A Marriage? escrita por Anne Sophie


Capítulo 7
Capítulo 7 - Breakfast for two.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui!
Depois de um mês eu chego com um capítulo x.x
Bom, pelo menos não foi um aviso, não? '-'
Boa leitura!



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Acordei com o som de alguém batendo em minha porta. Gemi baixinho e me virei, estava cedo demais, até para mim. A pessoa insistiu e gritou meu nome, me fazendo levantar emburrada. Peguei o meu robe e o vesti, indo até a porta e abrindo-a, revelando um sorridente Hermes.

- Ah, desculpe te acordar, mas é que chegou uma carta para você. - Olhei para o envelope branco em sua mão. - E está sem remetente.

- Hum. Obrigada Hermes. - Arqueei as sobrancelhas, pegando o envelope, acabei sentindo um cheiro de brisa marítima, e já soube quem era o remetente. Poseidon. - A propósito, já tomou o café da manhã?

- Já sim. Sabe como é, eu tenho que acordar cedo pra dar conta das encomendas, além de que eu corro toda manhã. - Ele abriu um sorriso se desculpando. - Até o almoço, acho. Agora tenho uma encomenda para Afrodite.

Murmurei um "até" de volta, enquanto o via correndo pelo corredor, já apressado atrás da afobada Afrodite que sempre sumia por aí. Fechei a porta e fui até a minha penteadeira, abrindo a carta. O cheiro de maresia inundou o meu quarto e vi a sua letra, confirmando as minhas suspeitas.

"Bom dia!

Estarei te esperando as nove na cafeteria, ok? Acabou que nos esquecemos de marcar a hora!

Até lá, então.

Poseidon."

Sua letra tinha uma inclinação preguiçosa, quase como se fosse de um médico, mas ainda sim muito elegante e legível, sua caligrafia era forte. Tentei não ficar reparando tanto, mas foi inevitável. Coloquei a carta dentro de uma das gavetas da pentradeira e olhei para o relógio de ponteiro que havia em uma das paredes.

- Hum, sete e meia. Pensei que ele fosse de acordar tarde. - Quando percebi já estava pensando no dito cujo. Balancei a cabeça para afastar. - Não. Pare de pensar nele. Agora é melhor você se arrumar, Atena.

Escolhi uma roupa e fui fazer minha higiene. Fiquei um tempão no banho pensando em coisas inúteis, e no fim acabei me culpando por isso, já que uma das coisas foi ele.

Saí do banho e olhei para o relógio. Oito e quize. Suspirei e fui pegar minha bolsa e meu bloquinho, para ver que praga eu tinha que arranjar pra droga do casamento. Fui até a porta e a abri, fazendo o meu percurso até a copa.

- Bom dia! - Falei alegre. Todos pararam o que estavam fazendo para me olharem incrédulos. Vi até Apolo deixar sua torrada cair da mão com a boca aberta. Me controlei para não rir. - Algum problema?

- Algum problema pergunto eu, né querida? - Afrodite falou se recompondo. - Que bom humor é esse, para uma noiva que não quer se casar.

- Ué, o meu bom humor, oras. - Dei de ombros. Olhei para o meu relógio e ele marcava oito e meia. - Bom, agora eu tenho que ir, estou quase atrasada. Até mais.

- Pra onde você vai? - Perguntou o segundo maior fofoqueiro do Olimpo, perdendo só para Afrodite, Apolo. Sorri para ele.

- Segredo. - Coloquei um dedo sobre a boca, fazendo o barulho de "shh", enquanto saía da copa, rumo ao elevador do Empire State.

Abri a porta da cafeteria com força, estava com pressa e atrasada, o que era raro de acontecer. Olhei para todos os lados até achar os olhos verdes de Poseidon. Sorri caminhando até ele.

- Olha quem chegou! A senhorita perfeição que pela primeira vez chegou atrasada! - Ele riu, fazendo algumas mulheres - interesseiras - olharem para a nossa mesa. Fiquei com um pouquinho de raiva por causa delas.

- Ah, nem foi tanto assim, só cinco minutos. E eu nem sou a senhorita perfeição. - Torci o nariz ao dizer isso e ele riu. - E essa não foi a primeira vez que eu cheguei atrasada em um compromisso.

Ele olhou para o canto pensativamente e depois murmurou um "É verdade", enquanto afirmava com a cabeça. Eu ri coloquei a minha bolsa do meu lado. Estávamos sentados numa daquelas mesas com sofás de coro um na frente do outro, com a mesa no meio e aquela vidraça ao nosso lado, dando uma vista para a 5ª Avenida, que como sempre estava super movimentada.

