"- E se eu quiser te beijar?"

- Sabe o feriado da semana que vem?

Assenti. Era um feriado de quatro dias, não tinha como não saber.

- Minha mãe quer ir pra casa de praia, e achou que você gostaria de ir.

Tá falando daquela bem de frente pra praia, com piscina, campo e sala de jogos? Pff.

Continuei em silêncio, pensando nos prós e contras. Obviamente, os prós ganhavam. Mas tinha um contra: meu pai.

- Talvez meu pai deixe – sorri fraco.

- Ainda não aprendeu a pedir as coisas à sua mãe? – girou os olhos. Ri fraco, ele tinha razão. Minha mãe e a mãe de Jason sempre onversaram, e minha mãe confiava nela. Com certeza me deixaria ir se eu pedisse, mas meu pai também precisaria deixar – Posso pedir, se quiser.

- Porque faz tanta questão? – arqueei uma sobrancelha. Meus planos para o feriado eram de ficar em casa, comendo e assistindo TV.

- Minhas primas vão, sabe, só garotas – fez uma careta engraçada.

- Então eu sou um garoto?

- Não! – se apressou em dizer, me fazendo rir – Quuis dizer que... sei lá, Emily, você é minha amiga, é mais fácil. Tirando o fato de que se viajar comigo e der um jeito de fazer isso chegar aos ouvidos do Dean, pode deixá-lo com ciúmes.

Suspirei. Eu não tinha pensado por esse lado.

- Tudo bem, vou falar com meus pais – sorriu – Agora eu preciso ir.

- Eu te levo.

- Jason, se ficar me levando em casa e me dando beijos de boa noite, meu pai não vai deixar.

- Se você for assaltada, estuprada, ou o caralho à quatro, não venha dizer que a culpa é minha por não ter te deixado em casa – ri fraco e assenti – Mãe, vou levar a Emily em casa!

Depois de gritar, me guiou até a porta e pegou as chaves. Caminhamos em silêncio, mas não um silêncio ruim. Era legal poder ficar quieta enquanto tentava ajeitar os pensamentos.

- Tchau, Jason – me inclinei nas pontas dos pés e lhe dei um selinho.

- Sério, Emily? – girou os olhos – Selinho eu dou até no meu cachorro.

- Então vai namorar com ele, vamos ver se vai fazer ciúmes nas garotas.

- Eu nem tenho um cachorro! – ri.

- E nem eu um namorado de verdade, então não preciso te beijar quando não estiver perto do Dean.

- E se eu quiser te beijar? – o encarei, como se dissesse "sério?".

- Ainda preciso pedir pra viajar com você, não posso demorar.

- Diz que estava com seu namorado – sorriu e se inclinou, me beijando.

Pousei as mãos em sua nuca e arqueei o corpo. Cara, isso é estranho. Me afastei lhe dando vários selinho e observei-o suspirar. Idiota.

- Agora eu preciso ir – se inclinou, mas pus o indicador em seus lábios – É sério.

Ri de sua expressão triste. Era só um namoro falso, nem fazia sentido beijá-lo longe das outras pessoas – por melhor que fosse.

- Te vejo depois – assentiu e me deu um selinho – Idiota.