Atashi No Shota Days escrita por kaori-senpai, VampireWalker


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hehehe... Aqui é a kaori-senpai, bom, nem preciso dizer que eu e a Tay-chan estamos muito envergonhadas pela demora, mas eu garanto: isso vai se repetir ^-^
Bom, aqui está o tão esperado chap de vocês, esperamos que gostem, porque foi feito com muito carinho~~
Boa leitura.



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Piko os seguiu com os olhos até certo ponto, quando já não podiam ser vistos. Logo voltou sua atenção ao amigo que o olhava chocado, provavelmente por conta do que aconteceu antes, mas Len estava mais preocupado em um jeito de pedir desculpas ao seu amigo, aquela era a ocasião perfeita e não poderia perdê-la. Antes que conseguisse falar alguma coisa, Piko se agachou na sua frente a acariciou os cabelos do loirinho com uma expressão séria. Na verdade estava daquele jeito por não saber o que dizer a uma pessoa que sofreu um trauma tão grande, só tinha a certeza de que acariciá-lo acalmaria seus pensamentos e lhe daria mais tempo para pensar em algo reconfortante para falar. Mas Len decidiu não esperar mais reação do por parte do albino e foi ao seu encontro com um abraço, o abraçou de modo tão desesperado que Piko caiu para trás com o corpo do amigo sobre o dele, com o rosto enterrado no seu peito.

– Piko, por favor, me desculpa! Eu sou um grande idiota, mas mesmo assim você veio me salvar, obrigado! Obrigado! Obrigado! – As palavras do loirinho não saiam com nitidez, se misturavam umas com as outras e ao choro que ainda insistia em sair da sua garganta. Porém Piko entendeu o que ele tinha dito e ficou feliz com a sinceridade das palavras dele.

– Calma Len, vai ficar tudo bem. – Disse o abraçando de volta, sentindo os fios loiros entre seus dedos.

Kagamine Len apenas aproveitava o momento raro que era seu melhor amigo estar tão calmo e simplesmente fechou os olhos, relaxando com o calor dele. Encolheu-se ainda mais no peito do albino buscando proteção e lá ficou, abraçando os próprios joelhos enquanto Piko o abraçava a afagava seu cabelo. Queria ficar ali para sempre, sem Miki, sem shotacons, sem Rinto, sem nada que atrapalhasse o momento, mas lembrou-se que tinha que tocar em outro assunto e que poderia doer um pouco falar daquilo, mas não teria outra chance.

– Piko... Sobre hoje mais cedo... Se quiser pode ir conosco ao cinema... E pode levar a Miki se quiser...

– Ham? Por que eu faria isso? – Perguntou realmente desinteressado no assunto.

– Bom, eu achei que você não gostou da ideia de eu ir com o Kaito sozinho, por isso ficou zangado certo?

O albino se levantou do nada, fazendo o outro cair no chão. Demonstrando toda sua raiva com aquela afirmação que o loirinho fez. Len não sabia o porquê daquela reação, mas pensou rápido o bastante para saber que se reclamasse seria pior. Apenas ficou encarando-o com um pouco de medo de... Nada. Apenas medo e pronto. Com um olhar de quem queria explicações, Piko continuou parado em frente ao loiro, como se não fosse preciso mais nada para obter o que queria.

– Olha... Eu achei que você estivesse com ciúmes porque eu to andando com ele... E essa era a resposta certa? – Perguntou abaixando a cabeça.

– Não.

– Eu não quero que pense que deixou de ser meu amigo, você ainda é meu melhor, só estou andando com ele agora... É essa? – Novamente a dúvida com a cabeça encostando ao chão.

– Ainda não. – Ele se virou e começou a andar em direção da saída. Não querendo dar outra chance para o menor tentar.

– Droga Piko! Eu fiquei morrendo de ciúmes com você e a Miki, odiei o jeito que ela ficou te cercando e te agarrando! Odiei ainda mais quando ela tomou meu lugar e ficou falando com você, porque você é meu amigo e eu tenho medo de te perder! Achei que você pudesse estar assim por causa do Kaito e não sabia o que falar!

Aquelas palavras saíram pela garganta do menino acabando com toda a vergonha que ele tinha de proferi-las e acertando em cheio o ego de Piko. Não era a resposta que ele queria, mas foi o suficiente para sua contrariedade passar por completo. Continuou andando em direção da saída, mas antes olhou para trás e viu que o loiro ainda estava com a cara no chão, era impossível não achar aquilo fofo.

