Recomeçar, voltar a ser solteira foi meio louco, pois eu tinha deixado minhas amizades e família um pouco de lado nesses 5 anos... um grande erro. Aos poucos fui conseguindo desfrutar da liberdade e passei a viver coisas que nunca tinha vivido... eu trabalhava, tinha meu carro e mesmo sem ter muita companhia e me sentindo peixinho fora d’água nas festas, conseguia sair e me divertir.

Quando estava começando, mesmo, a curtir a loucura da solteirice, um cara que trabalhava comigo – que vou chamar de “D” - e era ex de uma conhecida minha, tirou uma brincadeira comigo em uma reunião. Lembro que pensei na hora que aquele santo queria reza... e era verdade, mas quem acabou rezando fui eu. Não sei como, até hoje, o interesse que partiu dele virou o meu... na verdade, acho que até sei... a coisa do cachorrinho pulguento que recebe uma atenção... em pouco tempo estava eu bem interessada na criatura.

Depois de um tempo ficamos pela primeira vez... logo depois descobri o quanto complexo aquilo seria... não seria novidade para mim, mas... bem, ele tinha saído de uma relação difícil, estava traumatizado e não queria se envolver... eu, compreensiva, entendi isso e fui me adaptando aos telefonemas aleatórios, encontros aleatório, muitos de madrugada, quando já estava bêbado... eu agüentava... não ficava com ninguém além dele, porque era ele que eu queria e na minha cabeça eu precisaria dar tempo ao tempo para ele visse que eu não era como a outra, para que ele me assumisse... triste engano.

A ficha caiu para mim quando um certo dia dei de cara com ele em uma boate com uma menina que trabalhava no mesmo lugar que nós dois... nossa, nem posso descrever o calafrio que senti ao me tocar que o problema não era o passado dele.... era tão simples... o problema era que ele não gostava de mim... como eu tinha sido boba... nessa mesma noite, umas 4 da manhã ele chega em minha casa ( eu já estava morando sozinha) e eu abri a porta para ele.... chorou como um bebê pedindo desculpa, dizendo que gostava de mim... no cumulo da burrice, não o mandei embora... a única coisa que pedi foi que se ele fosse ficar com ela não me procurasse mais.

Ele não deixou de me procurar, claro, eu era o porto seguro, e eu simplesmente continuei a me submeter ao ficar sem compromisso... pelo menos algo mudou: comecei a me jogar, com força, nessa vida de meu Deus, e mesmo sofrendo calada vivi momentos muito loucos... estava magrinha, fazendo um certo sucesso... pois bem, comecei a beijar muito entre um encontro e outro com “D”... ninguém de futuro, que quisesse algo sério para mudar minha vida, mas eu podia me divertir e tentar chegar em um nível de força para dizer não ao outro lá...

Lembram do amorzinho da escola? Pois bem, anos antes, paramos na mesma sala da universidade... destino... ele fez reopção no ano que passei no meu primeiro vestibular e quase caio para trás quando o vi na minha sala no primeiro dia de aula... nessa época nada rolou, pois eu estava namorando, mas quando nos encontramos nessa época de liberdade total e conturbada, as coisas foram diferentes... ele foi um dos que beijei muito... foi engraçado vê-lo revoltado porque eu gostava do sem futuro do “D” e não queria mais ele tanto assim.... entre nosso primeiro beijo e essas ficadas se passaram 11 anos... o mundo dá voltas minha gente!