A Marriage? escrita por Anne Sophie


Capítulo 21
Capítulo 22 - Wicked Mind.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOIIIIIIII PERSONAAASS!!!
Cheguei!



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 Acordei ouvindo vozes distantes. Mesmo com os olhos fechados eu tinha a sensação de que tudo girava, me dando vertigens. Meus sentidos voltaram a se aprimorar e eu sentia um gosto metálico na boca, quase parecido com o gosto do sangue. Era o gosto de quando se passa muito tempo dormindo.

 Abri os olhos assustada pela falta de noção de tempo. Aquela horrível sensação de não saber se é dia ou noite ou o ano e o dia em que está. A claridade me cegou e fez minhas vistas queimarem, gemi de dor e protesto.

 Ergui meu corpo preguiçoso me apoiando pelos cotovelos, abrindo meus olhos de vagar para não que não fossem machucados novamente. Quando eles  finalmente se adaptaram, me vi em um quarto de paredes azul bebê e móveis de madeira escura, que faziam contraste com os portais brancos das portas, anelas e varanda.

  Lentamente fui tentando me levantar e quando o fiz o farfalhar de diversas camadas de tecido me fizeram olhar para minhas vestimentas. Eu estava usando o meu vestido de casamento.

 Arquejei assustada e corri para o espelho mais próximo, que ocupava a altura de uma parede. Olhei para o reflexo e me vi devidamente arrumada para o evento. Meu vestido, apesar de eu ter estado dormindo por tempo indeterminado, não possuía nenhum amassado e meus cabelos estavam presos em um elaborado e trançado coque. Uma tiara trançada com algumas pedras pousava sobre minha cabeça e segurava acima do coque um enorme véu que ia até depois da barra do meu vestido.

 Encarei atentamente o meu rosto, vendo o quanto eu ficava diferente usando aquela coisa pegajosa que eu tanto odiava, maquiagem. Eu arriscaria em dizer que eu até que estava bem bonita.

 - Você está muito bonita, minha irmã. – Ouvi uma atrás de mim e me virei rapidamente para a direção de onde  se propagou. Afrodite deu um sorriso afetado.

 Ela estava realmente bonita com o seu vestido azul brilhante como a noite. Era um tomara-que-caia com uma fenda lateral na altura do joelho. Além disso, ela trajava luvas brancas até os cotovelos e seu cabelo estava penteado para trás, cheio de volume. Parecia uma pin-up. 

 - Há quanto tempo estive dormindo? – Foi pra primeira coisa que pronunciei depois de acordar, assim minha voz saiu rouca pela falta de uso.

 - Depende. Dormir mesmo você estava normalmente, seu cérebro que estava desligado. Você comia, bebia, tomava banho, mas só com ordens minhas. – Ela foi andando até a cama e se sentou nela, tomando cuidado para não amassar suas vestimentas.

 - Você me fez de marionete? – Perguntei extremamente chocada. Como os outros deuses não perceberam algo estranho? – Como ninguém percebeu?

 - Bem simples. A desculpa de que Zeus foi um boboca com você calou a boca de todo mundo. – Ela deu de ombros. Fechei meus punhos e contei até dez puxando fortemente o ar por entre meus dentes. Nada adiantava para acabar com a minha raiva.

 - Você é uma louca, paranóica! Sua cara de pau não arde, não? – Falei em alto tom, enquanto andava de um lado para o outro. – Primeiro você não me conta a verdade sobre tudo, depois me faz dormir e engana a todos me colocando num estado vegetativo ambulante e ainda por cima me tranca em um quarto. Você tem probleminhas?

 Parei de tentar criar um buraco no chão e freei meus pés, encarando-a firmemente. Minha respiração era tão alta que podia ser ouvida por todo o quarto. Afrodite se levantou calmamente da cama e veio até a mim devagar, colocando uma mecha solta do meu penteado atrás da minha orelha.