– Anda logo ou vou te deixar ai.

Aquilo foi o bastante para Len dar um pulo no pescoço do amigo, o cercando de mimos por todo o trajeto de volta pra casa, esquecendo que existia um mundo ao redor deles.

As pessoas que os olhavam com olhos críticos somente viam um casal de namorados, balançavam a cabeça negativamente, pois de acordo com a bíblia homossexualismo era pecado, mas tão pouco ligavam os melhores amigos que passavam pela mesma conversando, ignorando o olhar reprovador das criticadoras.

– Ei Piko, como você soube onde nós estávamos? - Perguntou o garoto no meio da conversa, o albino ficara um pouco sério no início, soltando um sorriso logo após.

– Digamos que é difícil quando tem melhores amigos procurando seus amigos perdidos.

Um pequeno sorriso brotou nos lábios do loiro tagarela que continuava a falar e agradecer ao mesmo que bufava saltando um sorriso de canto, era verdade que Len estava falando muito mais do que normalmente falaria, mas ele continuava normal.

Minutos mais tarde chegaram a casa dos Kagamine, a filha mais velha da família ainda não havia chegado, mas Miki havia passado lá e deixado um bilhete explicando o motivo da demora. Óbvio que o loiro não ficou nem um pouco contente em saber que sua irmãzinha tinha ficado sozinha por um tempo com aquele ser, mas só de lembrar que a enfermeira não permitia nenhum tipo de namorico sua felicidade voltou ao normal. Sentaram-se no sofá presente na sala e o albino pegou o controle da televisão, ligando-a logo e botando em algum canal qualquer.

– Quer assistir algo em especial, Len? - Perguntou o rapaz segurando o controle, o apontando para a televisão.

– Não.

Silêncio novamente estava presente entre os dois, somente o som que saia da televisão era ouvido. Muito tempo se passou e nenhuma boca fora aberta para soltar alguma palavra aleatória até um barulho de porta sendo aberta soar, avisando a chegada de alguém.

– PIIIIIIIIIIKO, CHEGAMOS! – Gritou a ruiva logo se dirigindo para o albino, jogando-se no sofá onde estavam, ficando por cima dos dois garotos.

– Cócegas na Miki, Len! – Exclamou o mesmo que, com parceria do melhor amigo, começou a fazer um trajeto de cócegas pelo corpo da garota que se estremecia enquanto ria.

– Espera, cadê a Rin?

– Licença – pediu Miki tomando fôlego para continuar a falar. – RINTO SEU ANIMAL, ENTRE JÁ AQUI. NADA DE FUGIR COM MINHA AMIGUINHA LOIRA!

Logo em seguida um louro adentrou a casa, seguido de uma menina que continuava com os cabelos presos em um rabo de cavalo, mas tinha seus joelhos enfaixados e usava um cachecol para lhe cobrir o pescoço. O coração do gêmeo nunca teria se apertado tanto ao vê-la assim, culpando-se por ter um rosto afeminado e parecido com o dela.

– Ela está avisando que não irá conseguir dormir sozinha. - Comentou Rinto enquanto acompanhava a garota até uma poltrona, ajudando-a a sentar e buscar uma almofada para a mesma colocar as pernas em cima.

– Está ouvindo, senhor Len? Não é para deixar minha loirinha sozinha! - Advertiu a ruiva em um tom ameaçador, mas riu ao final da frase. – Se não lhe chamarei de... Cretino! É de cretino!

Risadas foram soltas pela sala, ter a amiga doida por cerejas por perto era engraçado, ainda mais quando tentava se fingir de séria e falhava no mesmo. Por poucos segundos o loiro menor esqueceu o capítulo anterior daquele dia antes de chegar em casa.

– Pode deixar que não serei “cretino” Miki-san - respondeu Len soltando um pequeno sorriso, direcionou seu olhar para a gêmea que ainda tinha os cabelos presos que nem os dele, levantou-se do sofá e dirigiu-se até a poltrona que a mesma estava sentada, desprendendo os fios loiros do prendedor. – Pronto, muito melhor. Acho que ninguém quer dois Len.

