. Fora elas, internet.

–De verdade, obrigado.

Me soltei e fiquei sorrindo em sua frente.

–Você não sabe como é bom te ver sorrindo desse jeito.

–Você não sabe como é estranho te ver falando desse jeito.

–Fodas, é verdade.

Fiquei na ponta dos pés e o beijei, ainda sorrindo.

(n/a: ninguém quer saber, mas eu acho tããão lindo quando as pessoas sorriem entre o beijo *u*)

Segurou minha cintura e me virou de costas para a cama, se inclinando e me “forçando” a deitar ali.

Se deitou por cima de mim e colocou a mão em minha barriga, por baixo da blusa.

Brinquei com os cabelos que caíam em sua nuca, encerrei o beijo e fiquei encarando seus olhos.

Lembra do que eu disse sobre sentir a respiração dele ser estranho? Eu estava sentindo, e gostando daquilo. Sua respiração estava pesada, como se eu pudesse controlá-la.

Percebi que prendia o ar e os soltei, suspirando, sem querer.

Riu.

–Jason? – ouvi a voz de Tom.

–Sai de cima de mim! – empurrei Jason para o lado, me enfiando embaixo da cama em seguida.

–A porta estava aberta – vi seus pés – O que aconteceu? Você ta todo... Espera; a Emily ta aqui?

–Não – disse arfando.

–Então você não estava fazendo boa coisa, porque pra estar nesse estado...

–Ela ta embaixo da cama – girei os olhos.

–Isso explica os lençóis e suas roupas bagunçados e seu cabelo – disse – Sai daí, Emily.

–Eu não. Vai me zoar até a morte! – riu.

–Não vou, sério.

Bufei saindo de lá.

–A coisa tava quente entre vocês dois – olhei para minha blusa que tinha levantado quando entrei embaixo da cama, que estava presa ao sutiã, e a abaixei.

–Você disse que não ia me zoar – me sentei na cama ao lado de Jason.

–Não pensei que chegassem a esse ponto – ainda estava rindo.

–Não chegamos! – dissemos juntos.

–Nunca passaram de beijos? – arqueou uma sobrancelha.

–Mais do que beijos, sim. Mas nós nunca... Transamos; se é isso que quer saber – Jason disse.

Tem situação pior que a minha? Conversar com eles sobre sexo era muito tenso. Falar alguma coisa como “Aquela garota dá pra todo mundo” é bem diferente de “A gente nunca transou”. Eles sempre falavam algo como “Que gostosa!” quando uma menina bonita passava perto, mas nunca fizeram mais que isso. São dois virgens pagando de fodões.

–Não estavam longe disso.

–Você nem viu a gente! – fiz careta – Vai me dizer que nunca passou de beijos com a Mia?

–Nunca passamos mesmo – deu de ombros.

E foi a vez de Jason provocar:

–Até nós, que nem somos namorados de verdade, já passamos disso e vocês aí. A Mia deve quere se guardar pro casamento.

–É a minha namorada, respeito ela!

–A Emily sempre me corta, mas nem por isso fico só dando selinhos nela.

Dei um tapa nele.

–Guardem essas coisas pra vocês – se sentou no chão a nossa frente.

–Não fui eu que invadi sua casa e te atrapalhei.

–Se quiser, eu saio e vocês continuam.

–Pode ir.

–Ei, calem a boca! – me levantei – E você fica.

–Você devia ter fechado a porta – disse Jason.

–A gente não ia passar disso, calma aí.

Tom riu.

–É sério que você não faz nada além de beijar a Mia? – perguntou Jason – Vocês são namorados, tem tipo uma permição pra outras coisas.

–Sério. Nem na cintura dela eu chego a encostar.

Jason veio até mim e passou as mãos pela minha cintura.

–Que pena – disse sorrindo – Fica com inveja então.

–A Emily? – Fala sério, até eu – se levantou e passou a mão em mim.

–Aqui você não pode – colocou a mão em minha coxa.

–Nem você, moleque safado! – bati em sua mão e se sentou na cama.

Tom riu.

–Quanta moral.

–Isso você não pode fazer, não com ela – me puxou e me sentou em seu colo.

–Tá, que seja. Toma – lhe entregou um fone de ouvido – Só vim te entregar isso.

–Um fone de ouvido? – perguntei – Tudo isso pó causa de um fone de ouvido? Vai se ferrar!

–Tchau pra vocês dois, podem voltar a se pegar – se levantou e saiu do quarto.

–Tom – chamou Jason, o aparecer na porta novamente – Eu posso – passou a mão pela minha coxa.

