My Problematic Life escrita por Tarver


Capítulo 15
Capítulo 15 – One way or another


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal super atrasado pra vocês \o/
Desculpem demorar, eu fiquei doente, e depois meus computador estragou...
EDITADO EM 23/02/13



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Minha cama com enxoval cor-de-rosa e almofadas era convidativa. Do tipo que te faz querer pular em cima e não sair mais. Claro, a menos que sua mãe dê um berro dizendo que se você dormir sem banho ela te afoga em um balde.

Então, como uma – nada – boa garota, me arrastei até o banheiro e tomei um banho rápido. Quando saí, meu celular apitava pelas 4 mensagens de Jason.

"Pediu?"

"Pediu?"

"Pediu, caralho?"

"Emily?"

Ri enquanto digitava uma resposta.

"Não... espera um pouco."

Deixei o telefone na escrivaninha enquanto me trocava e tirava a maioria dos travesseiros em minha cama. Minha mãe é exagerada.

"Tudo bem. Mas anda logo, por favor."

- Lily? – Julia pos a cabeça para dentro do quarto – Tá passando Harry Potter na HBO, a mamãe pediu pra te chamar.

Sorri e assenti. Não, eu não gostava de assistir filmes com a minha família. Mas gostava de Harry Potter, e como não tinha outro jeito, teria que ser.

Desisti de me deitar – porque, obviamente, assistir Harry Potter é melhor do que dormir –, e desci para a sala, onde me joguei no sofá vazio. Mary se deitou na outra ponta e Julia se enfiou entre meus pais.

"Quem vai? Pra casa de praia." – enquanto o filme não começava, eu podia conversar com Jason. Talvez ajudasse a convencer meus pais mais facilmente.

"Eu, minha mãe, minha tia, uma amiga da minha tia, minhas duas primas e uma amiga delas. Que eu saiba."

Quanta gente. Suspirei.

"É muita gente '-' Tem certeza de que tudo bem eu ir?"

Eu sabia que a casa era grande – bem grande –, mas ainda assim, era muita gente. Uma a mais podia trapalhar.

"Caralho, Emily, se eu chamei é porque sim! Agora, já perguntou?"

- Mãe? – levantei o olhar, a encarando – Posso... pedir uma coisa? – assentiu. Ela me encarava calmamente, como se eu fosse pedir um copo de leite, ou coisa do tipo. Talvez para ela fosse simples – O Jason me chamou pra...

- Não – meu pai se apressou em dizer, fazendo minha mãe rir. Eles eram um casal legal. Meu pai... era autoritário e sério, e minha mãe era extrovertida e liberal. Mas se davam bem.

- Continua – minha mãe acentiu com um sorriso fraco.

- O Jason me chamou pra ir pra casa de praia da família dele no feriado.

Eu me encolhia no sofá. Era idiota, mas eu tinha medo de um não.

- Por mim, tudo bem – meu pai arregalou os olhos, negando com a cabeça. Não que ele não seja um pai legal... ele só é neurótico.

- Por mim, não.

- Por que? – insisti.

- Como vou deixar você viajar com ele sem saber quem vai estar lá, como são as pessoas?

Bufei.

- A mãe dele vai, pai. E eu já fui lá! Só não quer deixar por causa do namoro.

- Namoro falso.

- É, que seja. Se é falso, porque eu não posso ir?

- Não me pareceu tão falso da última vez – segurei uma risada. E não é.

- Por favor?

Minha mãe assentiu e meu pai se voltou para a televisão. O filme tinha perdido totalmente o interesse depois disso, mas se eu subisse, ele ia começar com o discurso de "Você precisa aprender à ouvir nãos". Eu queria ir. Mas isso não bastava para convencer meu pai. Da última vez que fomos para lá, o Tom também foi, e foi só por um fim de semana. E talvez minha mãe tivesse ajudado bastante.

- Te digo amanhã.


 

- Oi, Emily – Jason se materializou ao meu lado, me dando um beijo na bochecha.

- Quer parar de aparecer do nada?!

Depois do último tempo, eu havia o visto indo para a biblioteca. Por mais estranho que fosse, ele gostava de ler, então ignorei e fui embora sozinha. Mas não esperava que ele aparatasse assim.