A de longos cabelos ficou observando atentamente os gêmeos, percebendo somente naquele momento o quanto eles eram iguais fisicamente. Deu uma pequena risada e sentou-se ao lado de Piko, o garoto de presilhas tinha se sentado no braço da poltrona para descansar um pouco, já que teve que carregar uma garota quase a viagem toda.

– Bem... Acho que já vou. - Comentou Rinto enquanto se levantada do braço da poltrona, dando um beijo na testa da loira. – Se cuida, e vocês três também.

Ninguém soube definir se o gêmeo estava vermelho por ciúmes ou por raiva, já o mesmo, após a saída do outro loiro, sentou-se no colo da irmã.

– Len está com ciúmes do Rinto-baka - cantarolou Miki agarrando o braço do albino.

– Não é ciúmes!

Rin estava com a face em diversos tons de vermelho, a ruiva chamou-a de cereja, já que chegava a ficar rosada de vez em quando. Utatane olhava-a, tentando decifrar o motivo da nova cor em seu rosto, analisando os fatos e onde o Kagamine tinha sentado.

– Len, sai de cima da Rin.

– Por quê? - Perguntou confuso, olhando para os dois lados e para os outros três presentes.

– Você está sentando em cima dela idiota, está machucando-a.

Em um pulo o loiro saiu de cima da sua irmã, a cor da face da mesma ia voltando ao normal aos poucos, soltou um leve obrigada pelo ar.

–Riin, por que não me falou antes? Está tudo bem? Está doendo alguma coisa? - Bombardeou o gêmeo enquanto segurava os ombros da garota, sua coloração vermelha voltava – Não fique com febre! - O mesmo abraçava-a no intuito de passar calor para a menina, mal se lembrando de que devia esfriá-la e não esquentá-la.

Miki riu e agarrou o braço de Piko com mais força, nisto o Kagamine olhava para o casal, era de certo que passou maior parte do dia com ciúmes e raiva do amigo, mas eles começarem a se agarrar em sua casa já era sacanagem. Levantou-se, desfazendo assim o abraço e se jogou no meio entre os “namorados”, como ele já tinha os apelidado, e cruzou os braços.

– L-Len? -Chamou a gêmea na poltrona, sua coloração havia finalmente voltado ao normal, mas o choque de ter o irmão afastado de si com rapidez a deixou meio paralisada.

– Ele é meeeu melhor amigo, sua comedora de cerejas! - Exclamou o loiro abraçando o albino, os outros três começaram a rir da reação do mesmo.

– Kyaaaah, shota com ciúmes é tão fooofo!

Ela apertou-lhe as bochechas que ficavam inchadas quando o mesmo tentava expulsar as mãos da ruiva de sua face. Após segundos de guerra, pulou novamente para a poltrona onde sua gêmea estava sentada, abraçando-a como se pedisse para ela protegê-lo.

– Ela vai exterminar minhas bochechas Riiin! Chame-a de má! - A loira apenas ria da situação enquanto seu irmão olhava-a de forma interrogativa.

– KAAAGAAMIINEEEE! - Os quatro presentes não chegaram a reconhecer a voz até a porta ser quase arrombada e um vulto verde voar em cima do casal de loiros, abraçando-os com força – COMO VOCÊS ESTÃO? ESTÁ TUDO BEM? MEU DEUS, ESTÃO VIVOS? FAAAALEEM COMIIIIGOOO!

– Gumi, eles nunca irão lhe responder se você continuar a enforcá-los - comentou Piko vendo a mudança de cor dos rostos dos gêmeos.

– MEUS AMORES, DESCULPEM-ME!

– Megumi Ai, pelos tímpanos restantes nessa casa, PARE DE GRITAR. - Mandou o albino com sua gentileza existente naquele momento, fazendo a esverdeada calar-se.

A garota soltou os loiros, que puderam respirar normalmente após o “ataque surpresa” da menina e olharem um pouco assustados para a mesma. Esta soltava imensas desculpas que faziam coisas imaginárias aparecerem atrás das cabeças dos presentes.

– Chega de desculpas Gumi-chan. - Pediu Rin com um pequeno sorriso.

– M-Mas... Vocês são meus bebês! - Falou tristonha enquanto olhava para os gêmeos com olhos igualmente tristonhos.

Os loiros não tiveram tempo de soltar um coro de “Owwn” pois o Utatane já arrastava a esverdeada para fora da casa, libertando um “Próxima vez, lembre de tocar a campainha ou bater na porta, sua ecológica!” assim que a chutou para fora da casa.

