–Qualquer coisa? – inclinou uma sobrancelha.

–Q-qualquer coisa – gaguejei com medo das perguntas que viriam a seguir.

Me avaliou por um tempo com os olhos tempestuosos.

–Que foi? – perguntei – Você está sério.

–Ainda não sei o que perguntar.

Sorriu pelo canto da boca.

–Quanto você calça?

–Hã? Pensei que fosse fazer perguntas mais... Normais.

–Vamos começar assim. Responde logo.

–Trinta e sete. Próxima.

Me levantei de seu colo e me encostei em uma das pontas da cama, enquanto ele ficava na outra.

–Qual das gêmeas é mais velha?

–Doido – suspirei – Acho que é a Mary. Não, espera, é a Julia.

–Que irmã você. Não sabe nem qual das duas nasceu primeiro – riu.

–Elas me enchem o saco de qualquer jeito. Dane-se o nascimento. Já nasceram mesmo.

Olhou para o teto como se pedisse ajuda.

–Posso perguntar uma coisa que talvez te incomode?

–Não – respondi sorrindo.

–Você disse qualquer coisa.

Sorriu convencido quando me rendi assentindo de leve com a cabeça.

–O que você vê no Dean?

Me senti desconfortável com a pergunta, mas respondi mesmo assim. Ele não queria saber?

–Ah, acho que o jeito dele.

–O jeito como ele te despreza pra ficar com a Helen?

Senti meus olhos queimarem.

–Desculpa – disse baixo – só não entendo isso. Você o conhece há muito pouco tempo. E eu não vejo nada, além de lerdeza, nele. Se você estivesse apaixonada pelo Tom, ou por mim – sorriu convencido – eu até entenderia, já que sou muito lindo e carismático.

–Esqueceu o humilde.

Riu de leve.

–Hey, eu sou humilde!

–Claro. Próxima pergunta.

–Qual sua banda favorita?

–Jason, você já tá cansado de saber que é Paramore – disse balançando minha blusa amarela.

–Estou sem idéias.

–Percebe-se.

–Quem você prefere?

O olhei desentendida.

–Eu ou o Tom.

–Ah. Os dois.

–Não vale.

–O Tom.

–Obrigado – fingiu choro.

–Tava brincando. Já disse; os dois. Não me faz escolher entre vocês, por favor.

.

–Com quantos garotos você já ficou?

–Pra que quer saber isso? – estreitei os olhos.

–Sei lá. Que eu saiba você só beijou o Tom quando tinha doze anos, o Dean no primeiro dia dele aqui – riu – e eu.

–Não passa muito disso.

–Não respondeu minha pergunta.

–Contando com você, o Tom e o Dean, cinco.

–Você só ficou com duas pessoas “diferentes” na sua vida toda?

–Que foi? Não tenho uma “vida amorosa” ativa. Nunca fui muito de ficar, ou sei lá o que.

–Ah não? – se aproximou.

–Não.

–Tem certeza?

Inclinou-se ficando a centímetros de mim.

–Tá achando que vai ficar me beijando toda vez que eu falar que não sou muito de beijar?! – desviei de seu caminho.

Riu quando fui para a ponta em que ele estava antes o deixando naquela.

–Continua.

–É pra continuar subindo o nível? – arqueou uma sobrancelha.

–Faz o que quiser...

–É virgem?

–Jason!

–Você disse pra fazer o que quisesse! – levantou as mãos em sinal de rendimento.

Fiquei em silêncio.

–Não vai responder?

–Claro que sou! Tenho dezesseis anos!

–Tem muita gente com a nossa idade que não é mais virgem.

–Tipo você?

–Nunca falei isso.

–É ou não?

–Eu quem faço as perguntas...

–Responde merda! – bati minhas mãos na cama.

–Claro que sou – imitou minha voz.

–Eu não falo assim! – ri.

–Fala!

–Jason, continua logo.

–Não sei mais o que perguntar.