- Eu não apareço do nada – aparece, sim.

- Claro que aparece! Quando eu menos espero: "Oi, Emily!" – imitei sua voz, ou quase isso.

- Eu não falo desse jeito! – riu.

- Ah, fala sim!

- Não falo!

- Fala!

- Não falo!

- Fa... – parei.

- Emily? – Jason se pos à minha frente e balançou as mãos em meu rosto – Emily, o que foi?

- O meu...

- O seu...?

- O meu s... – era como se algo bloqueasse minha gargante, e não era pra menos.

Jason se virou novamente e olhou para o ponto que eu encarava.

- Seu skate – abaixou a cabeça e apertou minha mão. Me guiou até a árvore do outro lado da rua, onde meu skate estava em pedaços.

- Merda – fungei. Eu não ia chorar por isso na frente dele. Tom e Jason me deram o skate, no meu aniversário de 12 anos. Tinha durado muito, é. Foi no mesmo ano que meus pais me deram a bateria, que teria sido o melhor presente de todos se não fosse por eles. Desde sempre eles andavam, e eu vivia roubando seus skates. Meu pai dizia que eu era desastrada demais para ter um, então não me dava, nem deixava comprar.

Mas eles não se importavam com o que meu pai pensava, e juntaram dinheiro pra me dar um. Não sabia exatamente como, mas tinham juntado bastante. Só de olhar pro skate com adesivos personalizados e rodas coloridas, dava pra saber que tinha sido montado e saído caro, muito caro. Pode parecer besteira, mas o skate era uma das coisas mais importantes que eu tinha.

A bateria podia ser mais cara, mas o skate tinha sido um presente deles. Sabe, era especial pra mim.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas limpei-a na hora.

- Eu... – Jason abria e fechava a boca, obviamente sem saber o que falar. Eu também não saberia.

Me aproximei e abracei-o, apertando os braços ao redor de seu pescoço.

- Tudo isso por um garoto imbecil.

Jason se afastou, me encarando confuso.

- Foi a Helen. Quer dizer, quem mais? Ela é idiota o suficiente pra pensar que quebrando meu skate eu vou deixar de gostar do Dean. Qual é o problema daquela garota?!

- Ciúmes – olhou para baixo – As pessoas fazem coisas idiotas por ciúmes – suspirou e continuou: – Acho melhor você ir pra casa. Sei lá, toma um banho, relaxa.

Assenti e me levantei, levando os "restos" do skate comigo.

- Vai guardar isso até quando? – sorriu fraco – Não quer fazer que nem quando seu ursinho de pelúcia caiu na fogueira e você guardou as cinzas... né?

- Eu tinha quatro anos, Jason! – o empurrei. Riu e pegou os pedaços de minhas mãos, deixando-os na árvore outra vez.

Passou um dos braços pela minha cintura e me incentivou a andar. Ele afagava minha cintura no caminho, e isso me tranquilizava.

A porta da minha casa estava aberta quando chegamos, e eu podia ver Mary e Julia jogando algum jogo qualquer de tabuleiro no canto da sala. Jason entrou comigo, dizendo que só estava fazendo isso porque eu estava triste, e me deixou no sofá, se jogando ao meu lado. Ajeitei minha cabeça em seu colo.


 

- Mudei de ideia – ouvi meu pai falar atrás de nós e me afastei de Jason. Minha mãe apareceu logo em seguida, me encarando profundamente quando percebeu meu estado.

- O quê aconteceu? – se aproximou, colocando as mãos nos meus joelhos.

- Nada.

- O quê aconteceu? – se voltou para Jason.

- Quebraram o skate dela – me encarou como se pedisse desculpas. E precisava. Porque diabos ele precisava contar isso pra minha mãe?

- Quem fez isso?

- Não sei.

- Uma garota da escola.

Com sorte você continua com seus dentes, Jason.

- E porque ela fez isso?

- Por que a Emily...

- Por que eu soquei a cara dela – cortei-o antes que piorasse a situação. Me abrir não era exatamente o que eu pretendia.

- Você o quê?! – meu pai deu a volta no sofá e me encarou como se eu tivesse dito que matei um homem.

- Ela me chamou de garoto – dei de ombros. Já haviam feito isso, e eu já havia socado a cara dos idiotas. Claro que eu apanhei depois, mas são detalhes.