- Então, já fez o seu pedido? - Perguntei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Ele acompanhou o meu movimento com o olhar e eu senti minhas bochechas esquentarem.

- Hã? Não, não. Estava esperando você chegar. Então, vamos? - Ele perguntou se levantando e eu assenti, me levantando também.

Fomos até o balcão. No caminho todo eu percebia o olhar das mulheres oferecidas sobre Poseidon e isso me fazia ficar irritada. E o pior, ele sentia esses olhares e ficava cada vez mais com o ego nas alturas. Dei uma cotovelada nele quando paramos na fila de espera.

- Ei! Por que fez isso? - Perguntou ele massageando as costelas. - Está com ciúmes? - Ele deu um sorriso cínico e eu olhei torto pra ele.

- Não, eu fiz isso pra você para de ficar se achando e se por no seu lugar. - Ele me olhou como se eu fosse uma louca e eu olhei para ele apenas levantando as sobrancelhas. Havia chegado a nossa vez.

- O que os senhores querem? - Perguntou o rapaz. Era muito bonito, o cabelo era loiro e os olhos de um verde esmeralda. Sorri tentando ser simpática e senti o olhar enviesado de Poseidon sobre mim. Apenas joguei o cabelo para o lado. O meu troco seria agora.

- Acho que vou querer um descafeinado e um croissant. O que vai querer, Peter querido? - Olhei cínica para ele, com um sorrisinho de lado. Ele ergueu uma de suas sobrancelhas grossas.

- Eu acho que vou querer um capuccino com bastante chantilly e um donut. Tudo bem, querida Julie? - Ele perguntou com um sorrisinho presunçoso. Olhei para ele cheia de raiva.

- Er.. Só isso mesmo? - O rapaz perguntou desconfortável.

- Oh, é só isso sim, estaremos esperando na mesa. - Sorri e dei meu cartão, mas o Poseidon abusado simplesmente empurrou minha mão com a sua mãozona imbecil com cartão de débito.

- Sou um cavalheiro querida. Eu pago. - Ele sorriu galanteador. Bufei.

- Acontece que estamos no século vinte e um, querido, posso me bancar muito bem. - Ele ignorou o meu comentário e empurrou minha mão, dando o cartão para o atendente, que sorriu confuso.

- Vai ser o meu cartão mesmo, ok? Débito, por favor. - Ele falou diretamente para o atendente e depois olhou para mim. - Algum problema, querida? Acho que já era, né?

Bufei me virando de lado e cruzando os braços caminhei até a mesa. Ouvi Poseidon rindo atrás de mim. Sentei com força no sofá e procurei o meu bloquinho para me distrair. Continuei fazendo mais listagens para o casamento e percebi o tempo passar. O problema é que ele passou demais.

Olhei para o relógio no meu pulso e vi já haviam passado doze minutos desde o pedido, e Poseidon não é tão lerdo assim. Olhei para trás e senti meu sangue ferver. Lá estava aquele idiota conversando com uma oferecida. E o pior, a oferecida até que era bonita.

Fiquei prestando atenção neles e o vi rir abertamente, enquanto levava a cabeça para trás. Senti a raiva me consumir. Só eu o fazia rir assim!

Não me controlei. Me levantei e fui até os dois. Eles nem perceberam a minha presença, então limpei a garganta. Poseidon me olhou no mesmo instante e pareceu surpreso.

- Peter, querido, esqueceu que você iria pegar os nossos pedidos? - Deu um sorriso seco para ele e um olhar gélido para a mocreia ao seu lado. Ela engoliu em cedo.

- Ah, Julie! Claro que não me esqueci. É que eu acabei perdendo a hora conversando com a Louise. - Ah, então esse era o nome daquela oferecida? - Julie, essa é a Louise, Louise, essa é a Julie.

A oferecida sorriu abertamente e me estendeu a mão, querendo me cumprimentar.

- Prazer Julie. - Olhei para ela e para a sua mão, arqueando a sobrancelha. O sorriso dela oscilou e ela recolheu a mão, meio chateada. Ignorei. - Bom Peter, é melhor eu ir, tenho que trabalhar! Até mais.

- Até. - Eles se abraçaram e deram um beijo na bochecha do outro, o que me fez virar a cara. - Foi um prazer te conhecer, Julie.