– Vamos Miki, não quero mais perder a cabeça com as pessoas que ainda podem aparecer por aqui - comentou Piko arrastando a ruiva pelo cabelo.

E assim saíram os dois, deixando os irmãos sozinhos em casa. O silêncio entre eles só era quebrado pelo barulho da televisão e do relógio, que cobria as longas horas dos dois, mesmo que eles se levantassem de onde estavam e irem fazer o que tinha de dever de casa, comida e coisas do gênero, o silêncio permaneceu entre ambos.

Cada um foi para o seu canto fazer o que tinham de fazer, como lições de casa, comida, arrumar o quarto, tomar banho e algumas tarefas domésticas básicas como lavar e enxugar os pratos utilizados.

A hora do jantar se aproximou, fazendo com que os gêmeos descessem para comer, jantar quieto e silencioso foi o que eles tiveram, apenas davam um pequeno sorriso quando seus olhares se cruzavam rapidamente.

– Rin. - Começou Len quebrando o silêncio perturbador.

– Eu?

– Er...

A garota ficou encarando-o em busca de uma resposta e o loiro tinha se perdido no olhar interrogativo da mesma, a pergunta que queria sair de sua boca estava entalada entre a garganta.

– Len? - Chamou-o percebendo a agonia já presente no rosto do rapaz.

– Posso dormir com você? Eu não quero... Dormir sozinho... Hoje... - falou pausadamente o garoto olhando para o chão, Rin apenas deu uma risadinha alegre enquanto sorria para o mesmo. – E-Ei! Não é para rir de mim Rin!

– Por que não? Será como nos velhos tempos. - Sorriu dando um leve rubor tanto para suas bochechas quanto para as dele.

– VOCÊ É A MELHOR IRMÃ QUE EU POSSO TER! - Dito isto, jogou-se em cima da loira, fazendo ambos rirem.

– Então... Eu já vou dormir agora, quero que este dia acabe logo. - Soltou Rin enquanto desfazia o abraço e subia as escadas.

Len ficou sozinho olhando somente a garota subir até sumir por completo, pensou o quanto ela foi esperta, já que deixou a bagunça inteira para ele arrumar. Uma solitária gota desceu pela sua cabeça ao imaginar-se tento que lavar os pratos, correu para o quarto antes que alguém chegasse e o mandasse fazer o que não queria. Ao entrar no mesmo, trocou de roupa rapidamente e com uma velocidade desconhecida, já estava dentro do quarto da irmã, que o olhava assustada enquanto penteava o cabelo.


– Deixe-me pentear! Faz um bom tempo que não faço isso. - Pediu o loiro roubando a escova de cabelo das mãos da garota e começava a movimentá-la no meio dos fios dourados.


Aqueles poucos minutos em que o Kagamine penteou os cabelos da gêmea passaram de forma lenta para ambos, já que o silêncio e os poucos olhares pelo reflexo eram presentes. Após terminar de penteá-los, botou a escova de cabelo na penteadeira e encarou a irmã, como se pedisse para deitassem logo antes que alguém chegasse.


– Certo, vamos logo. - Desistiu a loira vendo que o menino tinha pulado na cama de casal que tinha no quarto da moça, batendo na parte da cama ao seu lado, chamando a mesma para dormir – Apressado!


– Não era você quem queria que este dia acabasse logo? - Questionou recebendo silêncio como confirmação, bateu novamente na cama – Vamos, eu não quero dormir sozinho!


Sem escolhas, Rin suspirou e dirigiu-se até a cama, deitando-se ao lado do irmão, que voluntariamente abraçou-a, como se procurasse proteção e carinho naquilo. Retribuiu o abraço sem mais nem menos, sentindo o rosto corar aos poucos já que a cabeça do mesmo estava próxima demais de si mesma. Afagou os cabelos dourados de Len, esperando que o mesmo dormisse ao meio daquele carinho todo.


– Ru ri ra, ru ri ra – cantarolou a loira, fazendo com que aos poucos o rapaz fechasse os olhos, deixando o sono cair sobre si. Continuou a cantar até a voz faltar-lhe, as pálpebras cobrissem seus olhos e assim cair em sono profundo juntamente com o irmão.


