– Como é que é? – Três rostos assustados viraram em minha direção.

 Afrodite soltou um arquejo e se apoiou com força em uma das mesas para não cair. Suas pernas pareciam varas de bambu. Poseidon me olhava embasbacado enquanto meu pai me encarava apavorado.

 - Então, podem continuar, vai ser até mais fácil comigo aqui, não vão precisar esconder nada. – Magicamente uma cadeira veio ao meu encontro e sentei calmamente nela. – Prossigam.

 Algo no meu tom de voz os fez rapidamente se focarem uns nos outros.

 - Viu, Zeus, agora ela já sabe. – Poseidon falou apontando em minha direção, suas mãos tremiam. – Temos que contar o resto.

 - Eu não posso. – Meu pai falou forçando os punhos. Ele respirou fundo tentando se controlar

 - Nem precisa, eu já sei o que você fez, mesmo. – Ele me encarou surpreso. – Nem faça essa cara, eles já haviam dito isso. Aliás, nem olhe para mim.

 O Senhor dos céus fez uma cara como se tivesse levado mil facadas no peito. No momento a presença de Poseidon e Afrodite era irrelevante.

 - O que você fez com todos aqueles seres foi repugnante, indigno. Sabe disso. – Falei me encaminhando até ele. – Mas ao contrário de se redimir de uma maneira correta, você vai lá e coloca a sua filha em jogo, mandando-a se casar com um completo estranho! – Apontei para Poseidon enquanto o mesmo fazia uma careta.

 - Mas eu... – Interrompi meu pai erguendo a mão. Sei que quem manda em tudo é ele, mas estava no meu direito.

 - Mas você nada! O seu trono, o seu poder é sempre mais importante, sempre! – O encarei furiosa. – Você e essa ganância deveriam afundar no Tártaro.

 O ar começou a ficar mais frio e elétrico. Os pêlos em minha nuca se eriçaram e o barulho de trovões se tornou constante. Zeus parecia a ponto de explodir em eletricidade.

 - Você ainda vai agradecer por eu ter feito isso, Atena. – Zeus me ameaçou. E logo em seguida saiu espetaculosamente explodindo em uma luz cegante, que durou por alguns minutos.

 - Nossa, ele se superou. – Poseidon falou com um claro tom de alívio.

 - Ah, quase me esqueci que vocês estavam aí. – Falei sorrindo falsamente para os dois. Meu querido namorado sorriu alegremente para mim, enquanto a deusa do amor me olhava desconfiada. – Eu precisava falar aquilo, estava entalado.

 Comecei a caminhar em direção a Poseidon, que abriu os braços já querendo me envolver em um abraço apertado e assim aconteceu.

 - É uma pena que ele não é o único culpado. – Falei sussurrando em seu ouvido e logo em seguida dei uma joelhada nos seus países baixos, o fazendo me soltar imediatamente e cair no chão, rolando de dor. – Seu cachorro!

 - Atena! – Ele choramingou, com as mãos na área. Afrodite encarava a cena chocada.

 - Isso foi por ter escondido de mim por todo esse tempo. – Falei me recompondo. – Sabe quanto sofrimento eu poderia ter poupado?

 Não obtive respostas, apenas gemidos.

 - Espero que esteja sofrendo como eu sofri, babaca. – Comecei a andar. – Ah, eu esqueci, disso aqui também.

 Fui para perto dele e dei um chute em suas costelas do lado direito, o fazendo berrar e se encolher em posição fetal.

 - Agora sim. Aliás, está tudo acabado entre nós, tudo bem, querido? – Saí andando e vi uma Afrodite começar a me seguir. – Agora não, eu já estou por aqui com você e esse aí vai precisar de muita ajuda pra se recompor.

 - Mas Atena! – Afrodite exclamou batendo as mãos em seus jeans.

 - Aproveita e faz umas compressas de água quente pra ele para colocar naquele lugar, se é que me entende. Ou chama Apolo, sei lá, pra mim quanto mais tempo ele sofrer, melhor. – Dei de ombros e saí andando.

