- Amber – eu sussurrei.

Justin estava tomando banho e Amber havia vindo me visitar de novo.

- Que? – perguntou colocando a pipoca na boca.

- Eu quero sorvete de morango – sussurrei de novo.

- Vai pegar, uai – murmurou.

- Mas eu quero com maionese – continuei sussurrando.

Ela me olhou como se eu fosse louca. Pera, o que eu disse? Sorvete com maionese? Okay, talvez eu estivesse mesmo louca. Mas a ideia parecia tão boa.

- Você o que? – ela gritou.

- Shhh! Não grita! O Justin tá achando que eu to doente, porque ontem eu comi miojo com Ketchup – ela fez uma cara de nojo.

- Eu também to achando isso!

- Mas eu me sinto bem! – falei dando de ombros e voltando a olhar a TV – Fora os enjôos né – dei de ombros.

- Oh-oh – ela murmurou e eu olhei pra ela.

Ela me encarava de um jeito esquisito.

- Que foi? – perguntei.

- Você e o Justin... – ela parou olhando pra baixo e pensando nas palavras – Bom, você e ele já...

- Já o que, criatura? Fala logo! – murmurei nervosa.

- O que as ladies estão cochichando ai? – era a voz de Justin.

Ele entrou na sala sorrindo e sentou ao meu lado.

- Justin, acho bom levar a Tori no médico – Amber disse e eu pulei do sofá.

- O que? Por que? Eu to ótima! – falei olhando pra ela – Vocês dois com essa história de médico! Eu to muito bem, obrigada! Não preciso de médico nenhum!

Eles se olharam e depois olharam pra mim.

- Seu carro ou o meu? – Amber perguntou.

- O meu – Justin disse e eles assentiram se levantando.

- O que? Não, não, nananinanão! Não quero ir no médico! Justin! – choraminguei enquanto ele me pegava no colo e saia do apartamento.

Amber estava logo atrás dele.

- Fica quietinha que é melhor – ela disse rindo da minha infantilidade.

- Cala a boca, Amber! Jus – ele me olhou – Não quero ir no médico.

Eu fiz um biquinho e ele riu.

- Sinto muito, Tori, mas isso não funciona mais comigo – ele disse saindo do elevador. Estávamos na garagem.

- Aff – eu bufei e cruzei os braços enquanto ele me colocava dentro do seu carro.

- Carro? Isso é o seu carro? Se isso é um carro, o meu é... lixo! Ai que dó da minha pobre e velha picape lá fora, tomando chuva – Amber disse entrando no banco de trás.

A viagem foi mais longa do que eu pensava.

- Você, senhor Bieber, é um menino muito mau! – eu disse pra ele semicerrando os olhos.

- Olha quem fala, senhorita Blake – ele disse rindo.

Amber se divertia lá trás enquanto nós discutíamos.

Quando chegamos no hospital, Amber ficou discutindo com a mulher que era uma emergência e que ela precisava do médico naquele instante.

- Se ela não chamar aquele médico em dois minutos eu finjo um ataque cardíaco – ela disse voltando a se sentar com a gente.

- Não é preciso – Justin murmurou se levantando e indo até lá.

A recepcionista olhou pra ele, arregalou os olhos, ficou vermelha, gaguejou e sorriu.

- Pronto – ele disse voltando ao seu lugar.

- Você é Deus? – Amber fingiu cara de espanto.

- Não, eu sou Justin Bieber – ele disse sorrindo pra ela.

A mulher nos levou até o médico.

- Justin, você fica ai fora – Amber empurrou ele, que nem teve chance de argumentar.

- Muito bem, senhorita Blake.Qual é o problema? – o doutor perguntou.

Eu encarei Amber. Ela me olhou e suspirou.

- Bom, ultimamente ela anda tendo muitos enjôos e agora pouco queria comer sorvete com maionese – ela começou a falar contando nos dedos – Fora o ataque de fúria que ela teve.

- Ei! Eu não tive ataque nenhum – protestei.

O médico olhou pra mim.

- Doutor, creio que o senhor já deduziu a mesma coisa que eu – Amber disse formalmente.

Eu revirei os olhos. Só eu não entendia nada?

- Senhorita Blake, a senhorita tem namorado? – o médico perguntou.

- Sim.

- E vocês têm relações sexuais ha quanto tempo? - ele perguntou e eu olhei pra ele.

- Uns três ou quatro meses – murmurei começando a encaixar as peças.

Senti minha boca se escancarar e meus olhos se arregalarem.

- O senhor não acha que... – eu não terminei a frase.

- Vamos fazer alguns exames, mas pelos sintomas é bem possível que a senhorita esteja grávida.