 Ela saiu andando e dei um tchauzinho com a mão, dando um sorrisinho sacana. Quando ela saiu das nossas vistas Poseidon olhou sério para mim e segurou meu braço, me levando até a mesa. Me fez sentar no sofá e se jogou no outro a minha frente, com raiva.

- Já acabou o showzinho? - Ele me olhou sério. Cruzei os braços e o olhei indignada. Showzinho? Ora essa!

- O quê? Show? Eu não dei show nenhum! Só não fui com a cara daquelazinha. -Falei entoando o final da última palavra. Ele riu cheio de sarcasmo.

- Se não foi um show, foi o que então? Caramba, fiquei até com pena dela! Super gente boa e você faz isso. - Ele se debruçou sobre a mesa, arrastando os pedidos para o canto dela e me olhou atentamente. - Por acaso você está com ciúmes?

- Ciúmes? Ciúmes! -Comecei a rir escandalosamente e Poseidon me olhou reprovador, abaixei o tom de voz percebendo o olhar das pessoas sobre nós. Debrucei sobre a mesa também e fiquei olhando atentamente para o seu rosto, a poucos centímetros do meu. - Eu não estava com ciúmes. E o que você chama de gente boa, eu chamo de oferecida.

Ele bufou e voltou para trás, encostando as suas costas com força no encosto do sofá e pegou o seu capuccino, o mexendo com força. Era óbvio que estava na beira do descontrole.

Suspirei e voltei para trás também, pegando o meu descafeinado e o tomando. Olhei para a vidraça e vi o movimento das pessoas. Era tanta gente diferente que me deixava meio zonza. Olhei para ele e o vi tentando devorar o chantilly do capuccino. Tentei não rir com a cena adorável.

- Desculpa, não era a minha intenção. - Falei olhando para a mesa e percebi que havia ganho total atenção dele, já que havia parado de comer o chantilly e começou a olhar para mim. - Mas, poxa! Você me deixou sozinha, e sem o meu descafeinado! O que você queria que eu fizesse?

Ele riu e eu o olhei. Estava com o canto da boca branco do chantilly e eu não controlei meu impulso de limpar. Quando dei por mim já estava com o guardanapo na mão limpando o canto dos seus lábios. Percebi que ele me olhava surpreso com a respiração presa.  Corei na mesma hora e voltei para o meu lugar, pegando o croissant para comer.

- Er... Eu acho que também tenho uma parcela de culpa. - Ele disse depois de um tempo e eu o olhei interessada. - Eu era a sua companhia e simplesmente de deixei de lado. Imperdoável o que eu fiz.

Sorri para ele e mordi meu croissant, enquanto ele comia um pedaço do seu donut. Ficamos em um silêncio confortável durante um tempo, enquanto terminávamos de tomar nossos cafés.

- Mas eu te perdoo. Estamos quites agora. Você me perdoou e eu te perdoei. - Ele me olhou estranho.

- Quem disse que te perdoei? - O olhei irritada e ele riu. - Brincadeira, é claro que te perdoei.

- Vamos? - Perguntei animada. Ele assentiu. - Temos um casamento pra organizar!

Ele riu e me acompanhou até a porta da cafeteria, abrindo-a para mim. Sorri com seu gesto.

- E então, qual é o próximo passo?

- Tentar dominar o mundo! - Ele me olhou incrédulo e nós rimos. - O que foi? Achou que eu nunca havia visto um desenho animado na vida? Mas é brincadeira. Agora temos que ver a outra parte da decoração.

- Então, o que temos a perder? - Ele perguntou levantando os ombros. Ri porque inconsequentemente fez um tufo do seu cabelo para na frente de seus olhos e ele tentou tirá-lo soprando. Acabou que eu tirei e passei meus dedos em seus cabelos sedosos e grossos. Uma sensação boa passou pelo meu corpo e eu não queria tirar nunca mais minha mão dali.

O olhei e vi que estava vermelho. Um pouquinho fofo, talvez. Ok, muito fofo. E sexy. Tá, esquece essa parte aí.

- Nada, só o táxi. - Falei correndo e chamando um táxi feito uma doida com uma mão. - Vem! - O puxei pela mão quando finalmente conseguimos um.

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Más notícias.

Eu não tenho nenhum capítulo pronto e eu estou completamente sem ideias, mas por favor, não me matem!

Eu também estou com pouco tempo, quase não entro no computador, vai ficar bem difícil pra postar e escrever D:

Mas eu vou tentar, juro!

Bjs


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