Eu vou matar a Amber. Mal conheço ela e já quer me afastar da minha namorada.

Eu fiquei andando de um lado pro outro no corredor até que aquela porta se abriu novamente.

Tori saiu de lá séria com Amber ao seu lado e o doutor atrás.

- O resultado sai daqui a uma semana – ele disse para Tori que assentiu.

- Obrigada, doutor – Amber disse e ele assentiu para ela e voltou para sua sala.

- E então? – eu me aproximei delas depressa.

- O médico disse que é provavelmente uma infecção alimentar, mas o resultado só saberemos semana que vem. Podemos ir? – ela disse rápido demais.

Percebi que Amber a encarava com uma sobrancelha erguida.

Tori não olhou pra mim. Ela estava me escondendo algo.

Durante toda a semana que se passou Tori continuou tendo enjôos, mas agora ela já não comia coisas esquisitas. Só comia... demais.

Um dia eu peguei ela se olhando no espelho de lado. Como se procurasse algum defeito no corpo.

- Linda – eu a abracei e beijei seu pescoço.

Ela sorriu pra mim, mas seus olhos estavam tristes. Eu me perguntei o que a atormentava.

Todos os dias que ela foi na faculdade eu fazia entrevistas ou escrevia músicas. Isso era bom, porque nenhum de nós ficava sozinho ou parado enquanto o outro estava fora.

E então chegou o dia do resultado dos exames.

- Você está bem? – perguntei a ela pela milésima vez enquanto saiamos do carro e entrávamos.

Ela estava tremendo. Amber estava ao seu lado e parecia muito despreocupada, para mim.

- Estou – murmurou.

Eu a olhei desconfiado novamente.

- Acalme-se, Justin! Deve ser só nervosismo – Amber disse e eu suspirei.

Tori POV

Li e reli aquele papel várias vezes. Não dava pra acreditar.

O doutor havia lido os exames e sorrido pra mim dizendo “Parabéns, mamãe, é uma menina”. Depois disso achei que ia desmaiar, mas eu apenas congelei com o papel na mão.

Eu não poderia contar para Justin. Um filho era muita responsabilidade, isso poderia estragar toda a carreira dele. Sem falar no que as fãs iriam dizer. E os repórteres... Minha cabeça começou a doer.

- Eu não posso contar à ele, Amber – eu disse enquanto andávamos lentamente até a recepção.

- Posso saber por que não?

- Porque vai estragar toda a carreira dele! Um filho! Meu Deus – eu disse ainda assombrada com essa ideia.

- Tori, você sabe que não vai esconder isso por muito tempo. Você já está grávida de 4 meses, logo sua barriga vai começar a crescer e...

 -Ai nem me lembre! – eu apertei os olhos e balancei a cabeça – Vou ter... Sei lá, que me prender dentro de casa!

E então me lembrei da faculdade. Mas será possível que eu não posso terminar uma faculdade na vida? Primeiro o problema em Los Angeles e agora um bebê em Nova York. Daqui a pouco é uma pneumonia na Inglaterra! Cruzes.

Justin me mediu com os olhos. Eu forcei um sorriso pra ele.

- Está tudo bem – eu murmurei – Era mesmo intoxicação alimentar – falei sem olhar em seus olhos.

Ele estreitou os olhos e me fitou.

- Vamos? – eu disse correndo para o carro.

Daqui à uma semana Justin iria embora e era bom eu não vomitar em nenhum desses dias.

- Tori, pelo amor de Deus – ele suspirou e fechou os olhos – Me diz o que está acontecendo ou eu vou ter um troço!

Eu ri nervosamente. Só se passaram dois dias e agora Justin acordava comigo chorando a noite.

- Não tá acontecendo nada – eu disse com a voz trêmula.

- Já passamos por isso – ele levantou uma sobrancelha.

- Argh! Odeio quando você faz isso – tentei desviar o assunto.

- Não muda de assunto, mocinha! Eu te conheço desde que nasci!

- Não é nada demais, Justin! Não é como se eu fosse ter um filho ou algo assim! – eu levantei os braços e depois parei. Ele me olhou com os olhos arregalados.

Ops!

- Cadê aquele papel? – ele perguntou me olhando curiosamente.

Eu suspirei. Droga! Sua idiota! Vai falar merda mesmo, olha ai o que dá!

- Joguei fora – menti descaradamente.

Ele me olhou, deu um suspiro e foi até o quarto e começou a abrir as gavetas do criado-mudo do meu lado da cama.

- Justin, o que você está fazendo? Não mexe ai, não! Você vai bagunçar – eu disse já sem esperanças. Tarde demais.

Ele finalmente achou o bendito e idiota papel e leu uma vez só antes de olhar pra mim.

- Olha, desculpa! Não fica bravo, por favor, eu só não contei porque achei que isso não seria bom pra você, nem pra sua carreira! Pensa bem, imagina quando suas fãs souberem... Elas vão me matar e...

Fui interrompida por seus lábios pressionados nos meus com força.

- Não me importa minha carreira, não me importa nada! Você não deveria ter escondido isso de mim! – ele disse com os olhos transbordando e um sorriso no rosto.

- Não tá bravo?

- Ah estou! Estou furioso! – ele riu – Mas também estou muito feliz!

Ele me girou no ar e me beijou de novo.

Esse menino é muito estranho mesmo.

- Eu já disse, mas parece que não adiantou então vou repetir: Nunca, nunca mais esconda nada de mim! Em hipótese alguma, ouviu? – Justin falou me olhando nos olhos.

Eu apenas assenti.

- Eu te amo – sussurrei.

Ele sorriu e uma lágrima escorreu por seu lindo rosto.

- Eu também te amo – ele riu – Amo vocês duas!

E com isso me beijou.