Diário De Cris Sulivan escrita por Bri


Capítulo 8
6. Óculos?




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SEGUNDA-FEIRA PRIMEIRO DIA DE ALULA, 5 DE JANEIRO

Acordei antes que o despertador tivesse a chance de tocar — uma coisa muito rara de acontecer. Mas isso só aconteceu porque eu estava nervosa para o primeiro dia de aula e porque também tinha dormido cedo, já que ontem eu não quis descer para jantar. E para falar a verdade assim que eu tomei aquele banho de água fria vesti o meu pijama e fiquei dentro do quarto organizando as minhas coisas para hoje.

Levantei com muita preguiça da cama e andei ate a janela para deixar entrar um pouco de luz do começo da primavera, a estação do amor para os animais. Quando abri a janela Melane vi apenas umas construções simples e nada de montanhas ou faróis como demonstra algumas histórias de colégios internos.

Tédio.

Depois de olhar essa paisagem nada feliz fui andando para o banheiro e quase me assustei com o meu próprio reflexo Melane, da para acreditar? Eu estava parecendo um monstro com olheiras enorme, o cabelo parecendo um ninho de cobra e aquela espinha na minha testa tinha ficado maior e mais vermelha.  Nada como você se assustar consigo mesma para começar o dia com o pé esquerdo — ou é o direito Melane?

Não importa.

Penteei o meu cabelo todinho antes de entrar para debaixo do chuveiro e não me importava que algumas pessoas — exemplo mãe — dissessem que isso acabava o meu calo, afinal ele era meu. E quem ia ter o trabalho de desalinhar era eu.

Felizmente a água do chuveiro tava quente e não era aquele quente morno, mas sim aquele quente que faz com que sua pele ficar vermelha e isso tudo na graças de deus e forças divinas abençoadas dele Melane, pois eu não ia agüentar outro banho gelado nessa hora.

Vesti o uniforme que tinha separado para hoje — camisa branca sem manga, suéter cinza, gravata xadrez verde com preta, blazer verde escuro e calça social cinza flanela — melhor do que a saia — e para finalizar um all star verde claro, o meu preferido.  Fui para frente de o espelho ver como eu ficava com aquele uniforme depois de bastante tempo sem usá-lo. E meu deus Melane, eu parecia uma pessoa seria e responsável.

É, as aparecia realmente engana mesmo as pessoas.

Assim que acabei de me arrumar peguei a minha mochila e desci as escadas infinitas. Porque eu tinha que ficar no quarto 71?

 Quando eu cheguei à sala de estar do dormitório percebi que não tinha ninguém lá. Que estranho. Olhei para o relógio da parede e vi o porquê não tinha ninguém lá Melane, pois ainda eram sete horas da madrugada e que se acorda essa hora pelo amor de deus?

Tirando eu é claro.

Fui para uma poltrona afastada da escada aproveitando que não tinha ninguém e as aulas só começavam de oito. Liguei a televisão em um canal de desenho e era onde nesse momento estava passando Naruto clássico.

Eu adorava Naruto clássico Melane, principalmente o episodio em que Sakura cortava o cabelo com sua própria adaga na floresta da morte e se revelava uma verdadeira ninja,  que para falar a verdade, estava passando nesse momento. Não sei por que eu gostava tanto desse episodio, mas eu acho que é porque aumenta minha auto-estima como mulher.

Esqueça o que falei Melane.

Continuei assistindo ate que alguém interrompeu dando um grito alto — quase me fazendo morrer de susto — e pulando para cima de mim e me abraçando fortemente.

— Cris! Não estou nem acreditando que você esta realmente aqui!

Eu já tinha reconhecido a voz, mas ainda me virei para ver se era realmente a minha melhor amiga Fernanda Vasconcellos.