Bufou e saiu do quarto.

–Isso é abuso! – eu disse rindo.

–Pensei que deixasse.

–Barriga é uma coisa, coxa é outra.

–Mas você ta de calça.

–Não interessa, e eu sempre estou de calça.

–Pois é. Devia usar mais shorts, você tem pernas bonitas.

–Quer que eu comece a andar de biquíni logo de uma vez?

–Não seria má idéia.

Me virou de costas para si e me encostou em seu peito, abraçando minha cintura.

–O que você tem com minha cintura? Vive agarrado nela.

–Já que eu não posso passar daí, aproveito. Fora que você é...

–Magrela?

–Eu não ia falar isso.

–Já sei que é magrela.

–Não é magrela.

–Então diz o que é!

–Gostosa.

–O que?!

–Eu não vou repetir.

–Jason, eu sou magrela, dá onde tirou isso?

–Daqui – apertou minha coxa – daqui – encostou sua perna em minha bunda – e daqui – apontou para meus peitos. – Da próxima vez que você apertar minha coxa eu arranco seu saco.

Fez uma cara feia e voltou a me abraçar.

–E eu não tenho nada disso.

–Sim, você tem. E é muito melhor uma garota com o corpo igual ao seu do que igual ao da Helen, que é todo exagerado.

–Pode até ser, mas gostosa eu não sou.

–Pra mim você é perfeita, mesmo sem me deixar encostar nas suas coxas – riu.

–É, você não pode encostar nas minhas coxas.

–Você disse que eu não posso encostar nelas, mas não disse que não podia encostar em outros lugares – subiu um pouco a mão direita e parou pouco antes do meu peito.

–Só. Na. Cintura – segurei sua mão – Você só me deixa encostar na sua barriga.

–Quer encostar em outros lugares? Fica a vontade. Só não acho que tenha a mesma graça pra uma garota.

Apertei sua coxa.

–Acho que não – riu.

–Eu não tenho peitos, então só sobra a bunda.

–Não vou apertar sua bunda.

Riu.

–Sei disso. Você tem medo não tem?

–Medo de que?

–Não sei explicar. É como um nerd virgem, que tem a chance de ficar com uma garota bonita, mas não fica por medo.

–Eu não sou nerd.

–Você entendeu.

–Não tenho medo disso, só não sei das coisas. Você com certeza já fez mais que isso com suas outras namoradas e elas te deixavam encostar a mão nelas. Eu sou besta, e não chego nem na metade delas.

–Esquece minhas antigas namoradas, tudo bem? E sim, eu podia tocá-las, mas eu nunca fui além disso. Acho que a única diferença é que ninguém nos interrompia, a gente parava. Acredite ou não, não tem graça quando isso acontece, é melhor quando você me corta.

Sorri.

–Você não é besta e sem experiência, só se respeita. De um jeito bom, porque se fosse igual a Mia, eu ia encostar em você de propósito pra deixar de ser chata.

Me soltei de seu abraço e me sentei na sua frente.

–Para de se rebaixar – me deu um selinho – Deve achar que eu já fiz de tudo com minhas namoradas.

–Nem tanto, você disse que era virgem então...

–O que vem antes disso, você entendeu – sorriu de lado – Quer fazer alguma coisa?

–Depende do que.

–Não dá pra andar de skate – apontou para a chuva lá fora. – Quer assistir um filme?

–Tem algum de terror?

–Atividade Paranormal, é o mais próximo – se arrastou até o puff e pegou o DVD.

–Tudo bem – me levantei.

~*~

–Bloqueia esse telefone – pediu Jason.

–Não, você quer deixar a luz apagada, me deixa pelo menos com meu celular!

–Tem tanto medo assim?

–Só tem a gente aqui, a casa ta toda apagada e a única luz é a da TV, que não ajuda muito.

Se levantou do sofá ao lado do meu, pegou meu telefone, o bloqueou e colocou na mesinha de centro.

–Jason, me devolve – pedi.

Me desencostou do sofá e se sentou trás de mim, me abraçando.

–Eu sou melhor que um telefone, né?

–Mais humilde também.

Encostei a cabeça em seu peito.

Depois de alguns minutos, ouvi alguém abrir a porta e me agarrei a Jason.

–Só eu e minha mãe temos a chave, Emily – riu de leve.

–Ah – me separei um pouco dele.

–Desculpa demorar, tive que resolver algumas coisas – disse a mãe de Jason colocando sua bolsa no sofá ao lado – Oi filho, oi Emily – deu um beijo em cada um – Vou subir, tentem não passar dos limites. – sorriu e foi para seu quarto.