A Marriage? escrita por Anne Sophie


Capítulo 22
Capítulo 23 - How to escape?


Notas iniciais do capítulo

OiOi genteeeeiin!
Vamo que vamo que o circo tá pegando fogo!!



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É incrível como nos momentos de tristeza você faz uma retrospectiva da sua vida. O problema é que nessas horas você só se lembra das besteiras que fez, acabando ainda mais com o seu humor. E é exatamente isso que eu estou fazendo.

Sim, eu sei. “Atena, você deveria estar procurando uma saída”, “Atena, sua fracassada, não corre atrás dos seus sonhos” ou “Atena, você é uma anta por estar deixando um cara perfeito no altar. E mais, esse cara vai se casar com uma cópia sua” eram frases que rodeavam a minha cabeça. As Atenas interiores estavam me dando uma enxaqueca.

Eu até acharia que essa Atena número dois seria um blefe de Afrodite, mas aquela cara que ela fez não me era duvidosa. Trancar-me aqui e criar um clone era um passo, mediante as suas loucuras.

Respirei fundo e passei as mãos sobre meus olhos para enxugá-los, sem me importar com a maquiagem. Levantei do chão e comecei a procurar no armário alguma coisa que pudesse me ajudar a fugir dessa prisão.

No guarda-roupas não tinha nada, apenas um cabide; o banheiro também estava limpo. Eu estava começando a ficar nervosa, o tempo ia passando e eu não tinha noção das horas. As vozes do lado de fora aumentavam, me deixando ansiosa.

Procurei embaixo da cama e tentei abrir as janelas novamente, sem sucesso. Bati em minhas coxas demonstrando frustração. Até que eu avistei o criado-mudo. Corri até ele desesperada e comecei a abrir as gavetas, todas vazias. Então eu percebi algo de diferente na última: quando eu a abri ouvi um barulho de algo correndo na madeira, apesar de ela se encontrar vazia.

Meu coração falhou uma batida. Será que tinha um fundo falso? Arranquei a gaveta com força e soquei seu fundo fino, mostrando outro fundo quase imperceptível. Lá dentro estava uma chave dourada e cheia de detalhes. Minha vontade de chorar se fez presente e eu segurei o objeto em minhas mãos como se minha vida dependesse dela, literalmente.

Corri até a porta e depois de três tentativas frustrantes eu finalmente enfiei a chave no segredo, porém ao girá-la ela não movia. A chave simplesmente não servia. Minha respiração começou a falhar e meus olhos ficaram embaçados.

Reprimi a vontade de chorar jogando minha cabeça para trás. Depois de respirar fundo e me recompor, fui até as janelas e tentei abri-las uma por uma, todas falharam. Já sem esperanças e pensando que a chave era da porta do banheiro, andei até a porta da varanda e fiz o repetitivo movimento de colocar a bendita chave na droga da fechadura. E a bendita girou.

Sim, eu encarava chocada o movimento das portas que estavam abrindo para fora, revelando finalmente a paisagem e o ar puro. Controlei-me para não correr até o fim da varanda, pois Afrodite poderia estar vigiando. Fechei as portas e comecei a andar pelo quarto tentando arrumar um plano infalível.

O recinto onde eu estava deveria ser no quarto andar e pela distância da varanda até o chão uma queda não seria nem um pouco legal. Eu devia ter em média uma hora até o começo do casamento, então eu deveria ser rápida.

O primeiro passo foi bloquear a porta com uma cadeira, caso Afrodite quisesse aparecer. Comecei a procurar nas cômodas algum objeto útil, mas só achei dois lençóis e duas toalhas. Olhando para aquelas peças um plano começou a se formar em minha mente.

Adentrei no banheiro apressada e recolhi as quatro toalhas de banho que estavam lá, por motivo desconhecido. Depois eu arranquei a roupa de cama e a colcha. Habilidosamente comecei a fazer nós fortes enlaçando uma peça na outra, formando uma grande corda.

Engatinhei até a braçada da varanda e amarrei uma das pontas da “corda” nela, jogando o resto para fora. O vestido não ia ajudar em nada, mas eu não tinha outra coisa para vestir. Porém tudo começou a dar errado novamente quando eu vi que a corda não chegava nem perto do chão.

Suspirei transtornada e puxei os lençóis de volta. Eu não tinha mais nenhum pano para amarrar. Então uma teoria louca começou a se formar em minha cabeça: e se só o quarto retém a minha magia? Será que posso aparatar da varanda?