 Quando eu pisei no corredor eu desabei. Comecei a chorar tudo o que eu tinha prendido naquela sala. Chorei de ódio e de tristeza. Então o mínimo que eu fiz foi recolher minhas insignificâncias e aparatar no meu quarto, me jogando na cama e chorando até adormecer.

 Acordei com uma melodia ecoando pelo meu quarto. Franzi o cenho, tanto incomodada pela música como pela dor de cabeça que me atingia depois de tanto chorar. Olhei ao meu redor e vi que a música provinha de um calendário mágico que foi me dado por Apolo, no Natal. Ele era bem útil, ela como um alarme, que tocava nos dias que marcássemos como importantes.

 Caminhei meio zonza até a minha penteadeira, que era onde estava o bendito calendário, e o peguei, fazendo imediatamente a música parar de tocar. Fiquei olhando para o dia de hoje, vendo em letras garrafais e vermelhas uma incômoda frase.

  “2 dias para o casamento.”

 Fiquei surpresa em como eu consegui ajeitar tudo para um casamento em tão pouco tempo. Pena que no fim todos os meus esforços foram inúteis.

 Suspirei fundo e com um xis decidi que aquele dia no calendário estava acabado. Andei até a porta e tranquei-a, não estava com cabeça para blábláblás de ninguém. Decidi examinar alguns dos projetos de Annabeth, ela sempre os enviava para mim.

 Eu sempre me surpreendia com o talento da minha filha. No futuro ela poderá ser comparada a Dédalo. São projetos incríveis, realmente ela me puxou, tanto na aparência quanto na habilidade.

 Uma pena ela ter se apaixonado por Percy, aquele Cabeça de Alga insuportável, uma cópia idêntica do pai. Os mesmos cabelos, os mesmos olhos, o mesmo tom bronzeado de pele...

 No fim eu me peguei suspirando, imaginando Poseidon do meu lado, me mandando largar os meus projetos para dá-lo atenção, ele fazendo aquele biquinho, completamente emburrado por eu ter lhe dado um passa-fora.

 Balancei a cabeça fortemente, tentando ao máximo afastar aqueles pensamentos. Como sou burra! Eu tenho que parar de pensar nele! Droga, droga, droga!

 Batidas na porta me fizeram pular da minha cadeira, me fazendo reprimir um grito. Fiquei encarando a porta até que a pessoa insistiu, batendo nela de novo.

 Atendo ou não? Se eu atender, a pessoa – que provavelmente é Afrodite – vai ficar no meu pé o dia inteiro, coisa que eu não quero. Se eu não o fizer, não vou ter ninguém na minha cola. Perfeito.

 Decidi tomar um banho bem longo, até eu terminá-lo a pessoa chata que está me perseguindo já terá desistido. Peguei uma roupa qualquer no closet e rumei ao banheiro, tomando um merecido e relaxante banho na minha banheira.

 Acordei assustada e debatendo meus braços, fazendo a pouca espuma e muita água saírem da minha banheira. Eu dormi no banho? Perguntei a mim mesma. Minha pele estava mais enrugada que uma passa velha.

 Saí da água e me enxuguei colocando a roupa logo em seguida. O espelho estava embaçado, então não pude ver meu reflexo. Quando eu abri a porta do banheiro me deparei com Afrodite e Ártemis puxando o manequim que vestia o meu vestido de casamento para o centro do meu quarto.

 - O que vocês pensam que estão fazendo? – Perguntei em voz alta. As duas bateram a cabeça pelo susto e gemeram de dor. – Falem logo!

 Elas se ajeitaram, mas permaneceram em silêncio. Dei a volta pelo quarto até a minha cama, me sentando lá. Elas só me acompanhavam com os olhos.

 - Você sabia que seu casamento é amanhã? – Afrodite me perguntou com uma voz aguda e estridente que fez meus ouvidos doerem. E pelo visto os de Ártemis também.

