A Marriage? escrita por Anne Sophie


Capítulo 8
Capítulo 8 - Dance with me.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! O meu monólogo vocês já sabem, lá em baixo :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168148/chapter/8

Estava com a cabeça apoiada no vidro do táxi observando o trânsito com uma cara de tédio. Já estava parada naquela avenida fazia uma hora e eu aposto que o motorista deveria estar muito feliz com a grana que ia receber da corrida. Bufei. Já havia feito de tudo pro tempo passar, brinquei até de "eu fui na ponte"* com Poseidon, só que não deu muito certo porque ele começou a roubar e eu fiquei irritada, então nós brigamos e eu estou assim, sem fazer nada porque eu não quero falar com aquele chato ladrão.

– Julie. - Poseidon me chamou pelo nome falso. Ignorei-o. - Julie. Você vai me ignorar só porque não sabe brincar um jogo bobo? Olha, se não sabe brincar não desce pro playground.

Eu tive que segurar o riso com essa frase, mas nem me virei para falar com ele. Ele suspirou exasperado e quase o imaginei girando os olhos incrivelmente verdes.

– Olha, se você não falar comigo eu juro que saio desse carro e vou voltar a pé pra casa. - Ignorei-o, é claro que ele não iria fazer isso, estávamos muito longe do Empire State, além dele poder aparecer lá num estalar de dedos.

Mas não foi isso que aconteceu. Eu ouvi ele murmurar algo como "minha parte da corrida" para o taxista e logo em seguida abriu a porta do carro e a fechou, indo embora por entre os carros.

– Mas o quê que aquele idiota pensa que está fazendo? - Berrei dando um susto no taxista. - Oh, me desculpe, aqui, a minha parte da corrida.

Abri a porta do carro sem nem me importar com os resmungos do taxista e saí correndo no meio da rua atrás do infeliz ser subaquático que me deixou sozinha. Depois de um tempo correndo avistei sua cabeça enorme de cabelos pretos.

– Poseidon! Volta aqui agora. - Ele apenas continuou andando fazendo um gesto com a mão do tipo fala-com-minha-mão super infantil, me deixando ainda mais irada. - Poseidon eu não vou falar de novo! Volta aqui! É no três!

Ele me ignorou novamente e subiu na calçada, enquanto eu estava no rastro dele.

– Um...

Ele começou a assobiar uma música aleatória, apressei o passo.

– Dois...

Ele apressou o passou mexendo a cabeça ainda assobiando.

– TRÊS!

Não deu nem tempo dele raciocinar, pulei nas suas costas fazendo-o cair de cara no chão na frente de várias pessoas.

– Atena, você acha que tem o que na cabeça? Titica de cavalo? - Ele berrou no meu ouvido tentando se levantar comigo nas suas costas.

– Você saiu do táxi do nada e ainda por cima me ignorou TRÊS vezes! Merece mais que isso. - Enfatizei o "três" e ele bufou, se levantando. Eu ainda estava pendurada nas suas costas. Agarrei no seu pescoço com mais força para não cair.

– Você quer me matar sua maluca? Está me enforcando, e dá pra sair daí ou fica difícil? - Ele bateu na minha mão e eu afrouxei o aperto.

– Fica difícil.

– Então eu vou ter que tomar uma medida drástica.

Ele segurou as minhas pernas e começou a correr pela calçada, desviando das pessoas bruscamente, me fazendo quase cair todas as vezes - que foram várias -, enquanto eu berrava que nem uma desesperada.

– ME SOLTA! ME SOLTA! - Eu berrava cada vez mais, e ele só ria e apressava o passo, me fazendo berrar ainda mais.

– Você está vendo o que é bom pra tosse! - Ele riu mais ainda quando pulou um banquinho de uma praça, me agarrei com mais força nele.