– Chegamos meus amores. - Falou uma moça de longos cabelos louros adentrando a casa, procurando sinal de vida de pelo menos um de seus filhos. Adentrou a cozinha e somente viu a bagunça que fizeram, subiu as escadas e abriu primeiro o quarto do filho, não o encontrando e depois o da filha, observando que os gêmeos dormiam abraçados um no outro sem estarem cobertos – Leon, olhe isto.

O marido a acompanhou e olhou a cena, dando um pequeno sorriso em seguida, mandando beijos para os filhos enquanto se dirigia para o quarto. A esposa andou até a cama da menina, pegando um cobertor que tinha por perto e cobrindo-os, depositando um beijo na testa de ambos.


– Boa noite meus anjinhos.


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O fim de semana foi torturante para Shion Kaito, principalmente no sábado, em que pensou seriamente em desmarcar o cinema com o loirinho por pura insegurança, mas convenceu a si mesmo que seria bom ter uma pessoa para lhe explicar os fatos que não entendia, assim ficaria mais fácil fazer seu resumo. Além disso, não tinha o número dele, só sabia onde ele morava e mais nada. Mas algo o fazia esperar ansiosamente pelo domingo, escolheu sua melhor roupa ainda na noite de sábado, separou dinheiro, carteira, celular... Tudo para que nada desse errado, ele nunca foi perfeccionista, mas sentiu necessidade de preparar algo especial para o shota.

No domingo acordou e foi conferir os preparativos para o encontro. E foi nessa hora que se assustou, ele mesmo estava chamando aquele compromisso de “encontro”, mas isso é algo feito apenas por casais. Entrou em conflito consigo e entrou em uma “depressão” até a hora em que notou faltar pouco tempo para se arrumar, ficou tão eufórico pela espera ter acabado que foi uma melhora súbita. Aprontou-se tão rápido quanto saiu de casa, apenas informando sua irmã mais velha que estaria ocupado nas próximas horas.

No caminho a casa do shota, pensou não estar desobedecendo a ordem clara de não se aproximar do mesmo, mas queria tanto vê-lo, irritá-lo e fazê-lo corar que não resistiu a tentação de ir contra tudo e todos. Balançou a cabeça, se lembrando que era apenas para fazer o trabalho de sociologia. Além disso, estava apenas usando o garoto para tirar boas notas e agradar o diretor, que estava o perseguindo com essa desculpa. Depois disso, continuar com aquilo não seria mais necessário, apesar de ser um bom jeito de se distrair.

Chegou ao seu destino, encarando a porta como se esta fosse capaz de abrir-se por si só. Ficou com medo de ser recebido pela loirinha ou pior, os pais dos gêmeos, que ele não tinha a mínima intenção de conhecer. Deixou o medo e o orgulho de lado e deu três batidos discretas na madeira da porta, nada além de alguns gritos afeminados acontecerem. Mais três, com certa quantidade a mais de força, quase se virou e foi embora por conta da demora, mas isso não chegou a acontecer, pois uma figura loira, de cabelos presos um pouco despenteados, abriu a porta se assustando em seguida.

– Cheguei em má hora? – Perguntou se aproximando dele, imaginando que seria convidado a entrar. Olhou discretamente para a roupa do menor, ele estava lindo, mas um pouco afeminado.

– N-não! É que... Nada! Vamos logo, a seção pode começar sem a gente! – Gritou puxando o maior pelo braço, um tanto desesperado. Kaito não entendeu o porquê, mas a resposta viria a seguir.

– Len-chan! Não vai nos apresentar seu amigo? – Disse uma voz feminina.

Simultaneamente os garotos olharam para trás, Len um pouco descontente por ter que fazê-lo. Foi ai que uma figura alta e loira surgiu na porta, encostando-se na madeira e sorrindo ao ver o azulado. Ela parecia ser a versão mais velha de Rin, só que um pouco melhor humorada. Depois outra figura juntou-se a ela, encostando-se na outra parte da porta, sorrindo de maneira mais sádica, Piko estava lá, do lado da mãe dos gêmeos achando graça da situação em que colocará o melhor amigo.

– Piko-kun, ele não é como você me disse. Pode até ser bonitinho... – Disse como se estivesse avaliando o garoto em todos os detalhes.

– Você acha mesmo, nee-san? Para mim é um rosto muito comum. Com certeza o Len arranjaria coisa melhor. – Disse Piko, não se sabe quem ele queria irritar com aquela frase.