 - Eu realmente não que fosse assim, Atena. – Ela segurou minhas mãos com força, me impedindo de me livrar do seu toque. – Você não percebe que é somente feliz perto de Poseidon? Só ele pode tirar esse peso de cima dos seus ombros. Além disso, eu levei tanto tempo para juntá-los...

 Então eu realmente entendi o que ela queria dizer. Afrodite não se importava com a minha dor, pelo que eu passei e muito menos se eu realmente amo Poseidon ou não. Ela só quer se livrar do trabalho de ter que juntar a mesma droga de casal de novo, se ela conseguisse. Livrei-me bruscamente das suas garras.

 - Você é uma falsa! Tão ridícula quanto Zeus! – Berrei a plenos pulmões. Ela me olhou afetada. – É isso que você quer, não é? Menos trabalho, já que passou eras tentando nos juntar, mas agora que está vendo  todo o trabalho que teve indo por água abaixo não quer ter o fardo de mais de milênios de novo!

 Afrodite abriu e fechou a boca diversas vezes, enquanto piscava os olhos com força. Sem respostas, era isso. E como diz o ditado, quem cala, consente. Ela bateu as mãos nas pernas em frustração.

 - Eu só quero o seu bem, Atena! – Ela respirava tão forte quanto eu. – E eu só vejo o seu bem no altar, te esperando, muito gato e vestindo um smoking só para você. Será que você não entende que está perdendo a oportunidade da sua eternidade?

 - Não se trata de oportunidade! – Berrei de novo, ainda mais alto. – Se trata do meu coração, meus sentimentos. Fui enganada por todos, não posso me casar com um mentiroso!

 - Você vai entrar agora naquele altar! – A deusa do amor explodiu, me segurando com força pelo braço e me arrastando até a porta. Finquei meus pés no chão na tentativa de não sair do quarto. – Você querendo ou não.

 - Eu não vou! – Comecei a berrar e lágrimas teimosas começaram a cair pelos meus olhos. Lágrimas de raiva e desespero.

 - Você vai sim! – O aperto sobre meu braço se tornou mais intenso. Considerei até a hipótese de Afrodite quebrá-lo, mas eu não sairia do lugar de jeito nenhum.

 - Para Afrodite. Você NÃO é a minha mãe! – Gritei e a empurrei. Assustada por causa do empurrão, ela afrouxou o aperto e caiu para um lado, enquanto eu encontrava o chão do lado oposto. Encarei seu rosto magoado.

 - Sei que não sou. Mas eu sou sua irmã mais velha. – Seu queixo tremeu. – Eu cuidei de você, Atena. Sempre fui eu.

 Suspirei fundo, medindo as palavras para não machucá-la tanto.

 - Você também não é minha irmã, Afrodite. – Seu rosto se contorceu de agonia. – Você nasceu da espuma do mar, não de Zeus.

 - Sei muito bem de onde nasci. – Ela jogou rispidamente as palavras. – Mas sei também que irmãs não precisam ser de sangue. Eu sou sua irmã de coração. Não é?

 Respirei fundo e me encolhi no chão, abraçando com dificuldade os meus joelhos por conta dos inúmeros panos ao meu redor.

 - Eu, eu... – Suspirei profundamente, fechando meus olhos. – Eu não sei mais.

 Abri meus olhos e encarei sua figura sentada no chão de frente para mim. Seu rosto mostrava uma amargura profunda, como se morresse aos poucos. Ela arfou um pouco em busca de ar e se levantou, voltando a se equilibrar nos enormes saltos.

 - Tudo bem, eu desisto. – Ela ajeitou os cabelos. – Não a forço mais a se casar. Mas também quero que morra de arrependimento depois do que eu fizer.

Encarei-a duvidosamente. Depois do que ela fizer o que?

 - Como assim? – Perguntei soltando meus joelhos. Ela me lançou um olhar gélido.