– Xarope? - Arrisquei num momento de sã consciência e ele gargalhou, me soltando e logo em seguida se jogando na grama que estávamos. Sentei-me ao seu lado, tentando controlar a minha respiração. - Arg, estou morrendo de sede de tanto berrar

– E eu? O que você fez foi só berrar, eu carreguei uma tonelada nas costas rindo! - Olhei ofendida para ele e ele riu.

– Uma tonelada? Mas eu sou magrinha! - Falei fitando minha barriga, ele deu uma gargalhada que quase me fez rir junto. Céus, como é lindo ver ele rindo. O quê? Eu não pensei nisso! Apaga!

– Atena! Você ouviu o que eu disse? - Ele havia falado alguma coisa?

– Hã?

– Eu estava falando com você, sua sem-educação. - Ele bufou e eu revirei os olhos, ajeitando o vestido que eu usava, percebi o olhar dele nas minhas pernas. - Tira os olhos daí.

– Quem disse que eu estava olhando? Mulher psicótica. - Ele falou sério mas depois riu fraco.

– Talvez eu seja mesmo. - Falei baixinho para que ele não ouvisse.

– O que você está planejando fazer? - Ele me perguntou olhando nos meus olhos. Um calafrio percorreu minha espinha com aquele contato visual tão intenso.

– Ué, o meu casamento. Os arranjos, o vestido, maquiagem...

– Eu não estou falando disso. Eu quero saber o depois.

Suspirei e encarei o céu. Eu nem havia pensado direito no que eu iria fazer depois. O básico seria importunar a vida do meu marido, mas será que só vai ser isso? Uma vida irritante e sem amor? Eu não queria isso pra minha vida, nunca quis nem quando eu era solteira.

– Eu só não quero pensar nisso, sabe? O casamento já lotou a minha cabeça totalmente, só estou focada nisso. - Ele assentiu e olhou para o céu.

– E a música?

Olhei para ele meio confusa. Do nada ele vem com essa pergunta quando a gente estava falando sobre o meu futuro pós-casada!

– Que música? - Ele girou os olhos. - Ah! A MÚSICA!

– É, a música, só não berra no meu ouvido, oks? - Ele falou colocando o dedo no ouvido e resmugando. Ignorei-o totalmente.

– Ai, deuses, ainda tem isso! O que eu vou fazer? Eu não tenho tempo pra isso! E não é só a música de entrada, ai que burra, a música de entrada vai ser a marcha nupcial, dã. Mas e a valsa? O que eu faço Poseidon, você é meu Padrinho, diga alguma coisa seu inútil! - Parei de falar arfando e o olhando entre o desespero e a raiva, ele apenas se sentou na grama e disse:

– Vamos deixar as músicas da festa com Apolo, já a valsa, aliás, você sabe valsar? - Ele me perguntou. Eu neguei. - Então a valsa eu te ensino.

Se eu estivesse comendo ou bebendo alguma coisa e fosse mortal eu já teria morrido engasgada, eu juro. Quando ele disse aquilo só faltou eu sair rolando no chão de tanto rir. Ele olhou para o ser que estava tendo um ataque de riso, vulgo eu, e fechou a cara, com o ego ferido.

– Que é? Eu sou um ótimo dançarino, ok? Pergunte só para os outros deuses? Eu tinha que valsar em quase todos os bailes que eu ia, então eu sou veterano nessa área. - Ele contra argumentou, tentando se reanimar, enquanto eu ria cada vez mais.

– Aham, sei. - Falei depois de alguns - vários - minutos rindo. Ele me olhou sério.

– Então vai ficar sem valsa. - Ele já foi se levantando quando eu segurei sua mão, fazendo um choque perpassar por todo o meu corpo.

– Ok, eu aceito suas aulas de dança, professor Poseidon. - Falei tentando ignorar o que eu senti segundos antes. - Mas não é pra cobrar nada, entendeu? Já é uma dádiva me ter como aluna

Ele riu da minha vanglória e me olhou cético, quase sarcástico, me deixando um pouco irritada.