– Mas eles formam um casal lindo! – Disse a loira alta pulando em Kaito, afagando seus cabelos como um garotinho de cinco anos. – Bem-vindo a nossa família, Kaito-kun! Estou certa que fará meu bebê feliz!

– Mãe! – Agora foi Len que gritou, nada mais obvio, afinal não era coisa que se espera de uma mãe. Mas por mais estranho que pareça, Kagamine Len tinha um pressentimento que ela iria agir desta forma. – Somos amigos! Vamos ao cinema ver um filme que o professor mandou! Pare de dizer coisas desnecessárias!

– Ah! Leon-kun! O seu filho está sendo mau comigo! – Ela entendeu o recado e saiu de cima do azulado, se jogando para outro homem que tinha acabado de sair da casa.

– Minha querida, o Len já é grandinho o bastante para ficar com vergonha dos pais, vamos deixá-lo ir ao cinema em paz, ok? – O loirinho quase ia soltar um “obrigado”, quando o homem que deveria agir como seu pai o alertou. – Mas você sabe as regras, Kagamine Len! Use camisinha! Mesmo que não haja risco de gravidez!

Os dois jovens ficaram parados em frente a casa, vendo todos rirem e entrando na mesma para dar “privacidade ao casal”. Eles se entreolharam e tomaram o caminho rumo ao shopping, como se tivessem lido a mente um do outro e entendido que não tinha como conversar sobre os pais do shota. Ficaram em silêncio até que Shion resolveu acabar com o clima que eles tinham estabelecido.

– Então... Seus pais são sempre assim?

– São... Isso começou quando eu e Piko entramos para a mesma escola, falaram que iríamos nos casar e o idiota aceitou a brincadeira... – Fez uma pausa, para deixar o maior processar as informações. – Agora ele chegou lá em casa dizendo que nos separamos e que eu o troquei por outro.

– E este outro... Sou eu? – Disse tentando achar graça da situação, mas era realmente deplorável.

– Sim... Minha mãe adora essa brincadeira e pelo jeito gostou de você. Prepare-se, ela vai adorar te irritar. – Disse com um pouco de pena do amigo.

– Pode deixar, eu sei me cuidar.

Novamente se fez o silêncio, mas ao menos o cinema ficava perto e não precisaram estender aquela caminhada por muito tempo. Logo que chegaram trataram de comparar os ingressos e verificar a hora do filme, certamente ambos estavam bem descontraídos, pois se atrapalharam bastante em vários momentos. Mas por fim conseguiram fazer tudo de um jeito bem diferente. Entraram na sala de cinema com um milk-shake enorme na mão de Kaito e Len apenas com um refrigerante pequeno, para não precisar ir ao banheiro no meio da seção. A sala estava praticamente lotada, mas conseguiram um lugar para sentarem juntos em um canto perto da tela. Quanto sentaram e trocaram olhares, riram ainda mais das besteiras que tinham feito, recebendo alguns “calem a boca” e insultos nada amigáveis.

– É melhor a gente só ver o filme. – Disse Len.

– Tem razão. Mas temos que sair juntos mais vezes! – Falou Kaito alegre, por não se lembrar da última vez em que se divertiu tanto.

– Uhum! Kaito-kun... Pode segurar meu celular? Meu bolso está furado.

Len disse com uma gota na cabeça, o azulado simplesmente sorriu e pegou o objeto na mão do loiro e ambos olharam para a tela que já tinha ficado escura e os primeiros sons já haviam saído.



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Notas finais do capítulo

Oh céus! Coloquei a parte que a Tay-chan mandou deixar pro próximo cap! Desculpa, Tay-chan! Mas eu não resisti! Afinal, deixar os leitores ansiosos é a minha especialidade ^-^
Bom, quando todos deixarem reviews colocaremos o próximo e claaro que uma recomendação faria bem, né?
Obrigada por lerem, até mês que vem o/
Quem quiser ver a roupa deles ta aqui
Kaito: http://www.zerochan.net/1000473
Len: http://www.zerochan.net/991400
obs: achei estas fotos e pensei que ia ficar muito fofo :3 (não me mata, Tay-chan)
--~Walker Time~--
Pretexto, fiquem avisados que, se a Kaori morrer, a culpa não será minha.
E ninguém continua esta joça se não chegar a 60 reviews. Fim.