 - Não me interesso que você não vá mais casar. Haverá um casamento você querendo ou não, como eu disse antes. – Ela se encaminhou até o espelho. Fiquei encarando seu reflexo com os olhos arregalados.

 - Você o quê? – Falei me levantando. Ela fez um batom surgir magicamente e começou a passá-lo nos lábios.

 - Isso mesmo que você ouviu. Poseidon se casará agora – Ela deu um sorriso malvado. – E assim minha missão será cumprida.

 - Isso é impossível! – Exclamei desesperada. – Todos vão saber que não sou eu!

 - Bom, isso é o que você pensa. – Ela fez o batom desaparecer. – É uma pena que eu simplesmente consegui uma cópia idêntica a você, não é?

 Ela finalmente se virou para mim e me lançou um sorriso macabro. Eu senti meu queixo começar a tremer e meus olhos saírem de foco, de tão marejados que estavam. Aquela não era a Afrodite que eu conhecia, não mesmo!

 - Ele vai saber que não sou eu! – Eu falei com a voz embargada.

 - Será mesmo? – Ela duvidou extremamente convencida, me fazendo dar um passo para trás.

 - E todos vão saber que isso é uma farsa quando eu sair daqui! – Falei já desesperada.

 - Se você sair daqui, querida Atena. – Ela começou andar até a porta. – O que eu pretendo que nunca aconteça.

 Tentei impedi-la usando meus poderes, mas nada aconteceu. Minha boca se abriu em um “o” de tão surpresa que eu estava. Senti-me fraca na hora.

 - Nem tente, Atena. – Ela disse ainda de costas. Ela andava lentamente até a porta, como se tivesse todo o tempo do mundo. – Essa sala retém todos os seus poderes, e quanto mais tentar usá-los, mais fraca ficará.

 Ela rapidamente virou para trás e levantou a mão. Uma rajada extremamente forte me atingiu e eu bati na parede oposta a porta.

 - Uma pena que só retém os seus poderes querida. – Ela falou calmamente. Comecei a correr até as janelas tentando abri-las. Sem sucesso. – Você está mesmo subestimando a minha inteligência? Acha mesmo que eu iria deixar as janelas destrancadas?

 Ela chegou até a porta. Encarei o pedaço de madeira totalmente desesperada e comecei a correr em direção a ela. Afrodite percebeu minhas intenções e me jogou para longe.

 - Espero que morra de amargura remoendo suas péssimas escolhas! – Ela abriu a porta dramaticamente. – Agora eu tenho um casamento para participar.

 E fechou as portas. Corri até ela e soquei-a, deslizando até o chão. Realmente, a amargura chegou mais cedo e já está me atormentando.

 Só me restou sentar no chão e chorar cada vez mais, enquanto o barulho dos convidados lá fora preenchia o quarto. Eu perderia as duas coisas que eu mais amava: Poseidon e a minha liberdade.

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Eu já disse que adorei essa Afrodite psicopata? Ela é tão dark side!!

Aliás, sintam a eficiência, postei dois dias antes da última atualização!! UHULES O/

O que vocês acham que vai acontecer com nossa pobre e tola Atena? Quero saber a opinião de todos! 

Minha mente já está bolando um final...

Em falar em final, provavelmente o último capítulo será o próximo, mas estou pensando em fazer um capítulo extra só pra deixar você felizes.

Ah, e só pra acrescentar, não vai ter hot. Sou uma pessoa muito pura pra escrever safadezas e alguém tem que limpar essas mentes sujas que pedem por algo para maior de 18, tsc tsc

ASUAHSUAHSUASHASHUASHUASHASH

Bom, só constando, esse capítulo foi dedicado à Coruja do Nico, pela incrível recomendação! Muito obrigada! Ah, adorei sua foto de perfil, eu amo o House :DDD

Sem mais delongas, até o próximo cap.!

Ah, e por favor, me mandem reviews e quem sabe uma recomendaçãozinha? Faz bem pra autora aqui!

Bjs


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