Eu sou amiga de Fernanda desde que ela virou a minha vizinha em 2005 no mês do Natal, só me lembro porque Natal é a minha época preferida do ano. Certo dia de dezembro Melane eu estava montando um belo boneco de neve que tinha até nariz de cenoura, mas enfim, eu precisava a ajuda de alguém para colocar a cabeça do boneco em cima do corpo e o meu irmão não estava em casa. Então foi quando eu vi uma menininha moreninha no jardim da frente da minha casa brincando com o seu irmão que não eram nada parecidos e ela me viu tentando colocar a cabeça do boneco em cima do corpo — e só deus sabe como isso é difícil aos onze anos — e se ofereceu para ajudar. O resultado no final não foi o desejado por mim e nem por ela, já que a cabeça do boneco cai e acabou desmanchando tudo, pois Fernanda era quase tão magra quanto eu, mas no final de tudo nos já tínhamos nos tornados grandes amigas e quase inseparáveis.

Naquela época eu estudava aqui e Fernanda estava no colégio de Washington, mas ela pretendia estudar no Green Hill assim que estivesse com idade suficiente — que era dez —, mas quando ela entrou na escola eu já não estudava lá, pois não queria ficar naquela escola maldita Melane e nem me pergunte o porquê. A distancia entre nos não interferiu nem um pouco na nossa amizade, pelo ao contrario, só fez fortalecer e nos encontrávamos todo final de semana que era quando  Fernanda vinha para casa.

Fernanda foi à melhor amiga que eu pedi a deus e ela é a melhor do mundo — tirando Steve —eu sempre conto tudo a ela Melane, ate coisas que eu não conto ao Steve. Eu amo o jeito amiga que Fernanda e de sempre perdoar as pessoas mesmo que elas tenham sido péssimas com ela e eu acho lindo o seu cabelo ondulado, e aqueles óculos...

— Você esta usando óculos? Desde quando? — perguntei me afastando do seu abraço.

— Oi para você também, e obriga por perguntar que eu estou bem — disse Fernanda tentando me ensinar um pouco de educação. Vai tentando amiga. — E sim, eu estou usando óculos desde começo das férias de inverno, mas já que você passou as férias de inverno na casa da sua avó não me viu com eles.

— Minhas férias foram horríveis amiga.

Era verdade Melane, infelizmente eu passei as minhas férias de inverno na casa da minha avó — uma fazenda perto de Ohio. Eu odiava aquele lugar com todas as minhas forças — não era nada contra a cidade pessoas que moram em Ohio — mas sim pelo o fato dos meus avôs  fazem tudo que Cristiano quer, serio Melane se meu irmão mandar os meus avôs comer bosta eu tenho certeza que eles vão. Meu  irmão é aquele tipo de neto que todo mundo gostaria de ter e alem dele ser o primeiro neto que os meus avôs tiveram e eu sou quase como a neta “problema”, já que eu não me submetia a trabalhos manuais. Mas esse era apenas um dos problemas, já que eu também não gostava de peixe ou as comidas cozidas da minha avó. Minha avó também dizia que eu era muito danada e reclamava demais. O que ela queria Melane? Eu não gostava e reclamava e é assim que os Estados Unidos vai para frente com pessoas como eu, que reclama de tudo e são ouvidas.

— Deve ter sido mesmo — Fernanda fez uma pequena expressão de nojo quando eu, pois ela entendia muito bem o meu ponto de vista. — Mas o que eu quero saber agora é: Quando foi que você chegou aqui e porque não me avisou?

— Eu te que vinha.

— É, mas eu pensava que era mentira sua — disse ela olhando pela primeira vez para a televisão.

— Obrigada por confiar em mim — ironizei.

— Você não tem nada melhor para fazer da sua vida do que assistir isso não? — perguntou ela olhando para a televisão com desprezo.

— Ei! Naruto é um dos melhores animes do século XXI e também...

— Tanto faz — disse ela cortando a minha explicação de como Naruto era bom.

Fernanda se levantou da poltrona e desligou a televisão — mas que folgada Melane — e mesmo na hora em que Ino chegava para ajudar Sakura.

— Ei!

— Vem logo e para de reclamar — disse ela indo pegar a sua mochila que estava no chão.

— Para onde?

— Café da manhã querida ou você prefere morrer de fome e assistir Naruto?



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