 - Sei. E eu também sei que não vai ter mais casamento também. – Falei calmamente. Os olhos de Afrodite se esbulharam e Ártemis a olhou como se ela fosse explodir.

 - Como assim? – Ártemis fez a pergunta. – Atena, eu fiz esse vestido a mão, Pedra por pedra, linha por linha. Não admito que você vá fazer desfeita.

 - Sinto muito Ártemis, motivos maiores requerem conseqüências maiores. – Falei tentando dar um ponto final na história. Eu não vou me casar, está decidido!

 Estava um silêncio absoluto naquele quarto, até que começamos a ouvir um rosnado, tipo de um poodle. Olhamos para Afrodite e era justamente dela que vinha o barulho. Seus olhos brilhavam em tom vermelho vivo e seus cabelos dançavam no ar, apesar de não haver vento nenhum. Ela estava quase se transformando na sua forma divina.

 - Afrodite... – Falei tentando adverti-la, mas ela nem me deu tempo de terminar a frase, pulando em cima de mim e agarrando meus ombros brutalmente, sacudindo-me como se eu fosse um bicho de pelúcia.

 - Escuta aqui. – Ela falou em uma voz cheia de poder, óbvio que ela estava usando o charme, seu poder favorito. – Eu não me esforcei tanto pra você fazer a pior coisa da sua vida além de nascer. Eu não suporto quando você tenta agir somente com a razão, eu não suporto!

 - Mas eu sempre ajo com razão. – Falei com a voz trêmula por ainda estar sendo sacudida. Eu não ia me render ao charme dela, não ia. Ela parou de me sacudir me apertou meus braços com uma força descomunal. Podia sentir suas unhas enterrando em minha pele, fazendo a região arder.

 - É por isso que eu te odeio. – Ela falou num berro. Eu arregalei meus olhos com tamanha afirmação. – Aprenda a usar o coração um pouco, seu iceberg!

 Ela saiu de cima de mim e pude ver que de sua pele saía fumaça e que minhas roupas estavam chamuscadas. Ártemis olhava tudo extremamente chocada, até que Afrodite a olhou.

 - Hora de colocar o plano em ação. – Eu não sabia se Afrodite estava usando o charme ou não, mas Ártemis a atendeu prontamente indo tirar o vestido do manequim.

 - O que pensa que vai fazer? – Perguntei um pouco assustada. Aquela Afrodite era realmente psicótica, e eu não estava gostando nem um pouco dela.

 - Vai ter casamento, você querendo ou não. – Ela falou e pude sentir minha cabeça concordar. Eu estava cedendo ao charme, droga!

 - Como assim? – Perguntei meio abobalhada, minha mente se confundindo. Atrás de Afrodite pude ver Ártemis tirar todo o vestido do manequim e vir andando até a mim, sua cara revelava um arrependimento tardio.

 - Você verá em breve. – Afrodite falou e sorriu macabramente. – Agora durma.

 Nem senti minha cabeça cair na cama quando entrei no mundo de Morfeu.

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Muahahahhahahaha 

Afrodite locona, meu! Pirou nas batatinha tudo!

ASHASUAHSUASHASUAHSAUHSUASHAUSH

Oi gente, tudo bem?

Comigo tá tudo bem, hehe

Olha, quero pedir desculpas por ter demorado a postar, é que esse capítulo foi o mais difícil que eu escrevi na minha vida, to escrevendo ele desde que eu postei o capítulo anterior! E eu, pensando "Opa, vou escrever antes pra postar antes, como sou esperta!" acabei levando meses pra terminar de escrever e postar --'

Que autora de bosta eu sou... x.x

Enfim, acho que a fic acaba daqui a dois capítulos, depende do meu humor...

AUAHUHAUSHAUSHAUSA

Beijinhos procês e até mais vê!

P.S.: REVIEWWWWWWWWWWS E RECOMENDAÇÕES, PLEEEEASE!!!