Suspirou.

- Emily, por favor, tente ignorar os comentários.

- Certo.

Falar o mínimo possível era sempre a saída para as discussões da minha família. Geralmente, meu pai me dava um de seus conselhos inúteis e minha mãe me chamava pra conversar. Então eu desviava do assunto, e ficava tudo bem. Mas eu sabia que desta vez não seria assim. Minha mãe daria um jeito de conseguir tirar tudo do Jason, ela sempre dava.

- Talvez se soubesse que vai poder ir para a casa de praia ficasse melhor – Jason sorriu para mim.

- Legal – eu não estava animada para pular no pescoço dela e agradecer. Forcei um sorriso fraco para Jason e me levantei – Eu vou... subir.

Jason se levantou também e me deu um abraço rápido, seguido de um selinho e um sorriso convencido. Sorri internamente.

Subi as escadas rapidamente e entrei no quarto batendo a porta. Eu vou estrangular aquela garota! Me joguei na cama e afundei nos travesseiros. Talvez me distraísse na casa de praia.

- Emily? – ouvi duas batidas na porta. Era minha mãe, mas eu não queria conversar.

- Me deixa quieta, por favor.

Suspirou e abriu a porta.

- Sei que não socou ninguém.

- Como sabe disso? – talvez porque você não esteja com hematomas por todo o corpo, idiota.

- O Jason não ia falar isso.

- Podia mentir.

- Sei que não.

Se aproximou e se sentou na ponta da cama. Será que dava pra entender que não quero conversar? Por mais que ela me entendesse – um pouco, na medida do possível –, eu não queria nem mesmo abrir a boca. O silêncio é melhor do que qualquer consolo.

- Tudo bem – abracei meus joelhos – Eu não soquei a cara de ninguém.

Senti um sorriso – psicopata – se formar em meus lábios. Mas talvez eu soque.

- Porque ela quebrou o skate?

- Não sei – afundei a cabeça nos joelhos, fazendo o possível para que meus cabelos escondessem meu rosto.

- Emily.

- Por causa de um garoto – bufei. Percebam o quão idiota eu sou.

- O Jason? – arqueou uma sobrancelha.

- Não! – ri fraco – O namoro com o Jason é falso.

- Se o garoto não é o Jason, você está namorando com ele pra causar ciúmes no...

- Dean.

- Hm. E quem é esse Dean?

- Um garoto que acabou de entrar na escola. Mas eu não gosto dele.

- Emily, você não escolhe gostar ou não de uma pessoa.

- Ele só confundiu a minha vida! Chegou a falar que gostava de mim, mas depois que eu fiquei com o Jason ele ficou com a garota que quebrou meu skate!

- Você ficou com o Jason, antes do namoro falso. É isso?

Viram porque eu não conto nada à ela? Parece uma velha gaga repetindo tudo o que eu digo. Custa entender que eu já fiquei com o Jason, que agora estou namorando com ele pra fazer ciúmes em outro garoto que dizia gostar de mim e agora não me dá a mínima, e que uma garota babaca quebrou meu skate?

- É. Ela deve achar que o Dean ainda gosta de mim, por isso quebrou o skate.

- Mas o que o skate tem a ver com o garoto? Meu Deus, essa garota é maluca! – sorri.

- Disso eu sei, e ela vai ver.

- Emily, você não vai fazer nada com ela – girou os olhos.

- Nada?

- Nada.

- Nem mesmo um tapa?

- Nem mesmo um tapa.

Me abraçou e saiu do quarto. Afundei novamente nos travesseiros, abafando um grito frustrado. Quanta idiotice, Emily. Parabéns.

Depois de meia hora no banho e mais meia enrolando, saí do banheiro secando os cabelos com a toalha. Ouvi barulhos na janela fechada, pequenos baques surdos.

Abri-a, levando uma pedrada na barriga. A risada de Jason lá embaixo me fez sorrir de volta. Joguei a pedra novamente – mirando em sua cabeça.

- Minha vida é uma droga mesmo.


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Notas finais do capítulo

Ficou legal?
Alguém gosta de The 39 Clues? Sabem de alguma fanfic do gênero que seja legal? É difícil achar, cara ç.ç