Tentar não custava nada. Concentrei-me, mas tudo o que eu senti foi uma pontada horrível na cabeça, que me deixou tonta e me fez cair no chão. Provavelmente Afrodite encobriu todo o perímetro dessa ala, evitando qualquer fuga minha.

Agarrei-me à braçada e me levantei, tentando mandar a tonteira pra longe. Foi aí que eu avistei o tapete salvador de sonhos. É por isso que eu amo tecer! A tapeçaria era enorme, maior que a cama. Com dificuldade consegui tirá-la debaixo dos móveis e puxei-a para perto. Ela era grande, mas não grande o suficiente.

Fiquei pensando um pouco abraçada ao tapete, até que veio uma idéia dolorosa em minha cabeça. Um tapete grande não daria, mas dois sim. Eu infelizmente teria que cortar o objeto no meio. E com uma força descomunal eu parti as linhas, fazendo-o se dividir, no fim tendo dois tapetes.

Tratei de amarrá-los na corda e o alívio me apossou quando eu vi que elas chegavam perto do chão. Ao longe eu podia ouvir os burburinhos diminuindo enquanto o pôr-do-sol pintava tudo de vermelho, laranja e rosa. E foi com essa paisagem que eu me vi fugindo de um quarto por uma corda de lençóis feita por mim mesma. Me senti a Rapunzel, porém sem o cabelo longo.

Mas o momento princesa e glamour passou quando eu percebi o meu novo medo de altura, ou meu novo medo de estar agarrada a uma corda que não parava de balançar a mais de 10 metros do chão. Maldito pé direto alto! Realmente eu não nasci para esportes radicais.

Tentando superar o meu medo, tratei de mover meus braços que pareciam congelados e depois de algum tempo eu estava finalmente em terra firme, com minhas mãos todas assadas e machucadas. Como eu não tinha tempo para reclamar da dor, saí correndo em direção ao casamento, que iria ser realizado no pátio principal do Monte Olimpo.

Ao longo do caminho eu conseguia notar a decoração que eu tinha escolhido a dedo, tudo estava do jeito que eu queria, a iluminação, os detalhes, as flores de Perséfone, tudo. Eu estava a uns quinze metros da área da cerimônia quando eu ouvi a música que seria para a minha entrada. O meu fôlego queria me deixar para trás, mas a minha vontade superou e eu corri ainda mais, tentando chegar pelo menos antes do sim.

- Parem esse casamento! – Berrei esbaforida. As musas pararam de tocar e eu vi todos os olhares direcionados a mim. O silêncio tomando conta do local.

Minhas bochechas tornaram-se rubras quando levantei a hipótese de estar totalmente descabelada e com a maquiagem borrada. No altar eu vi Poseidon com os olhos arregalados e a confusão explícita em sua face.

Afrodite levantou subitamente com sua pequena bolsa em mãos e veio ao meu encontro rebolando, seus saltos fazendo um barulho seco e irritante contra o chão. Meu sangue gelou com a possibilidade dela me trancar naquele cômodo de novo.

Ela chegou perto de mim e me puxou pelo braço, me levando para um local afastado. Eu infelizmente não tinha mais forças para resistir, então me deixei levar pela mulher psicótica já prevendo o meu fatídico fim.

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MUHUHUHUHUUHUH

E este foi o penúltimo capítulo da trágica história de Atena.

 Oh, e como será o final, Anne Sophie?

 EU NÃO SEI! Mentira, sei sim. Mas não vou contar pra ninguém, morram de curiosidade.

 E já avisando: a fic terá um epílogo. E antes que me perguntem, não, não terá conteúdo para maiores de dezoito anos porque eu sou muito pura para escrever safadezas. Mas eu acho que vocês vão gostar dele :D

 Então o capítulo final não será de fato o final! TCHANRAN!

 Ah, e eu gostaria de agradecer a PercabethS2 pela maravilhosa recomendação repleta de crítica construtiva. Muito obrigada pelos elogios e avisos de erro gramatical. Muitas vezes eu tenho que postar com pressa e não dá tempo de revisar o capítulo. Então, muitíssimo obrigada!

E eu também queria pedir desculpas por ter demorado a responder os reviews dos dois capítulos anteriores, infelizmente eu estava muito ocupada com as provas e ENEM, não tive muito tempo para tocar no computador.

Então, é  isso pessoar!

 Até breve e não se esqueçam dos reviews ou de até uma recomendaçãozinha para a autora aqui que gosta muito de conversar com os leitores!

Bjs

P.S.: Descobri que a palavra escapar é muito estranha, mesmo repetindo poucas vezes.

P.S.: Sim, tenho a mania de repetir uma palavra até ela soar estranha aos meus ouvidos, ok? Ok.


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