– Veremos. - Disse todo misterioso.

Depois me puxou pela mão, me fazendo obviamente levantar e quase colou nossos corpos. Pegou minha mão e a levou até o seu ombro, a outra unida a sua e segurou minhas costas um pouco acima da cintura, mas não sem antes pegar o celular e colocar uma valsa para tocar.

– Mas, Poseidon, aqui no parque? - Perguntei toda confusa por causa do gesto repentino, além de estar incrédula por Poseidon ter uma valsa no celular.

– É, aqui mesmo. - E começou a me guiar.

Primeiro ele me ensinou a contagem. Um, dois, três. Um, dois, três. Mas não estava dando certo, toda hora eu queria comandar, o que era errado, já que o homem quem comanda na valsa - muito machista, verdade -, além de eu ter pisado no seu pé umas quinhentas vezes e ter pedido desculpas ainda mais.

Mas depois de um tempo eu me acostumei. A vergonha passou e eu nem ligava para as pessoas que estavam assistindo, estava apenas concentrada no momento. Poseidon se mostrou um ótimo professor, sempre me apontando os erros, mas logo em seguida mostrando o certo, sem ficar fazendo piadinhas. E ele tinha razão, era um ótimo dançarino, parecia que flutuávamos, quase não sentia meus pés no chão. Fazíamos movimentos harmoniosos e sincronizados, como se fôssemos profissionais, enquanto nos olhávamos nos olhos, me deixando quase sem fôlego.

A música acabou e nós paramos, ouvindo nossas respirações fortes. Mas o que não esperávamos ouvir foi o som dos aplausos e de vozes pedindo mais. Olhei em volta e vi que eram muitas pessoas, muitas mesmo. Senti-me ruborizar e instintivamente escondi o rosto no ombro de Poseidon, o fazendo rir.

– Viu, você aprendeu direitinho. Acho que achamos até a valsa pra tocar, que tal? - Eu olhei em seus olhos e sorri acanhada, o abraçando. Ele retribuiu logo em seguida.

Seu abraço era bom e aconchegante, me fazendo aninhar nos seus braços imediatamente, e seu cheiro incomum de mar era deliciosamente viciante, me fazendo querer ficar perto dele cada vez mais.

– Obrigada, professor e padrinho! - Pisquei o olho depois de me separar de leve dele. - Agora a gente tem que ir, mas sem imprevistos e fugas, entendeu mocinho?

– Sim senhora! - Ele riu e fez o gesto com a mão indicando "sim, capitã!", me fazendo rir também. Agradecemos às pessoas e chamamos um táxi, entrando nele logo em seguida.

O tempo estava acabando e eram coisas demais para resolver, emoções demais para conviver. Eu estava literalmente perdida.




X____________________________________________________

Oi pessoas lindas, tudo bem com a vida de vocês?

Ei, você aí, nem pense em atirar esse martelo!

Eu sei, você devem estar "p" da vida comigo, né? Eu sei, até eu estou comigo x.x

Olha, já era pra eu ter postado faz um tempinho, mas eu estou com a vida muito cheia, quase não tenho tempo pra escever, então eu vou fazer de tudo pra postar, ok?

Ah, *eu fui na ponte, é aquele jogo que você faz quando está com um tédio tão grande que pode ir até a exosfera - viu fessor, eu to prestando atenção na aula, apesar de você sempre reclamar que eu falo muito - onde você fala "eu fui na ponte e levei uma banana", por exemplo, aí a outra pessoa fala isso tudo mais a banana e fala outra coisa, sempre repetindo e aumentando o número de coisas pra se levar. Ok, ficou confusa a explicação, mas é o máximo que eu tenho pra explicar!

Então até os reviews - só escrever algo na caixinha linda, atraente e excitante ali em baixo - ou até o próximo capítulo! :DD

Bjs



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!